45-54 - Universidade de Coimbra
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I > E E E N S O Í I i>o P o v o — l. e ANNO Domingo, 27 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1895 — N.° 52<br />
Yarias noticias<br />
O sr. dr. Clemente <strong>de</strong> Carvalho, professor<br />
<strong>de</strong> philosophia no lyceu d'esta cida<strong>de</strong>,<br />
vae pedir a sua reforma.<br />
•<br />
Já regressou a <strong>Coimbra</strong> e reassumiu a<br />
gerencia da sua ca<strong>de</strong>ira, o sr. dr. Avelino<br />
Callixto.<br />
•<br />
Ainda enfermo o sr. dr. Ruben d'Ameida<br />
Araujo Pinto, que está residindo em Santo<br />
Antonio dos Olivaes.<br />
Desejamos-lhe um breve restabelecimento.<br />
O único candidato ao concurso dos dois<br />
logares para o professorado na faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
theologia, foi o sr. dr. Joaquim Men<strong>de</strong>s dos<br />
Remedios, laureado académico.<br />
Em cárcere privado<br />
A auctorida<strong>de</strong> judicial e os clínicos, srs.<br />
drs. Joaquim Martins Teixeira <strong>de</strong> Carvalho<br />
e Annibal Maia foram ha dias proce<strong>de</strong>r ao<br />
exame <strong>de</strong> Maria Rosa, a Rios-Frios, a quem<br />
uns sobrinhos seus her<strong>de</strong>iros, <strong>de</strong>ram a reclusão,<br />
conforme noticiámos em o numero<br />
passado.<br />
Diz-se que do exame que se fez ao cadaver<br />
se verificára que a morte foi natural, não<br />
apresentando vestígios <strong>de</strong> violência, comtudo<br />
a participação para juizo não é muito favoravel<br />
aos sobrinhos da fallecida.<br />
Boubo<br />
Os gatunos arrombaram numa das noites<br />
passadas uma porta da camara ecclesiastica,<br />
introduzindo-se por ella na secretaria,<br />
forçaram as gavetas d'uma mesa e roubaram<br />
uma quantia superior a 20HP000 réis, e <strong>de</strong>pois...<br />
evadiram-se.<br />
Ora como já este anno é a segunda proeza<br />
que alli acontece, parece-nos que ao sr. commissario<br />
<strong>de</strong> policia não seria diffictl <strong>de</strong>itar a<br />
mão aos criminosos.<br />
Sorteio <strong>de</strong> recrutas<br />
Foi <strong>de</strong>terminado que o sorteio dos recrutas<br />
inscriptos no recenseamento militar d'este<br />
anno, se faça no dia 7 <strong>de</strong> novembro proximo,<br />
nas salas dos paços do concelho.<br />
Divisão eleitoral<br />
Pela nova reforma administrativa a divisão<br />
eleitoral do districto <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> é a<br />
seguinte:<br />
As freguezias <strong>de</strong> S. Martinho e Pombeiro,<br />
do concelho <strong>de</strong> Arganil, ficam constituindo<br />
<strong>de</strong> per si uma assembleia eleitoral, com sé<strong>de</strong><br />
na ultima freguezia. As <strong>de</strong> Santo André e<br />
S.Miguel <strong>de</strong> Poiares, Louzã, uma assembleia<br />
â eleitoral, com sé<strong>de</strong> na freguezia <strong>de</strong> Poiares.<br />
* As <strong>de</strong> Penacova, Carvalho e Oliveira <strong>de</strong><br />
Cunhedo, concelho <strong>de</strong> Penacova, uma assembleia<br />
eleitoral, com sé<strong>de</strong> em Penacova. As<br />
<strong>de</strong> Santa Maria d'Arrifana, Friumes e S. José<br />
<strong>de</strong> Lavegadas, uma assembleia eleitoral, com<br />
sé<strong>de</strong> em Arrifana. As <strong>de</strong> Degracias, Redinha<br />
e Tapeus, concelho <strong>de</strong> Soure, uma assembleia<br />
eleitoral, com sé<strong>de</strong> em Degracias. As<br />
<strong>de</strong> Carapinheira, Covellos, Meda, Mouros,<br />
Mouronho, Para<strong>de</strong>lla, S. Paio, S. Pedro <strong>de</strong><br />
Alva, e Travanca ficam constituindo no concelho<br />
<strong>de</strong> Taboa uma assembleia eleitoral,<br />
com sé<strong>de</strong> em Carapinha.<br />
23 Folhetim—«Defensor do Povo»<br />
0 CORSÁRIO PORTIGIEZ<br />
ROMANCE MARÍTIMO<br />
ORIGINAL DE<br />
CAPITULO V<br />
Fidalgo e plebeu<br />
«Escusado é dizer que recusei indignado;<br />
e como insistiu, fustiguei-o com a ponta do<br />
pé, receiando sujar as minhas mãos naquellas<br />
faces <strong>de</strong>slavadas. Agora já sabe as causas e<br />
quem são os meus inimigos!<br />
— Homem, o mal está feito! Parte meu<br />
filho, parte para Inglarerra, para essa nação<br />
<strong>de</strong> homens livres, e aon<strong>de</strong> os fóros da consciência<br />
são respeitados.<br />
«Se a França não estivesse em guerra<br />
com o nosso paiz, aconselhava-te que fosses<br />
servir sob a sua gloriosa ban<strong>de</strong>ira. A ban<strong>de</strong>ira<br />
tricolor é um penhor <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>, é a<br />
gloria da França e <strong>de</strong> todas as nações que a<br />
adoptarem!<br />
«Mas a França está em guerra com Por-<br />
IVov:t disciplina<br />
Matriculou-se no primeiro anno da faculda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> mathematica, a sr. a D. Domitilla<br />
Hormezinda <strong>de</strong> Carvalho, que no ultimo anno<br />
lectivo concluiu distinctamente a sua formatura<br />
em philosophia.<br />
Sá <strong>de</strong> Miranda<br />
Foi <strong>de</strong>liberado pelo Instituto que a solemnisação<br />
que se projectava para commemorar<br />
o centenário do lyrico poeta conimbricense,<br />
Sá <strong>de</strong> Miranda fosse transferidas para<br />
março do anno proximo.<br />
Cemiterio da Conchada<br />
Na semana finda em 15, enterraram-se os seguintes<br />
cadaveres:<br />
Rosa, filha <strong>de</strong> Adolpho dos Santos Pereira e Emilia<br />
Maria da Conceição, <strong>de</strong> Bordalfo, <strong>de</strong> 5 annos. Falleceu<br />
no dia 8.<br />
Maria, filha <strong>de</strong> Alfredo Maria e Maria dos Prazeres,<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, <strong>de</strong> 28 mezes. Falleceu no dia 9.<br />
Virginia da Costa, filha <strong>de</strong> Francisco <strong>de</strong> Assis e<br />
Costa, e Joanna Maria, <strong>de</strong> Sernache, <strong>de</strong> 44 annos. Falleceu<br />
no dia li.<br />
Maria Justina Forte, filha <strong>de</strong> Francisco Forte e Theodoro<br />
<strong>de</strong> Jesus, <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, <strong>de</strong> 85 annos. Falleceu no<br />
dia 12.<br />
Total dos cadaveres enterrados n'este cemiterio —<br />
18:009.<br />
Na semana finda em 20 enterraram-se os seguintes<br />
cadaveres:<br />
Cidalina, filha <strong>de</strong> Joaquim Noronha da Silveira e<br />
Maria Ferreira da Cruz, <strong>de</strong> 18 mezes, <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>.<br />
Falleceu no dia 16.<br />
Theresa Emilia da Costa, filha <strong>de</strong> José Antonio, <strong>de</strong><br />
88 annos, <strong>de</strong> Passos <strong>de</strong> Gaiolo. Falleceu no dia 19.<br />
Total dos cadaveres enterrados neste cemiterio —<br />
18:014.<br />
A empreza d^ste theatro está animada<br />
dos maiores <strong>de</strong>sejos em proporcionar ao publico<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> bons espectáculos, contractando<br />
as melhores companhias.<br />
Nos dias 7 e 8 <strong>de</strong> novembro proximo, a<br />
companhia do theatro D. Alfonso, do Porto,<br />
vem dar duas recitas, por assignatura, das<br />
melhores peças do seu archivo.<br />
Como se verá pelo Elenco que segue, a<br />
companhia tem artistas <strong>de</strong> primeira or<strong>de</strong>m,<br />
e um pessoal numeroso.<br />
ELENCO<br />
Maestro e director:—Thomaz Del Negro.<br />
Director <strong>de</strong> scena:—Antonio dos Santos<br />
Pires.<br />
À B / I M S ^ J L S<br />
Merce<strong>de</strong>s Blasco, Claudina Medina <strong>de</strong><br />
Sousa, soprano; Encarnação Reis, Virgínia<br />
Nery, Maria Christina, Leopoldina Velloso,<br />
Maria da Conceição, Accacia Reis, Antonio<br />
José dos Santos (Santinhos), Virgilio <strong>de</strong> Sousa,<br />
barytono; Antonio dos Santos Pires, Santos<br />
Mello, Manuel dos Santos Oliveira, Caetano<br />
Reis, Augusto Torres, Antonio Monteiro,<br />
João Pinto Samora, Carvalho, José Pedro,<br />
Rocha.<br />
24 coristas d'ambos os sexos.<br />
22 professores d'orchestra.<br />
Ponto:—Luiz Reis; contra-regra:—Francisco<br />
Muscatt; machinista:—João Affonso.<br />
Scenograpliia <strong>de</strong> Eduardo Machado e<br />
Julio d 1 Assumpção.<br />
Cabelleireiro:—Lourenço Ribeiro.<br />
Guarda roupa, do real theatro <strong>de</strong> S.<br />
João.<br />
tugal, e tu não po<strong>de</strong>s combater os teus irmáos!<br />
Vae para Inglaterra, segue o teu <strong>de</strong>stino,<br />
e conta com o meu apoio.<br />
Carlos beijou a mão <strong>de</strong> seu pae e retirou-se<br />
com os olhos rasos <strong>de</strong> lagrimas. O<br />
pobre mancebo chorava o seu infortúnio e<br />
maldizia a ingratidão da côrte; lamentava o<br />
seu paiz, e uma dôr cruciante o finava, ao<br />
lembrar-se que era forçado a sair da mãe<br />
patria, que elle amava como filho.<br />
— A<strong>de</strong>us meu bello Portugal! dizia elle<br />
suspirando. A<strong>de</strong>us meus irmãos 1 A<strong>de</strong>us<br />
povo portuguez, povo <strong>de</strong> tantos brios e honrados<br />
com os mais nobres sacrifícios!<br />
«Povo <strong>de</strong> heroes! A tua historia é um<br />
padrão <strong>de</strong> gloria, que te honrará emquanto<br />
o mundo fôr mundo.<br />
«Ah!... Deixar eu este bello paiz, este<br />
solo que por tantas vezes tem sido regado<br />
com o sangue d'aquelles, que palmo a palmo<br />
o teem <strong>de</strong>fendido!<br />
«Ah! Portugal, que ficas entregue a um<br />
governo inepto e injusto !<br />
«Quando soará a hora da tua re<strong>de</strong>mpção?..<br />
Oh! A<strong>de</strong>us ! a<strong>de</strong>us nobre Portugal! a<strong>de</strong>us<br />
minha patria querida !<br />
Assim concluía o malaventurado moço ao<br />
lembrar-se, que em oito dias seguiria viagem<br />
para as costas da Inglaterra.<br />
Oito dias <strong>de</strong>pois eflectuou-se a sua partida,<br />
nada havia que o separasse <strong>de</strong> seu pae,<br />
que o estreitava nos braços soluçando.<br />
As peças escolhidas para estes dois espectáculos,<br />
são:<br />
Ai amazonas <strong>de</strong> formei, operetta<br />
em 2 actos; O cabo d'infnnteria, zarzuella<br />
em 1 acto e 4 quadros, musica do maestro<br />
Caballero; e o Capitão Lobis-Iioniem,<br />
operetta em 3 actos, original do fallecido<br />
escnptor Gervásio Lobato, verso do sr. Lopes<br />
Teixeira, musica <strong>de</strong> Thomaz Del Negro.<br />
Acha-se aberta a assignatura para estes<br />
dois espectáculos, nos estabelecimentos dos<br />
srs. Paula e Silva, Nova Havaneza, Papeia<br />
ria Central, rua do Viscon<strong>de</strong> da Luz, e no<br />
escriptorio do theatro.<br />
Avulso<br />
Camarotes 3$500<br />
Fauteuils 700<br />
Ca<strong>de</strong>iras 600<br />
Geral 250<br />
PREÇOS<br />
Por assignatura<br />
Camarotes<br />
Fauteuils 600<br />
Ca<strong>de</strong>iras 500<br />
Geral 200<br />
A pedido publicámos a felicitação que<br />
segue:<br />
A MENINA MARIA JOSÉ<br />
(NO DIA DO SEU ANNIVERSARIO NATALÍCIO)<br />
Mil versos, senhora, eu contar aqui<br />
Quizera neste dia,<br />
Quizera revelar-lhe que em mim sorria<br />
A mais doce alegria.<br />
Quizera ter o génio, o i<strong>de</strong>al<br />
Cheio d'inspiração<br />
Sincera saudação.<br />
P'ra enviar-llie neste dia festival.<br />
<strong>Coimbra</strong> — 95. OLÍMPIO DA CROZ.<br />
ESMOLA<br />
Pedimos com instancia uma esmola para<br />
uma pobre familia, privada <strong>de</strong> lodos os recursos<br />
e a braços com uma Iriste sorte.<br />
Bem merecido é qualquer auxilio que<br />
se lhe conceda.<br />
N'esta redacção se recebe qualquer donativo.<br />
A. J. A 100<br />
Anonymo J 00<br />
P. A. C 100<br />
J. M. M 500<br />
Total 800<br />
Livros e jornaes<br />
CSiialdim Paes—Por Silva Vianna—Agencia<br />
Universal <strong>de</strong> Publicações — editora. Rua da<br />
Victoria, 30, 1.° —Lisboa, 1898..<br />
E um esboço do perfil biographico <strong>de</strong> Gualdim<br />
Paes, o guerreiro audaz, combatendo contra os<br />
mouros nos exercitos christãos <strong>de</strong> D. Affonso Henriques,<br />
que o armara cavalleiro. E' muito curiosa<br />
a exposição da sua época histórica e está escripta<br />
a revellar muito estudo e muito trabalho.<br />
Tem um magnifico retrato do gran<strong>de</strong> vulto da<br />
historia patria e fecha por uma magnilica ptiologravura<br />
do atelier do photographo, Marinho, re-<br />
presentando a joia artística da janella do convento<br />
<strong>de</strong> Christo, cm Thomar.<br />
Agra<strong>de</strong>cidos aos editores pela offerta.<br />
— Meu pae, dizia o pobre mancebo com<br />
as faces innundadas, não chore, e dê-me a<br />
coragem que me falta para o abandonar!<br />
— Meu filho, meu pobre filho, que não<br />
tornarei a ver-te!<br />
Carlos já não podia soffrer mais: osculoua<br />
fronte com amor fervente, e correu como<br />
louco, bradando:<br />
— Malditos sejam os cobar<strong>de</strong>s que me<br />
roubaram á patria e a meu pae !<br />
Duas horas <strong>de</strong>pois um navio inglez passava<br />
em frente <strong>de</strong> Belem. A' ré ia um mancebo<br />
<strong>de</strong> physionomia sympathica, e todo vestido<br />
<strong>de</strong> preto. Em pé, junto á amurada,<br />
não afastava os olhos da terra, que triste<br />
abandonava!<br />
De momento a momento exhalava um<br />
longo e profundo gemido ! Grossas lagrimas<br />
lhe borbulhavam nos olhos. Era Carlos,<br />
que seguia viagem para as costas da Gran-<br />
Bretanha.<br />
Deixemos Carlos entregue á sua vida<br />
aventurosa, e vamos até ao Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />
aon<strong>de</strong> se acha Antonio Pereira <strong>de</strong> Vasconcellos<br />
e suas filhas: frei Rozendo e o senhor<br />
D. Francisco Antonio <strong>de</strong> Sarmento e Castro.<br />
Os annos tinham <strong>de</strong>corrido sem inci<strong>de</strong>ntes<br />
notáveis para a familia do <strong>de</strong>sembargador.<br />
D. A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong>, durante quatro annos, apenas<br />
recebera duas cartas <strong>de</strong> Carlos, mas conservava-se-lhe<br />
fiel, e absolvia-o da falta <strong>de</strong><br />
\<br />
Em legitima <strong>de</strong>feza—Dr. Luiz Pereira da<br />
Costa—Imprensa Académica—<strong>Coimbra</strong>, 1895.<br />
E' um folheto <strong>de</strong> 15 paginas, no qual o illlistrado<br />
professor da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> das<br />
accusações que, num outro folheto, <strong>de</strong> que <strong>de</strong>mos<br />
lambem noticia, lhe fizera o seu iliustre collega,<br />
sr. dr. Joaquim Augusto <strong>de</strong> Sousa Refoios.<br />
Reconhecidos pela offerta.<br />
Ao sr. ministro do reino, conselheiro<br />
João Franco Castello Branco—Typographia<br />
Progresso — Elvas, 1895.<br />
E' um protesto violento dos habitantes do<br />
exlincto concelho <strong>de</strong> Monforte, contra a disparatada<br />
reforma administrativa, como lhe chamam.<br />
Por toda a parte aon<strong>de</strong> assentou a sua mão<br />
criminosa o infame dictador é vergastado com<br />
valentia, dizendo-lhe o povo <strong>de</strong> Monforte que<br />
todo o seu saber se cifra na arte <strong>de</strong> ganhar uma<br />
eleição, tendo como lemma a proposição celebre:<br />
«que os fins justificam os'meios.»<br />
Não é com palavras que se hão <strong>de</strong> esmagar<br />
os traidores estejam certos os protestantes.<br />
Agra<strong>de</strong>cidos pelo offerecimento.<br />
Jornal Hortico-Agricola—Proprieda<strong>de</strong> da<br />
real companhia Jlorticolo-agricola portuense —<br />
Redactor— J. Casimiro Barbosa. — N.* 31,<br />
3.° anno — Rua dos Fogueteiros, 5 — Porto.<br />
E' uma publicação mensal curiosíssima em<br />
assumptos agrícolas e floricultura. O agricultor<br />
tem neste jornal um bom guia e um seguro<br />
conselheiro.<br />
Distribue grátis, franco <strong>de</strong> porte a quem o<br />
solicitar, o catalogo geral e discriptivo.<br />
•<br />
Vi n li os e azeites — Inspecção e jiscalisação e<br />
venda d'esles artigos e penalida<strong>de</strong>s impostos<br />
aos trangressores—Typographia da Bibliotheca<br />
Popular <strong>de</strong> Legislação—l\ua da Atalaya, 183,<br />
1.° —Lisboa, 189o.<br />
Contém tudo que diz respeito sobre a fiscalisação<br />
<strong>de</strong> vinhos e azeites, o que é <strong>de</strong> absoluta<br />
necessida<strong>de</strong> a todos os viticultores, ven<strong>de</strong>dores<br />
<strong>de</strong> vinhos e <strong>de</strong> azeite, commissão respectiva e<br />
azeites.<br />
E' um folheto curioso e barato —100 réis,<br />
reunindo os <strong>de</strong>cretos <strong>de</strong> 1 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1894,<br />
regulamento <strong>de</strong> 6 <strong>de</strong> maio e <strong>de</strong>creto <strong>de</strong> 23 <strong>de</strong><br />
agosto <strong>de</strong> 1895, sendo a única edição que traz<br />
publicado o Reportorio do <strong>de</strong>creto e do regulamento<br />
acima citados.<br />
Agra<strong>de</strong>cemos.<br />
•<br />
G •••as dôs regedores e das Jnntas <strong>de</strong><br />
Parocliia. — Attribuições, direitos, obrigações,<br />
e disposições legues e <strong>de</strong> jurisprudência,<br />
que se lhes referem. — Typographia da Bibliotheca<br />
Popular <strong>de</strong> Legislação. — Lisboa 1895.<br />
E' importante a missão quer da individualida<strong>de</strong><br />
Regedor, quer da colleclivida<strong>de</strong> Junta, mas nem<br />
todos os cidadãos a quem são commettidas taes<br />
funeções conhecem a maneira.pratica <strong>de</strong> as <strong>de</strong>sempenhar.<br />
Eis ao que visa esta obra.<br />
Encontram-sc nella todas as <strong>de</strong>cisões dos tribunaes,<br />
<strong>de</strong>cretos, portarias, officios, e finalmente<br />
um copioso formulário, tanto para uso dos regedores,<br />
como das juntas <strong>de</strong> parocliia, incluindo<br />
mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> autos, officios, instrucções sobre escripturação,<br />
orçamentos e contabilida<strong>de</strong> das corporações<br />
parochiaes, etc.<br />
E' enifim, uma obra <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>iro interesse,<br />
e custa apenas 240 réis. Pedidos ao editor A. J.<br />
Rodrigues, rua da Atalaya, 183, 1.°, Lisboa.<br />
correspondência, atten<strong>de</strong>ndo á dificulda<strong>de</strong>,<br />
pela distancia. Constára-lhe todavia o seu<br />
nobre comportamento e a maneira por que<br />
fôra consi<strong>de</strong>rado; e a ultima carta que lhe<br />
escreveu, foi para o felicitar pelo seu adiantamento.<br />
Nada mais constava.<br />
D. Francisco continuava a frequentar a<br />
casa do <strong>de</strong>sembargador e a incommodar a<br />
pobre D. Carlota com as suas estultas pretensões.<br />
Quanto a Manuel José Fernan<strong>de</strong>s,<br />
também era bastante assiduo.<br />
Manuel José Fernan<strong>de</strong>s amava apaixonadamente<br />
D. A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong>, mas sabendo do amor<br />
que <strong>de</strong>dicava a Carlos, não se animava a<br />
fazer-lhe uma <strong>de</strong>claração.<br />
D. A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong> vivia triste e em completo<br />
isolamento, e a única pessoa com quem <strong>de</strong>sabafava<br />
era com sua irmã, que soffria em<br />
silencio as torturas d'um amor infeliz»<br />
CAPITUIitJ VI<br />
A vingança<br />
Estamos no anno <strong>de</strong> 1798. A ultima carta<br />
<strong>de</strong> Carlos, que D. A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong> recebera, era <strong>de</strong><br />
*797\ e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então nada mais soube a seu<br />
respeito. No dia 25 <strong>de</strong> junho, porém, constou<br />
que tinha chegado um navio <strong>de</strong> guerra vindo<br />
<strong>de</strong> Portugal. D. A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong> sobresaltou-se e<br />
esperou com impaciência o correio.<br />
(Continua.)