“Com ca<strong>da</strong> abraço <strong>de</strong> uma pessoa <strong>da</strong> família, ca<strong>da</strong> saí<strong>da</strong> com os amigos, ca<strong>da</strong> palavra <strong>de</strong> incentivo, fui mu<strong>da</strong>ndo, e comecei a acreditar que quando eu for embora <strong>de</strong>ste país, o impacto que causei ficará aqui para sempre. E com certeza levarei comigo uma pequena parte <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> pessoa que conheci e <strong>de</strong>ixarei para trás um pouco <strong>de</strong> mim.” Vamos agora conhecer Mike Williams, que morava num conjunto habitacional com seus avós quando o Intercâmbio <strong>de</strong> Jovens mudou sua vi<strong>da</strong>. Eis o que escreveu: “Acredite ou não, curto mais viver nesta fazen<strong>da</strong> na Itália do que na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Talvez sejam os cheiros, ou talvez esta seja simplesmente a melhor época <strong>de</strong> minha vi<strong>da</strong>”. “Minha alma está diferente, mas não sei exatamente porque. Me sinto diferente. Mas sei que um dia eu vou acor<strong>da</strong>r e será 14 <strong>de</strong> julho, e terei que voltar pra casa e dizer a<strong>de</strong>us a tudo isso — minha família, meus amigos, minha vi<strong>da</strong> nova. Não quero voltar pra casa. Sinto que aqui é minha casa.” E este é Jacob Dobbs, que estava hospe<strong>da</strong>do em Phuket, na Tailândia, na época que ocorreu o tsunami em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2004: “Até agora o número <strong>de</strong> mortos chegou a 70.000. Ontem passei o dia todo na prefeitura, on<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 30 representantes <strong>de</strong> embaixa<strong>da</strong>s <strong>de</strong> várias partes do mundo tentavam aju<strong>da</strong>r as vítimas a resolver problemas com passaporte e dinheiro, para <strong>de</strong>pois po<strong>de</strong>r enviá-las a Bangcoc. O lugar estava cheio <strong>de</strong> cartazes e fotos <strong>de</strong> pessoas perdi<strong>da</strong>s. O mais triste eram as fotos coloca<strong>da</strong>s pelo hospital mostrando pessoas tão <strong>de</strong>sfigura<strong>da</strong>s que era difícil reconhecê-las. Procurei aju<strong>da</strong>r os turistas a comunicar-se com as autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s locais <strong>de</strong> modo a conseguir processar a papela<strong>da</strong> necessária para voltarem a seus países”. Vejamos agora Matt Hagler, que cresceu na Flóri<strong>da</strong>. Ele foi fazer intercâmbio no norte <strong>da</strong> Sibéria. “Quando o jogo acabou, nós cinco fomos a uma lanchonete ali perto. O tempo todos as pessoas nos olhavam, afinal representávamos cinco países diferentes. Um estrangeiro no local já é algo estranho, mas cinco era <strong>de</strong>mais.” “Acabei me acostumando a comer carne crua <strong>de</strong> cavalo. Não era muito diferente <strong>de</strong> comer batata frita ou pipoca. Só não gostava muito quando via uma veia roxa saindo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um pe<strong>da</strong>ço <strong>de</strong> carne congela<strong>da</strong>.” Hannah Klein, que passou um ano no Japão, conta: “Tenho tido experiências incríveis aqui no Japão. Adoro ca<strong>da</strong> minuto, e durante estes meses, este país tão maravilhoso se tornou minha casa. É o único lugar on<strong>de</strong> consigo me imaginar vivendo. Sair com meus amigos, esquecer totalmente do inglês, bater papo embaixo <strong>da</strong>s cerejeiras, representar minha escola em competições <strong>de</strong> arco e flecha, ler Harry Potter e enten<strong>de</strong>r um pouco dos caracteres kanji. É tudo que sempre quis em minha vi<strong>da</strong>”. “Não tenho palavras suficientes para agra<strong>de</strong>cer o <strong>Rotary</strong> pelo que ele me <strong>de</strong>u. Obriga<strong>da</strong> <strong>Rotary</strong> por me fazer uma ci<strong>da</strong>dã do mundo. Você me <strong>de</strong>u confiança, conhecimentos e carinho que durarão por to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong>. Se tem uma coisa que quero ser é rotariana, para que eu possa aju<strong>da</strong>r outras pessoas a também ter este tipo <strong>de</strong> experiência <strong>de</strong> se sentir em casa em um país totalmente estranho.” Por fim, vamos completar nossa viagem voltando a Mike Williams. Ele escreveu: “Agora eu entendo qual é a <strong>de</strong>ste programa: compreensão. Um intercâmbio nunca termina, ele continua para sempre, porque a única garantia que temos na vi<strong>da</strong> é mu<strong>da</strong>nça, e para aceitarmos mu<strong>da</strong>nças precisamos <strong>de</strong> compreensão, e não há compreensão sem a<strong>da</strong>ptação. O <strong>Rotary</strong> dá a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vivenciar na prática como a compreensão aumenta através <strong>da</strong> a<strong>da</strong>ptação. Um ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro milagre. É assim que a paz mundial po<strong>de</strong> ser alcança<strong>da</strong>. Nós somos tão diferentes, mas tão parecidos, que acaba sendo possível mu<strong>da</strong>r o mundo, uma pessoa por vez. Quem vai ser o próximo?” 55
Senhoras e senhores, a resposta está em suas mãos. Com seu apoio e com a visão realista <strong>de</strong> promover a paz e a compreensão mundial, tenho o prazer <strong>de</strong> lhes comunicar que a empreita<strong>da</strong> Intercâmbio <strong>de</strong> Jovens do <strong>Rotary</strong> está em pleno funcionamento, e espero po<strong>de</strong>r contar com ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong> vocês como investidores <strong>de</strong>ste programa. 56 Assembleia Internacional <strong>de</strong> <strong>2010</strong>