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Baixe em PDF - Carta da Paz

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Maria Lucia Dias<br />

Gaspar Garcia<br />

Brasileira<br />

Belém, Pará<br />

Assistente Social –<br />

Professora Universitaria<br />

Mulher, 56 anos de i<strong>da</strong>de, mãe de 3 filhos com<br />

experiência profissional na área de assistência<br />

social, especialmente com atuação na área com crian-<br />

ças e adolescentes, mulheres, famílias e educação do<br />

ensino superior. Ao longo de sua vi<strong>da</strong> profissional<br />

t<strong>em</strong> persistido <strong>em</strong> lutar para que a população <strong>em</strong><br />

geral e de modo especial crianças e adolescentes<br />

tenham acesso e garantia de direitos sociais previs-<br />

tos na Constituição Federal de 1988.<br />

Ao leitor,<br />

Hoje estou sendo desafia<strong>da</strong> a escrever sobre a paz. Palavra tão<br />

pequena, mas de um significado imenso. Tarefa difícil e ao mesmo<br />

t<strong>em</strong>po instigante visto que venho <strong>em</strong> busca desta tão propala<strong>da</strong><br />

paz ao longo de minha vi<strong>da</strong>. Será que existe alguém que não<br />

a quer?<br />

E depois de tanto t<strong>em</strong>po, não é que descubro que aquilo que<br />

tanto procuro pelo mundo afora, de forma incessante, preciso<br />

primeiro encontrar dentro de mim, por uma razão tão simples:<br />

a lei <strong>da</strong> causa e efeito.<br />

A vi<strong>da</strong> me levou para caminhos que fez com que ca<strong>da</strong> vez<br />

mais eu trabalhasse com pessoas, e assim eu tivesse a oportuni<strong>da</strong>de<br />

de ver e me encontrar e, hoje sou o que sou <strong>em</strong> busca <strong>da</strong> paz<br />

e <strong>da</strong> beleza de ca<strong>da</strong> um porque este exercício é diário.<br />

Para encontrar a paz foi preciso transformar a minha história<br />

de vi<strong>da</strong>, foi preciso ver o mundo com olhos de criança, com<br />

a inocência <strong>da</strong> criança. Percebi que quando transformo como e<br />

com as crianças tranquilizo os adultos e aí, de repente, vice-versa<br />

também pode ser ver<strong>da</strong>deiro. Foi possível perceber que para encontrar<br />

a paz, é preciso descobrir formas, cor e cheiro <strong>da</strong>s <strong>em</strong>oções.<br />

Assim, para desven<strong>da</strong>r as diferentes manifestações de violência<br />

na socie<strong>da</strong>de <strong>em</strong> geral é preciso diminuir o potencial criador desta<br />

violência para transformar este potencial <strong>em</strong> agente de paz, de<br />

relações solidárias e até ci<strong>da</strong>dãs. É preciso compreender o ambiente<br />

e a composição do cenário: complexo, ambivalente, difuso que<br />

gera predisposições <strong>em</strong>ocionais, comportamentos e atitudes <strong>em</strong> diferentes<br />

circunstâncias e situações que se concretizam nas relações e<br />

interações, especialmente quando, no dia-a-dia as pessoas buscam<br />

reconhecimento, poder, vontade de realizar sonhos, seja de que<br />

forma for, a que preço for.<br />

Desta forma, romper círculos de violência é aprendizag<strong>em</strong> sobre<br />

si e o outro, sobre a sua situação social e cultural, mas também<br />

é ação, na medi<strong>da</strong> <strong>em</strong> que ocorre aproximação ao outro e<br />

construção do que é comum.<br />

Este t<strong>em</strong> sido o meu caminho: educar, pois com base <strong>em</strong> meu<br />

percurso tenho aprendido que educação é um ato ético-político de<br />

mu<strong>da</strong>nça, que é possível na medi<strong>da</strong> que atua no cognitivo, no<br />

<strong>em</strong>ocional e no espiritual de ca<strong>da</strong> um e que quando ajo assim,<br />

contribuo para o desenvolvimento <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de de ca<strong>da</strong> pessoa e<br />

que serve para beneficiar o coletivo.<br />

Este é o grande círculo benigno que pode gerar a paz que<br />

t<strong>em</strong> sido um exercício cotidiano: reconhecer o meu potencial, e<br />

a partir dele, reconhecer o potencial que ca<strong>da</strong> um traz <strong>em</strong> si e,<br />

portanto, consequent<strong>em</strong>ente as relações mu<strong>da</strong>m. Quando deixa de<br />

desconfiar para acreditar, quando deixa de julgar para valorizar,<br />

quando deixa de impor regras para estimular, é possível criar um<br />

ambiente favorável que gera prazer, <strong>em</strong>podera as pessoas.<br />

Muito ain<strong>da</strong> falta para que se concretize um clima de paz<br />

e não posso ser ingênua e não destacar que especialmente a<br />

concentração <strong>da</strong> riqueza nas mãos de poucos desencadeia situações<br />

violentas, mas me coloco como uma militante <strong>da</strong> digni<strong>da</strong>de humana<br />

com muita esperança para criar um mundo novo.<br />

Agradeço a ca<strong>da</strong> um de vocês por oportunizar<strong>em</strong> a me perceber<br />

e convido para um desafio de engrossar fileiras neste espaço fértil<br />

para germinar a paz e fazer a terra girar para descobrir, neste<br />

labirinto, novos caminhos e formas de caminhar para alcançar<br />

este sonho que não é só meu.<br />

Com muito amor, Maria Lucia Dias Gaspar Garcia<br />

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