boletim tr/es 2010.333 - Justiça Federal
boletim tr/es 2010.333 - Justiça Federal
boletim tr/es 2010.333 - Justiça Federal
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 61/62, que julgou improcedente o<br />
pedido de condenação do INSS em r<strong>es</strong>tabelecer o auxílio-doença à parte autora e ainda r<strong>es</strong>tituir os valor<strong>es</strong> recebidos em<br />
razão do beneficio cancelado. O recorrente alega, em sínt<strong>es</strong>e, que ap<strong>es</strong>ar de a data do início de sua doença ser anterior ao<br />
seu ingr<strong>es</strong>so ao RGPS, se incapacitou posteriormente, devido a um agravamento em seu quadro de saúde. Aduz, também,<br />
que os valor<strong>es</strong> recebidos foram de boa fé em razão da incapacidade para o <strong>tr</strong>abalho, não sendo cabível a devolução. Por<br />
tais motivos, requer a reforma da sentença.<br />
2. In casu, verifica-se que o autor fez seu primeiro recolhimento em 07/02/2008 (fl. 16). Conforme laudo médico (fl. 14) r<strong>es</strong>ta<br />
claro que a incapacidade já acompanhava o autor d<strong>es</strong>de setembro de 2007, momento anterior ao ingr<strong>es</strong>so na Previdência,<br />
incidindo a aplicação normativa do art. 59, § único, da Lei 8.213/91.<br />
3. No que tange à devolução dos proventos recebidos, en<strong>tr</strong>etanto, não se pode perder de vista que os valor<strong>es</strong> pagos ao<br />
autor têm caráter alimentar e foram recebidos de boa-fé. A jurisprudência reconhece a irrepetibilidade das pr<strong>es</strong>taçõ<strong>es</strong> de<br />
natureza alimentar. Ademais, o pagamento supostamente indevido – não cabe aqui examinar a legalidade do ato que<br />
determinou o pagamento dos valor<strong>es</strong> re<strong>tr</strong>oativos, mas tão-somente o ato que determinou o d<strong>es</strong>conto mensal do benefício<br />
do autor – decorreu, em t<strong>es</strong>e, de erro adminis<strong>tr</strong>ativo. Não houve fraude. O autor não pode ser prejudicado por suposto erro<br />
da Adminis<strong>tr</strong>ação.<br />
4. Ante o exposto, não há má-fé no recebimento de valor<strong>es</strong> que foram regularmente concedidos pelo INSS, <strong>es</strong>tando o<br />
recorrente devidamente contemplado pelo beneficio a que se submeteu.<br />
5. Recurso conhecido e parcialmente provido.<br />
6.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, ante a sucumbência recíproca.<br />
A C Ó R D Ã O<br />
Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />
Seção Judiciária do Espírito Santo em conhecer e, no mérito, DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso, na forma da<br />
ementa constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />
ASSINADO ELETRONICAMENTE<br />
Dr. Osair Victor de Oliveira Junior<br />
Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />
35 - 2009.50.50.003517-8/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) NEUZA LIMA RIBAS (ADVOGADO: ISAAC PAVEZI PUTON.) x<br />
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.).<br />
PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO<br />
1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator<br />
PROCESSO: 2009.50.50.003517-8/01<br />
E M E N T A<br />
PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – AUSÊNCIA DE PROVA MATERIAL CONTEMPORÂNEA –<br />
PERÍODO DE CARÊNCIA NÃO PREENCHIDO – DECLARAÇÕES DAS TESTEMUNHAS INSUFICIENTES – SENTENÇA<br />
MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.<br />
Trata-se de recurso inominado interposto pela autora em face da sentença de fls.61/64, que julgou improcedente o pedido<br />
de conc<strong>es</strong>são do benefício de aposentadoria rural por idade. Alega a recorrente, em sínt<strong>es</strong>e, que há documentos acostados<br />
aos autos que comprovam a sua qualidade de rurícola, acompanhada de robusta prova t<strong>es</strong>temunhal. Pugna, portanto, pela<br />
reforma da sentença.<br />
A aposentadoria do <strong>tr</strong>abalhador rural tem como requisitos a idade mínima de 60 (s<strong>es</strong>senta) anos para homens e 55<br />
(cinquenta e cinco) anos para mulher<strong>es</strong>; e o d<strong>es</strong>empenho de atividade rural em regime de economia familiar pelo número<br />
de m<strong>es</strong><strong>es</strong> <strong>es</strong>tabelecido pelo art. 142 da Lei 8.213/91.<br />
O requisito etário é o único ponto incon<strong>tr</strong>overso nos autos. A con<strong>tr</strong>ovérsia r<strong>es</strong>ide no início de prova material capaz de<br />
comprovar atividade rural durante o tempo de carência. Compulsando os autos, verifica-se que a prova documental é<br />
insuficiente para demons<strong>tr</strong>ar o exercício de atividade rural pelo período de 1992 a 2001, pois a autora somente foi laborar<br />
na roça depois do marido se aposentar como <strong>tr</strong>abalhador urbano. Ademais, a certidão de casamento da autora qualifica o<br />
marido como indus<strong>tr</strong>iário e a declaração do sindicato dos <strong>tr</strong>abalhador<strong>es</strong> rurais foi emitida em 2007, sendo extemporânea<br />
aos fatos que se pretende provar. No mais, acostou apenas declaraçõ<strong>es</strong>.<br />
Vale r<strong>es</strong>saltar que as declaraçõ<strong>es</strong> das t<strong>es</strong>temunhas informaram que a autora e o marido sempre moraram na zona urbana,<br />
passando a r<strong>es</strong>idir em zona rural apenas depois de o cônjuge da autora ser beneficiário de aposentadoria urbana. Alegaram<br />
também que a produção da autora era muito pequena, não demons<strong>tr</strong>ando que <strong>es</strong>sas atividad<strong>es</strong> garantiam a subsistência<br />
do núcleo familiar.<br />
Diante do que fora exposto e analisado, não merece qualquer reforma a sentença.<br />
Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.<br />
Custas ex lege. Sem condenação a honorários advocatícios, visto que a parte autora é beneficiária da assistência judiciária<br />
gratuita.<br />
A C Ó R D Ã O<br />
Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />
Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante nos autos, e que