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Edição Dia 05 de novembro de 2011 - Sábado - TJDFT na mídia

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o "timing" é outro.<br />

Folha/UOL: Mas ministro...<br />

Jorge Hage: Muitas vezes tem acontecido que nós<br />

estamos investigando uma <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da situação, a<br />

imprensa começa a investigar e muito antes já<br />

divulga, coisa que nós não podíamos ter divulgado<br />

ainda.<br />

Folha/UOL: Mas ministro, não estou me referindo a<br />

con<strong>de</strong><strong>na</strong>r ou, enfim, fazer, como se diz às vezes,<br />

fazer linchamento público <strong>de</strong> ninguém. Não é isso.<br />

Mas, pelo menos, retirá-lo do governo ou nem<br />

convidá-lo. Veja que em alguns casos, como no<br />

caso do [Ministério do] Esporte, já se havia<br />

noticiado <strong>de</strong> maneira ampla o problema com esses<br />

convênios todos.<br />

Jorge Hage: Sem dúvida.<br />

Folha/UOL: E no caso do [Ministério do] Turismo<br />

também. Já se conhecia isso [o problema]. Por que<br />

o governo não toma uma providência e <strong>de</strong>sconvida<br />

esses ministros.<br />

Jorge Hage: Tudo isso já era amplamente<br />

conhecido por parte dos órgãos <strong>de</strong> controle, as<br />

irregularida<strong>de</strong>s nos convênios do Esporte, do<br />

Turismo. Não são novida<strong>de</strong> nenhuma...<br />

Folha/UOL: Por que o Palácio do Pla<strong>na</strong>lto insistia<br />

em manter os ministros sabendo <strong>de</strong> tudo?<br />

Jorge Hage: Acontece que o problema não era só o<br />

ministro. Esses mesmo problemas vinham <strong>de</strong><br />

sempre. Então nós teríamos que negar todos os<br />

ministros que estiveram <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início da criação<br />

<strong>de</strong>sses ministérios. Porque durante todo esse<br />

período houve esses mesmos tipos <strong>de</strong><br />

irregularida<strong>de</strong>s. Mas aí é que está a história: o<br />

ministro cai não é por isso. Não é pelas<br />

irregularida<strong>de</strong>s <strong>na</strong> execução do convênio<br />

simplesmente.<br />

Folha/UOL: É por quê?<br />

Jorge Hage: É porque ficou insustentável<br />

politicamente a sua manutenção, per<strong>de</strong> a confiança<br />

do presi<strong>de</strong>nte da República ou da presi<strong>de</strong>nte da<br />

República por todos os fatos em conjunto<br />

divulgados <strong>na</strong> imprensa, inclusive aqueles não<br />

provados, que não são esses <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s <strong>na</strong><br />

execução do convênio. Esses estão provados e<br />

admitidos, no caso do Ministério do Esporte, pelo<br />

próprio ministro. O ministro Orlando [Silva, do PC<br />

do B, que saiu do cargo após suspeita <strong>de</strong><br />

irregularida<strong>de</strong>s], em <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>dos momentos, ele<br />

argumentou inclusive que o tal <strong>de</strong>nunciante que o<br />

acusava estava fazendo aquilo porque o ministério<br />

Folha online/SP - Notícias, <strong>05</strong> <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> <strong>2011</strong><br />

<strong>TJDFT</strong> | Tribu<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Justiça do DF e Territórios<br />

havia <strong>de</strong>tectado irregularida<strong>de</strong>s, irregularida<strong>de</strong>s<br />

apontadas pela CGU que fizeram o ministério<br />

instaurar tomada <strong>de</strong> contas especial contra ele.<br />

Então em retaliação ele teria acusado o ministro <strong>de</strong><br />

receber propi<strong>na</strong>, comissão etc. O próprio ministro<br />

admitiu portanto que aquelas irregularida<strong>de</strong>s eram<br />

absolutamente provadas. Não há dúvida quanto a<br />

existência <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s. O que se discute é se<br />

houve ou não houve aquele pagamento <strong>na</strong><br />

garagem e coisa e tal. Mas irregularida<strong>de</strong>, não há<br />

dúvida nenhuma. Nós sempre soubemos disso. O<br />

que o governo vem procurando fazer é criar meios<br />

<strong>de</strong> evitar, prevenir. Esses <strong>de</strong>cretos agora visam<br />

impedir a repetição das irregularida<strong>de</strong>s.<br />

Agora, não po<strong>de</strong> sair <strong>de</strong>mitindo todos os ministros<br />

porque o sistema <strong>de</strong> convênios tinha aqueles furos.<br />

Você tem que corrigir os furos.<br />

Folha/UOL: Mas aí eu volto <strong>de</strong> novo à pergunta<br />

anterior. Nove anos <strong>de</strong> governo, já não era tempo<br />

para ter corrigido?<br />

Jorge Hage: Olha, eu lhe digo que muito foi feito<br />

para corrigir nesses nove anos. Lá atrás nós<br />

tivemos o <strong>de</strong>creto 6.170 do presi<strong>de</strong>nte Lula, por<br />

volta <strong>de</strong> 2007, criando toda uma nova sistemática<br />

para a transferência <strong>de</strong> dinheiro para Prefeituras e<br />

para ONGs. A criação do Siconv, que é o sistema<br />

<strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> convênios, aberto <strong>na</strong> internet, uma<br />

boa parte <strong>de</strong>le aberto ao público, outra parte aberta<br />

aos órgãos <strong>de</strong> controle foi concebida exatamente<br />

para resolver esses problemas. Inclusive fazendo<br />

com que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a proposta <strong>de</strong> convênio vinda da<br />

ONG ou da Prefeitura até a prestação <strong>de</strong> contas<br />

fosse feita on-line. Ocorre que, por inúmeras<br />

dificulda<strong>de</strong>s materiais <strong>de</strong> recursos, o Ministério do<br />

Planejamento <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, como todos nós do Serpro<br />

[Serviço Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Processamento <strong>de</strong> Dados]. O<br />

Serpro não tem condições <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r às<br />

<strong>de</strong>mandas <strong>de</strong> todos os ministérios da Espla<strong>na</strong>da,<br />

essa que é a verda<strong>de</strong>. Tudo atrasa. Tudo atrasa.<br />

Muitos dos módulos do Siconv até hoje não estão<br />

implantados. Muitas <strong>de</strong>ssas situações que<br />

aconteceram agora não teriam acontecido se o<br />

sistema <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> convênios estivesse<br />

totalmente implantado. Então há dificulda<strong>de</strong>s<br />

práticas...<br />

Folha/UOL: O que está faltando? Dinheiro?<br />

Dinheiro para implantar?<br />

Jorge Hage: Bom, em alguns casos falta dinheiro.<br />

No caso do Serpro eu não sei se falta dinheiro ou<br />

se é uma mudança que abra a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> os<br />

órgãos públicos usarem outras empresas, que não<br />

o Serpro, que não está dando conta <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r as<br />

nossas <strong>de</strong>mandas. Nós da CGU, por exemplo, já<br />

<strong>de</strong>sistimos <strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do Serpro para uma série<br />

<strong>de</strong> coisas. Estamos tentando <strong>de</strong>senvolver os<br />

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