Estabelecimentos das Fazendas Nacionais do Piauí - Portal do Sertão

apresentadas as recomendações a serem seguidas para a preservação das suas características
construtivas bem como as propostas de perímetro de proteção de entorno de cada imóvel. Tais
disposições visam disciplinar as intervenções futuras tanto nos imóveis quanto em suas áreas
lindeiras.
A Fábrica, que é tombada pelo Estado do Piauí, apresenta estado de conservação
precário. Mas, o projeto de restauro feito pelo IPHAN-PI, que prevê o uso diversificado dos seus
espaços com cultura, educação e prestação de serviços à comunidade de Campinas, foi aprovado
no Mecenato do MINC, e possui financiamento assegurado pela PETROBRAS. A Escola, que
funciona como um Terminal Turístico de Floriano, sofreu processo de restauro na década de 90
e encontra-se em razoável estado de conservação.
Hoje os dois prédios pertencem aos respectivos poderes públicos municipais. A
Câmara Municipal de Campinas e a Assembléia Legislativa do Piauí já aprovaram moções de
apoio ao tombamento da antiga fábrica. A prefeitura municipal de Floriano já se pronunciou por
diversas vezes favorável ao tombamento federal da ex-escola. Trata-se de uma ação que,
observando-se as matérias de jornais impressos ou televisionados, possui amplo apoio da
sociedade piauiense. Basta ver também as manifestações de apoio oriundas de discursos de
deputados estaduais, federais e senadores; os apelos de “clubs”, associações e fundações, dentre
outros.
A história desse processo de acautelamento já é antiga. Aqui devemos registrar alguns
fatos que apenas comprovam o apoio inconteste devotado pela sociedade piauiense a esse
tombamento federal. No ano de 1977, o chefe da Procuradoria do Estado, o Sr. José Eduardo
Pereira, solicitava informações ao IPHAN para que pudesse “encaminhar o pedido [de
tombamento federal] dentro das exigências regulamentares”. A partir disso foi aberto um
processo que – ao que tudo indica – foi arquivado em função de um erro “na digitação do banco
de dados”: Campinas do Piauí foi confundida com a cidade de Campinas paulista, impedindo a
instrução do processo 138 . Apesar disso, a fábrica manteve-se nos noticiários do Estado e o desejo
de que o prédio fosse tombado era constantemente revigorado.
No ano de 2000, que o IPHAN retoma os estudos da Fábrica e inicia o da Escola.
Neste ano, a secretária municipal de educação da cidade de Campinas, a Sra. Maria do Socorro
Alves Moura, envia um ofício ao presidente do IPHAN pedindo o tombamento do prédio. Neste
documento, que por sua vez encaminha um abaixo-assinado, pede “por tudo o quanto é sagrado”
que se desse atenção àquele monumento 139 . No abaixo-assinado referido, assinado por 334
138 MINISTÉRIO DA CULTURA. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Departamento de
Proteção. MEMO DEPROT Nº 339/99. 28/05/1999.
139 MOURA, Maria do Socorro Alves. Secretária Municipal de Educação. CI – 001/2000. 25/05/2000.
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