SETE-SÓIS E SETE-LUAS: UMA HISTÓRIA DE ... - Unisalesiano
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mulheres, para saciar suas necessidades, mesmo a religião dizendo que isto é<br />
errado.<br />
38<br />
É minha vontade que seja construída na corte uma igreja como a de<br />
S. Pedro de Roma, e, tendo assim dito, olhou severamente o artista.<br />
Ora, a um rei nunca se diz não, e este Ludovice [...]. Porém, há<br />
limites, este rei não sabe o que pede, é tolo, é néscio, se julga que a<br />
simples vontade, mesmo real, faz nascer um Bramante, um Rafael,<br />
um Sangallo, um Peruzzi, um Buonarroti, um Fontana, um Della<br />
Porta, um Maderno, se julga que basta vir dizer-me, a mim, Ludwig,<br />
ou Ludovisi, ou Ludovice, se é para orelhas portuguesas, Quero S.<br />
Pedro, e S. Pedro aparece feito, [...]. (SARAMAGO, 2010, p. 270)<br />
É uma personagem plana, pois não altera suas atitudes com o passar da<br />
história, e apesar de tomar decisões que de certa forma surpreendem o leitor,<br />
ao mesmo tempo, é motivado por razões esperadas.<br />
D. Maria Ana, a rainha. A rainha é apresentada com uma mulher que<br />
não pode ser mulher, não pode desempenhar a função de mulher, como<br />
Blimunda o faz. Por ser rainha, não pode tomar decisões, portar-se como quer.<br />
É, até mesmo, ridicularizada pelo narrador, quando este narra sobre a coberta<br />
com percevejos com que ela dorme.<br />
Essa mesma característica é apresentada pelos sonhos que a rainha<br />
tem, com o irmão do rei. D. João não é o homem de seus sonhos, pois este foi<br />
relacionado a ela por um casamento arranjado, mas ela não pode expressar<br />
seus desejos, pois é uma rainha e não cabe a ela desejar, apenas ocupar seu<br />
trono.