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A mensagem de Eclesiastes - Derek Kidner.pdf - Webnode

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Segunda Parte<br />

O que o livro diz!<br />

- um breve comentário<br />

<strong>Eclesiastes</strong> 1:1-11 -<br />

O autor, o tema e o reconhecimento do cenário<br />

Apresentando o autor<br />

1:1 Palavra do Pregador, filho <strong>de</strong> Davi, rei <strong>de</strong> Jerusalém:<br />

Existe na forma Omo este escritor se anuncia um quê <strong>de</strong> mistério – e este toque curioso<br />

não parece ser involuntário. Primeiro, ele chega quase ao ponto <strong>de</strong> se chamar Salomão, mas não<br />

o faz. Este nome mão aparece no livro, ao passo que tanto Provérbios quanto Cantares <strong>de</strong>claram<br />

abertamente a sua autoria. Depois vem a curiosida<strong>de</strong> do título duplo, eclesiástico e real, 7 quase<br />

como se alguém falasse <strong>de</strong> “O Vigário, Rei da Inglaterra!” Veremos uma outra observação<br />

enigmática no versículo 16, com a reivindicação <strong>de</strong> uma sabedoria que sobrepujava “a todos os<br />

que antes <strong>de</strong> mim existiram Jerusalém”. Isto exclui qualquer sucessor do incomparável Salomão,<br />

mas quase exclui também o próprio Salomão, que teve apenas um pre<strong>de</strong>cessor israelita. 8<br />

Se acrescermos a isto o fato <strong>de</strong> que todos os sinais <strong>de</strong> realeza <strong>de</strong>saparece <strong>de</strong>pois dos dois<br />

primeiros capítulos, 9 torna-se evi<strong>de</strong>nte que <strong>de</strong>vemos consi<strong>de</strong>rar o título que não é real como<br />

sendo o título do autor, e o real como um simples meio <strong>de</strong> dramatizar a busca por ele <strong>de</strong>scrita<br />

nos capítulos ume dois. Ele nos <strong>de</strong>screve um super-Salomão (como dá a enten<strong>de</strong>r como termo<br />

“sobrepujei” em 1:16) para <strong>de</strong>monstrar que o homem mais dotado que posssamos imaginar, que<br />

ultrapasse qualquer outro rei que já tenha ocupado o trono <strong>de</strong> Davi, ainda retornaria com as<br />

mãos vazias na busca da auto-satisfação. 10<br />

Da <strong>de</strong>scrição mais completa do autor em 12:9ss. temos o retrato <strong>de</strong> um mestre cuja<br />

vocação é ensinar, pesquisar, editar e escrever. O que o seu livro como um todo nos ensina<br />

indiretamente é que ele é tão sensível quanto corajoso, eu m mestre do estilo.<br />

O tema<br />

1: 2 Vaida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vaida<strong>de</strong>s, diz o Pregador; vaida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vaida<strong>de</strong>s, tudo é vaida<strong>de</strong>.<br />

Um pouquinho <strong>de</strong> fumaça, uma rajada <strong>de</strong> vento, um simples sopro – nada que se possa<br />

pegar com as mãos, a coisa mais próxima do zero. Isto é a vaida<strong>de</strong> que se trata este livro.<br />

O que nos perturba esta leitura sobre a vida é que tal nulida<strong>de</strong> não é consi<strong>de</strong>rada como<br />

uma simples chamuscada sobre a superfície das coisas, ainda que tenha um certo charme. É a<br />

soma total das coisas.<br />

Se este é o caso, como argumenta no resto do livro, vaida<strong>de</strong> acaba tornando-se uma<br />

7 Veja a nota <strong>de</strong> rodapé à pág 1, quanto ao significado <strong>de</strong> Coelet (“O Pregador”).<br />

8 Também o sentido e um longo retrospecto nesta frase parece ter surgido <strong>de</strong>vido à forma aparentemente<br />

avançado do hebraico neste livro, o qual parece ser um estágio no meio do caminho entre o hebraico<br />

clássico e o rabínico. Contudo, isto não é conclusivo, uma vez que se po<strong>de</strong> argumentar que muitos dos seus<br />

aspectos são do dialeto fenício, não indicando data. Sobre isto, veja os comentários feitos pod M.J. Dahood<br />

em Biblica 33 (1952), pg 32-52 e 191-221; também em Bibliba 39 (1958), pg 302-318; e por G.L. Archer<br />

em Bulletin of the Evangelical Theological Society 12 (1969) pg 167-181. Este último argumenta em favor<br />

da autoria <strong>de</strong> Salomão, chamando a atenção para os seus laços íntimos com os fenícios.<br />

9 Apenas o título Coelet (“O Pregador) será usado daqui em diante (7:27; 12:8-10), e a postura do escritor<br />

se tornará a <strong>de</strong> um simples observador, não a <strong>de</strong> um governante.Veja, por exemplo, 3:16; 4:1-3 5:8ss.<br />

10 Veja também o comentário e anota <strong>de</strong> rodapé sobre 1:12<br />

10

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