Discursos da assembleia internacional de 2010 - Rotary International

Só por curiosidade, quantos de vocês aqui já participaram de uma campanha de Dia Nacional
de Imunização?
A missão de erradicação da pólio é o coração, a essência, o âmago do que é o Rotary. Como
repórter, adorei já ter contado a história de vocês. Contei como em 1985 vocês abraçaram uma
missão gigantesca e nobre: erradicar a pólio da face da Terra! Não tardou para que outros se
juntassem à sua causa, parceiros como a Organização Mundial da Saúde, o Unicef e o Centro
Norte-Americano para Controle e Prevenção de Doenças. Com sua dedicação, vocês conquistaram
a simpatia e o apoio de governos de vários países. Quando o dinheiro começou a faltar e o
pique diminuiu, eis que ganham um parceiro de peso: a Fundação Bill e Melinda Gates.
Pelo fato de a Fundação Gates estar em Seattle, já falei com muita gente de lá, inclusive com
o pai de Bill Gates e pessoas envolvidas com a erradicação da pólio. Todos elogiam a liderança
e dedicação do Rotary. A Fundação Gates poderia ter dado os US$355 milhões a outras entidades,
como a OMS ou Unicef, mas não! Ela escolheu dar para o Rotary, para vocês! Por quê?
Porque a Fundação Gates sabe muito bem que foram vocês quem tomaram a iniciativa e continuam
sendo o parceiro mais forte na batalha contra a doença. Eles estão impressionados com o
seu comprometimento em equiparar as doações deles.
No site da Fundação Gates achei a seguinte menção feita por Bill Gates: “O mundo não poderia
ter chegado onde está sem o Rotary, assim como não chegará onde precisa chegar sem o
Rotary”.
Vamos então fazer um apanhado geral bem rápido: Desde 1985 temos tido um progresso
impressionante. Naquela época, a pólio circulava em 125 países e o número de casos era de
350.000 por ano. Em 2010, o vírus está circulando em somente quatro países e os casos não
passam de 2.000 por ano. Que bela conquista. Isso merece uma salva de palmas!
Os países onde o vírus está presente são: Nigéria, Paquistão, Afeganistão e Índia. Os desafios
que eles enfrentam são peculiares a cada um.
Na Nigéria os desafios são imensos. Em 2003 o programa de imunização contra a pólio foi
suspenso no norte do país por conta de boatos de que a vacina estava contaminada. Como
resultado disso, o vírus nigeriano se alastrou para vários outros países que já tinham se livrado
da pólio. Representantes de organizações internacionais da saúde, e o próprio Bill Gates, se
encontraram com líderes nigerianos e o esforço agora é no sentido de aumentar e melhorar a
cobertura e vacinar o maior número possível de crianças. O que é triste é que muitas delas ainda
não estão sendo vacinadas por razões das mais diversas. O vírus tipo 1 e tipo 3 são ativos na
Nigéria. Novas rodadas de vacinação contra todos os tipos de vírus foram administradas no ano
passado na esperança de conter o último surto da doença. Líderes comunitários, religiosos e
políticos estão agora bastante envolvidos com o programa contra a pólio.
Paquistão: Falta de segurança, instabilidade política e infraestrutura precária são os maiores
problemas. Só recentemente as equipes de vacinação conseguiram chegar a áreas de difícil
acesso. Novos casos de pólio foram relatados em algumas áreas que anteriormente haviam se
livrado do vírus. De todas as coisas, o telefone celular está sendo de maior valia na imunização
da pólio. As equipes médicas estão mandando mensagem de texto para lugarejos distantes,
informando sobre os próximos DNIs!
Afeganistão: A guerra atrapalha as campanhas de imunização. O Afeganistão tem problemas
semelhantes aos do Paquistão, tais como infraestrutura precária. No entanto, os ataques aéreos,
homens bomba e assassinatos criaram grandes obstáculos para as equipes de vacinação que
tentam chegar aos vilarejos mais remotos. Até mesmo o Talibã tem interesse em proteger suas
crianças contra a pólio, assim, os Dias de Tranquilidade foram declarados para que os vacinadores
possam fazer seu trabalho sem correr riscos.
20 Assembleia Internacional de 2010