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Relatório Azul 1995 - Marcos Rolim

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<strong>Relatório</strong> <strong>Azul</strong> <strong>1995</strong> Página 46<br />

Políticas de reparação de desigualdades: ações afirmativas<br />

A participação na realização do “Seminário Internacional Feminino Masculino - Igualdade e<br />

Diferença na Justiça” foi a primeira iniciativa, de um processo que queremos dar continuidade,<br />

no sentido de aprofundarmos o debate sobre diferenças de gênero e políticas públicas capazes<br />

de reparar desigualdades históricas e buscar soluções para problemas sociais que atingem de<br />

forma específica homens e mulheres. É necessário pensarmos ações compensatórias para<br />

setores tradicionalmente excluídos como as populações pobres, as mulheres, os negros, os<br />

indígenas, entre outros.<br />

A CCDH encaminhou pedidos de informação para o Poder Executivo, Judiciário e<br />

Presidência do Legislativo, solicitando o levantamento da presença de mulheres e não brancos<br />

na administração pública. No Rio Grande do Sul, ainda não temos a prática do registro destes<br />

dados. Com a justificativa de não promover a discriminação, acabamos por ignorar o sexo e a<br />

raça/etnia nos levantamentos. Desta forma, fica dificultada a elaboração de políticas de<br />

compensação de desigualdades. Para 1996, estamos planejando a formação de um amplo grupo<br />

de trabalho para avaliar estas questões.<br />

O mesmo fenômeno ocorre com os registros médicos. Sabemos a extensão e a gravidade<br />

da violência doméstica, mas esta preocupação não ganha registro nos atendimentos<br />

hospitalares. Da mesma forma, a violência policial não é tratada de forma específica, mesmo<br />

acarretando prejuízos ao Estado, com atendimentos ambulatoriais e possíveis processos<br />

indenizatórios. Em <strong>1995</strong>, foi protocolado um projeto de autoria do presidente da CCDH, deputado<br />

<strong>Marcos</strong> <strong>Rolim</strong> e do Deputado Alexandre Postal (PMDB) que visa formar um banco de dados para<br />

acompanhamento dos indicadores de violência.<br />

Os levantamentos publicados pela Fundação de Economia e Estatística Siegfried Emanuel<br />

Hauser (FEE), com relação à mão de obra e rendimento salarial, não estão desagregados por<br />

sexo, nem raça/etnia. Os dados de população só contemplam sexo e faixa etária. Os<br />

levantamentos de escolaridade, mortalidade infantil e doenças também não registram sexo e<br />

etnia. Possivelmente, só os registros de obtenção da carteira de trabalho traga uma amostra do<br />

ingresso nas mulheres no mercado de trabalho.<br />

Até este momento, o Executivo foi o único poder a atender as informações solicitadas.<br />

Segundo dados da Secretaria da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul, dos 195.717<br />

servidores do Executivo, 144.821 são mulheres e 50.896 são homens. Ficaram excluídos do<br />

levantamento os servidores da Brigada Militar porque, na época, sua folha de pagamento não<br />

era feita pela Secretaria da Fazenda. As mulheres são maioria nas Secretarias de Administração<br />

e Recursos Humanos, Cultura, Coordenação e Planejamento, Educação, Saúde e Meio<br />

Ambiente, nos encargos gerais do Estado, na Defensoria Pública e na Procuradoria Geral do<br />

Estado. Os homens são a maior parte dos servidores do Gabinete do Governador, Procuradoria<br />

Geral de Justiça, nas Secretarias de Agricultura e Abastecimento; Ciência e Tecnologia;<br />

Desenvolvimento e Assuntos Internacionais; Fazenda; Justiça e Segurança; Obras, Saneamento<br />

e Habitação. Nas Secretarias de Energia, Minas e Comunicações; Trabalho, Cidadania e<br />

Assistência Social; Transporte e Turismo a composição é praticamente paritária.<br />

Iniciativas para a construção da igualdade na diferença<br />

Feminino e masculino: igualdade e diferença na justiça<br />

Em 5, 6 e 7 de julho de <strong>1995</strong>, realizou-se o “Seminário Internacional Feminino Masculino -<br />

Igualdade e Diferença na Justiça” promovido pela ONG Themis - Assessoria Jurídica e Estudos<br />

de Gênero - em parceria com a CCDH, Núcleo de Estudos de Violência da Universidade de São<br />

Paulo (NEV/USP), Conselho Municipal dos Direitos da Cidadania contra Discriminações e<br />

Violência de Porto Alegre (CMDC) e Comitê Latino Americano para a Defesa da Mulher<br />

(CLADEM), com o apoio de diversas entidades ligadas ao direito.

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