AS AVES DO AMBIENTE COSTEIRO DO BRASIL ... - Viva Marajó
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espécies nidificam somente na costa e 9 espécies nidificam tanto na costa<br />
como no interior. Do total das 22 espécies da costa, 14 têm o manguezal como<br />
habitat, e 7 nidificam nas praias oceânicas e estuarinas. Sobre a nidificação de<br />
Larus cirrocephalus existe somente evidência circunstancial, e o habitat de<br />
nidificação da espécie é desconhecido (Sick, 1997). Sete espécies ocorrem<br />
exclusivamente na costa de mangue: Nyctanassa violacea, Egretta caerulea,<br />
Eudocimus ruber, Phoenicopterus ruber, Buteogallus aequinoctialis, Aramides<br />
mangle e Ralllus longirostris. Seis espécies nidificam na praia: os quatro<br />
Charadrii Haematopus palliatus, Charadrius falklandicus, Charadrius colaris e<br />
Charadrius wilsonia, e as duas Sternidae Gelochelidon nilotica e Phaetusa<br />
simplex. Vinte espécies nidificam no interior, e 9 destas o fazem também na<br />
costa, a maioria destas (sete espécies) na costa de mangue.<br />
No Rio Grande do Sul, 7 espécies nidificam no interior e vivem nas<br />
praias costeiras durante seu período não-reprodutivo. Himantopus himantopus<br />
melanurus e Larus maculipennis nidificam em pântanos, e Sterna trudeaui,<br />
Sterna superciliaris e Rhynchops nigra intercedens nidificam em praias<br />
ribeirinhas e lacustres (Vooren & Chiaradia, 1990; Belton, 1994). Estas cinco<br />
espécies são migrantes de curta distância com variação sazonal da sua<br />
abundância na costa no sentido de valores máximos no outono e inverno, e<br />
valores mínimos na primavera, quando reproduzem no interior. Larus<br />
maculipennis, Sterna trudeaui e Sterna superciliaris associam-se na praia com<br />
os bandos dos migrantes austrais Larus dominicanus, Sterna eurygnatha,<br />
Sterna maxima e Sterna hirundinacea, repartindo com estas aves os recursos<br />
de alimento e de espaço durante o outono e inverno. Gelochelidon nilotica<br />
ocorre na costa em pequenos números de novembro à março (Belton, 1994).<br />
Em Uruguai, esta ave nidifica nas dunas frontais da costa marítima (Escalante,<br />
1970) e infere-se que isto acontece também no sul do Brasil, embora não há<br />
registros disto. No estado do Pará, esta espécie nidifica em praias estuarinas<br />
do Rio Amazonas (Sick, 1997). Phaetusa simplex nidifica em praias lacustres<br />
desde Amazônia até Rio Grande do Sul, onde nidificação foi também registrada<br />
no ambiente costeiro da Lagoa do Peixe (Lara Resende & Leeuwenberg,<br />
1987). No Rio Grande do Sul, Rhynchops nigra intercedens pousa em bandos<br />
em praias marítimas e estuarinas durante os meses de dezembro a setembro.<br />
Sítios fixos de pouso com constante presença de bandos da ordem de<br />
centenas de aves, foram localizados na Lagoa do Peixe e na desembocadura<br />
da Lagoa dos Patos (Vooren & Chiaradia, 1990; Belton, 1994; Vooren, 1997;<br />
Naves, 1999). Esta espécie nidifica em praias ribeirinhas e ilhas fluviais do<br />
interior desde Amazônia até Rio Grande do Sul (Sick, 1997; Naves, 1999).<br />
Himantopus himantopus melanurus ocorre no sul do país, onde nidifica em<br />
pântanos (Oliveira Pinto, 1964, 1978; Belton, 1994). A nidificação desta ave em<br />
costas de mangue citada por Sick (1997), possivelmente refere-se a<br />
Himantopus himantopus mexicanus, que segundo Oliveira Pinto (1964, 1978)<br />
ocorre nas Regiões Equatorial e Tropical Sul do Brasil.<br />
Para a maioria das espécies de aves costeiras que nidificam na costa<br />
continental e no interior do Brasil, a informação publicada sobre os locais de<br />
nidificação carece de detalhe e consiste de registros a nível de tipo de habitat e<br />
grandes áreas geográficas. Somente quatro espécies do total de 20 da<br />
categoria RCC tem distribuição geográfica restrita e bem definida, citada por<br />
Sick (1997). Charadrius falklandicus nidifica somente na Lagoa do Peixe.<br />
Eudocimus ruber é distribuído sobre a costa de mangue dos estados do<br />
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