2.2 Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar - Observatório ...
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que mais chama a atenção nos resultados <strong>de</strong>sta pesquisa, é a posição marginal que estas<br />
<strong>de</strong>legacias especializadas ainda ocupam nas políticas <strong>de</strong> segurança pública dos estados,<br />
pois muitos dos problemas que são verificados <strong>de</strong>correm da posição que estas <strong>de</strong>legacias<br />
ocupam no organograma institucional, gozando ainda <strong>de</strong> <strong>de</strong>sprestígio entre os próprios<br />
policiais que, consi<strong>de</strong>ram a <strong>de</strong>signação para trabalhar no local como uma punição.<br />
É justamente no quadro <strong>de</strong> profissionais que atuam nestas <strong>de</strong>legacias que a<br />
situação parece mais complicada. O que os dados mostram é que, para a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong><br />
indicadores, não se trata apenas <strong>de</strong> mensurar o número <strong>de</strong> profissionais e verificar se sua<br />
proporção é a<strong>de</strong>quada à média <strong>de</strong> registros efetuados. Na pesquisa, foi possível perceber<br />
que não existe nenhum controle institucional a respeito da qualificação dos profissionais<br />
(policiais e não policiais) que trabalham nestas unida<strong>de</strong>s especializadas, o que significa que<br />
não é possível obter informações sobre sua escolarização e muito menos saber se<br />
participaram <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> capacitação, quando realizaram e em quais temáticas. Se não<br />
existe informação disponível sobre esse perfil, é possível supor que ele também não<br />
interessa para a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> quem vai trabalhar nessas <strong>de</strong>legacias especializadas e, muito<br />
menos que existe um programa <strong>de</strong> incentivo para que cursos sejam realizados e o<br />
conhecimento adquirido seja revertido para a qualificação do atendimento.<br />
Esta informação torna-se mais importante se for consi<strong>de</strong>rado que a especialização<br />
<strong>de</strong> recursos humanos sempre foi <strong>de</strong>fendida como uma das características que<br />
fundamentam o diferencial do atendimento oferecido pelas Delegacias da Mulher. Esta é<br />
também uma <strong>de</strong>manda constante entre <strong>de</strong>legadas <strong>de</strong> polícia, profissionais dos serviços <strong>de</strong><br />
atendimento para mulheres em situação <strong>de</strong> violência, gestores e formuladores <strong>de</strong> políticas<br />
públicas. E não se po<strong>de</strong> dizer que não houve investimentos para que esta formação se<br />
tornasse acessível aos profissionais. De acordo com o relatório <strong>de</strong> monitoramento do II<br />
Plano Nacional <strong>de</strong> Políticas para Mulheres 22 , em 2009 foram firmados convênios que<br />
permitiram a capacitação <strong>de</strong> 14.665 profissionais das re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> serviços especializados no<br />
atendimento <strong>de</strong> mulheres em situação <strong>de</strong> violência, pertencentes às áreas <strong>de</strong> segurança<br />
pública, justiça, saú<strong>de</strong> e assistência social. Ao todo, foram investidos R$ 12.663.230,12 (d0ze<br />
milhões, seiscentos e sessenta e três mil, duzentos e trinta reais e doze centavos). O<br />
relatório não permite <strong>de</strong>sagregar os resultados <strong>de</strong> investimentos por tipo <strong>de</strong> profissional<br />
capacitado, <strong>de</strong> forma que não é possível saber o quanto abrange das carreiras policiais e<br />
quantos atuam nas DEAMS. De qualquer maneira, sabe-se que há uma permanente<br />
<strong>de</strong>manda por estes cursos para policiais, que a oferta <strong>de</strong>stes cursos manteve-se freqüente<br />
no <strong>de</strong>correr dos últimos anos, que a participação <strong>de</strong>stes agentes é pequena em face do<br />
contingente policial que atua nas DEAMS e <strong>de</strong> sua rotativida<strong>de</strong> e, que o retorno do<br />
aprendizado para o atendimento ainda precisa ser medido e avaliado <strong>de</strong> forma<br />
aprofundada.<br />
Consi<strong>de</strong>rações sobre os <strong>Juizados</strong><br />
22 <strong>Os</strong> resultados apresentados referem-se ao Capítulo 4 – Enfrentamento <strong>de</strong> Todas as Formas <strong>de</strong><br />
<strong>Violência</strong> contra as Mulheres do PNPM, eixo 4.1. Ampliar e aperfeiçoar a Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Atendimento às<br />
mulheres em situação <strong>de</strong> violência, ação 4.1.7 que se refere à educação continuada para profissionais<br />
da Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Atendimento Especializada para mulheres em situação <strong>de</strong> violência. Relatório disponível<br />
em http://www.sigspm.spmulheres.gov.br/relatorios.php<br />
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