45-54 - Universidade de Coimbra

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I>EJFE]V S O R D O P 0 V O — 1.° ANNO COLLECÇÃO PAULO DE KOCK Obras publicadas 0 Coitadinho, 1 vol. 480 pag Zizina, 1. vol. illustrado O Homem dos Tres Calções, 1 vol. illui-trado Irmão Jacques, 2 vol. illustrados.. ISo prelo A Irmã Anna, 2 vol. 600 600 600 800 Para qualquer d'estas obras acceitara-se assignaturas em Coimbra na Agencia de Negocios Universitários de A. de Paula e Silva, rua do Infante D. Augusto. Toda a correspondência a José Cunha, T. de S. Sebastião, 3. —Lisboa. Justino Antunes Barreira, participa aos seus numerosos freguezes que do dia 1.° de novembro do corrente anno em diante vende as carnes nos seus talhos da praça de D Pedro v, com os n. os 15, 17 e 22, pelos preços abaixo mencionados. Lombo, pujadouro e alcatra sem osso Qualquer peça da perna com osso Assem da flôr e pá Assem magro, abas e peito Oro->so Costellas, prego delgado, cachaço e carne innervada VITELLA 420 300 280 260 220 Perna, qualquer membro, pá e costelletas 320 Peito e cachaço 280 Coimbra, 29 de outubro de 1895. Justino Antunes Barreira. m PHOTOfiláPHS Productos chimicos, chapas allemãs, cartões em differentes generos, prensas, etc., etc. Preços de Lisboa. Mon?arroio 25 a 33 —COIMBRA Casa Installadora de Canalisações P^RA AGUA E GAZ GERENTE JOSÉ MARQUES LADEIRA Approvado e documentado por diversas companhias H'este estabelecimento encontramse á venda lodos os materiaes proprios pa/a canalisações de agua e gaz, taes cdnio : lustres, braços de bronze e de christal, globos, tubos de chumbo, feiro e borracha, e torneiras de todas as qualidades. Preços especiaes em torneiras e tubos de chumbo e ferro. Grande variedade em campainhas eléctricas. A ECONOMIA 20 BICO AUEB O gasto máximo de um BICO AUER, trabalhando com a sua maior força, é de ã réis por cada hora retirando-se toda a installação em Coimbra e na Figueira da Foz, caso não der resultado. 99 —RUA DO VISCONDE DA LUZ —101 C O I M B R A JULIÃO A. D'ÂLMEIDA & C. a 20—Rua de Sargento Mór—24 COIMI RA £3 Sí'es antigo e ipbeJcc men o cobrem-se de novo guarda-soes, com boas sedas de febrico portuguez. Preços os mais bar.. :o\ Também tem Lsinbas fr « e outras fazendas p^ra coherícr s b ,s. No me"mo esíabelc cinieii > ve id"use magnifc.s armações par.,ar o , o que ha de mais moderno. R E C L A M E S E A N N U N C I O S í ^ i n S T O - I E I R I MACHINAS Estabelecimento de fazendas brancas ARTIGOS DE NOVIDADE ALFAIATARIA MODERNA DE JOSÉ LUÍS UABT1SS SE ARAUJO 90, Rua do Yisconde da Lnz 92 —COIMBRA 6 O mais antigo estabelecimento n'esta cidade, com as verdadeiras machinas Singer, onde se encontra sempre um verdadeiro sortido em machinas de costura para alfaiate, sapateiro e costureira, com os últimos aperfeiçoamentos, garantindo-se ao comprador o bom trabalho da machina pelo espaço de 10 annos. Hecebe-se qualquer machina usada em troca de novas, transporte grátis para os compradores de fúra da terra e outras garantias. Ensina-se de graça, tanto no mesmo deposito como em casa do comprador. Vendem-se a prazo ou promplo pagamento com grande descanto. Concerta-se qualquer machina mesmo que não seja Singer com a maxima promptidão. ESTAÇÃO DE INVERNO Arnim de chegar um grande sortido em casimiras próprias para inverno. 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à N N O 1. Defensor LIÇÃO S K V E R A Se o sr. D. Carlos não fosse o primeiro e mais elevado representante official do Paiz, se o sr. D. Carlos não occupasse na hierarchia politica de Portugal o primeiro e supremo grau, não nos importaríamos que o rei viajasse, nem nos daríamos ao enfado de faliar nas peripecias da sua desastrada e infeliz digressão ás côrtes extrangeiras. O sr. D. Carlos, liem ou mal, com merecimentos ou sem elles, é, por graça de Deus e direito hereditário, o supremo magistrado da Nação Portugueza, e, por isso, ainda os actos da sua vida particular vêm refleelir-se na vida politica e moral da nação, na qual sua magestade desempenha o principal papel e exerce as funcções de chefe supremo. Deviam, pois, os ministros, conselheiros natos da corêa, guardas fieis e vigilantes da dignidade e da honra nacional, não ceder aos caprichos do seu amo e senhor; e, quando fossem elles os auclores da lembrança e resolução da tal viajata, prever e acautelar o chefe politico do Estado de quaesquer occorrencias desagradaveis e offensivas da sua respeitabilidade e decoro, e, que é mais grave pondonoroso, da honra e dignidade da Nação. Não succedeu porem assim. Ou fosse subserviência aos desejos inconsiderados do monarcha, ou fosse por leviandade e irreflexãc, ou ainda por calculado expediente de astuciosa e traiçoeira politica, os ministros, sem pensar nas consequências, sem prever os resultados de mais uma aventura palaciana, vergonhosa para o respeito e prestigio das instituições e seriamente compromeltedora e desastrada para o credito e brios do Povo Portuguez, deixaram ir o rei ao exlrangeiro com todas as formalidades e pragmalicas da sua elevada posição social, rodeado de apparalo e da ostentação prop via do seu alto cargo e representação politica, expondo-o a desconsiderações e insu los, que.a não ser el-rei inconsciente ou alheio a sentimentos de vergonha e pondonor, o devem ler profundamente magoado, dando occasião e pretexto para ser na pessoa d'el-rei desconsiderada e insultada a Nação Portugueza, que nenhuma culpa tem e, por isso, em nenhuma responsabilidade pode incorrer pelos caprichos do rei, pelas leviandades e imprevidencias dos seus ministros. Entre as demonstrações de desagrado, que tem sido muitas e punjenles, dadas ao rei de Portugal durante a sua viagem em côrtes extrangeiras, avulta uma que o deve ler devéras impressionado pela sua moralisadora significação; — lição severa, merecido e juslo correctivo para um rei constitucional, que tem arbitrariamente calcado a Constituição, cassada, por actos revoltantes de uma insolente dicladura, as liberdades populares e municipaes, zombado dos direitos individuaes dos cidadãos portuguezes, preterido, cynica e arrogantemente, as mais usuaes e indispensáveis formulas do syslema liberal representativo, faltando aos seus juramentos, e contribuído, directa e poderosamente, para o rebaixamento politico e moral da Nação, a que preside, para a miséria economica e para a ruína total de um Estado, que o tem por chefe, de um Povo que anda cançaílo de trabalhar para o manter e á sua família, cançado de pedir justiça e moralidade aos poderes públicos, que só lhe respondem com prepotências e cada vez maiores vexames, que longe deoattender em suas queixas e representações, cada vez mais o opprimem, e insultam. —Em Iodas as festas e recepções ofjiciaes, que em honra do rei de Portugal se fizeram e com pompa celebraram na grande capital da França, os presidentes das duas casas do Parlamento abstiveram-.se de comparecer. Nem o presidente do senado, nem o presidente da camara dos deputados da Republica Franceza, compareceram ás festas e recepções celebradas em honra e homenagem do Rei de Portugal. Ninguém alli os vio; ninguém lá os enxergou. A sua falta, a sua ausência nas festas por certo não foi casual; nem incommodos de saúde ou affazeres estorvaram os illuslres presidentes do Parlamenlo Francez de ir cumprimentar e prestar as demonstrações do seu respeito, ao menos por delicada corlezia, em cujos requintes ninguém por esse nf.ndo excede, nem sequer eguala o Povo Francez, ao rei de Portugal. Quizeram, com a sua abstenção e ausência, os Presidentes do parlamento Francez, dar uma severa lição a esse chefe de um Estado Constitucional, que menospreza e suspende arbitrariamente a constituição, ao supremo funcciqnario publico de um Paiz, que se rege pelo syslema liberal representativo, mas que dissolve o Parlamento, annulla a Representação Nacional para com os seus ministros governar, vae para dois annos, em completa e desenfreada dicladura reaccionaria. Severa e bem merecida lição, que muito poderia e deveria aproveitar a um rei e seus ministros, que, por indole e por habito, não fossem incorrigíveis. Infame comedia O ministério reúne para pôr á escolha o nome dos deputados e no ultimo conselho de ministros, se bem que a lista não estava completa, dizem que muitos nomes foram ao conselho e que agradaram geralmente. Não fica por aqui o descaro, porque os jornaes do governo fazem d'estas apreciações: *Parece-nos ser acertada a escolha d'este cavalheiro para representante da nação em côr l es.» Escolhidos a dedo e approvados em publico! Nada admira, sendo governo a crapula de homens que ahi estão prostituídos, a affrontarem tudo que é santo, tendo por mentor o odiento Jcão Franco, mais cynico que Judas, mais tratante e mais perverso que o foi Lopo Vaz, de execranda memoria. E será isto a camara popular, como lhe chamam... Um escarro saido de boccas pútridas e consciências prevertidas é que é. Nada se lhe pôde confrontar. As camaras que vão reunir-se — essas! — são a ultima expressão da escoria politica! Um prostíbulo! A tramóia do Nyassa Ainda estrebucha no lamaçal esta arriosca, d^nde sairam ladrões muitos conselheiros e titulares, altos trumphos da politica, que levam a vida em assaltos aos cofres públicos e ás companhias e bancos de credito. A caminho da Africa seguiu viagem um official superior do exercito, que pedira licença íllimitada, afim de ir exercer um logar de commissão, representando um dos grupos do Nyassa, que andam em gambernas. Ao official deu-se intimação para regressar ao reino, ou estabelecer residencia no paiz estrangeiro, como consta da licença. E o Moncada, aquelle rico delegado, virgem e martyr, a deixal-os á solta. O Mineiro, no Limoeiro, já lhe perdeu a esperança. Povo COIMBRA —Domingo, 3 de novembro de 1895 AS ELEIÇÕES POR DM OCULO Andam preoccupados os ministros com as próximas eleições. João Franco, como cabeça dirigente do ministério, celebra conferencias com os magnates regeneradores mais em evidencia; e diz-se, com quanto não seja ainda certo, ter organisada a lista dos deputados, que ha de levar á camara no meio da maior indifferença do povo, que não quer saber de eleições para nada. Diz o governo que a futura camara ha de ser uma camara á inglesa; nem as camaras á francesa lhe servem já! Ora o que nos espanta é que o governo saiba de antemão o que ha de ser o parlamento. Se elle hade sahir, no dizer da Tarde, orgão officioso do governo, muito superior ás memoráveis côrtes de 1820, como é que o povo, o qual se levantou em massa ao verbo elequente dos patriotas Fernandes Thomaz e outros, nesse tempo de dignidade e coragem nacional, não se entremette agora nessa lucta ridícula, que os governantes preparam para breve, e para o qual nem ao menos um homem de reconhecida capacidade e honradez presta o seu nome a figurar nas listas, que hão de cahir nas urnas, não das mãos do povo que as sujaria, mas das mãos dos amigos das instituições, que nos arruinaram, e dos auxiliares dos senhores ministros, que nos compromettem o futuro, e nos desgraçam ao presente. Decididamente, de duas uma: — ou o povo comprehendeu os seus deveres, e o seu silencio é precursor dWia desforra, que nos rehabilite perante as outras nações, e afiaste para longe os escuros nevoeiros que parece quererem envolverem a nossa nacionalidade ; ou então é a cobardia que se apossou dos espíritos, é a criminosa paz pôdre em que nos deixamos precipitar, quebrantados por tanto esforço inútil e esmagados por tantas violências consecutivas, e vinganças da força contra o direito. O governo, que na sua lei eleitoral tantos rancores mostrou contra os médicos e advogados, e quiz, para ver se illudia os espíritos, promover a representação das classes, está- Ihe soffrendo as consequências. Nas classes agrícola, commercial e industrial, que representam as forças vivas e productoras da nação, e podiam prestar ao governo o desejado numero de deputados, que elle precisa necessariamente fazer eleger para cumprir o encargo que imprudentemente lançou sobre os seus deslocados hombros, reina a maior desconfiança contra o governo, que com as suas estúpidas reformas os prejudicou nos seus interesses; o odto á politica é geral, porque a consideram já o mal de que enfermou o paiz, o primeiro mal a destruir, devendo merecer o desprezo de todos quantos amem a patria e desejem o seu levantamento, tanto moral, porque é sobre este ponto de vista que ella mais a tem prejudicado, como sobre o ponto de vista economico, financeiro e administrativo, porque só tem ella servido para enriquecer muitos que infamemente a exploraram em seu proveito, sem que os tribunaes lhes pedissem contas, ou as cadeias se abrissem para as receber e castigar como deviam. Dizem os affectos ao governo que o advogado e o medico não devem largar as suas profissões para se intrometterem nas pugnas parlamentares, e figurarem na politica activa. Confundem advogados com bacharéis, consideram a candidatura de bacharel como diploma de brilho d família e como satisfação de vaidade paternal! I Talvez que se enganem os governantes nesta classificação; porque em geral os bacharéis e outros, que o não são, vêm á camara menos para dar brilho á família do que para entrar na politica, mina inexgotavel de fama e proventos para a numerosa cohorte regeneradora, amparada nas graças e predilecção de sua magestade o rei D. Carlos 1. De commerciantes e industriaes quer o governo formar a maioria do futuro parlamento; e, se elle podesse fazer com que a representação das classes fosse levada a effeito, teria os nossos louvores, porque é uma das reformas que os democratas perfilham. Que pode valer, para representar a nação meia dúzia de sujeitos que se digam commerciantes ou industriaes, eivados dos mesmos vicios, e para os quaes o logar de deputado seja unicamente a satisfação d'uma vaidade balofa ou garantia d'uma especulação sórdida ? E' verdade que os advogados passam muitas vezes por palavrosos e sem auctoridade, a não ser na rabulice; mas nós, que nos interessamos sinceramente pelo bem do nosso paiz, antes nos queremos com elles do que com esses commerciantes e industriaes, nomeados pelo governo deputados para lhes fazer vomitar algumas palavras, no palacio de S. Bento, em que sobresahirão por certo pela subserviente acquiescencia governamental. Contra os médicos também ha rancor na reforma; e com razão: parece-nos que o exercido da profissão medica é prejudicial ao paiz que elles querem deixar morrer sem auxilio, dando assim razão áquelle sábio rei que prohibiu esta profissão humanitaria. São uns alhos estes defensores do throno e da corrupção; honra lhes seja, que o porveito não ha de ser grande. ••• A viagem real Opinião d'um correspondente para o El Liberal: — «O rei de Portugal é d'uma solemnidade decorativa. Não di\ nada! Tudo o que tem a di\er, fa-lo com meneios da cabeça. Está divertindo — a viagem. O governo deve estar lisonjeadissimo !... ^ e l o - m r l n i i - o XXIII HORROR! O furor monarchico em Hespanha sacrificou ha pouco em Cuba quarenta e duas creanças! Oito dos adolescentes cairam na esplanada do Campo de la Punta; trinta e quatro arrastam ainda hoje em S. Lazaro os ferros degradantes de forçados ! Foi-lhes corpo de delicto o crime de demolição do tumulo de Castanõn. Mas depois de assassinados os oito estudantes, e de infamados os trinta e quatro no aviltamento opprobrioso da grilheta, sabe-se que nem de leve foi perturbado o descanço sepulchral de Castanõn, que o tumulo está intacto, e que dos oito mancebos assassinados em nome da revoltante arbitrariedade que os condemnou á morte; um dos jovens, Verdugo, nem se achava na localidade em que se disse ter tido logar a supposta demolição, porque estava em Matanzas. Herodes foi um monstro, decretando a degolação dos innocentes; mas a monstruosidade do seu crime comprehende-se, embora horrorise, no interesse satanico que elle tinha em annullar o prophetisado rei dos judeus ! Mas os modernos Herodes de Hespanha, que lucraram, que ganharam, que venceram, no fuzilamento dos innocentes cubanos, a quem julgaram e condemnaram atribiliariamente, por um crime que não haviam commettido ? Causa horror este cynismo cruel das monarchias, que espargem o sangue do povo, só por satisfação do instincto feroz d'essa raça selvagem, que parece nada ter de commum com a especie humana — os reis! Morreram oito creanças innocentes, rebentam de fadiga trinta e quatro, sob a acção pesada dos duros trabalhos dos forçados é o rei de Hespanha dorme descançado no seu leito de rosas, erguido sobre o ataúde sinistro do general D. Juan Prim! Setenta deputados do Congresso hespanhol pediram já o «indulto» dos trinta e quatro innocentes; mas a injustiça monarchica ainda nem ao menos reparou a sua ferocidade, entregando ás familias dos condemnados os cadaveres dos mortos, e os corpos quasi muribundos dos que arrastam injustamente nas galés as grilhetas de forçados! Oh! como as monarchias são oppressoras e ferozes ! E quando ellas caem sob a acção desvairada do povo vencedor, qudxam-se então da injustiça popuiar, da crueldade das multidões, da seivajeria das turbas. «Chacun á son tour.» Quem semeia ventos, colhe tempestades. Lamentamos todos os excessos populares; mas lamentamos ainda mais a ferocidade dos reis, que assassinando os povos, os provocam á represalia nos dias em que elles ditam as leis, e esmagam a seus pés os reis e os déspotas!
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