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A mensagem de Eclesiastes - Derek Kidner.pdf - Webnode

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17 então, contemplei toda a obra <strong>de</strong> Deus e vi que o homem não po<strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r a obra<br />

que se faz <strong>de</strong>baixo do sol; por mais que trabalhe o homem para a <strong>de</strong>scobrir, não a enten<strong>de</strong>rá; e,<br />

ainda que diga o sábio que a virá a conhecer, nem por isso a po<strong>de</strong>rá achar.<br />

Se precisávamos ser lembrados <strong>de</strong> que o trabalho árduo e a vida simples só po<strong>de</strong>m<br />

protelar nossas perguntas mais importantes, mas nunca respondê-las, bastaria esta continuação<br />

do conselho suave do versículo 15. Os próprios negócios 84 da vida nos levam a perguntar para<br />

on<strong>de</strong> estão nos levando, e o que significam, se é que significam alguma coisa. Nem é preciso<br />

Coelet nos indicar que esta é exatamente a questão que nos <strong>de</strong>rrota. A longa história das<br />

filosofias do mundo, cada uma por sua vez <strong>de</strong>nunciando as omissões <strong>de</strong> suas pre<strong>de</strong>cessoras,<br />

torna isso mais o que claro.<br />

Coelet o <strong>de</strong>staca, entretanto, dando-nos um raio <strong>de</strong> esperança através da maneira como o<br />

faz. É a obra <strong>de</strong> Deus que nos <strong>de</strong>sconcerta (v.17); não é “uma história contada por um idiota”.<br />

Mas, e se ela for contada a um idiota? Parece que o capítulo termina assim, sem <strong>de</strong>ixar aos<br />

nossos homens mais sábios qualquer perspectiva <strong>de</strong> sucesso. Não obstante, captaremos melhor<br />

o seu significado se consi<strong>de</strong>rarmos a alusão do versículo 17ª concernente à gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>claração <strong>de</strong><br />

3:11. Ali também encaramos nossa incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecimento, mas vimos que tanto a<br />

eternida<strong>de</strong> quanto o tempo tem acesso às nossas mentes. Embora os, como habitantes do tempo,<br />

vejamos a obra <strong>de</strong> Deus em lampejos tantalizantes, o próprio fato <strong>de</strong> po<strong>de</strong>rmos indagar acerca<br />

<strong>de</strong> todo o plano e <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejarmos vê-lo é uma evidência <strong>de</strong> que não somos prisioneiros totais do<br />

nosso mundo.<br />

Em palavras promissoras, esta é uma evidência não só <strong>de</strong> como fomos feitos, mas também<br />

<strong>de</strong> por quem fomos criados.<br />

<strong>Eclesiastes</strong> 9:1-18 -<br />

Perigo<br />

Antes que a ênfase positiva dos três capítulos finais possa vir à tona, temos <strong>de</strong> nos<br />

certificar <strong>de</strong> que estaremos edificando sobre algo que não está <strong>de</strong>sprovido da realida<strong>de</strong> nua e<br />

crua. E, caso acariciemos alguma ilusão confortadora, o capítulo 9 nos coloca diante do pouco<br />

que sabemos e a seguir com a vastidão daquilo que não po<strong>de</strong>mos controlar: particularmente, a<br />

morte, os altos e baixos da sorte e os possíveis favores caprichosos da multidão. Em primeiro<br />

lugar, porém, ele faz uma pergunta crucial: estamos nas mãos <strong>de</strong> um amigo ou <strong>de</strong> um inimigo?<br />

Será amor ou ódio?<br />

9: 1 Deveras me apliquei a todas estas coisas para claramente enten<strong>de</strong>r tudo isto: que os<br />

justos, e os sábios, e os seus feitos estão nas mãos <strong>de</strong> Deus; e, se é amor ou se é ódio que está à sua<br />

espera, não o sabe o homem. Tudo lhe está oculto no futuro.<br />

Só precisamos usar os olhos sem preconceito, <strong>de</strong> acordo com o Salmo 19 e Romanos<br />

1:19ss., para ver que há um Criador po<strong>de</strong>roso e glorioso. Mas é preciso mais do que uma simples<br />

observação para <strong>de</strong>scobrir qual a disposição <strong>de</strong>le para conosco. Quer tomemos aqui as palavras<br />

amor e ódio como uma forma bíblica <strong>de</strong> dizer "aceitação ou rejeição", ou simplesmente em seu<br />

sentido primário, teremos, <strong>de</strong> qualquer maneira, apenas uma vaga resposta acerca do caráter do<br />

Criador se consi<strong>de</strong>rarmos o mundo em que vivemos, com sua mistura <strong>de</strong> <strong>de</strong>leite e terror, <strong>de</strong><br />

beleza e repugnância. 85<br />

Se a questão fosse colocada no lugar exato, ainda seria <strong>de</strong>sconcertante; e quanto menos à<br />

vonta<strong>de</strong> nos sentíssemos, tanto mais nos sentiríamos entregues nas mãos <strong>de</strong> Deus (v. 1a). Mas<br />

84 O insone do v. 16b é consi<strong>de</strong>rado pela BLH como o pensador com o problema. Mas seria mais honesto<br />

traduzir aplicando a referência às pessoas que ele observa. Cf. a BV: “observei tudo o que acontecia em<br />

toda a terra – uma ativida<strong>de</strong> contínua, dia e noite sem parar.”<br />

85 Po<strong>de</strong>mos imaginar, entretanto, que o versículo 1b fala <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s humanas e não divinas; cf. BJ: "O homem não conhece o amor<br />

nem o ódio". Delitzsch e alguns outros, inclusive a BLH, concluem a partir <strong>de</strong> 1a que o homem não é suficientemente dono <strong>de</strong> si<br />

mesmo para saber se vai amar ou odiar numa <strong>de</strong>terminada situação (embora não negando ser responsável por aceitar ou rejeitar o<br />

sentimento que experimenta). Para mim, a ênfase na inescrutabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus em 8:17, imediatamente antes <strong>de</strong>ste versículo, torna<br />

mais provável (e mais relevante ao argumento) que aqui se trata da atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus e não do homem.<br />

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