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SETE-SÓIS E SETE-LUAS: UMA HISTÓRIA DE ... - Unisalesiano

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Começaram a ter preocupações com o que aconteceria quando o sol se<br />

escondesse e as vontades não fossem mais atraídas para o céu. Blimunda e<br />

Baltasar abraçaram-se às esferas das vontades e a passarola desceu e pousou<br />

num monte. O padre Bartolomeu tentou, então, destruir a passarola colocando<br />

fogo nela, mas foi impedido pelo casal. Quando o fogo foi apagado, o padre<br />

fugiu. O casal escondeu a passarola com ramos das moitas do Monte Junto e<br />

seguiu para Mafra.<br />

Baltasar, com a ajuda de Álvaro Diogo, conseguiu trabalho nas obras do<br />

convento. A obra do convento estava atrasada. As chuvas constantes e as<br />

dificuldades no transporte dos materiais são as causas.<br />

Baltasar regressou ao Monte Junto, para verificar os estragos na<br />

passarola e a possibilidade do encontro com o padre Bartolomeu. Domenico<br />

Scarlatti foi visitar o convento e encontrou-se com Blimunda, contando a ela<br />

que o padre Bartolomeu de Gusmão morrera em Toledo, na Espanha, durante<br />

um terremoto.<br />

Num dia, em um bar, Baltasar escuta a história de outros homens que<br />

trabalhavam no convento: Francisco Marques, José Pequeno, Joaquim da<br />

Rocha, Manuel Milho, João Anes, Julião Mau-Tempo. Acaba por contar sua<br />

história também.<br />

A construção continuava. Baltasar foi promovido a boieiro, com a ajuda<br />

de José Pequeno. Como boieiro, foi com outros seiscentos homens, que<br />

deveriam buscar uma grande pedra em Pêro Pinheiro. Dentre esses homens,<br />

foi à frente Francisco Marques, pois queria encontrar-se com a mulher e filhos.<br />

A pedra pesava trinta e um mil e vinte e um quilos. Sete metros de<br />

comprimento, três de largura e sessenta e quatro centímetros de espessura.<br />

Os quatrocentos bois que a puxariam, naquele momento, pareciam poucos.<br />

A viagem de volta começa mal, um homem descuida-se e perde o pé.<br />

Os bois deveriam puxar igualmente dos dois lados, o que raramente acontecia.<br />

O caminho não era de grande ajuda, passaram por colinas, subindo e<br />

descendo. Francisco Marquês era um dos responsáveis pelo calço. Distraiu-se,<br />

pensando na mulher e a plataforma em que a pedra estava presa passou com<br />

a roda, sobre seu ventre. Terminou a viagem em seu oitavo dia.<br />

Baltasar sempre que podia, retornava ao Monte Junto para conferir e<br />

concertar os estragos causados pelo tempo na passarola. Certa vez, Blimunda<br />

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