AS AVES DO AMBIENTE COSTEIRO DO BRASIL ... - Viva Marajó
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arquipélago e as ilhas da Baía de Guanabara como dois sítios), São Paulo 10<br />
(sítios, incluindo um arquipélago), Paraná 3 (sítios) e Santa Catarina 5 (sítios).<br />
Para as espécies individuais, o número de ilhas ou arquipélagos onde cada<br />
uma nidifica é como segue: 1 para Puffinus lherminieri, Casmerodius albus,<br />
Haematopus palliatus e Sterna maxima, 2 para Nycticorax nycticorax, 8 para<br />
Larus dominicanus; 10 para Fregata magnificens e Sterna eurygnatha; 15 para<br />
Sula leucogaster e Sterna hirundinacea (Tabelas 7 e 9, Figs. 2, 5 a 12). Na<br />
listagem das ilhas costeiras do estado de São Paulo constam 149 ilhas, lajes e<br />
rochedos (Ângelo, 1989), mas não existe informação publicada sobre as aves<br />
que ali vivem. Tais listagens não existem para os outros quatro estados<br />
supracitados, mas é provável que também nestes casos, apenas uma pequena<br />
proporção do número total de ilhas tem sua avifauna citada na literatura. Por<br />
outro lado, o estudo faunístico das aves vem sendo desenvolvido no Brasil<br />
desde o século 16 (Oliveira Pinto, 1979), e já no ano de 1925, tinha sido<br />
registrado o total das 1680 espécies atualmente conhecidas no país<br />
(Teschauer, 1925; Sick, 1997). Conclui-se que importantes concentrações de<br />
aves em ilhas costeiras dificilmente tenham escapado à atenção dos<br />
ornitólogos, e que os 26 sítios supracitados constituem, senão a totalidade,<br />
então certamente a grande maioria dos ninhais insulares de aves marinhas na<br />
costa do Brasil.<br />
O Arquipélago de Itatiaia, na costa do estado de Espírito Santo, é o<br />
único sítio confirmado de nidificação de Puffinus lherminieri na metade sul do<br />
Oceano Atlântico. Sula leucogaster e Fregata magnificens alcançam nas ilhas<br />
costeiras do estado de Santa Catarina o limite sul da sua distribuição<br />
geográfica no Oceano Atlântico (Shuntov, 1972).<br />
Sterna hirundinacea, Sterna eurygnatha, Sterna maxima e Larus<br />
dominicanus nidificam em Uruguai e Argentina no período de primavera e<br />
verão austrais, ou seja, nos meses de setembro a janeiro (Escalante, 1968,<br />
1970a, 1970b, 1973a, 1973b, 1985). Pelo cronograma sazonal da abundância<br />
e das plumagens destas espécies na Região Subtropical do Brasil, onde elas<br />
não nidificam, conclui-se que nesta região as aves ocorrem como migrantes<br />
austrais (Vooren & Chiaradia, 1990). Por outro lado, nas ilhas costeiras da<br />
Região Tropical sul do Brasil, estas aves nidificam no outono e inverno austrais<br />
ou seja, nos meses de abril a agosto, e seu cronograma sazonal de plumagens<br />
corresponde com isto (Escalante, 1973a, 1973b; Maciel & Teixeira, 1984;<br />
Moure et al., 1985; Bege & Pauli, 1988; Escalante et al., 1988; Musso et al.,<br />
1997; Sick, 1997). As populações brasileiras destas espécies são, portanto,<br />
geneticamente isoladas das populações uruguaias e argentinas e são, por este<br />
motivo, elementos distintos e de especial interesse em termos de<br />
biodiversidade e conservação. Este é um dos motivos que justificam a<br />
preservação das ilhas costeiras da Região Tropical Sul do país. Fora da Região<br />
Tropical Sul existem poucas ilhas costeiras. Eudocimus ruber, Casmerodius<br />
albus, Egretta thula, Nycticorax nycticorax e Nyctanassa violacea nidificam na<br />
Ilha Canelas, na costa do Estado do Pará (Roma, 1996).<br />
Nidificação na costa continental e no interior<br />
Trinta e três espécies nidificam na costa continental (RCC) e/ou no interior<br />
(RIN) (Tabela 7). A nidificação esporádica de cinco destas espécies em ilhas<br />
costeiras, citada na Tabela 7, não é considerada na presente análise. Treze<br />
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