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Foto a Foto - Jornal Vinho & Cia

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Fernando Quartim<br />

Presidente da SBAV-SP<br />

quartim@jornalvinhoecia.com.br<br />

um senhOr<br />

Recentemente tivemos a oportunidade<br />

de realizar, em São Paulo, a<br />

Assembléia da Academia Iberoamericana<br />

de Gastronomia. Seus membros<br />

são, respectivamente, as Academias<br />

de Gastronomia da Espanha, Andaluzia,<br />

Portugal, Argentina, Brasil, México e<br />

Peru.<br />

A Academia Brasileira de Gastronomia<br />

teve a honra de ser a anfitriã desse<br />

evento que se desenrolou entre as formalidades,<br />

no espaço do Instituto Cervantes,<br />

com apresentação à imprensa das diversas<br />

Academias presentes, incluindo a Iberoamericana<br />

e a Internacional; o coquetel<br />

de inauguração da exposição “Alimentos<br />

de Ida e Volta”; e a entrega dos prêmios<br />

de melhor Chef revelação para a Helena<br />

Rizzo, do restaurante Mani, e o prêmio de<br />

Literatura Gastronômica à escritora Rosa<br />

Belluzzo, ambos concedidos pela Academia<br />

Internacional de Gastronomia.<br />

Na parte informal e mais apetitosa do<br />

programa, apresentamos alguns detalhes<br />

da culinária brasileira aos estrangeiros,<br />

iniciando os trabalhos, ainda na véspera<br />

do evento, com um delicioso jantar preparado<br />

pelo velho conhecido Alencar, do<br />

restaurante Santo Colomba, todo feito com<br />

produtos típicos da Culinária brasileira.<br />

O coquetel da inauguração da exposição<br />

foi preparado com especialidades<br />

<strong>Vinho</strong> & <strong>Cia</strong> - No. 57<br />

bacalhau<br />

brasileiras pela nossa queridíssima Bel<br />

Coelho, do restaurante Dui, e o almoço<br />

no Dalva e Dito, onde os estrangeiros (e<br />

nós também) puderam experimentar as<br />

brasilidades magnificamente elaboradas<br />

pelo mestre Alex Atala. Todos ficaram<br />

muitíssimo bem impressionados com<br />

nossa culinária! Para um bom arremate<br />

– pois a turma era especializada em comida<br />

–, tivemos um jantar no D.O.M., que<br />

não descreverei os detalhes para não dar<br />

muita água na boca dos meus abnegados<br />

leitores, mas vou falar de um só: foram<br />

doze os pratos servidos, todos eles com<br />

tipicidades nacionais. Simplesmente um<br />

deslumbre!<br />

Nesta ocasião tive a oportunidade de<br />

trocar e confirmar alguns conceitos com o<br />

presidente da academia portuguesa sobre<br />

um tema que me encanta: o bacalhau!<br />

Entre os itens da nossa conversa esteve<br />

o reforço de que o bom bacalhau começa<br />

com a pesca do peixe certo, o chamado<br />

Gadus Morhua, nas frias águas do Atlântico<br />

Norte nas proximidades da Noruega,<br />

além dos diferentes métodos aplicados no<br />

preparo do peixe para que ele se torne um<br />

excelente prato a ser degustado. Confirmamos<br />

que existem pescadores que após<br />

capturarem seus peixes congelam-nos<br />

ainda no barco, e após o retorno a terra,<br />

depois de uns seis meses, descongelam<br />

para fazer a limpeza das vísceras, a salga e<br />

a secagem. Este processo é considerado de<br />

qualidade inferior, pois a melhor técnica<br />

é a de após a pesca o peixe ser limpo a<br />

bordo e salgado para secagem definitiva<br />

quando da chegada em terra firme. Um<br />

detalhe que parece insignificante, mas faz<br />

enorme diferença no bacalhau que estará<br />

servido em nossos pratos.<br />

Todos esses detalhes e muitos outros<br />

a respeito das técnicas para a escolha e<br />

posterior preparo de um bom prato de<br />

bacalhau podem ser encontrados aqui<br />

bem perto de nós, no Circuito das Águas<br />

Paulistas.<br />

Logo após a Revolução dos Cravos<br />

em Portugal, José Maria Ferreira de Pinho<br />

Martins ou, mais fácil, o Martins, resolveu<br />

tirar férias e passear pela Venezuela, mas<br />

após deflagrar seu programa teve que<br />

fazer uma modificação de roteiro e, ao<br />

invés da Venezuela, veio dar os costados<br />

cá no Brasil.<br />

Diz ele que se encantou pela terra<br />

– acho que é uma questão genética –, de tal<br />

forma se afeiçoou ao nosso convívio que<br />

se casou com a simpática Adriana, brasileira,<br />

e montou o restaurante chamado<br />

Sr. Bacalhau, na cidade turística de Serra<br />

Negra. Do sucesso conseguido resolveu<br />

expandir, e montou outra casa, com o<br />

mesmo nome, em Jaguariúna, próximo<br />

de Serra Negra e Campinas.<br />

Circuito do <strong>Vinho</strong><br />

Martins é muito mais fanático do que<br />

eu por bacalhau, e foi com ele que aprendi<br />

detalhes da pesca, dos tipos de barcos e<br />

métodos de preparo, além de muitos outros<br />

como, por exemplo, dessalgar para<br />

não perder o colágeno, ou seja, aquele<br />

meladinho que podemos encontrar entre<br />

as lamelas da carne do bacalhau.<br />

Seus restaurantes têm, dentro da<br />

simplicidade do nosso interior, requintes<br />

europeus, como, por exemplo, os garçons<br />

fazerem o serviço de mesa usando luvas,<br />

além de serem extremamente atenciosos<br />

e garantirem um clima descontraído e<br />

amigável. Os pratos, de bacalhau naturalmente,<br />

são impecáveis, muito gostosos e<br />

justificam a ida até lá.<br />

Já ganhou estrelas no Guia 4 Rodas,<br />

e tem uma adega de aproximadamente<br />

700 garrafas, com mais de 25 rótulos de<br />

vinhos variados, incluindo evidentemente<br />

bons portugueses, brancos e tintos, muito<br />

embora eu seja um ferrenho defensor dos<br />

brancos com bacalhau!<br />

O Sr. Bacalhau pode integrar o Circuito<br />

do <strong>Vinho</strong>, onde encontramos um ótimo<br />

serviço em ambiente bastante agradável,<br />

em que o vinho, sempre presente, faz um<br />

final feliz!<br />

Sr. Bacalhau<br />

Rua 14 de Julho, 511, Centro<br />

Serra Negra - SP, Fone: (19) 3842-1342<br />

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