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45-54 - Universidade de Coimbra

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DEFENSOR J>O Povo<br />

vivas ás promotoras do pic-nic as ex. mas<br />

sr. as D. Marianna Cymbron e D. Maria Ruas,<br />

que foram verda<strong>de</strong>iramente incasaveis em<br />

tornar agradavel e até encantadora aquella<br />

diversão. Não pu<strong>de</strong>mos também <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong><br />

especiaiisar o sr. Brito, um rapaz, que bem<br />

mostra ser da Beira, d'essa região em que a<br />

franqueza personifica a indole dos seus habitantes;<br />

foi elle que contribuiu para se fazer<br />

um magusto, e também lhe coube o pesado<br />

encargo <strong>de</strong> ornamentar, junctamente com o<br />

sr. Baptista e Montanha, a casa da quinta<br />

auxiliados por algumas gentis senhoras.<br />

A's cinco horas da tar<strong>de</strong> foi servido um<br />

fino e abundantíssimo lunch em uma vasta<br />

sala expressa e elegantemente adornada com<br />

arbustos e flores.<br />

O baile, que em seguida principiou, correu<br />

animadíssimo, dançando mais <strong>de</strong> vinte<br />

pares, sendo ás nove horas <strong>de</strong>licadamente servido<br />

o chá.<br />

Seria impossível dar uma nota exacta das<br />

senhoras e cavalheiros que concorreram a<br />

esta intima festa, a qual a todos ha <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar<br />

sauda<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>sejos <strong>de</strong> que em breve se repita.<br />

Entre outras, lembra-nos <strong>de</strong> ter visto as<br />

ex. mas familias dos srs. drs. Sousa Refoios,<br />

Emygdio Garcia, Cymbron, dr. Pessoa, dr.<br />

Raymundo da Motta, dr. Julio Teixeira, e<br />

as sr. as D. Maria Ruas e filha, D. Thereza<br />

Albano e filhas, D. Rosa Bobella, e os srs.<br />

Pedro Diniz, Brito, Alberto Moraes, Oliveira<br />

Monteiro, Ricardo Jardim, Jacintho Machado,<br />

Mourão, Il<strong>de</strong>fonso Silva, Caggigal, Pinheiro,<br />

etc., etc.; e muitas outras senhoras e<br />

cavalheiros <strong>de</strong> cujos nomes nos é impossível<br />

recordar na presente occasião.<br />

Finalmente foi uma festa agradabiilissima,<br />

cheia <strong>de</strong> alegria e <strong>de</strong> mocida<strong>de</strong>.<br />

Os nossos parabéns e o nosso profundo<br />

reconhecimento ás promotoras e promotores<br />

da sympathica festa, na qual reinou sempre<br />

a maior animação, sincera e expansiva alegria.<br />

i-^i<br />

Concerto vocal e instru.iiieii.tal<br />

E' na próxima quarta feira, que se realisa<br />

no theatro Pincipe Real, o sarau-concerto<br />

vocal e instrumental organisado pelo tenor<br />

Joaquim Tavares, que tem a coadjuva-lo artistas<br />

e amadores muito distinctos.<br />

Ha neste concerto <strong>de</strong> canto:<br />

Joaquim Tavares, tenor portuguez, a<br />

quem a imprensa <strong>de</strong> Lisboa e Porto dirigiu<br />

rasgados elogios ao cantor e ao artista, quando<br />

alli organisou alguns concertos. Tem a<br />

escóla <strong>de</strong> Milão e é muito consi<strong>de</strong>rado nos<br />

principaes theatros italianos, para on<strong>de</strong> tem<br />

obtido escriptura, merecendo applausos da<br />

imprensa <strong>de</strong> Italia.<br />

Elvira Brambilla, é uma cantora eximia,<br />

uma artista distincta, colhendo na sua<br />

carreira artística, os melhores loiros, a engrinaldarem-lhe<br />

o seu talento. Ace<strong>de</strong>u a tomar<br />

parte no sarau.<br />

Fe<strong>de</strong>rica Fassini, é uma agradavel menina,<br />

amadora, portugueza e filha <strong>de</strong> paes italianos,<br />

que a tiveram a educar em Milão,<br />

possuindo uma bella voz.<br />

Também um grupo <strong>de</strong> artistas-professores<br />

e artistas amadores d'esta cida<strong>de</strong> executam<br />

dois sextetos, em obsequio ao organísador<br />

do sarau, sr. Joaquim Tavares, que está<br />

muito congratulado por ver coliaborando na<br />

sua festa tanta individualida<strong>de</strong> artística, em<br />

evi<strong>de</strong>ncia, que por sem duvida hão <strong>de</strong> attrahir<br />

ao theatro gran<strong>de</strong> concorrência.<br />

O programma é variadíssimo e escolhido.<br />

Estão á venda os bilhetes nos logares do<br />

costume e na alta.<br />

Folhetim—«Defensor do Povo»<br />

0 CORSÁRIO PORTUGUEZ<br />

ROMANCE MARÍTIMO<br />

ORIGINAL DE<br />

CAPITULO VI<br />

A vingança<br />

«Nosso Senhor Jesus Christo morreu<br />

numa cruz para libertar os homens; mas<br />

aquelles que seguem a sua religião, vão buscar<br />

os negros ás suas terras, e em troca do<br />

baptismo dão-lhe a escravidão!... Oh! Isto<br />

é monstruoso, contrario ás leis da moral!<br />

«Eu já não tenho dinheiro para resgatar<br />

escravos, o Senhor bem o sabe, e ainda hoje<br />

chorei por causa duma pobre família!<br />

«Não ha ainda duas horas que dois negros,<br />

marido e mulher, com dois filhinhos,<br />

vieram pedir-me em nome <strong>de</strong> Jesus Christo<br />

que os salvasse, porque o seu senhor os tinha<br />

vendido, e que em oito dias partiam<br />

para o Maranhão.<br />

L.° ANNO<br />

Notas <strong>de</strong> carteira<br />

Ao sr. Antonio Joaquim Simoes David,<br />

digno escrivão e tabellião do juizo <strong>de</strong> direito<br />

da comarca <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, foram concedidos<br />

3o dias <strong>de</strong> licença.<br />

Que os gose sem incommodos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

é o nosso <strong>de</strong>sejo.<br />

•<br />

De regresso a esta cida<strong>de</strong>, o bom amigo,<br />

sr. Domingos Cardoso, com sua extremosa<br />

esposa, seu pae e família. Que os banhos da Figueira<br />

e o <strong>de</strong>scanço das fadigas do trabalho<br />

<strong>de</strong> todo um anno venham bem retemperadas<br />

para o continuo labutar.<br />

Caminho <strong>de</strong> ferro d'Arganil<br />

Foi prorogado por uma portaria, até 3i<br />

<strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1896, o prazo para a conclusão<br />

do ramal do caminho <strong>de</strong> ferro <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />

a Arganil.<br />

Peor que as obras <strong>de</strong> Mafra.<br />

Concursos<br />

Foi <strong>de</strong>liberado e é ponto assente que não<br />

serão eífectuados, antes do Natal, os concursos<br />

para o preenchimento das ca<strong>de</strong>iras vagas<br />

na faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Direito da nossa <strong>Universida<strong>de</strong></strong>.<br />

O Ilhéo — gatnno<br />

Foi preso na sexta feira <strong>de</strong> manhã, nesta<br />

cida<strong>de</strong>, por um telegramma do commissario<br />

<strong>de</strong> policia do Porto, o celeberrimo gatuno,<br />

José Raymundo, o llhéo.<br />

E' um heroe na gatunice e dá sempre serviço<br />

á policia, <strong>de</strong> quem elle foge, como o<br />

diabo da cruz.<br />

Nomeações<br />

Foram nomeados contínuos, os srs. Augusto<br />

Diniz <strong>de</strong> Carvalho, para os geraes da<br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong>, e Alvaro Julio Marques Perdigão,<br />

para a secretaria.<br />

A GRANEL<br />

Ainda esta semana será aberto concurso para o<br />

preenchimento <strong>de</strong> todas as vagas <strong>de</strong> professores d'ambos<br />

os sexos e para mais cem ca<strong>de</strong>iras que vão ser<br />

creadas. Dizem que serão mais <strong>de</strong> 150 os contemplados.<br />

•<br />

O rei D. Carlos é recebido na Prússia oíBcialmente<br />

como rei <strong>de</strong> Portugal.<br />

Sua Magesta<strong>de</strong> abandona o incognito <strong>de</strong> con<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Barcellos.<br />

Nestas circumstancias a sua visita tem <strong>de</strong> ser <strong>de</strong><br />

curta duração.<br />

•<br />

A commissão da Subscripão Nacional resolveu por<br />

unanimida<strong>de</strong>, entregar as canhoneiras ao ministro da<br />

marinha, assistindo a esse acto a <strong>de</strong>legação da commissão<br />

executiva, lavrando-se auto <strong>de</strong> entrega. A<br />

gran<strong>de</strong> solemnida<strong>de</strong> é reservada á entrega do cruzador.<br />

•<br />

Ainda não <strong>de</strong>ram entrada na respectiva recebedoria<br />

as quantias <strong>de</strong>vidas á fazenda nacional pelos her<strong>de</strong>iros<br />

do fallecido sr. D. Fernando, não obstante o praso para<br />

esse pagamento já ter findo ou estar proximo a findar.<br />

Os pobres, coitados, choravam lagrimas<br />

<strong>de</strong> sangue, e eu chorei com elles; como não<br />

tinha dinheiro, corri a casa do proprietário e<br />

comprei-lh'os, mediante uma letra que se<br />

vence em oito dias! Os <strong>de</strong>sgraçados estão<br />

livres, e Deus me dará os meios para pagar<br />

uma divida tão santa.<br />

Manuel José Fernan<strong>de</strong>s, oa ouvir estas<br />

palavras do virtuoso prelado, sentiu o coração<br />

oppresso, e duas lagrimas lhe rolaram<br />

pelas faces. Verda<strong>de</strong> é que elle tinha também<br />

muitos escravos, mas pela maneira por<br />

que os tratava e alimentava, era adorado por<br />

elles, que o consi<strong>de</strong>ravam como pae. E<br />

quando visitava alguma das suas plantações,<br />

vinham-no esperar ao caminho e apresentavam-lhe<br />

os filhos, porque <strong>de</strong> todos era padrinho.<br />

— Senhor bispo, as virtu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> vossa excellencia<br />

reverendíssima são reconhecidas, e<br />

oxalá que todos lhe seguissem o exemplo.<br />

Agora vou pedir a vossa reverendíssima protecção,<br />

não para escravos, para uma familia<br />

po<strong>de</strong>rosa.<br />

Em seguida contou-lhe quanto se tinha<br />

passado entre D. Carlota e D. Francisco,<br />

acrescentando que mais uma traição se premeditava,<br />

e que era necessário prevenil-a.<br />

O bispo respon<strong>de</strong>u-lhe:<br />

— Meu caro amigo, eu já adivinhava isso<br />

mesmo! Sei que o <strong>de</strong>sditoso Carlos foi vi-<br />

•<br />

A policia <strong>de</strong> Lisboa anda em investigações que dizem<br />

respeito ao caso das notas falsas, <strong>de</strong>*scobertas ha<br />

tempo na Covilhã.<br />

•<br />

O governo hespanhol vae agraciar com o Tosão<br />

d'Oiro o presi<strong>de</strong>nte da Republica Franceza, mr. Felix<br />

Faure.<br />

•<br />

Vae respon<strong>de</strong>r em conselho <strong>de</strong> guerra o alferes<br />

Lemos, do corpo <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, que faltou ao embarque<br />

para Moçambique.<br />

•<br />

No julgamento do processo em Berlim, contra o<br />

jornal socialista Vorivaerts, Dierl foi con<strong>de</strong>mnado a<br />

seis mezes <strong>de</strong> prisão, Peunat a nove mezes e Randmahu<br />

a um anno<br />

ESMOLA<br />

Pedimos com instancia uma esmola para<br />

uma pobre familia, privada <strong>de</strong> lodos os recursos<br />

e a braços com uma triste sorte.<br />

Rem merecido é qualquer auxilio que<br />

se lhe conceda.<br />

N'esla redacção se recebe qualquer donativo.<br />

Transporte 800<br />

L. T 200<br />

X 500<br />

Somma 1$500<br />

Livros e jornaes<br />

Os albergues nocturnos <strong>de</strong> Lisbo —Associação<br />

<strong>de</strong> que é presi<strong>de</strong>nte S. M. el-rei o Sr.<br />

V. Carlos I — X — Typ. Barata & Sanches<br />

Lisboa, 1895.<br />

E' um succinto e bem <strong>de</strong>senvolvido relotorio<br />

dos annos <strong>de</strong> 1893 e 1894, on<strong>de</strong> estão traçados<br />

os serviços benemeritos que tão santa casa prestou<br />

aos <strong>de</strong>sabrigados nacionaes e extrangeiros,<br />

nestes dois annos.<br />

Na extensa exposição que a direcção faz a sua<br />

Albergados, nos dois annos:<br />

Portuguezes 4:078<br />

Extrangeiros 616<br />

~4769iT<br />

que se acolheram ao albergue; aos quaes se <strong>de</strong>u<br />

o subsequente numero <strong>de</strong><br />

Agasalhados, 110 mesmo período d'annos:<br />

Portuguezes 25:622<br />

Extrangeiros 2:420<br />

28:042<br />

sendo soccorrido com as seguintes refeições:<br />

Ceias nesses annos:<br />

Em 1893 9:656<br />

Em 1894 11:<strong>54</strong>8<br />

21:204<br />

Dos pobres que o albergue recolheu, 2:977<br />

não sabiam ler. Em 1893 — portuguezes, 1:353;<br />

extrangeiros, 82. Em 1894—portuguezes, í:444;<br />

extrangeiros, 98.<br />

ctima d'uma vingança <strong>de</strong> D. Francisco, que<br />

infelizmente está ligado com frei Rozendo,<br />

que pô<strong>de</strong> tudo na corte pelo confessor <strong>de</strong> sua<br />

magesta<strong>de</strong>, <strong>de</strong> quem é intimo amigo. Não<br />

me fio do governador geral. E' tão bom<br />

como elles !<br />

«Ah! Se ainda fosse governador o marquez<br />

<strong>de</strong> Santo Antonio, então sim, podia eu<br />

tudo, porque nelle teríamos apoio, como sempre<br />

encontrou a justiça e a boa moral; mas<br />

o actual é da intima confiança <strong>de</strong> D. Francisco<br />

<strong>de</strong> Sarmento.<br />

— Mas, senhor, nada se po<strong>de</strong>rá fazer?<br />

— Veremos; <strong>de</strong>ixe-me pensar neste nego-<br />

cio, e conte commigo.<br />

«Em oito dias parte um amigo meu para<br />

Portugal, e mando por elle uma carta ao<br />

marquez, que também pô<strong>de</strong> muito na côrte;<br />

o senhor conhece-o muito bem pelo nome,<br />

pois foi um dos governadores que mais serviços<br />

prestou ao commercio e á agricultura<br />

do Brazil; o seu governo é <strong>de</strong> grata recordação<br />

nesta terra.<br />

Manuel José Fernan<strong>de</strong>s, mais animado,<br />

<strong>de</strong>spediu-se do bispo e retirou-se; no dia seguinte<br />

recebia o santo prelado a seguinte<br />

carta:<br />

«Excellentissimo e reverendíssimo senhor:<br />

— Inclusa achará uma letra <strong>de</strong> vossa reverendíssima,<br />

sacada sobre a casa Cruz & C. a<br />

E' a importancia por que rasgatou a familia<br />

Domingo, 3 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1895—N.° <strong>54</strong><br />

Por esta pequena resenha elucidativa, pô<strong>de</strong><br />

bem avaliar-se quanto é <strong>de</strong> humanitaria a instiluição,<br />

que tão bem cumpre os preceitos do Evangelho—<br />

consolae os tristes que tão bem exerce a<br />

carida<strong>de</strong> — dae aos pobresinhos!<br />

Firma o relatorio que é um primor <strong>de</strong> <strong>de</strong>scripção<br />

e um trabalho <strong>de</strong> mericimento, um grupo <strong>de</strong><br />

benemeritos, generosas almas que espalham o bem a<br />

tantas mil pessoas párias sem abrigo, míseros sem<br />

lareira.<br />

Como relator <strong>de</strong>parou-se-nos o nome benemerito<br />

do sr. con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Valenças, que nos dá burilada<br />

plirase ao <strong>de</strong>screver-nos a miséria que alli se<br />

conforta, no aconchego do leito, no alimento do<br />

corpo, moralisando-se pela «obra perseverante e<br />

continuada do bem que alli se exerce».<br />

E terminamos fechando com o importante summario<br />

do relatorio:<br />

1.° — Prosperida<strong>de</strong> da Associação dos Albergues<br />

Nocturnos. Sua gerencia economica nos annos<br />

<strong>de</strong> 1893 e 1894. Receita e <strong>de</strong>speza da Associação;<br />

<strong>de</strong> que modo se distribuíram os rendimentos<br />

do Albergue:<br />

a) levou a capital — 9:687$180 réis;<br />

b) a 4:694 pobres <strong>de</strong>u 28:042 agasalhos e<br />

21:204 ceias;<br />

c) construiu dois novos andares no asylo nocturno;<br />

e nestes a sala <strong>de</strong> espera dos albergados;<br />

um gran<strong>de</strong> tanque para banhos e para escaldar<br />

as roupas dos pobres; unia estufa para as seccar;<br />

dois novos dormitorios para mulheres.<br />

2." — De que modo prestou outros serviços<br />

aos forasteiros pobres, e quaes os que fez á cida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Lisboa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1881.<br />

3.° — Kellexões: — Albergados que não sabiam<br />

ler. A escóla da Associação. Sua policia<br />

disciplinar. A nossa carida<strong>de</strong>; hospedagem fraterna.<br />

Os mais <strong>de</strong>sgraçados pe<strong>de</strong>m maior compaixão.<br />

De como nossa religião tem sido a pratica<br />

do bem. A benelicencia em Lisboa. As senhoras<br />

portuguezas, e sua mo<strong>de</strong>sta e sublime<br />

carida<strong>de</strong> christã, sua incunsavel <strong>de</strong>dicação pelos<br />

pobres.<br />

4.° — Parecer da commissão revisora <strong>de</strong> contas.<br />

5.° — Mappas e documentos do relatorio <strong>de</strong><br />

1893 e 1894.<br />

Bem attesta o que ahi íica a <strong>de</strong>dicação sincera<br />

e assuida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sinteressada, que se nota em<br />

tanto trabalho e em tanta benemerencia, pelo pro-<br />

Novos sellos<br />

magesta<strong>de</strong>, e nos numerosos documentos que o ximo, que a má sorte arrastou á miséria.<br />

Começaram hontem a ven<strong>de</strong>r-se na esta- acompanliíim, já bem se avalia quantas mil almas Santa instituição<br />

ção telegrapho-postal, a nova emissão <strong>de</strong> sel- soffriam as privações do inverno, quantos <strong>de</strong>sgra- Penhor <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cimento a s. ex.<br />

los que fora annunciada.<br />

çados seriam viclima da sua miséria.<br />

Os antigos ainda são validos até fins <strong>de</strong> Daremos uma leve resenha dos mappas do mo-<br />

abril do proximo anno.<br />

vimento, correspon<strong>de</strong>ntes aos annos <strong>de</strong> 1893 e<br />

1894.<br />

a , pela amavel<br />

offerta.<br />

Julgamento da «Yangiiarda»<br />

Con<strong>de</strong>mnados<br />

Appellação da setença<br />

Terminou a audiência <strong>de</strong>pois dos <strong>de</strong>bates<br />

dos advogados: accusação, dr. Lopes Vieira,<br />

<strong>de</strong>feza, dr. João <strong>de</strong> Menezes, que fallaram<br />

duas vezes, terminando ás 3 horas e meia da<br />

tar<strong>de</strong>.<br />

A <strong>de</strong>feza do dr. João <strong>de</strong> Menezes foi brilhantíssima.<br />

Freneticamente abraçado pelos<br />

seus admiradores.<br />

Foi lida a sentença que con<strong>de</strong>mna Faustino<br />

da Fonseca, director da Vanguarda e o<br />

seu editor, Illydio Anali<strong>de</strong> da Costa, em tres<br />

mezes <strong>de</strong> prisão, em 5o$ooo réis <strong>de</strong> multa<br />

cada um d elles e nas custas e sellos do processo.<br />

Appellaram da <strong>de</strong>cisão dos tribunaes, prestando<br />

fiança e ficando em liberda<strong>de</strong>.<br />

O tribunal esteve sempre repleto <strong>de</strong> espectadores.<br />

escrava, e como sei que os seus recursos estão<br />

exhaustos, por serem o patrimonio dos<br />

pobres, remetto mais uma or<strong>de</strong>m para rece-<br />

ber da mesma casa dois contos <strong>de</strong> réis. Rogue<br />

por mim a Deus vossa reverendíssima,<br />

e creia-me seu amigo muito affeiçoado. —<br />

Manuel José Fernan<strong>de</strong>s.d<br />

O bispo exultou <strong>de</strong> alegria, e nesse mesmo<br />

dia gastou parte da quantia recebida,<br />

distribuindo-a pelos necessitados.<br />

Emquanto se passavam estes factos, em<br />

que as virtu<strong>de</strong>s pollulam; em casa <strong>de</strong> frei<br />

Rozendo outros tinham logar em condições<br />

tão oppostas, que repugnam.<br />

D. Francisco saiu furioso com as respostas<br />

<strong>de</strong> D. Carlota e foi procurar o fra<strong>de</strong>, que<br />

já tinha modificado as suas opiniões; e se em<br />

Portugal queria fazer santos e santas, no<br />

Brazil fazia escravos!<br />

Em nome, não sabemos <strong>de</strong> que missão<br />

evangelica, auferia importantes lucros; comprava<br />

proprieda<strong>de</strong>s e possuía um gran<strong>de</strong> numero<br />

<strong>de</strong> negros, que tratava peior, <strong>de</strong> que o<br />

Salvador tratou no templo os vendilhões.<br />

Frei Rozendo já não rezava hypocritamente,<br />

fazia usuras, e em vez <strong>de</strong> prometter<br />

o reino do céu aos incautos, dava o inferno<br />

aos pobres escravos, applicando-lhes o chicote<br />

com fervor evangelico!<br />

(Continua]*

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