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AS AVES DO AMBIENTE COSTEIRO DO BRASIL ... - Viva Marajó

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das espécies cuja distribuição abrange toda a costa do país são Charadriidae e<br />

Scolopacidae, migrantes sazonais da América do Norte. A maioria das<br />

Procellariiformes austrais têm no Cabo Frio o limite norte da sua distribuição<br />

habitual. O Cabo de Santa Marta Grande é o limite sul da distribuição dos<br />

gêneros Sula e Fregata. Sterna fuscata, Gygis alba e as duas espécies de<br />

Anous tem seu limite sul nas Ilhas da Trindade e Martin Vaz. A vegetação do<br />

manguezal e as aves da categoria "outros" que ali nidificam (principalmente<br />

Ciconiiformes e Gruiformes) têm seu limite sul na Ilha de Santa Catarina. Vinte<br />

e três espécies de Charadriidae e Scolopacidae ocorrem como migrantes<br />

sazonais na Região Tropical Sul e ao mesmo tempo em uma das outras duas<br />

regiões, ou em ambas. Onze espécies de Lari e Charadrii são migrantes<br />

austrais que distribuem-se sobre as Regiões Subtropical e Tropical Sul. Tudo<br />

isto explica a elevada biodiversidade da Região Tropical Sul. Nesta região,<br />

sobrepõem-se as distribuições geográficas de espécies de diferentes grupos<br />

faunísticos, desde tropicais até árticas e antárticas. A grande maioria das<br />

espécies de aves costeiras e marinhas do Brasil têm distribuição ampla na<br />

costa do país. Ao mesmo tempo, para 16 espécies de aves marinhas que<br />

nidificam no país, esta ampla distribuição é sustentada por poucos sítios de<br />

nidificação. Oito das 9 espécies de Pelecaniformes, e 8 das 15 espécies de Lari<br />

que nidificam no país, o fazem somente nas ilhas costeiras e oceânicas das<br />

Regiões Tropical Sul e Equatorial.<br />

Áreas secundárias de invernagem para as aves costeiras neárticas<br />

Embora as aves costeiras neárticas utilizem áreas delimitadas, com extensão<br />

da ordem de poucas centenas de quilômetros, para invernagem e<br />

condicionamento, a maioria das espécies ocorrem também com menor<br />

densidade fora destas áreas ao longo da costa do Brasil. Por exemplo, Calidris<br />

canutus e Arenaria interpres ocorrem desde o extremo sul do país até a Região<br />

Equatorial, inclusive nas ilhas oceânicas equatoriais (Tabelas 5 e 17). A Coroa<br />

do Avião, uma paisagem costeira de manguezal, praia e bancos de areia na<br />

costa do estado de Pernambuco, não é importante área de invernada nem de<br />

condicionamento, mesmo assim 13 espécies de Charadriidae e Scolopacidae<br />

neárticas ocorrem habitualmente em pequenos números e são importantes<br />

componentes da biodiversidade do local (Azevedo Júnior, 1993). A<br />

conservação de "áreas secundárias" como esta, não é crítica em curto prazo,<br />

do ponto de vista das aves a nível de grupo, mas tem elevado valor em termos<br />

humanos e culturais. Em tais áreas, cientistas estudam aspectos fundamentais<br />

(por exemplo, Azevedo Júnior, 1992a, 1993), enquanto a presença e as<br />

migrações sazonais das aves são vivenciadas pelas pessoas comuns, e são<br />

recursos para a educação ambiental sobre interrelações ecológicas a nível do<br />

planeta terra como um todo. Do ponto de vista das aves, tais áreas são úteis<br />

como opções alternativas para as funções das "áreas primárias" onde<br />

atualmente a maioria dos indivíduos concentram-se para invernagem e<br />

condicionamento. A distribuição de uma espécie sobre uma variedade de locais<br />

dentro de uma grande área geográfica resulta em flexibilidade ecológica e<br />

promove a sobrevivência da espécie. As "áreas secundárias" são refúgios onde<br />

vivem indivíduos que elaboram novas estratégias migratórias e onde a espécie<br />

sobrevive quando o habitat torna-se desfavorável em outras partes da sua área<br />

de distribuição geográfica. Para a sobrevivência das espécies em longo prazo,<br />

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