boletim tr/es 2010.333 - Justiça Federal
boletim tr/es 2010.333 - Justiça Federal
boletim tr/es 2010.333 - Justiça Federal
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
4. Sentença mantida por seus próprios fundamentos (Lei 9099 / 95 – art. 46). Com efeito, a aplicação do art. 29, § 5º da Lei<br />
8.213/91 na <strong>es</strong>pécie não afronta os princípios constitucionais aplicáveis à Previdência Social (seletividade, o caráter<br />
con<strong>tr</strong>ibutivo do RGPS e a pr<strong>es</strong>ervação do equilíbrio financeiro-atuarial), <strong>es</strong>pecialmente ao art. 201, caput e § 3º da CF/88,<br />
visto que o critério de cálculo utilizado <strong>es</strong>tá previsto na própria lei de benefícios. O acolhimento do pedido também não<br />
implica violação aos artigos 5º, XXXVI, 195, § 5º, e 201, § 1º, todos da Constituição <strong>Federal</strong>, pois não se <strong>tr</strong>ata de criar<br />
critério diferenciado para aposentadoria, mas tão-somente de aplicar a lei ao caso concreto. Ademais, sequer acarreta<br />
majoração indevida do benefício sem prévia fonte de custeio, porquanto apenas reflete a adequação do critério de apuração<br />
da RMI ao comando legal em vigor.<br />
5. A TNU, no julgamento de pedido de uniformização de interpretação de lei federal referente ao proc<strong>es</strong>so nº.<br />
2007.51.51.00.2296-4 (julgado em 21/11/2008), entendeu “não ter o decreto o poder de inovar no ordenamento jurídico, de<br />
forma que, produzindo tal efeito no artigo 36, § 7º, o Decreto n.º. 3.048/99 ex<strong>tr</strong>apolou, n<strong>es</strong>se ponto, sua função<br />
regulamentar. De fato, analisando detidamente os dispositivos pertinent<strong>es</strong>, percebe-se a existência de afronta ao princípio<br />
da hierarquia das leis”.<br />
6. As decisõ<strong>es</strong> proferidas pelo STJ no julgamento dos recursos <strong>es</strong>peciais de nº.1.017.520 / SC, 1.036.044 / MG, 1.016.678 /<br />
RS e 994.732 / SP cuidam de benefícios concedidos ant<strong>es</strong> da edição da Lei nº. 9.876/99, referindo-se, portanto, à aplicação<br />
do §5º. em consonância com a redação original do caput do art. 29 da Lei nº. 8.213 / 91. Sua hipót<strong>es</strong>e, portanto, não se<br />
assemelha ao caso em tela, uma vez que a aposentadoria por invalidez da parte autora foi concedida já sob a égide da Lei<br />
9.876 / 99.<br />
7. Recurso conhecido e não provido. Sem custas (art. 4º-I, Lei 9.289/96). Condenação do recorrente ao pagamento de<br />
honorários advocatícios fixados em 10 % (dez por cento) sobre o valor da condenação, art. 55 da Lei 9.099/95.<br />
A C Ó R D Ã O<br />
Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos Juizados<br />
Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO ao recurso do INSS, na forma da ementa<br />
constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />
29 - 2007.50.50.006729-8/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCIA RIBEIRO<br />
PAIVA.) x ANTONIO MIRANDA SIMOES (ADVOGADO: JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY.).<br />
EMENTA<br />
PREVIDENCIÁRIO. RMI. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. ART. 29, § 5º DA LEI Nº. 8.213/91. BENEFICIO COM DIB<br />
POSTERIOR A 29/11/99. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. SENTENÇA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS<br />
FUNDAMENTOS.<br />
1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que julgou procedente o pedido, condenando o<br />
recorrente a revisar a RMI de aposentadoria por invalidez concedida após a alteração determinada pela Lei 9876 / 99,<br />
considerando-se, como salário-de-con<strong>tr</strong>ibuição, o salário-de-benefício do auxílio-doença originário, nos termos do art. 29, §<br />
5º da Lei nº. 8.213/91.<br />
2. Sentença mantida por seus próprios fundamentos (Lei 9099 / 95 – art. 46). Com efeito, a aplicação do art. 29, § 5º da Lei<br />
8.213/91 na <strong>es</strong>pécie não afronta os princípios constitucionais aplicáveis à Previdência Social (seletividade, o caráter<br />
con<strong>tr</strong>ibutivo do RGPS e a pr<strong>es</strong>ervação do equilíbrio financeiro-atuarial), <strong>es</strong>pecialmente ao art. 201, caput e § 3º da CF/88,<br />
visto que o critério de cálculo utilizado <strong>es</strong>tá previsto na própria lei de benefícios. O acolhimento do pedido também não<br />
implica violação aos artigos 5º, XXXVI, 195, § 5º, e 201, § 1º, todos da Constituição <strong>Federal</strong>, pois não se <strong>tr</strong>ata de criar<br />
critério diferenciado para aposentadoria, mas tão-somente de aplicar a lei ao caso concreto. Ademais, sequer acarreta<br />
majoração indevida do benefício sem prévia fonte de custeio, porquanto apenas reflete a adequação do critério de apuração<br />
da RMI ao comando legal em vigor.<br />
3. A TNU, no julgamento de pedido de uniformização de interpretação de lei federal referente ao proc<strong>es</strong>so nº.<br />
2007.51.51.00.2296-4 (julgado em 21/11/2008), entendeu “não ter o decreto o poder de inovar no ordenamento jurídico, de<br />
forma que, produzindo tal efeito no artigo 36, § 7º, o Decreto n.º. 3.048/99 ex<strong>tr</strong>apolou, n<strong>es</strong>se ponto, sua função<br />
regulamentar. De fato, analisando detidamente os dispositivos pertinent<strong>es</strong>, percebe-se a existência de afronta ao princípio<br />
da hierarquia das leis”.<br />
4. As decisõ<strong>es</strong> proferidas pelo STJ no julgamento dos recursos <strong>es</strong>peciais de nº.1.017.520 / SC, 1.036.044 / MG, 1.016.678 /<br />
RS e 994.732 / SP cuidam de benefícios concedidos ant<strong>es</strong> da edição da Lei nº. 9.876/99, referindo-se, portanto, à aplicação<br />
do §5º. em consonância com a redação original do caput do art. 29 da Lei nº. 8.213 / 91. Sua hipót<strong>es</strong>e, portanto, não se<br />
assemelha ao caso em tela, uma vez que a aposentadoria por invalidez da parte autor foi concedida já sob a égide da Lei<br />
9.876 / 99.<br />
5. Recurso conhecido e não provido. Sem custas (art. 4º-I, Lei 9.289/96). Condenação do recorrente ao pagamento de<br />
honorários advocatícios fixados em dez por cento sobre o valor da condenação.<br />
A C Ó R D Ã O