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A mensagem de Eclesiastes - Derek Kidner.pdf - Webnode

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forma <strong>de</strong> um <strong>de</strong>scontentamento geral: um <strong>de</strong>sejo não necessariamente <strong>de</strong> mais dinheiro, mas <strong>de</strong><br />

satisfação interior. Se existe coisa pior do que o vício gerado pelo dinheiro é o vazio que ele <strong>de</strong>ixa<br />

na vida das pessoas. O homem, com a eternida<strong>de</strong> no coração, precisa <strong>de</strong> um alimento melhor do<br />

que esse.<br />

O segundo dos três ditados (versículo 11) parece referir-se não apenas à complexa<br />

instituição que <strong>de</strong> certa forma cresce com o aumento da riqueza, mas também ao enxame <strong>de</strong><br />

parasitas. Sobre estes há uma profecia tragicômica em Isaías 22:23ss., que promete um alto<br />

cargo a um certo cortesão, mas adverte-o <strong>de</strong> que vai se ver <strong>de</strong>sastrosamente sobrecarregado:<br />

“Nele pendurarão toda responsabilida<strong>de</strong> da casa <strong>de</strong> seu pai”, aqueles que buscam numa posição;<br />

e o profeta, entusiasmando-se com o assunto, <strong>de</strong>screve tal homem como um cabi<strong>de</strong> em que se<br />

pendurou quase a meta<strong>de</strong> dos utensílios da cozinha, até que o cabi<strong>de</strong> e tudo o que contém vem<br />

abaixo. Nesse versículo, porém, não temos tal clímax; apenas a ironia <strong>de</strong> ter <strong>de</strong> viver o próprio<br />

prestígio e um pouquinho mais.<br />

O terceiro ditado sobre o dinheiro (v.12) tem como exemplo qualquer situação em que a<br />

riqueza e a indulgência dão-se as mãos. Aqui o rico não consegue dormi,não por causa do<br />

excesso <strong>de</strong> trabalho, como em 2:23, ou <strong>de</strong>vido à preocupação, como dá a enten<strong>de</strong>r a BLH (“o rico<br />

se preocupa tanto com as coisas que possui, que nem consegue dormir”). Não, simplesmente é<br />

porque come <strong>de</strong>mais, como bem coloca a ER (“a sacieda<strong>de</strong> do rico...”).<br />

Sejam quais forem os <strong>de</strong>sconfortos do trabalhador, este ele não terá. E sejam quais forem<br />

os fardos que Adão recebeu na Queda, havia na sentença uma dura misericórdia: “No suor do<br />

rosto comerás o pão”. Quanto a isto, há um comentário inconsciente nos nossos mo<strong>de</strong>rnos<br />

aparelhos <strong>de</strong> fazer exercícios e nas aca<strong>de</strong>mias <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, pois eles são um dos nossos absurdos<br />

humanos: jogamos fora dinheiro e esforço apenas para <strong>de</strong>sfazer os estragos causados pelo<br />

dinheiro e pelo conforto.<br />

<strong>Eclesiastes</strong> 5:13-6:12 -<br />

A amargura do <strong>de</strong>sapontamento<br />

No capítulo quarto, e na meta<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste capítulo quintão <strong>de</strong> <strong>Eclesiastes</strong>, ocupamo-nos mais<br />

com o viver <strong>de</strong> maneira sensata no mundo como o encontramos (inclusive no mundo <strong>de</strong> nossas<br />

obrigações religiosas) do que com a preocupação quanto a se estamos conseguindo alguma coisa<br />

ou não. O problema ainda continua, refletido duas vezes no comentário “também isto é vaida<strong>de</strong>”<br />

(4:16; 5:10); agora ele torna-se novamente o centro das atenções enquanto Coelet cita algumas<br />

das amargas anomalias da vida. Ele conclui o capítulo6 – e com isso a primeira meta<strong>de</strong> do livro –<br />

enfatizando a pergunta que aparentemente já havia respondido antes: “Pois quem sabe o que é<br />

bom para o homem... <strong>de</strong>baixo do sol?”<br />

O choque<br />

5: 13 Grave mal vi <strong>de</strong>baixo do sol: as riquezas que seus donos guardam para o próprio dano.<br />

14 E, se tais riquezas se per<strong>de</strong>m por qualquer má aventura, ao filho que gerou nada lhe fica<br />

na mão.<br />

15 Como saiu do ventre <strong>de</strong> sua mãe, assim nu voltará, indo-se como veio; e do seu trabalho<br />

nada po<strong>de</strong>rá levar consigo.<br />

16 Também isto é grave mal: precisamente como veio, assim ele vai; e que proveito lhe vem<br />

<strong>de</strong> haver trabalhado para o vento?<br />

17 Nas trevas, comeu em todos os seus dias, com muito enfado, com enfermida<strong>de</strong>s e<br />

indignação.<br />

Um exemplo em miniatura coloca-nos agora face a face com a frustração; este autor<br />

prefere nos apresentar exemplos da própria vida e não apenas abstrações. Aqui, então, temos<br />

um homem que per<strong>de</strong> todo o seu dinheiro <strong>de</strong> um só golpe, <strong>de</strong>ixando a família <strong>de</strong>samparada. Isto<br />

até teria sentido se fosse um castigo para negócios ilícitos (“os bens que facilmente se ganham” e<br />

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