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Relatório Azul 1995 - Marcos Rolim

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<strong>Relatório</strong> <strong>Azul</strong> <strong>1995</strong> Página 38<br />

Em Alvorada, por volta das 20h de 05 de agosto, uma mulher de 32 anos foi estuprada<br />

próximo à parada de ônibus em que estava (Correio do Povo, 07/08/95).<br />

Em 30 de setembro, moradores da zona Sul de Porto Alegre, perto do Morro do Osso,<br />

realizaram uma passeata exigindo segurança na região. Desde dezembro de 1993, sete<br />

mulheres foram atacadas por um estuprador. O homem atacava armado de revólver e atingiu<br />

duas das vítimas. Uma delas levou um tiro no olho e a outra, uma coronhada na cabeça. As<br />

vítimas se reuniram e fizeram um retrato do estuprador (Zero Hora, 02/10/95, p.62).<br />

Políticas de proteção às vítimas<br />

A Casa de Apoio Viva Maria para vítimas da violência doméstica, da Prefeitura Municipal de<br />

Porto Alegre, atendeu 172 famílias em 1994. Desde a fundação, em 1992, realizou mais de 600<br />

atendimentos (dados de março de <strong>1995</strong>).<br />

Em Bagé, a vereadora Nara La-Bella (PT) apresentou emenda ao orçamento para a<br />

construção de uma casa para mulheres vítimas da violência. Também é pleiteada uma delegacia<br />

especializada, como forma de conter a violência contra a mulher.<br />

A comunidade de Vacaria reivindicou, através de abaixo-assinado remetido à CCDH e<br />

enviado ao governo do Estado, o estabelecimento de uma delegacia especializada nos direitos<br />

da mulher.<br />

A morte não causa mais espanto<br />

Os dados da violência contra a mulher revelam a dimensão do problema que vivemos. No<br />

entanto, a frieza das estatísticas retiram a dramaticidade do problema. Por isso, selecionamos<br />

alguns casos de mortes que ocuparam as páginas da imprensa gaúcha buscando recuperar a<br />

dignidade daquelas que foram vítimas fatais do ciúme, do sentimento de posse e da traição de<br />

seus próprios (des) amores.<br />

"Em Bagé, M.M.B, 40 anos, estava separada do marido há dois anos. Já havia registrado na<br />

Delegacia de Polícia as freqüentes ameaças que vinha recebendo do ex-marido. Em 22 de<br />

janeiro, na presença de duas testemunhas, foi executada com dois tiros na cabeça, em sua<br />

casa. O acusado é o taxista G.B, 45 anos, ex-marido de M.M.B. Em depoimento, o acusado<br />

defende-se afirmando que matou porque foi agredido" (Zero Hora, 24/01/95, p.62 - Correio Povo, 26/01, p.14).<br />

M.M.F., 26 anos, foi morta na madrugada de 05 de março em sua casa, Rua das Adálias,<br />

em Viamão (RS). A arma era do companheiro, policial militar, 26 anos. Durante uma discussão<br />

M.M.F. foi atingida com um tiro no rosto (Correio do Povo, 06/03/95 - Zero Hora, 06/03/95, p.53).<br />

Em Gramado (RS), no dia 22 de março, por volta das 20h30min, M.H.R., 38 anos, casada<br />

há 15 anos com A.R.R., 64 anos, durante uma discussão, foi alvejada com três tiros pelo marido.<br />

Os dois primeiros pela costas e, ao tentar fugir, recebeu o terceiro. O fato ocorreu na residência<br />

do casal, na frente das duas filhas, de 8 e 13 anos. O acusado tentou fugir ao flagrante, mas foi<br />

capturado pela Polícia (Zero Hora, p. 24/03/95, p. 60).<br />

Em Erexim (RS), A.A., 20 anos, recebeu um tiro no peito ao descer do ônibus que a trazia<br />

da universidade, de volta para casa. A Polícia trabalhava a hipótese de crime passional (Correio<br />

do Povo, 13/04/95, p.07).<br />

Em Novo Hamburgo (RS), M.S., 17 anos, grávida de sete meses, foi atingida pelo marido,<br />

M.S.,19 anos, com um tiro na cabeça (Correio do Povo, 18/04/95, p. 22).<br />

Em 15 de junho, por volta das 22h30min, em Bagé (RS), a policial feminina da BM,<br />

F.D.M.C., 22 anos, teria sido assassinada pelo ex-namorado, sargento I.S.N., com cinco tiros na<br />

cabeça. O acusado fugiu após o crime (Zero Hora, 17/06/95, p.43).<br />

A Justiça gaúcha condenou o pedreiro U.R. a 15 anos de prisão pela morte de F.R.C.S., sua<br />

ex-amante, morta a facadas. Ele manteve um relacionamento com a vítima por três anos. O seu<br />

advogado defendeu a tese de “legítima defesa”. Testemunhas afirmaram que a motivação foi<br />

F.R.C.S. querer acabar com o relacionamento. Em 23 de agosto de 1993, ela saiu para trabalhar

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