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AS AVES DO AMBIENTE COSTEIRO DO BRASIL ... - Viva Marajó

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interior do Rio Grande do Sul (Belton, 1994) e não é considerada como ave do<br />

ambiente costeiro. Charadrius falklandicus nidifica nas Ilhas Malvinas e na<br />

costa sul da Patagônia. A população das Malvinas é sedentária, mas aves da<br />

Patagônia invernam nas costas do Uruguai e do sul do Brasil (Hayman et al.,<br />

1986). No Rio Grande do Sul a espécie ocorre na praia oceânica de março a<br />

agosto. As aves são solitárias e distribuem-se como indivíduos separados ao<br />

longo da margem superior da zona de varrido em baixa densidade, com média<br />

de uma ave por 1,7 km de praia e máximo de sete aves por km. As aves<br />

realizam em agosto a muda pré-nupcial na área (Vooren & Chiaradia, 1990).<br />

Zonibyx modestus nidifica no interior do sul da Patagônia, ocorre na costa do<br />

Rio Grande do Sul de março a agosto, nas margens de lagunas costeiras e em<br />

pântanos salgados, e faz a muda pré-nupcial em julho. As aves desta espécie<br />

são também solitárias e ocorrem em pequenos números, mas não existem<br />

cifras a respeito (Vooren & Chiaradia, 1990; Belton, 1994). As baixas<br />

densidades populacionais de Charadrius falklandicus e Zonibyx modestus nas<br />

suas regiões de invernada são indício de que as populações mundiais destas<br />

espécies são pequenas, da ordem de poucos milhares de indivíduos. As aves<br />

não se concentram em locais distintos de invernada e de condicionamento, e<br />

ocorrem esparsamente distribuídas sobre toda sua região de invernada. Este<br />

padrão de distribuição espacial é interpretado como indício de baixa densidade<br />

de alimento durante o inverno na costa como um todo. Para a conservação<br />

destas duas espécies, trechos da costa do Rio Grande do Sul com extensão da<br />

ordem de centenas de quilômetros devem ser preservadas.<br />

Os migrantes costeiros: os Lari do norte<br />

Sete espécies da subordem Lari ocorrem como migrantes sazonais<br />

provenientes do hemisfério norte. Stercorarius parasiticus, S. longicaudus e S.<br />

pomarinus nidificam na tundra do Ártico com distribuição circumpolar, e<br />

invernam no hemisfério sul, onde vivem nas praias ou como aves pelágicas em<br />

águas costeiras. As três espécies tem sido registradas ao longo da costa do<br />

Brasil, e os registros incluem indivíduos de S. parasiticus anilhados como<br />

ninhegos na Europa. A região de invernada estende-se até o sul da Argentina<br />

(Cooke & Mills, 1972). No Brasil, S. pomarinus foi avistado na costa do Pará<br />

(Sick, 1997) e no mar ao largo do Rio Grande do Sul (Vooren, registros<br />

fotográficos em dezembro de 1995, não publicados). Stercorarius parasiticus<br />

ocorre habitualmente na Baía de Guanabara e, junto com S. longicaudus, na<br />

costa do Rio Grande do Sul (Sick, 1997; Vooren & Chiaradia, 1989, 1990).<br />

Nesta última região as aves vivem no mar, mas indivíduos solitários<br />

permanecem ocasionalmente na praia, praticando o cleptoparasitismo sobre<br />

bandos de trinta-réis ali pousados. Sterna hirundo nidifica em regiões<br />

temperadas do hemisfério norte. A sub-espécie S. hirundo hirundo nidifica na<br />

América do Norte, na Europa e no Oriente Médio. A população norte-americana<br />

faz invernagem na costa da América do Sul até Peru e a Província de Buenos<br />

Aires (Lara Resende & Leeuwenberg, 1987; Harrison, 1989). No Brasil,<br />

grandes números ocorrem na Região Sul, onde as aves pousam na praia<br />

oceânica e em praias nas desembocaduras de lagunas costeiras. As aves<br />

vivem em bandos, pescam no mar, e pousam na praia, onde elas cuidam da<br />

plumagem, descansam, e dormem durante a noite. Para estas funções vitais,<br />

as aves precisam de sítios em lugares fixos e conhecidos, para onde elas<br />

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