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AS AVES DO AMBIENTE COSTEIRO DO BRASIL ... - Viva Marajó

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Albatrozes e petréis do sul: os migrantes de inverno<br />

A contribuição das Procellariiformes austrais à biodiversidade das águas<br />

costeiras e oceânicas diminui de sul para norte: das 18 espécies que nidificam<br />

no Atlântico Sul, apenas 4 alcançam a Região Equatorial, 2 destas<br />

esporadicamente (Tabelas 5 e 12). Do total das 19 Procellariiformes austrais<br />

com status MS, que inclui Diomedea epomophora que nidifica no Oceano<br />

Pacífico, 9 espécies ocorrem no Brasil principalmente ou exclusivamente<br />

durante o inverno nas águas da plataforma continental: Diomedea melanophris,<br />

Procellaria aequinoctialis, Pachyptila desolata, Pachyptila belcheri,<br />

Macronectes giganteus, Macronectes halli, Fulmarus glacialoides e Daption<br />

capense. Todas estas espécies nidificam em, no mínimo, uma das três regiões<br />

mais austrais ou seja, SPM, PA e/ou GSO (Tabela 12). Para estas aves, a<br />

plataforma continental brasileira entre Cabo Frio e Chuí tem a função de área<br />

de invernagem (Tabela 5). A população mundial de D. melanophris está<br />

atualmente em torno de 3 000 000 indivíduos, e 682 000 casais nidificam<br />

anualmente. Da população mundial desta espécie, 80% nidifica nas Ilhas<br />

Malvinas, e 14% nidifica no Arquipélago de Geórgia do Sul. Fora do período<br />

reprodutivo, as aves de Geórgia do Sul ocorrem ao largo da África do Sul,<br />

enquanto as aves das Malvinas invernam na plataforma continental da América<br />

do Sul desde o sul da Argentina até as águas sul-brasileiras, onde a espécie é<br />

o albatroz mais abundante durante o inverno (Vooren & Fernandes, 1989;<br />

Gales, 1998; Prince et al., 1998).<br />

Fregetta tropica e Fregetta grallaria nidificam no verão, nas regiões PA,<br />

GSO e TCG, e invernam nas latitudes tropicais do hemisfério sul (Harrison,<br />

1989). No Brasil, estas duas espécies foram registradas entre Rio de Janeiro e<br />

os Penedos de São Pedro e São Paulo (Sick, 1997; Brusque, com. pess.), mas<br />

os dados são escassos e não permitem a descrição da distribuição espacial e<br />

temporal destas aves. Oceanites oceanicus e Puffinus griseus nidificam no sul<br />

do Oceano Atlântico e, segundo Harrison (1989), invernam no hemisfério norte.<br />

As águas brasileiras fazem parte da rota migratória e/ou da área de<br />

invernagem destas espécies (Tabela 5). Diomedea epomophora nidifica na<br />

região da Nova Zelândia e realiza migração circumpolar cuja rota inclui a costa<br />

atlântica da América do Sul até a latitude de 23º S na costa do Brasil (Harrison,<br />

1989). Há vários registros da espécie durante o inverno nas costas dos estados<br />

de São Paulo até Rio Grande do Sul (Vooren & Fernandes, 1989; Sick, 1997).<br />

Um exemplar foi capturado pelo espinhel de atum em agosto de 1999 no Rio<br />

Grande do Sul (Vooren, não publicado). No mar, a espécie é difícil de distinguir<br />

de Diomedea exulans. Diomedea epomophora é provavelmente mais comum<br />

na costa sudeste e sul do Brasil do que parece ser pelos poucos registros de<br />

ocorrência, e Harrison (1989) afirma que esta espécie "é possivelmente a mais<br />

comum dos albatrozes com o dorso branco" nas costas da América do Sul. Por<br />

este motivo, a espécie é classificada como migrante do sul com ocorrência<br />

habitual no Brasil<br />

Albatrozes e petréis do sul: a fauna de Tristão da Cunha e Gough<br />

Quatro espécies nidificam em Tristão da Cunha e Gough durante o verão e<br />

ocorrem durante este período em grandes números no sul do Brasil, Diomedea<br />

chlororhynchos e Puffinus gravis na plataforma continental, e Pterodroma<br />

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