AS AVES DO AMBIENTE COSTEIRO DO BRASIL ... - Viva Marajó
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infauna da zona litoral. Aves que comem restos animais na praia, ou que<br />
praticam cleptoparasitismo sobre outras aves do ambiente costeiro são<br />
também incluídas. No Brasil não existem aves da Ordem Passeriformes que<br />
vivam exclusivamente desta maneira. Aves desta Ordem não ocorrem<br />
habitualmente em praias (por exemplo, Chiaradia & Vooren, 1990), mas<br />
algumas espécies foram avistadas em manguezais. No canal de Santa Cruz,<br />
uma paisagem estuarina com praia e manguezal na costa do estado de<br />
Pernambuco, Azevedo Júnior (1993) registrou nos anos de 1987 a 1989 o total<br />
de 47 espécies de aves, entre estas, seis Passeriformes. Conirostrum bicolor,<br />
da Subfamília Thraupinae, ocorreu no mangue, que é seu habitat usual (Sick,<br />
1997). A ocorrência das outras cinco espécies tais como, andorinhas que<br />
sobrevoam a praia e manguezal, é interpretada como um transbordar para fora<br />
dos seus habitats interioranos, adjacentes ao manguezal. Para evitar a<br />
dificuldade de decidir sobre a inclusão, ou não, de espécies com este tipo de<br />
ocorrência no ambiente costeiro, as aves Passeriformes não foram incluídas na<br />
presente revisão.<br />
Os nomes comuns das aves são segundo Sick (1997). A nomenclatura<br />
científica das aves é segundo Sick (1997) e, para as espécies que alí não<br />
constam, segundo Harrison (1989) e Hayman et al. (1986), mas Phalacrocorax<br />
olivaceus e as espécies do gênero Catharacta são citadas segundo Harrison<br />
(1983), e Procellaria conspicillata segundo Ryan (1998). As entradas na lista<br />
das espécies de aves registradas no ambiente marinho e costeiro do Brasil<br />
(Tabelas 1 e 5) incluem taxa a nível de sub-espécie. De várias espécies que<br />
ocorrem no país, duas sub-espécies foram registradas. Isto é o caso com<br />
Calonectris diomedea (sub-espécies borealis e edwardsii), Numenius phaeopus<br />
(sub-espécies phaeopus e hudsonicus), e Himantopus himantopus (subespécies<br />
mexicanus e melanurus). Estas sub-espécies são listadas<br />
separadamente na Tabela 1. Para o gênero Catharacta, Sick (1997) reúne<br />
todas as populações dos hemisférios norte e sul na única espécie skua.<br />
Harrison (1989) reserva este nome para as populações boreais, e reconhece<br />
três espécies austrais: chilensis, maccormicki e antarctica. A identificação em<br />
campo destas três espécies é difícil e muitas ocorrências no Brasil das formas<br />
austrais de Catharacta são registradas na literatura como skua. Registros de<br />
Catharacta skua durante o inverno austral são interpretados como ocorrências<br />
das formas austrais. Tais registros constam nas Tabelas 1 e 5 como<br />
Catharacta sp., como referência à provável ocorrência de maccormicki e/ou<br />
antarctica. A ocorrência de Catharacta chilensis no Brasil é documentada por<br />
um exemplar coletado (Vooren, não publicado). O número total de 148<br />
"espécies" de aves no ambiente costeiro do Brasil, citado nas tabelas e no<br />
presente texto, deve ser interpretado de acordo com as considerações<br />
supracitadas. Este número inclui seis sub-espécies de três espécies, e caso a<br />
ocorrência habitual tanto de Catharacta maccormicki como de Catharacta<br />
antarctica for comprovada, o número total de "espécies" aumentará para 149, e<br />
o número de "espécies" com ocorrência habitual, de 111 para 112. A<br />
ocorrência de Anous tenuirostris nas Ilhas Martin Vaz (Luigi & Nacinovic, 1997)<br />
é aqui tratada como registro de Anous minutus, que é citada por Harrison<br />
(1989) como uma espécie distinta, embora minutus é considerado por alguns<br />
como sub-espécie de tenuirostris que segundo Harrison (1989) é restrita ao<br />
Oceano Índico. Oliveira Pinto (1964) e Harrison (1989) citam a sub-espécie<br />
Sterna albifrons antillarum, mas Sick (1997) cita este taxon como a espécie<br />
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