19.04.2013 Views

45-54 - Universidade de Coimbra

45-54 - Universidade de Coimbra

45-54 - Universidade de Coimbra

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

DEFENSOR r>o P o v o —<br />

e lingua — é a chamada carne das cestas que<br />

se ven<strong>de</strong> ao kilo entre 160 e 180 réis! Pois<br />

esta carne passa a ven<strong>de</strong>r-se nos talhos —<br />

por obra e graça da camara! — e o consumidor<br />

ha <strong>de</strong> pagal-a por maior preço.<br />

Nunca se viu tanto disparate!<br />

•<br />

A camara municipal só quiz tratar <strong>de</strong> assegurar<br />

a reducção <strong>de</strong> preços<br />

á carne <strong>de</strong> vacca e vitella<br />

por serem <strong>de</strong> beneficio proprio, e uma regalia<br />

para o consumidor rico e remediado — tal<br />

qual os srs. vereadores.<br />

Não se importaram com as classes medias—<br />

nem principalmente — com as classes<br />

indigentes.<br />

Foi supprimido da arrematação<br />

o carneiro a ovelha, cabra,<br />

borrego ou capado,<br />

toucinho (carne <strong>de</strong> porco).<br />

Prova a <strong>de</strong>dicação que as edilida<strong>de</strong>s têm<br />

pelos interesses dos seus municipes, os mais<br />

necessitados.<br />

•<br />

Como todos sabem—só a camara o ignora<br />

— as rezes miúdas são o principal alimento<br />

das classes menos abastadas; por este motivo<br />

se impunha o <strong>de</strong>ver moral <strong>de</strong> olharem pela<br />

sua sorte e garantir-lhes ao menos os preços<br />

actuaes.<br />

Mas nada se fez em beneficio dos <strong>de</strong>sprotegidos.<br />

E não havemos <strong>de</strong> dizer, que a questão<br />

do fornecimento das carnes ver<strong>de</strong>s nos parece<br />

uma in<strong>de</strong>corosa comedia, representada<br />

pela maioria da camara, que estabeleceu<br />

condições <strong>de</strong> tal or<strong>de</strong>m, que <strong>de</strong>ixa sempre<br />

aberta uma porta falsa por on<strong>de</strong> entra o<br />

fornecedor, na mira <strong>de</strong> um bom arranjo.<br />

Outra coisa não é a exclusão das carnes<br />

ver<strong>de</strong>s das rezes miúdas — que ámanhã,<br />

<strong>de</strong>pois da arrematação dada, po<strong>de</strong>m subir<br />

<strong>de</strong> preço, como pó<strong>de</strong>m também subir as<br />

chamadas roupas, que são:—fressura, bofe,<br />

coração, jigado, dobrada, tripa, baço, coalheira,<br />

todas as miu<strong>de</strong>zas dos animaes que<br />

são o alimento favorito dos sem fortuna!<br />

A abastança dos srs. vereadores, não os<br />

fez lembrar <strong>de</strong> que a maioria dos seus municipes<br />

pouco ou nada lucra com o baixar-se<br />

<strong>de</strong> preço, somente a vacca e a vitella!<br />

Os operários, na sua maioria, mesmo que<br />

a vacca <strong>de</strong>sça a 200 réis, não a compram nem<br />

a comem, porque o minguado salario lhe não<br />

chega para isso. Quando doentes, e suas<br />

famílias são os caldos <strong>de</strong> carneiro a sua<br />

dieta, e com saú<strong>de</strong>, não passam da fressura,<br />

dobrada, etc., pela sua barateza relativa.<br />

Pois na camara municipal, apezar da estarem<br />

homens, que, por experiencia própria,<br />

se <strong>de</strong>viam recordar <strong>de</strong> antigos tempos, em<br />

que a infelicida<strong>de</strong> e a <strong>de</strong>sventura os perseguiu<br />

— nem por isso se lembraram <strong>de</strong> incluir<br />

na arrematação das carnes ver<strong>de</strong>s, as diversas<br />

qualida<strong>de</strong>s com que se alimentam as classes<br />

pobres.<br />

Serão ellas as victimas da usura interesseira<br />

do fornecedor: — que a diminuir no<br />

preço da vacca — augmentar d o preço do<br />

carneiro !<br />

•<br />

E' preciso que se seja muito cego para<br />

não querer ver que basta um pequeno augmento<br />

<strong>de</strong> 10 réis em cada kilo, nas carnes<br />

das rezes miúdas e nas chamadas roupas,<br />

19 Folhetim—«Defensor do Povo»<br />

0 C0RS4RI0 PORTIGIEZ<br />

ROMANCE MARÍTIMO<br />

ORIGINAL DE<br />

s m s i wwi® i m u m<br />

CAPITU!,© IV<br />

O naufragio<br />

Passemos agora a occupar-nos <strong>de</strong> Carlos,<br />

que chegou a Portugal, a bordo da fragata<br />

S. Sebastião, sem inci<strong>de</strong>nte notável.<br />

A fortuna protegia-o, e d'esta vez era com<br />

justiça.<br />

Ó commandante da fragata era, como<br />

dissémos, um honrado marinheiro; e quando<br />

apresentou o seu relatorio, recommendou<br />

tanto os serviços prestados pelo mancebo,<br />

que foi elogiado na or<strong>de</strong>m da armada, e promovido<br />

a segundo tenente.<br />

Trez mezes <strong>de</strong>pois foi nomeado commandante<br />

do bergantim Santo Antonio, e seguiu<br />

viagem para os Açores, levando a bordo um<br />

l.° ANNO<br />

para o fornecedor ficar em melhores condi- !<br />

coes do que está presentemente, com a vacca<br />

a 280 réis!<br />

Não se faça a camara mais ignorante, e<br />

não finja <strong>de</strong>sconhecer o accordo que existe<br />

ha muitos annos, entre os ven<strong>de</strong>dores <strong>de</strong> carnes<br />

ver<strong>de</strong>s. Unidos por um indissolúvel syndicato,<br />

os preços tem-se conservado intactos,<br />

sem se estabelecer concorrência, reinando<br />

sempre a santa harmonia, nas diversas companhias.<br />

Mas, porque motivo appareceu uma proposta<br />

na primeira arrematação, estabelecendo<br />

o preço do carneiro, cabra, etc. — e agora,<br />

na segunda, a camara não incluiu essas especiarias.<br />

Porque só a vacca e a vitella lhes faz<br />

papo?!. ..<br />

Isto não é sério, quando o <strong>de</strong>via ser para<br />

<strong>de</strong>coro da camara municipal, que anda a jogar,<br />

nesta questão, com pau <strong>de</strong> dois bicos.<br />

Bem dissémos nós, e outros collegas, que<br />

a camara andava a tecer enriçada meada. ..<br />

Assim foi; e bem confirmada está a afirmativa,<br />

no edital, em que é annunciado o fornecimento<br />

<strong>de</strong> carnes ver<strong>de</strong>s, e on<strong>de</strong> só figura<br />

a carne e a vitella,<br />

<strong>de</strong>ixando campo largo ao fornecedor que<br />

pô<strong>de</strong>—á sua vonta<strong>de</strong>! — augmentar o preço<br />

das rezes miúdas que ficaram fóra da arrematação.<br />

Depois se se lhe diz que andam feitos...<br />

Assumptos <strong>de</strong> interesse local<br />

Elevador<br />

O sr. Mesnier Ponsard, concessionário<br />

do elevador, mandou distribuir peia cida<strong>de</strong>,<br />

aos domicílios, boletins para a inscripção <strong>de</strong><br />

acções da companhia do Caminho <strong>de</strong> ferro<br />

funicular <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, com o fim <strong>de</strong> reaiisar<br />

o restante da emissão — 21:19056000. réis —<br />

para a constituição da companhia.<br />

Mas ainda esta tentativa lhe não <strong>de</strong>u resultado<br />

e o incansavel trabalhador sr. Mesnier,<br />

soffreu a <strong>de</strong>cepção da maioria da cida<strong>de</strong><br />

lhe negar o seu auxilio, tendo alguns dos seus<br />

habitantes recebido com maneiras bruscas —<br />

e mais alguma coisa — o encarregado da distribuição.<br />

Felizmente porém, consta-nos que os mais<br />

influentes na fundação da companhia dobraram<br />

as suas subscripções, <strong>de</strong> modo que hoje<br />

a sua constituição está apenas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da<br />

cifra <strong>de</strong> seis contos <strong>de</strong> réis!<br />

Só nos falta vêr que a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />

<strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> cobrir esta pequena importancia,<br />

que seiscentas pessoas perfaziam, suppondo<br />

que cada uma só tomasse uma acção.<br />

Mais uma vez — em nome dos interesses<br />

d^sta terra sempre <strong>de</strong>sprezada por todos —<br />

rogamos aos nossos patrícios o dobrarem a<br />

subscripção, a fim <strong>de</strong> que <strong>Coimbra</strong> seja dotada<br />

com melhoramento tão importante, que<br />

esperamos garanta aos seus accionistas um<br />

divi<strong>de</strong>ndo rasoavel, como já foi <strong>de</strong>monstrado.<br />

Os cavalheiros que <strong>de</strong>sejarem subscrever<br />

n'este sentido, terão apenas o incommodo <strong>de</strong><br />

dirigirem as suas <strong>de</strong>clarações até ao dia 25<br />

do corrente, para assim os concessionários<br />

resolverem <strong>de</strong>finitivamente se abandonam a<br />

empreza, ou proseguem nos trabalhos <strong>de</strong> organisação<br />

da companhia e construcção do<br />

caminho <strong>de</strong> ferro fanicular.<br />

Brevemente publicaremos a lista dos subscriptores<br />

que concorreram ás redacções dos<br />

jornaes <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>.<br />

<strong>de</strong>stacamento <strong>de</strong> soldados para a ilha <strong>de</strong><br />

S. Miguel.<br />

Na volta para o continente avistou um<br />

brigue francez, que lhe <strong>de</strong>u caça.<br />

Carlos era um brioso mancebo, e disse<br />

para João Traquete, que, com elle, na qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> mestre, se tinha embarcado:<br />

— João! Vês aquelle bello navio, que<br />

<strong>de</strong>ita seis milhas por hora ?<br />

— Vejo sim, senhor! E' um brigue <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> força, que sem duvida nos dá caça.<br />

— Pois não importa, respon<strong>de</strong>u Carlos ;<br />

vamos ao seu encontro... fugir é vergonha:<br />

apita para as gavias.<br />

João apitou e Carlos proseguiu.<br />

— Rapazes, aquelle brigue tem maiores<br />

posses <strong>de</strong> que o nosso bergantim; e corno<br />

nos caça, é vergonha fugir-lhe; vamos procural-o...<br />

E que diabo vale aquillo para marinheiros<br />

portuguezes ?<br />

«Vamos, bota fóra cutellos e varredouras!<br />

Larga, caça e iça sobres! O' do leme,<br />

contro mais! Cheio todo! Tudo ligeiro ! A<br />

postos, que são francezes! Icem a ban<strong>de</strong>ira<br />

e firmem-n'a com um tiro <strong>de</strong> peça.»<br />

Carlos era estimado <strong>de</strong> todos, e comquanto<br />

conhecessem que era uma loucura ir ao encontro<br />

d'um inimigo mais forte, a manobra<br />

effectuou-se promptamente.<br />

O commandante do brigue francez, porém,<br />

ao ver os movimentos do bergantim<br />

portuguez, admirou-se e mandou laFgar joa-<br />

Nomeação<br />

O nosso amigo, sr. José Antonio dos<br />

Santos, um estudioso alumno da Escola Brotero,<br />

pela sua intelligencia e <strong>de</strong>dicação ao<br />

trabalho, mereceu que o conselho da escola<br />

industrial Brotero, o propozesse para o logar<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>corião das aulas <strong>de</strong> chimica e physica,<br />

o que foi unanimemente resolvido.<br />

E' a justa recompensa que se dá a um<br />

persistente trabalhador, que, pelo seu expontâneo<br />

esforço tem sabido granjear a estima<br />

<strong>de</strong> todos que o conhecem e lhe avaliam as<br />

boas qualida<strong>de</strong>s cívicas.<br />

Parabéns <strong>de</strong> amigo.<br />

Abúndio da Silva<br />

Para esclarecimento á noticia que dêmos<br />

d'este illustrado académico, publicamos —<br />

como se nos pe<strong>de</strong> — a carta que nos foi enviada<br />

por s. ex. a .<br />

•<br />

Sr. redactor—Rogo a v. a fineza <strong>de</strong> publicar<br />

no conceituado Defensor do Povo a<br />

seguinte rectificação á noticia que a meu respeito<br />

foi publicada no ultimo numero d'este<br />

jornal.<br />

E' verda<strong>de</strong> que recebo um subsidio para<br />

custear a minha formatura em direito, graças<br />

á fidalga generosida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma iliustre personagem,<br />

cujo nome me é vedado revelar; mas<br />

não do Senhor Dom Miguel Segundo, como<br />

v. noticiou. E para que esta rectificação não<br />

dê logar a um mal entendido, consinta v. que<br />

eu <strong>de</strong>clare que o único fim da formatura que<br />

enceto, é collocar-me em melhores e mais<br />

vantajosas condições para eu continuar in<strong>de</strong>fezamente<br />

no caminho das reivindicações patrias<br />

e na <strong>de</strong>feza do i<strong>de</strong>al legitimista, ao qual<br />

consagro toda a minha activida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>dicação<br />

e ao qual não recusarei nunca <strong>de</strong> maiores<br />

sacrifícios.<br />

Agra<strong>de</strong>ço extremamente penhorado as<br />

phrases amigas e lisongeiras com que v. se<br />

referiu á minha pobre individualida<strong>de</strong>, e pela<br />

publicação d'esta carta me confesso<br />

De v. etc.<br />

<strong>Coimbra</strong>, 11-10-95.<br />

Abúndio da Silva.<br />

Lyceu <strong>de</strong> Lisboa<br />

Pela exoneração do sr. dr. Silva Amado<br />

do cargo <strong>de</strong> reitor do lyceu <strong>de</strong> Lisboa, foi<br />

nomeado para o mesmo logar o sr. dr. José<br />

Maria Rodrigues, ornamento distinctissimo<br />

da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Theologia da <strong>Universida<strong>de</strong></strong>.<br />

O erudito professor é também o bibliothecario<br />

do importante archivo d'este estabecimento,<br />

e que possue rarida<strong>de</strong>s bibliographicas,<br />

e que tem merecido a s. ex. a especial cuidado,<br />

pondo-as a salvo da rapina. — reformou<br />

por completo o serviço interno e a sua<br />

activida<strong>de</strong> prodigiosa encetou a catalogação<br />

dos livros que andavam dispersos.<br />

E' para sentir a sua retirada <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>,<br />

pois que será diííicil encontrar um funccionario<br />

com tanta competencia e tanta <strong>de</strong>dicação<br />

por um estabelecimento que não só<br />

precisa d'uma direcção intelligente, mas d'uma<br />

assidua activida<strong>de</strong> e vigilancia.<br />

E tudo isso havia actualmente.<br />

Novas collocações<br />

Os escrivães <strong>de</strong> fazenda dos extinctos<br />

concelhos <strong>de</strong> Poiares e Midões, srs. Alfredo<br />

<strong>de</strong> Figueiredo Queiroz e Antonio da Cunha<br />

Gouvêa foram mandados fazer serviço na<br />

repartição <strong>de</strong> fazenda d'este districto.<br />

netes e metter o leme <strong>de</strong> ló: poz-se neutra<br />

amura e procurou a prôa do navio portuguez.<br />

Carlos observou com olhos <strong>de</strong> lynce esta<br />

manobra; <strong>de</strong>ixou-o passar a rastejar por sotavento,<br />

e <strong>de</strong>u a voz <strong>de</strong> fogo.<br />

O bergantim cobriu-se <strong>de</strong> fumo e duas<br />

balas <strong>de</strong> coxia foram quebrar o leme do brigue<br />

inimigo.<br />

O commandante francez não <strong>de</strong>sanimou;<br />

mas no fim d'um fogo <strong>de</strong> vinte e cinco minutos<br />

arreiou ban<strong>de</strong>ira, em vista das avarias<br />

que recebera !<br />

Uma hora <strong>de</strong>pois seguia o bergantim Santo<br />

Antonio, para as costas <strong>de</strong> Portugal, levando<br />

a presa a reboque.<br />

Na côrte causou gran<strong>de</strong> admiração este<br />

facto, e Carlos foi mais uma vez elogiado na<br />

or<strong>de</strong>m da armada, e promovido a primeiro<br />

tenente por distineção.<br />

O joven recebeu com satisfação a noticia;<br />

quanto a seu pae agra<strong>de</strong>cia a Deus a<br />

ventura que a seu filho dispensava.<br />

Carlos lembrava-se <strong>de</strong> D. A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong>, e<br />

extranhava não lhe escrever; e quantas vezes<br />

pensava elle em D. Carlota, sem po<strong>de</strong>r<br />

explicar a causa !<br />

A imagem <strong>de</strong> D. A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong> não lhe <strong>de</strong>sapparecia<br />

um momento da i<strong>de</strong>ia, mas a <strong>de</strong><br />

D. Carlota surgia a seu lado, bella e sympathica<br />

como os sonhos da poesia l<br />

Domingo, 13 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1895—N.° 48<br />

Regimento 33<br />

O regimento <strong>de</strong> infanteria 23 está quasi<br />

reduzido aos officiaes, sargentos e banda.<br />

A cada instante estão partindo contingentes<br />

para reforçarem outros regimentos;<br />

agora forneceu um para infanteria 3, com<br />

<strong>de</strong>stino á índia.<br />

Logo que os mancebos ultimamente apurados<br />

tenham a instrucção necessaria, levarão<br />

com certeza o mesmo caminho.<br />

Este senhor Festas está a pedir...<br />

Exame<br />

No lyceu d'esta cida<strong>de</strong>, fez exame <strong>de</strong><br />

francez, o menino Fernando Marques Pinto,<br />

filho do sr. José Marques Pinto, proprietário<br />

do gran<strong>de</strong> Café Central.<br />

Ao sr, José Marques Pinto e a sua ex. ma<br />

esposa, sinceros parabéns.<br />

Escola industrial Brotero<br />

As matriculas para o anno <strong>de</strong> i8g5 a<br />

1896 foram a seguintes:<br />

Arithmetica e geometria elementar, 18—<br />

<strong>de</strong>senho geral elementar, 318 — <strong>de</strong>senho ornamental,<br />

3o — <strong>de</strong>senho architectonico, 17—<br />

<strong>de</strong>senho mechanico, 5 — physica e mechanica<br />

industrial, 18 — chimica industrial, <strong>45</strong><br />

— total 351.<br />

Diplomas<br />

Por proposta do nosso amigo e patrício,<br />

sr. Julião Veiga, actualmente <strong>de</strong> resi<strong>de</strong>ncia<br />

na capital da gran<strong>de</strong> republica do Brazil, a<br />

directoria do Retiro litterario portugue\,<br />

conferiu ao <strong>de</strong>cano dos jornalistas portuguezes,<br />

sr. Joaquim Martins <strong>de</strong> Carvalho, o diploma<br />

<strong>de</strong> socio correspon<strong>de</strong>nte.<br />

— Também o sr. dr. Zeferino Candido<br />

propoz se conferisse egual diploma ao iliustre<br />

professor da <strong>Universida<strong>de</strong></strong>, sr. dr. Bernardino<br />

Machado.<br />

Centro Commercio e Industria<br />

E' a nova associação que se <strong>de</strong>sligou do<br />

Grupo musical Abel Elyseu e que inaugurou<br />

os seus bailes havendo hor.tem concorrida<br />

reunião, reunindo hoje novamente as famílias<br />

dos seus socios.<br />

A sala está <strong>de</strong>corada com singeleza, e<br />

muito gosto.<br />

Carteira da policia<br />

Prisão<br />

Foram hontem presos pelo chefe da i. a<br />

esquadra, Antonio Francisco, Thomé dos<br />

Santos Capeilo e Manuel Simões Ramos,<br />

todos do concelho <strong>de</strong> Cantanhe<strong>de</strong>, os primeiros<br />

dois por se apresentarem no governo<br />

civil com documentos em nome d'outros a<br />

solicitarem passaportes, e o terceiro como<br />

engajador e ser quem os apresentava para<br />

aquelle fim.<br />

Este ultimo ainda ia compromettendo<br />

também o negociante <strong>de</strong> Cantanhe<strong>de</strong>, José<br />

Rodrigues da Cunha, a quem pediu n^sta<br />

cida<strong>de</strong> para a seu rogo assigar um termo <strong>de</strong><br />

consentimento n'um cartorio, em que aquelle<br />

Ramos se apresentava como pae d'um dos<br />

rapazes engajados, cujo termo se não chegou<br />

a lavrar.<br />

Vão ser enviados para Cantanhe<strong>de</strong>.<br />

Porque seria que Carlos não podia pensar<br />

em D. A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong>, sem associar aos seus<br />

pensamentos um sentimento <strong>de</strong> terna affeição<br />

por D. Carlota ?<br />

Seria amor? Não, porque o amor não é<br />

elástico como a consciência d'alguns políticos!<br />

O coração marca um limite ao amor: e<br />

quando é verda<strong>de</strong>iro, não o pô<strong>de</strong> esten<strong>de</strong>r<br />

além duma entida<strong>de</strong>.<br />

D. Carlota, pela sua parte, não se lembrava<br />

menos <strong>de</strong> Carlos, e experimentava lenitivo,<br />

quando podia fallar n'elle; mas sabendo<br />

o amor que a sua irmã o ligava, contrahia no<br />

peito essa terna affeição que tanto lh'o cruciava<br />

! Suspirava e soffria.<br />

Os mezes e os annos foram correndo,<br />

sem inci<strong>de</strong>ntes notáveis. Havia perto <strong>de</strong><br />

tres annos que Carlos tinha voltado do Brazil,<br />

e pela falta <strong>de</strong> cartas ignorava o que por<br />

lá ia.<br />

Estamos em 1798. Carlos gozava a reputação<br />

<strong>de</strong> ser um bom official, o que não<br />

era favor.<br />

Entre o numero <strong>de</strong> officiaes <strong>de</strong> marinha,<br />

que mais se impunham, propalando os seus<br />

serviços e alta capacida<strong>de</strong>, o sr. D. Luiz <strong>de</strong><br />

Sarmento, era o que a todos excedia. Verda<strong>de</strong><br />

é, que, segundo a opinião dum distincto<br />

escriptor d'esta terra, a modéstia é capa<br />

dos tolos.<br />

(Gontima.)

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!