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caracterização de sistemas de produção - Ciencialivre.pro.br

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e da realida<strong>de</strong> particular da agricultura no país, mas sim, com base na imitação <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

experiências em outros contextos socioambientais.<<strong>br</strong> />

Como conseqüência disso, a mo<strong>de</strong>rnização da agricultura veiculada pela<<strong>br</strong> />

Revolução Ver<strong>de</strong>, resultou em uma série <strong>de</strong> impactos negativos percebidos em âmbito<<strong>br</strong> />

social, ambiental e econômico (BALSAN, 2006; MOREIRA, 2000; TEIXEIRA, 2005).<<strong>br</strong> />

Dentre os principais resultados ambientais <strong>pro</strong>vocados pelo padrão <strong>pro</strong>dutivo<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>sta agricultura mo<strong>de</strong>rna po<strong>de</strong>m ser percebidos a <strong>de</strong>struição das florestas e redução<<strong>br</strong> />

da diversida<strong>de</strong> genética, a erosão dos solos e a contaminação dos recursos naturais e<<strong>br</strong> />

dos alimentos (BALSAN, 2006).<<strong>br</strong> />

É importante lem<strong>br</strong>ar que os sucessivos ciclos econômicos da <strong><strong>pro</strong>dução</strong><<strong>br</strong> />

agrícola e pecuária, baseados na lógica <strong>pro</strong>dutivista, foram os principais responsáveis<<strong>br</strong> />

pela supressão <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> parte das florestas nativas no Brasil (SANTOS et al., 2008).<<strong>br</strong> />

Como conseqüência, esse mo<strong>de</strong>lo colocou em risco não apenas a biodiversida<strong>de</strong>, mas<<strong>br</strong> />

também a permanência dos povos da floresta e a manutenção <strong>de</strong> práticas florestais<<strong>br</strong> />

tradicionais, gerando uma ruptura <strong>de</strong> valores culturais <strong>de</strong> muitas populações.<<strong>br</strong> />

Em sua crítica à revolução ver<strong>de</strong>, Moreira (2000) <strong>de</strong>stacou que os três<<strong>br</strong> />

aspectos mencionados anteriormente, ambiental, social e econômico, estão<<strong>br</strong> />

associados às técnicas ambientais <strong>de</strong>sarmônicas adotadas nesse padrão, à ausência<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> equida<strong>de</strong> e justiça social, e aos elevados custos dos pacotes tecnológicos. Tais<<strong>br</strong> />

pontos explicitados pelo autor parecem claros para <strong>de</strong>terminar que o enfoque<<strong>br</strong> />

convencional <strong>de</strong> <strong><strong>pro</strong>dução</strong> rural, gerado pela mo<strong>de</strong>rnização da agricultura, está longe<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r aos anseios objetivados pelo <strong>de</strong>senvolvimento sustentável.<<strong>br</strong> />

Nesse sentido, muitos autores consi<strong>de</strong>raram que o atual mo<strong>de</strong>lo inspirado na<<strong>br</strong> />

revolução ver<strong>de</strong> está em fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>clínio, apesar <strong>de</strong> não se saber precisar quanto<<strong>br</strong> />

tempo po<strong>de</strong>rá tardar sua substituição por um novo mo<strong>de</strong>lo que esteja realmente <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

acordo com os princípios da sustentabilida<strong>de</strong> (COSTABEBER, 2007).<<strong>br</strong> />

A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> encontrar vias alternativas para a consolidação <strong>de</strong> um<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>senvolvimento rural verda<strong>de</strong>iramente sustentável <strong>de</strong>ixa claro que o caminho viável<<strong>br</strong> />

para nortear os avanços tecnológicos e científicos <strong>de</strong>ve estar embasado na visão<<strong>br</strong> />

sistêmica, e alicerçado por princípios fundamentais da ecologia.<<strong>br</strong> />

Segundo Gliessman (2003), quando os conceitos ecológicos <strong>de</strong> ecos<strong>sistemas</strong><<strong>br</strong> />

são estendidos à ativida<strong>de</strong> rural, e os <strong>sistemas</strong> agrícolas são consi<strong>de</strong>rados como<<strong>br</strong> />

agroecos<strong>sistemas</strong> 5 , tem-se uma base para pensar além dos enfoques tradicionais da<<strong>br</strong> />

5 Para Gliessman o conceito <strong>de</strong> agroecos<strong>sistemas</strong> baseia-se em princípios ecológicos e na compreensão<<strong>br</strong> />

dos ecos<strong>sistemas</strong> naturais. Um agroecossistema po<strong>de</strong> ser dito sustentável “quando os componentes tanto<<strong>br</strong> />

da base social como da base ecológica combinam-se em um sistema cuja estrutura e função reflete a<<strong>br</strong> />

interação do conhecimento e das preferências humanas com os componentes ecológicos do<<strong>br</strong> />

agroecossistema” (ver Gliessman, 2005)<<strong>br</strong> />

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