Estabelecimentos das Fazendas Nacionais do Piauí - Portal do Sertão

economia girava em torno do gado, o proprietário das terras não morava no local; a casa, assim,
era o bem de menor valor, geralmente arranjos improvisados para o vaqueiro. O proprietário
preferia investir em terras e rebanhos - a casa era um produto caro e por isso, muitas não
passavam de um suporte precariamente estruturado, de forma provisória: "antigamente, nas
fazendas de criar do Nordeste, levantava-se primeiramente uma casa rústica de paredes de taipa e
cobertura de duas águas. Para esse mister preferiam-se as palmas da carnaubeira" (GOULART,
1985 apud SILVA FILHO, 2007a, p. 42).
Fig. 10: Mapa do Piauí com indicação das Fazendas Nacionais. Fonte: 19ª SR/IPHAN, 2008.
Citando o Mappa Estatístico das Fazendas Nacionais em 1854, Silva Filho (2007a) informa
que quase metade das residências nas inspeções de Nazareth e Piauhy tinham cobertura de palha.
Na relação da Tesouraria da Fazenda de 1847 são listadas 23 fazendas pertencentes às citadas
inspeções, localizadas nos arredores de Oeiras, sendo 15 cobertas de telhas e 11 com palha.
Assim, acredita-se que a paisagem construída na região das atuais cidades de Floriano e
Campinas do Piauí era composta por casas de vaqueiros, que seguiam o padrão construtivo do
sertão piauiense – paredes em taipa e/ou adobe, com uso da carnaúba e pau d´arco – e tão
esparsas que não chegavam a formar um conjunto. Barreto (1938) refere-se ao depoimento do Sr.
Isaias Pereira, administrador das Fazendas Nacionais, que promoveu a reforma de alguns prédios.
Este último descreve as construções erguidas na região como: edificações erigidas em
taipa, com troncos de carnaúba, preenchidas com pedra e barro, cobertura em madeira de
carnaúba e telha vã, piso de terra batida, portas em pau d´arco, pé direito alto, paredes em meia
altura, avarandados largos e baixos.
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