30.04.2013 Views

Download

Download

Download

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

www.arvoredoleite.org<br />

Esta é uma cópia digital de um documento que foi preservado para inúmeras gerações nas prateleiras da biblioteca Otto<br />

Frensel do Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT) da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG),<br />

antes de ter sido cuidadosamente digitalizada pela Arvoredoleite.org como parte de um projeto de parceria entre a<br />

Arvoredoleite.org e a Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes para tornarem seus exemplares online. A Revista do<br />

ILCT é uma publicação técnico-científica criada em 1946, originalmente com o nome FELCTIANO. Em setembro de 1958, o seu<br />

nome foi alterado para o atual.<br />

Este exemplar sobreviveu e é um dos nossos portais para o passado, o que representa uma riqueza de história, cultura e<br />

conhecimento. Marcas e anotações no volume original aparecerão neste arquivo, um lembrete da longa jornada desta<br />

REVISTA, desde a sua publicação, permanecendo por um longo tempo na biblioteca, e finalmente chegando até você.<br />

Diretrizes de uso<br />

A Arvoredoleite.org se orgulha da parceria com a Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes da EPAMIG para digitalizar<br />

estes materiais e torná-los amplamente acessíveis. No entanto, este trabalho é dispendioso, por isso, a fim de continuar a<br />

oferecer este recurso, tomamos medidas para evitar o abuso por partes comerciais.<br />

Também pedimos que você:<br />

● Faça uso não comercial dos arquivos. Projetamos a digitalização para uso por indivíduos e ou instituições e solicitamos que<br />

você use estes arquivos para fins profissionais e não comerciais.<br />

● Mantenha a atribuição Arvoredoleite.org como marca d'água e a identificação do ILCT/EPAMIG. Esta atitude é essencial<br />

para informar as pessoas sobre este projeto e ajudá-las a encontrar materiais adicionais no site. Não removê-las.<br />

● Mantenha-o legal. Seja qual for o seu uso, lembre-se que você é responsável por garantir que o que você está fazendo é<br />

legal. O fato do documento estar disponível eletronicamente sem restrições, não significa que pode ser usado de qualquer<br />

forma e/ou em qualquer lugar. Reiteramos que as penalidades sobre violação de propriedade intelectual podem ser bastante<br />

graves.<br />

Sobre a Arvoredoleite.org<br />

A missão da Arvoredoleite.org é organizar as informações técnicas e torná-las acessíveis e úteis. Você pode pesquisar outros<br />

assuntos correlatos através da web em http://arvoredoleite.org.


digitalizado por<br />

arvoredoleite.org


REVISTA DO JNSTITUTO DE LATiCíNIOS<br />

CANDIDO TOSTES<br />

DAIRY MAGAZIE PUBLlSHED BIMONTHLY BY THE DAIRY<br />

INSTITUTE CANDIDO TOSTES<br />

fNDICE CONTENT<br />

1. Qualidade microbiológica do leite cr ,u obtido por meio da ordenha manual e mecânica,<br />

na fonte de produção. MicrobiQlogical Quality of Raw Milk Obtained by Manual<br />

and Mechanical Milking at Productió n Place. Costa, L.C.G.; Carvalho, E.P. de &<br />

Carvalho, A.S. da ............. '. 3<br />

2. Prevalência de antibióticos no leite pasteurizado Tipo B e Especial, 3,2% de gordura<br />

consumidos em Belo Horizonte, 1982-83. Prevalence of Antibiotic Residues in<br />

Pasteurize Mi Type B and 3,2% Fat Special, Marketed in Belo Horizonte, Brazil,<br />

1-982-83'. Silva, T.J\P. da & Sena, M.C. de .................•.....•••••.. , .. . .. . 7<br />

3. Métodos de amostragem para avaliação da limpeza e sanificação. Methods of Sam­<br />

pling for Cleaning al'ICt,S<br />

4. Métodos atuais 'e modernos para análise Cio leite €i derivados. Modem Methods for<br />

'M<br />

5-. Métodos analíticos atuais na detecção de toxinas microbianas nos alimentos. Mo<br />

dern Analytical Methods for Microb iological Toxin Detection in Foods . Santos, E.C.<br />

dos ............••................•................•...••• , .......•.•.•.... 23<br />

6. Qualidade do leite pasteurizado. Quality of Pasteu rized Milk. Oliveira, J .S. de &<br />

Borges, S.F . . .. . . • . . • . . • . • . . . . . . . • , ........•....•..........•........... : . .. 29<br />

7. Formação de sabor amargo em queijos. The Formation of Bittemess in Cheese. Furtado,<br />

M.M . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . . . 35<br />

8. Tecnologia de fabricação do queijo gorgonzola no Brasil. Gorgonzola Cheese Ma­<br />

nufacturing in Brazil. Lourenço, J.P. de M .. : ........•...•.•.• : ...•....•....... 43<br />

9. Aflatoxinas no leite. Aflatoxins in Milk. Sabino, M ........ " ....•......••....... 47<br />

10. Queijos artificiais. Cheese Ana logs. Oliveira, C.S. de ........... . . . . . . . . . . . . . . • 49<br />

11. Parâmetros para a fabricação de queijo minas frescal por meio de ultrafiltração. ,Parameters<br />

for minas frescal cheesemaking by ultrafiltration. Vieira, S.D.A.; Goudebranche'Henry;<br />

Dycruet, P. & Maubois, J.L. ...••...•.......................•... 53<br />

12. Queijo prato - Comparação de fabricação usando leite pasteurizado por sistema de<br />

placas e ejetor de vapor (Nota Prévia). Prato .C<br />

Cheese Making Trials Using HTST Pasteurised and Ejector Heat Treated Milk. '<br />

Ventura, R.F.; Furtado, M.M.; Wolfschoon-Pombo, A.F.; Lourenço, J.P. de M. &<br />

Lima, A . . • . • • . . • . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . . • . • • . . • . . . . . . . . , . . . . • . . . . . . . . . . • . • • , 59<br />

13. Subsídios' para o plano nacional do leite. Propositions for th e Milk National Pro-<br />

gramo Melo, I.J. de .... : .........•......................•......••.•. :! ........ 71<br />

14. Seleções laticinistas mundiais - Série 111. World Dairy News - 33d Serie. Frénsel,<br />

O ....................................................•......•..•...•........<br />

Rev. Inst. Cândido Tostes - Juiz de Fora - Vol. 39 - 1-80 - N. o 235 ....:. Set./O ut. 1984<br />

EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÀRIA DE MINAS GERAIS<br />

Centro de Pesq uisà' e Ensino'<br />

"Instituto de Laticínios Cândido Tostes"<br />

Revista Bimestral<br />

Assinatura anual: Cr$ 5.ÓOO,00<br />

Endereço: Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes<br />

Tel.: 212-2655 - DDD - 032<br />

i Endereço Telegráfico: ESTELAT<br />

Cx. Postal 183 - 36100 Juiz de Fora - Minas Gerais - Brasil<br />

.<br />

Com p osto e im p resso em oH.set p el Esdeva Em p resa Gráfica Ltôa . . CGC 17 .153.081/0001'62 • R. Halfeld,1179 . J. Fora "'"G<br />

digitalizado por<br />

arvoredoleite.org<br />

.


Pág . 2 Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCr<br />

EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GERAIS<br />

- EPAMIG -<br />

DIRETORI/>. EXECUTIVA<br />

Presidente<br />

Miguel José Afonso Neto<br />

Diretor de Operações Técnicas<br />

Alberto Duque Portugal<br />

Diretor de Administração e Finanças .<br />

Asdrubal Teixeira de Souza<br />

ÓRGÃOS COLEGIADOS<br />

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO - COA0<br />

EFETIVOS Dalton . Collares de Araújo Moreira<br />

Arnaldo Rosa Prata<br />

Miguel José Afonso Neto<br />

Afrânio de Avellar Marques Ferreira<br />

Mário Ramos Vilela<br />

Geraldo Gonçalves Carneiro<br />

Egladson João Campos<br />

Jonas Carlos Campos Pereira<br />

Emílio Elias Mouchereck Filho<br />

Paulo Piau Nogueira<br />

SUPLENTES<br />

Laura de Sanctis Viana<br />

Antônio Stocker Barbosa<br />

Maria Inês Leão<br />

Alan F. Wolfschoon-Pombo<br />

Alberto Valentim Munck<br />

Edson Clemente dos Santos<br />

José Jésus de Abreu<br />

Francisco Rafael Ottono Teatini<br />

Mário José Fernandes<br />

Roberto Abramo<br />

CONSELHO FISCAL<br />

EFETIVOS<br />

Emane Ferreira Villela<br />

Jairo Ronan da Silva<br />

Ewaldo Damas da Costa<br />

SUPLENTES<br />

Mário Gomes Carneiro<br />

Ernani Torres Cordeiro<br />

He.loísio Ângelo [)ominitini<br />

Che fe do CEPE/ILCT<br />

Geraldo Gomes Pimenta<br />

Chefe Adjunto do CEPE/IL CT<br />

Edson Clemente dos Santos<br />

Encarregado da Área de Divulgação<br />

Hobbes Albuquerque<br />

COMISSÃO DE REDAÇ ÃO<br />

Múcio Mansur Furtado<br />

Otacílio Lqpes V'1lrgas<br />

Ronaldo Figueiredo Ventura<br />

Hobbes Albuqu,erque Sérgio Casadini Villela<br />

José Mauro de Moraes<br />

Valter Esteves Júnior<br />

EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GERAIS<br />

- EPAMIG -<br />

Re<br />

.<br />

vista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes", n. 1 - 1946 -<br />

JUIZ de Fora, Instituto de Laticínios "Cândido Tostes" , 1946.<br />

v. ilust. 23 em ·<br />

n. 1-19 (1946-48), 27 em, com o nome de Felctiano, n. 20QS (1948-57)<br />

23 em. com o nome de Felctiano.<br />

A partir de setembro 1958, com o nome de Revista do Instituto de<br />

Laticínios "Cândido Tostes".<br />

1. Zootecnia - Brasil - Periódlcos •• 2. Laticínios - Brasil - Periódi­<br />

cos.<br />

Empresa de Pesquisa Agropec"uária de Minas Gerais, Juiz de Fóra, MG, ed.<br />

o<br />

.<br />

CDU 636/637(81 )(05)<br />

.<br />

Revista do ILCT 39(235): 3-6 (1984)<br />

QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DO LEITE<br />

CRU OBTIDO POR MEIO DA ORDENHA<br />

MAN UAL E MECÂN ICA, NA FONTE DE<br />

PRODUÇÃO*<br />

Microbiological Quality of Raw Milk Obtained by. Manual<br />

manual.<br />

and Mechanical Milking at Production Plac<br />

Luiz Carlos Gonçalves Costa··<br />

Eliana Pinheiro de Carvalho··<br />

Augusto Silva de Carvalho···<br />

RESU MO - No presente trabalho verificou-se a carga bacteriana do leite bem<br />

como o seu índice de sujidade, obtido em condições de ordenha mànual e<br />

mecânica, na fonte de produção. Os leites obtidos, tanto pela ordenha manual<br />

como pela mecânica, apresentaram contagens elevadas de microrganismos,<br />

principalmente coliformes. As ordenhas manual e mecânica não se diferencia­<br />

ram significativamente quanto ao fndice de sujidade do leite. O leite obtido por<br />

ordenha mecânica apresentou valor médio de contagem de microrganismós<br />

coliformes ligeiramente mais elevado do que o obtido por ordenha manual;<br />

Termos para indexixação: Qualidade mícrobiológica do leite cru, ordenha mecânica, ordnhà<br />

ABSTRACT- The present work verified bacteriological contamination.of milk as well as its<br />

impurities index ovtained on manual and mechanical milking at production place.<br />

T:1e milks from manual and mechanical milking presented elevÇlted index of contamination,<br />

mainly coliforms.<br />

80th milk types did not differentiate significantly in relation to impurities indexo<br />

The milk obtained from mechanical milking presented an average coliform contamination<br />

slowly higher than marlUal milking.<br />

Index terms: Raw milk microbiological quality, mechanical milking, manual milking.<br />

1. INTRODUÇÃO<br />

A limpeza efetiva dós recipientes utensílios<br />

e equipamentos usados na ordenha,<br />

o estado sanitário do rebanho e da água<br />

usada na limpeza, conjuntamente com a<br />

limpeza cuidadosa do local e a higiene do<br />

pessoal, são todos fatores de grande importância<br />

para a qualidade do leite.<br />

HUHN et alii (1 0) afirmam que a qualidade<br />

e durabilidade de um produto dependem,<br />

em grande parte, da qualidade da<br />

matéria-prima usada na sué) fabricação.<br />

Segundo os mesmos. autores é pratica­<br />

mente impossível melhorar as proprieda­<br />

des de um produto derivado, se o número<br />

de microrganismos inicialmente presente<br />

no leite "in natura" é elevado.<br />

BALLARIN (3), define a higiene. do lei<br />

te, como sendo. a sua obtenção mais efi­<br />

ciente possível, conservando-o e. transpor­<br />

tando-o satisfatoriamente para assegurar<br />

um alimento sadio e higiênico.<br />

A má qualidade do leite cru, reduz o<br />

tempo de vida útil do produto pasteurizado<br />

e dificulta a padronização de produtos<br />

derivados de alta qualidade.<br />

• ;Trabalho apresentado à 39.· Semana do laticlnista -Julho/1983.<br />

•• iProfessores do Depto. de Ciência dos Alimentos da ESAL. C.P. 37 -37.200 -lavras, MG.<br />

••• Professor da Escola de Veterinària da Universidade Federal de Goiàs.<br />

digitalizado por<br />

arvoredoleite.org


1<br />

,<br />

Pág. 4 Setembro/Outubro de 1984 Re vista do IL CT<br />

ABELE (1 ) afirma que as causas de<br />

contaminação do leite pasteurizado são de<br />

várias origens, entretanto muito freqüente<br />

e geralmente ignorada é a presença de uma<br />

grande população de coliformes no leite<br />

cru, cuja destruição através de pasteurização<br />

eficaz, é {:le 99,5%, e ainda permite a<br />

sobrevivência de um número de microrganismos<br />

suficientemente grande para dar<br />

resultado positivo no ensaio. ,<br />

0000 & NEAVE (6), FLORES (7), HOY­<br />

LE (9), OLlVER et alii, (12), RANDOLPH<br />

(13), WAITE & SMITH (17), preocupados<br />

com as infecções do úbere da vaca " atribuiram<br />

como causa principal, a falta de<br />

manejo adequado e sobretudo a má higiene<br />

da ordenha, incluindo-se a inadequada<br />

higienização das ordenhadoras mecânicas.<br />

CLAIDON (5), estudando os fatores<br />

que influenciam na condição sanitária das<br />

ordenhadoras mecânicas, mencionou a<br />

importância do estado fisico adequado das<br />

tubulações de borracha e conecção destas<br />

máquinas. Desgastes nas . superfícies fprmam<br />

focos de microrganismos,)nating;'"<br />

veis pelos sanitizantes. ,<br />

THIEL et alii (15) e MAGNUS (11 ) citam<br />

a eficiência da imersão de todas as peças<br />

da ordenhadora em solução bactericida<br />

após a convencional higienização e, que a<br />

imersão deve ser por espaço de tempo adequado.<br />

Os mesmos autores afirmam que o<br />

material poderá ficar em imersão nos intervalos<br />

das ordenhas em uma solução não<br />

corrosiva.<br />

Face ao exposto, e considerando a necessidade<br />

de se obter um produto final de<br />

boa qualidade, o presente trabalho teve<br />

como objetivo verificar a carga bacteriana<br />

do leite e o seu indice de sujidade obtidp<br />

em condição de orden/lamanual e mecâ"<br />

nica, na fonte de produção.<br />

2 . . MATERIAL E MÉTODO:<br />

O trabalho foi realizado no município<br />

de Lavras, situado na regiãô " Sul do Estado<br />

de Minas Gerais. '<br />

Para 'determinar a qualidade higiênica<br />

do leite obtido sob condição de ordenha<br />

manual e mecânica, procedeu-se um I<br />

vantamento de todas as propriedades pro­<br />

dutoras de leite no. município. de Lavras,<br />

num total de 230 propriedades, dentre elas<br />

foram sort,eadas ao acaso 69 produtores,<br />

12 dos quais possuiam ordenhadoras me­<br />

cânicas. As amostras foram coletadas se­<br />

manalmente, imediatamente após a. orde­<br />

nha da manhã, no período entre 01 /10/77 a<br />

08/02/78. As coletas foram realizadas uti­<br />

lizando-se frascos esterilizados que logo<br />

após eram acondicionados em caixa de<br />

isopor éontendo gelo triturado, e transpor­<br />

tado para o laboratório de microbiologia<br />

do DCA da ESAL, em tempo não superior a<br />

uma hora após a ordenha.<br />

Foram realizados os seguintes exames<br />

bacteriológicos: contagem total de mesó­<br />

filos e NMP (número mais provável) de<br />

coliformes; prova de lactofiltração através<br />

do filtro de "Minit', para determinar a<br />

sujidade do léite como indicador de higie<br />

ne.<br />

Para os exames bacteriológicos foram<br />

utilizadas as técnicas preconizadas pelo<br />

AMERICAN PUBLlC HEAL TH ASSOCIA­<br />

TION - STANDARD METHODS FOR THE<br />

EXAMINATION OF DAIRY PRODUCTS (2)<br />

e para a prova de lactofiltração a técnica<br />

indicada pelo STANDARD METHODS OF<br />

MILK ANAL YSIS (14j.<br />

Foram feita's -a-naITses de variância e<br />

histograma, segundo GOMES (8).<br />

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO:<br />

Pelos resultados do Quadro 1, verifica­<br />

-se contagem mais alta de coliformes na<br />

ordenha mecânica, o que não era. esperado.<br />

Por outro lado, vê-se que na ordenha<br />

manual a contagem de mesófilos foi<br />

maior. Observa-se que estes resultados<br />

médios, considerando as caracteristicas<br />

da amostragem, expressam uma contagem<br />

bastante elevada. Presume-se que este lei<br />

te ao ser transporta.do para a indústria,<br />

submetido aos fatores tempo e temperatu­<br />

ra possa alcançar contagens muito eleva<br />

das. . ·· ····<br />

Os resultados eXlJressos no Quadro 1<br />

e Figura 1 evidenciam não haver diferen­<br />

, ças significativas entredndices de sujidade<br />

do leite ordenhado por ordenha manual e<br />

mecânica.<br />

Observa-se assim, ao contrário do es­<br />

perado, que a utilização ,da ordenhadora<br />

mecânica não melhorou significativamente<br />

o indice de sujidade do leite;.<br />

As.ordenhadoras mecânicas; são re­<br />

cursos tecnológicos eficientes na obten-.<br />

ção de um leite higiênico, todavia, deman<br />

damo cuidados especiais deJimpeza e sani­<br />

tização, pouco assimilado pelo homem do<br />

campo.<br />

s firmas encarregadàs da fabricação<br />

das ordenhadoras, distribuiem instruções<br />

e se preoóúpam com a higiene das máqui:- '<br />

nas. Entretanto; segundo CLAIDON (5) há<br />

detalhes importantes, que passam desper­<br />

cebidos por aqueles que, manuseiam as<br />

instalações da ordenhadora. Cita () mesmó,<br />

autor, que as condições físicas das super:-<br />

Re vista do ILCT Se tembro/Outubro. de 1984 P á g. 5<br />

fícies das tubulações de borracha podem apresentaram contagens elevadas de mi-<br />

armazenar resíduos de leite nas ranhuras, crorganismos, principalmente de colifor-<br />

com formação de foco,s microbianos ina- mes.<br />

QUADRO 1 - Re sultados médios do índice de sujidade e dos exames bacte riológicos de<br />

Orde nha<br />

Mecânica<br />

Manual<br />

C.V. (%) 15,28<br />

me sófilos e NMP de coliforme s, em condições de orde nha me cânica e ma­<br />

nual, no município de Lavras, de outubro de '1977 a fe ve reiro de 1978.<br />

indice de<br />

sujidade<br />

mg/I<br />

0,28<br />

0,30<br />

Me sófilos<br />

por ml<br />

5,5.101<br />

8,3.10<br />

NMP de Coliformes<br />

por.ml<br />

4<br />

6,1.10 "4<br />

5,8.10 "<br />

tingiveis pelos sanitizantes. A presença de bactérias coliformes po-<br />

Pelos resultados expressos no Quadro de ser considerada como indicadora de<br />

1 comparados com os obtidos por BAR- qualidade do leite.<br />

B ' OSA (4) o qual encontrou 323.000 m . i- - VIEIRA (1 6) cita que os organismos<br />

crorganismos por ml de leit, sem o . s CUI- coliformes prevalecem no esterco do' gado<br />

dados higiênicos e 2.000 mlcrorImos leiteiro e outros animais de granja (tampor<br />

ml, com todos os cuidados hlglemcos, bém nas moscas), no solo {e portanto em<br />

podemos afirmar que ambas as ordenhas muitas fontes de agua) e nos vegetais e<br />

FIGURA 1 - Histograma re presentativo do índice médio de suidade o . le ite no município<br />

de Lavras, obtido através das orde nhas manual e me caOlca, de outubro de<br />

1977 a fe ve reiro de 1978.<br />

-'<br />

.... .<br />

'"<br />

E<br />

'"<br />

!:<br />

'"<br />

-'<br />

o<br />

0.20<br />

OJO<br />

digitalizado por<br />

MA.NUAL MECÂNICA<br />

arvoredoleite.org<br />

'


Pág. 6 Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCT<br />

sementes, nas rações, forragens e poeiras<br />

, destas. Pode-se analogamente afirmar que<br />

o leite cru, indubitavelmente contaminar­<br />

-se-á com bactérias cOliforms, em maior<br />

ou menor grau durante a ordenha.<br />

. .<br />

P0gem.?s evidenciar também a falta de<br />

hlglenlzaçao e sanitização da ordenhado­<br />

ra ! como responsável por contaminação do<br />

leite. '<br />

T .<br />

mecanlcas quando nao forem cuidadosa­<br />

mente hi . ginizadas . e sanitizadas, poderão<br />

se constl!Ulr em velculos de disseminação<br />

da mamltes. Segundo o mesmo autor a<br />

açao d . o . s bctericidas é eficaz, desde q'ue<br />

sa utlhzaçao seja prescrita com eficiên­<br />

cia.<br />

Pelos resultados obtidos, pode-se afir­<br />

mar que, na região do Município de Lavras<br />

o produtor não se sensibilizou com a efi<br />

ciênia higiênica da ordenhadora mecâni­<br />

ca, VIS , tO que a sua principal preocupação<br />

pa!ece ser substituir apenas· o homem<br />

mao-de-obra especializada, pelo equipa:<br />

mento.<br />

4, CONCLUSÃO:<br />

Os leites obtidos, tanto pela ordenha<br />

manual como pela mecânica, apresenta­<br />

ram contagens de microrganismos, princi­<br />

palmente coliformes.<br />

. As odenhas manual e mecânica não se<br />

diferenCiam significativamente quanto ao<br />

índice de sujidade do leite.<br />

O leite obtido por ordenha mecânica<br />

aresento valor médio da contagem de<br />

microrganismos coliformes ligeiramente<br />

mais elevado do que a ordenha manual.<br />

ô. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

1. ABE . LE, C.A . .controle dos microrga­<br />

Ismos cohformes. Revista do Ins­<br />

tlt tO de Laticínios Cândido Tostes.<br />

JUIZ de Fora, 2(1 25):14-1 8 mar/abr<br />

1966.<br />

2. AMERICAN PUBLlC HEAL TH ASSO­<br />

CI.A:TION. Standard for the Exami­<br />

natlo of Dairy Products. 9a • ed<br />

Washington, p. 10-1 5 1948<br />

3. BALARIN, O. Notas sob;e a biquimi­<br />

ca d leite. Meier & Blumer. Pág.<br />

12. RIO de Janeiro, 1947.<br />

4. BARBOSA, H.D.C. Higiene do leite na<br />

fonte de prdão. Revista do Insti­<br />

tuo de Latlcmlos Cândido Tostes. '<br />

1 .<br />

de Fora, 13(79):16-22, jul/ago.<br />

5. CLAYDON, j.J . . Methods for stlJdYing ,<br />

factor that Influence the sanitary'<br />

ondltlons of milk ma.chine teat-cup<br />

IInears. Journal of Dairy Science.<br />

'<br />

.<br />

.<br />

6. 00 .<br />

7<br />

U.S.A. "linois, Urbana . 36(4)'391-<br />

401 . April, 1953. ' .. .<br />

Inf ? ctlon In dry period. Journal of<br />

Dalry Research. U.S.A. California<br />

Davis, 23(2):204-21 0.'JUI;e. 1956. '<br />

, . FLORE, J. S. Introduç?o direta dos<br />

medicamentos no parênqLÍíína Qran-·<br />

d . ular na terapêutica da mastite. Re­<br />

vi sta do Instituto de Laticínios Cân­<br />

dido Tostes. Juiz de Fora, 26(156-<br />

157):12-1 4, nov.ldez. 1971,<br />

8. GOMS, F.P.Curso de Estatistica Ex­<br />

penmental. 6. a ed. São Paulo, No­<br />

bel, 1976. 430 p.<br />

9. HOYL . E, J.B. ODD;F.H. The detec­<br />

tatlO!1 of clinicai mastitis with in-li­<br />

ne fllters. Joumal of Dairy Rese­<br />

arch. USA, California, Davis, 31 (1 ):<br />

133-1 38. February, 1970.<br />

10. HUHN, S.; HAJOENWURCEL, J.R.;<br />

MOR . AES, J.M.; VARGAS, ' O.L.<br />

Qualldade_[Tlicrobiológica do leite<br />

cru obtido;pbr meio de ordenha ma­<br />

nual e mecânica e ao chegar à pla­<br />

tf?r . ma. evista do Instituto de La­<br />

tlcmlos Candido Tostes. Juiz de Fo­<br />

ra, 35(209):3-8, maL /jun. 1980.<br />

11. MAGNUS, . M.P. Limpeza e sanitização<br />

d: .<br />

quecla e operações. Revista do<br />

Instituto. de Laticínios Cândido Tos­<br />

tes. Juiz de Fora, 25(43):3-1 1. jan.1<br />

fev. 1959.<br />

12. OLlVER, J. et alii. Udder infection in<br />

the lactation period. Joumal of Dai ' ­<br />

ry Research. USA, California, Davis<br />

23(2):204-21 0, june. 1956.<br />

13. RANDOH, H.E. et alii. Influence of<br />

matltls on roperties of m:lk distri­<br />

bU!lon o! mllk proteins. Joumal o!<br />

Dalry SClence. USA, "'inOis, Urba­<br />

na, 57(1 ):15-18. January 1974<br />

14. STANDAR METHODS OF ' ANALYSIS<br />

- Amencan pub. 6th ed. New York<br />

1934.<br />

15. THEL, J . . et alii. F'rther studies of<br />

Imerslon cltlanlng of milking<br />

eqUlpment. Joumal of Dairy Re­<br />

search. USA, IIIinois Urbana 36(9)'<br />

917-923, September: 1953. '<br />

16. VIEIRA, . S..A. Os microrganismos co­<br />

o indicadores de qualidade. Re­<br />

v sta do Instituto de Laticínios Cân­<br />

di do Tostes. Juiz de Fora 31(185)'<br />

12-21 , maL/jun. 1976.<br />

17. WAITE, R. & SMITH, G.M. Measure­<br />

ment of the protein content of milk<br />

from mastitis quarters by the ami­<br />

do. Black mithoal. Joumal of Dairy<br />

Research. USA, Cafifornia Davis<br />

39( ): june, 1972. '<br />

'<br />

.<br />

,<br />

.<br />

.<br />

,<br />

'<br />

Revista do ILCT 39(235): 7-12 (1984)<br />

PREVALÊNCIA DE ANTIBiÓTICOS NO LEITE<br />

PASTEURIZADO TIPO B E ESPECIAL 3,2°.4, DE<br />

00, J : Olier& EAVE, F.K. Udder<br />

GORDURA CONSUMIDOS EM BELO<br />

, HORIZONTE', 1982-83 *<br />

Prevalence o, Antibiotic Residues in Pasteurized Milk, type<br />

HI . EL (15) cita


Pág. 8 Setembro/Outubro de 1984 Revista do Il CT<br />

Johannesburg (Atrica do Sul). FAGUNDES<br />

(1980) etú.d?u a prevalência de antibióti­<br />

cos no le !te·t/po B e tipo C'consumidos em<br />

elo HOrizonte tendo encontrado prevalên­<br />

clas de 5,49% e 1,25% respectivamente<br />

BARROS & . PECHES (1981) encontrara<br />

ma prevalencla de antibióticos no leite<br />

tIpO B e n: São Paulo de 15,04% nas análi­<br />

ss do le/e dos produtores, de 21 ,25% no<br />

leIte esfrlado (?arro-tanque) e de 21 ,87%<br />

no leIte pasteurizado.<br />

Diversos métodos para detectar resí­<br />

duo de antibiti?os no leite foram desen­<br />

volvIdos nos ultlmos anos: FOSTE R &<br />

WOODRUFF (1943), SILVERMAN & KOSI­<br />

KOWSKI (1952), NEAL & CALBERT (1955)<br />

ARRET & KIKSHBAUM (1959) KOSI <br />

K2WSKI & LEDFORD (1960), IGARASHI et<br />

alll (1961 ), MART at alii (1963), I.D.F.<br />

(197), y AN OS et alii (1975), HUHTANEN<br />

et alll (/977), KAUFMAN (1977), VILELA &<br />

SANTOS (1?2), MESSER et alii (1982) e<br />

outrs md/f/cados. Todavia, não foi con­<br />

seg . udo amda um método completamente<br />

aceltavel que possa ser facilmente utiliza­<br />

do nas condições de indústria no Brasil.<br />

O reente trabalho objetivou estudar a<br />

p evalenc/a de . resíduos antibióticos no<br />

leIte pasteurizado tipo B e Especial 3 2'%<br />

de Gordra consumidos em Belo Horiion<br />

te e avalla . r comparativamente a sensibili­<br />

dad relatIva de quatro métodos para de­<br />

tecçao de antibióticos no leite.<br />

Amostras de leite<br />

MATERIAL E Mé TODOS<br />

. Foram colhidos pacotes de 1 000 ml de<br />

leIte pasteurizado tipo B<br />

de<br />

e<br />

Gordura<br />

Espcial<br />

de<br />

3 2'%<br />

três marcas comerciais 'no; supermercados de Belo Horizonte ' num<br />

tot 1 de 96 e . 288, respectivamente. " A colheIta<br />

se realIzou durante 12 meses (abril!<br />

82 a março/83), sendo duas vezes por semana<br />

. . Os . pac ?te foram acondicionados<br />

em calx . a IsotermlCas e conduzidos para o<br />

I boratono d Departamento de TecnologIa<br />

. e Inspeçao de Produtos de Origem<br />

AnImaI da Escola de Veterinária da UFMG.<br />

Métodos<br />

. A presnça ou não de resíduos antibiótIC:0S<br />

no leIte foi detectada<br />

metodos<br />

através<br />

referendados<br />

de três<br />

teste<br />

mundialmente em pesquisa.<br />

e um<br />

Método Cláss<br />

.<br />

ico com<br />

.tro.<br />

disco de<br />

O procedImento<br />

pap el de fiIfoi<br />

aplicado conforme<br />

o STANDARD METHODS FOR THE EXA­<br />

MINATION OF DAIRV PRODUCTS (1978).<br />

spensões de esporos de Bacillus sub­<br />

tJh (ATCC 6633) foram obtidas dos labo­<br />

rato /os Difco. As placas foram incubadas<br />

a 32 C por 12h. Zonas de inibição maiores<br />

do que 13 mm foram consideradas como<br />

teste positivo. Fez-se o controle positivo<br />

(0,05 U.I./ml) e o controle negativo.<br />

M . étoo do T. .C. ou cloreto de 2,3, 5 _<br />

tnten . " tetrazohum.·<br />

o I segundo o H.M.S.O. (1968). Cultura<br />

" flllzda de Streptococcus thermophi/ us<br />

fOI obtIda do Chr. Hansen's Laboratorium<br />

Fez-se o controle.positivo (0,04 U.Uml) <br />

. •<br />

o controle negativo.<br />

Método do DEl VOT EST- P da Gist-Brocades<br />

nv. Os materiais para o teste"Oelvo­<br />

test- foram obtios da Bioquímica do<br />

BrasIl SI A (BIOBRAS). O procedimento foi<br />

s:guno AN OS et alii (1975) e as instru­<br />

çoes tecnlcas recomendadas pelo fabri­<br />

cante. Tabltes nutrientes contendo o bro­<br />

n:ocresol purpura como indicador são adi­<br />

c/ . oados em ampolas contendo meio agar<br />

solldo semeado com esporos de Bacillus<br />

stea o!hermophi/ us varo calidolactis. Após<br />

a adlçao de 0,1 ml de uma amostra de leite<br />

a a mp ola é incubada em banho-mari<br />

6 . 3-6 C por 2h30'. Na ausência de subs­<br />

tanC/as antimicrobianas todo o meio sóli­<br />

do se torna amarelo (resultado negativo)<br />

enquant a . pe . rmanência do púrpura d<br />

todo meIo md/ca positividade do teste<br />

Como controle foi utilizada uma ampoI<br />

co . ntendo leite livre de antibióticos. Neste<br />

t?dO o microrganismo tem crescimento<br />

m/b/do a uma' concentração O 005<br />

U.Um/. '<br />

Métoo teste em pesquisa. O procedimen­<br />

to fOI baseado na técnica de VILELA &<br />

S!,-NTOS (1981) com algumas modifica­<br />

ÇO?s. A cultura do Bacillus stearothermo_<br />

ph" us varo calidolactis foi obtida de uma<br />

ampola do DELVOTEST-P. O conteúdo da<br />

ampola foi transferido para um tubo com<br />

10 ml de caldo triptona (pH + 8,0) e incu­<br />

bado a 55°C por 18h. Em seguida foram<br />

efetuadas 3 repicagens, na proporção de<br />

1 %, em cald . o triptona (pH + 8,0) para se<br />

obter um numero de esporos viáveis na<br />

ordem de·10 . UFC/ml, sendo que na últi­<br />

ma fez-se slmultanemanete uma repica­<br />

gem em a<br />

.<br />

gar tit?na inclinado ("Li +<br />

8,0). O meIo antlblotico foi preparado co­<br />

locando-s . 19 ml do caldo triptona com<br />

esp c;> ros VIave/S e 1 porção de uma alça de<br />

platma com os esporos viáveis desenvolvi­<br />

dc;>s no agar inclinado, em 100 ml de agar<br />

trJl?t?na. pH + 8,0 (+ 55°C). Em: seguida<br />

adICIonou-se o indicador bromocresol .púr­<br />

pura na concentração final de 0,05% e<br />

Revista do ILCT Setl . I;no/Outubro de 1984 Pág. 9<br />

distribuiu-se em 10 placas de Pet: de<br />

110mm dd., para se óbter uma camadc.. de<br />

0,8 - 1,0 mm de espessura. As placas,<br />

depois de solidificadas, foram empacotadas<br />

em sacos plásticos e mantidas na geladeira<br />

( + 5°C) até o uso. No momento da<br />

prática, foram feitas depressões circulares<br />

de 5 mm de diâmetro com um cortador, no<br />

agar da placa, e com uma seringa esterili<br />

zada foi transferido 0,1 ml da amostra de<br />

leite a ser analisada, em duplicata. Simultaneamente<br />

fez-se o controle positivo<br />

(0,008 U.l./ml) e o controle negativo. s<br />

placas foram incubadas a 62 + 1°C e apos<br />

2 horas procedeu-se a leitura. A ausência<br />

de resíduos inibidores permitirá o crescimento<br />

do microrganismo teste, que é indicado<br />

pelo abaixamento do pH edo potencial<br />

de óxido-redução, modificando a cor<br />

violeta do meio para amarela. Por outro<br />

lado, permanecendo um halo violeta ao<br />

redor da depressão, indicará a presença de<br />

concentrações suficientemente altas de<br />

antibiótico, capaz de inibir o crescimento<br />

do microrganismo teste. O diâmetro do<br />

halo será proporcional á concentração de<br />

antibiótico no leite. Foi considerado positivo<br />

um halo violeta.3!' 13 + 1 mm (0,008<br />

U.l.lml).<br />

RESULTADOS E DI SCUSSÃO<br />

Os dados da TAB. I mostram que houve<br />

uma diminuição na prevalência de antibióticos<br />

no leite tipo B e tipo Especial 3,2%<br />

de Gordura, comparado com os resultados<br />

obtidos por FAGUNDES (1 980) que encon­<br />

trou uma prevalência de 5,49% e 1,25%<br />

respectivamente.<br />

TABELA I<br />

O leite pasteurizado tipo B apresentou<br />

uma prevalência de 4,16%, um pouco<br />

maior do que o tipo Especial 3,2% de<br />

Gordura. Acredita-se que essa maior incidência<br />

seja, provavelmente, devida ao tratamento<br />

de vacas com mamite durante o<br />

período de lactação sem o cuidado de ordenhá-Ias<br />

separadamente, durante e pelo<br />

menos 72 horas após o tratamento, conforme<br />

recomenda a legislação. do MA-SIPA<br />

(1 977), e além do mais se deve ao fato da<br />

quantidade desse tipo de leite ser mínima<br />

ou seja t 1 % (1; 5.000 I1 dia) em relação<br />

ao leite tipo Especial 3,2% de Gordura.<br />

Logo, a mistura do leite de um produtor<br />

com resíduos de antibióticos irá adulterar<br />

o volume total da produção do dia. Essa<br />

prevalência de 4,16% foi um pouco menor<br />

do que a detectada por FAGUNDES<br />

(1 980) de 5,49%, entretanto, é muito menor,<br />

'discordando dos resultados .obtidos<br />

por BARROS & PERCHES (1 981 ) quando<br />

detectaram uma prevalência de 21 ,87% no<br />

leite pasteurizado tipo B comercializado na<br />

cidade de São Paulo.<br />

Os leites pasteurizados tipo Especial<br />

3,2% de Gordura, apresentaram prevalência<br />

de antibióticos menor do que os achados<br />

por FAGUNDES (1980) que encontrou<br />

1,25% e menor ainda do que os resultados<br />

de MELLO FILHO (1969) que detectou<br />

uma prevalência de resíduos de penicilina<br />

de 1,9% no leite pasteurizado tipo C no<br />

Estado de São Paulo. A marca n. ° 3 apresentou<br />

uma prevalência um pouco maior,<br />

entretanto, essa indústria comercializa<br />

apenas cerca de ± 2% desse tipo de leite<br />

em Belo Horizonte.<br />

Resultados das análises para detecção de resíduos inibidores em 384. pacotes de leite<br />

pasteurizado tipo B e tipo Especial 3,2% de gordura, comercializados em Belo Horizonte,<br />

no períOdo de 12 meses.<br />

MARCA<br />

N."<br />

TJoPO<br />

MÉTODO<br />

Teste em<br />

PREV A-<br />

LENCIA<br />

ClássIco c/disco T.T.C. DELVOTEST-P Pesquisa Total (%)<br />

(+) (-) (+) (-) (+) (-) (+.) (-)<br />

pacoles<br />

B 3<br />

2<br />

4 4<br />

1<br />

1,04<br />

1<br />

O<br />

O 1 95 O<br />

92<br />

2<br />

2<br />

2<br />

2 2<br />

2,08<br />

3<br />

93<br />

96<br />

94<br />

Esp. 3,2% G 96 96 96<br />

Esp. 3,2% C 94 96<br />

92<br />

94 94<br />

96<br />

94<br />

(+) positivo<br />

Esp. 3.2% G O 96 O 96 O 96' O 96 96<br />

(-) negativo<br />

digitalizado por<br />

4,16<br />

0,00<br />

arvoredoleite.org


Pág. 10 Setembro/Outubo de 1984 Revista do ILCT<br />

As prevalências encontradas não dife­<br />

rem muito dos trabalhos realizados por<br />

MEARA (1959), KOSIKOWSKI (1960), FAR­<br />

RELY (1970) e COOK et alii (1976).<br />

A TABELA " mostra o segundo objetivo<br />

do trabalho qe . !oi avaliar com parativamente<br />

a sensibilidade de três métodos<br />

referendados mundialmente e um método<br />

teste em pesquisa. A sensibilidade será<br />

expr:ssa como sensibilidade relativa em<br />

funçao dos raros resultados de positivida­<br />

de detectados no grande volume de amoS­<br />

tras analisadas.<br />

Incidência de resíduos de penicT<br />

TABELA 11<br />

do que o acillus " subtilis em 5.200 amos­<br />

traz de elte cru comercial analisadas.<br />

O e!?do do T.T.C. detectou residuos<br />

de penicilina em 57,14% das amostras de<br />

leite nas qais foram detectadas penicili­<br />

n. pelo metodo DelvotestP. VAN OS et<br />

alll (1 75) concluiram que o B. stearother­<br />

moph llus v . ar. calidolactis" é inibido em<br />

concentraçoes de penicilina 0,005 U.I./<br />

ml. Por outro lado, NEAL & CALBERT<br />

(1955) observaram que o Streptococcus<br />

termophilus só é inibido em concentra­<br />

çoes de penicilina i! 0,04 U.l.lml.<br />

f os em Bel Hori onte, detecta: I 8 ! t tes s de leites psteuriza!=fos com ercializa­<br />

u.? " r?Jldolactls.<br />

METODO<br />

Número de pacotes<br />

detectados positivos<br />

Clássico com disco " 05<br />

(B. subtilis)<br />

T.T.C. 04<br />

(S. thermophilus)<br />

DEL VOTEST-P 07<br />

(B. stearothermophilus)<br />

Test"em pesquisa 06<br />

(B. stearothermophilus)<br />

O método Delvotest-P apresentou uma<br />

sensibilidade de 100% de probabilidade<br />

estatística nos 384 pacotes de leite anali­<br />

sados, o que não difere dos achados de<br />

J,?HNON et alii (1977) que comparando<br />

trs meto , dos de detecção de antibióticos<br />

(disco classico, cilindro em placa e Del­<br />

votest-P) concluiram que o Delvotest-P al<br />

cançou 9 . 5 de segurança no diagnósticó<br />

para penicIlina. Por outro lado, coincidiu<br />

com os . resultados de FAGUNDES (1980)<br />

que encontrou sensibilidade e especifici­<br />

dade ?e . 1 O% de probabilidade estatística<br />

nas dllulçoes de 0,01 , 0,001 , 0,002 e 0,005<br />

U.l.lml para penicilinas.<br />

.o método clássico com disco detectou<br />

reslduos de enicilina em 71 ,42% das<br />

amostra leite nas. quais foram detecta­<br />

das penicilina pelo método Delvotest-P.<br />

Esses resultados são próximos aos obti­<br />

dos por JOHNSON et ali (1977) quando<br />

detectaram penicilina em 75% de um total<br />

de 588 amostras confirmadas positivas pa­<br />

ra? Delvotest-P. GINN et alii (1978) con­<br />

cllram que o Bacillus' stearotl'Íermophilus<br />

fOI quatro vezes mais sensível à penicilina<br />

. I IS, . thermophllus e B. stearothermophi-<br />

% de pacotes con- Sensibilidade com %7.<br />

firmados positivos do DELVOTEST-P<br />

1,30 71 ,42<br />

1,04 57,14<br />

1,82 100<br />

1,56 85,71<br />

.o método teste em pesquisa detectou<br />

reslduos de penicilina em 85,71 % das<br />

amostras de leite nas quais foram detec­<br />

tadas penicilina pelo método Delvotest-P.<br />

A menor concentração de penicilina detec­<br />

tda por este teste estatisticamente signi­<br />

ficativo (P 0,05) foi 0,008 U.l.lml. Portan­<br />

to, B. stearothermophilus foi bem mais<br />

senslvel do que o B. subtilis que f .<br />

't<br />

. , , OI<br />

m1 o mais senslvel do que o S. thermo-<br />

phtlus.<br />

CONCLUSÕES<br />

. . acordo com as prevalências de an­<br />

tlblOtlCOS encontradas neste estudo pode­<br />

mos c,9ncluir que está havendo um preo­<br />

cupaça maior por parte dos produtores<br />

?O e":lço de Inspeção Federal! MA e da<br />

mdstnas de laticínios na Região de Belo<br />

Honzote. Acreditamos que dessa forma a<br />

mel . hona da qualidade sanitária do leite<br />

sera progressiva e culminará" num maior<br />

consmo e rendimento deste indispensá­<br />

vel alimento.<br />

Revista do ILCT Setembro/Outubro de 1984 Pá g. 11 .<br />

Os resultados comparativol? da sensibi­<br />

lidade dos quatro testes utilizados nesta<br />

pesquisa, mostram que um número maior<br />

de identificações positivas de resíduos de<br />

peniçilina no leite adulterado, poderiam<br />

ser antecipadas se o método Delvotest-P<br />

fosse utilizado ao contrário dos outros.<br />

Entretanto, a utilização do Delvotest-P a<br />

nivel de plataforma de indústria é inviável<br />

em face do seu elevado custo, por se tra­<br />

tar de produto importado. Logo, o método<br />

teste em pesquisa parece ser uma forma<br />

alternativa satisfatória, uma vez que o seu<br />

procedimento é simples de ser conduzido,<br />

essencialmente tão rápido ou mais do que<br />

o Delvotest-P e mais sensivel do que os<br />

métodos freqüentemente utilizados para<br />

detecção de antibióticos no leite (clássico<br />

com disco e T.T.C.). Parece ser também<br />

uma boa prática, para uso de rotina nas<br />

análises de laboratório, para um grande<br />

número de amostras.<br />

Agradecimento<br />

Ao Professor Edson Clemente dos San­<br />

tos pela inestimável colaboração prestada<br />

na realização deste trabalho.<br />

SUMMARY<br />

The prevalence of the antibiotic residues<br />

on the pasteurized milk distributed in<br />

Belo Horizonte, Brazil, from April 82 to<br />

March 83, was 4,16% for type B milk<br />

whereas type 3, 2% Fat Special milk was<br />

0% for brand 1, 1,04% for brand 2 and<br />

2,08% for brand 3. These prevalences<br />

showed that improvements have ocurred in<br />

milk quality of the pasteurized milk commercialized<br />

in Belo Horizonte, compared<br />

with the prevalences in 1978. A test method<br />

for detecting antibiotic residues<br />

using Bacil/us stearothermophilus varo calidolactis<br />

was evaluated and compared<br />

with three "o<br />

cial packages of pasteurized milk analyzed<br />

for presence of penicillin, the Bacil/us<br />

subtilis disc assay method detected penicillin<br />

in only 71 ,40% of the milk samples in<br />

which penicillin was detected by the Delvotest-P<br />

method. The Streptococcus thermophilus<br />

T.T.C. method detected penicillin<br />

in only 57,14% of these samples. On<br />

the other hand, the test method detected<br />

penicillin in 85,7% of the milk samples in<br />

which penicillin was detected by the Del-<br />

"votest-P method. The test method was<br />

indicated for detecting penicillin in pasteurized<br />

milk in low concentrations since<br />

0,008 U.I./ml.<br />

digitalizado por<br />

-<br />

.... "-<br />

REFERÊNCIAS BOGRÁFICAS<br />

AMERICAN PUBLlC HEALTH,ASSOCIA­<br />

TION. Standard methods for ' the ex ami­<br />

nation of dair)' products. 14 ed. Am.<br />

Public Health Assoc., Washington,<br />

D.C., 1978. p.141-150.<br />

ARRET, B. & KIRSHBAUM, A. A rapid disc<br />

assay method for detecting penicillin<br />

in milk. J. Milk Food Teéti nor., Ames,<br />

22: 329-331 ; 1959.<br />

BARROS, V.R.M. & PERCHES, E.M.C.<br />

Pesquisa de inibidores no leite tipo B,<br />

Distribuido ao consumo da grande São<br />

Paulo. Rev. Inst. Lat. CândidO Tostes,<br />

Juiz de Fora, 36 (216): 39-42, 1981.<br />

COOK, R.C.; KATZ:, W.K.; MEARA, P.J.<br />

The incidence and sources of penicillin<br />

in milk supplied to the city of Johan­<br />

nesburg . J. S. Afr. Veto Assoe., Preto­<br />

ria, 47 (3): 205-7, 1976.<br />

FAGUNDES, C.M. Persistência de antibió­<br />

ticos no leite bovino em condições ex­<br />

perimentais e prevalência nos leites ti­<br />

pos B e C consumidos em Belo Hori­<br />

zonte, 1978. Belo Horizonte; Escola de<br />

Veterinária da UFMG, 1980. 48p. (Tese,<br />

Mestrado em Medicina Veterinária).<br />

FARRELY, B. T. A survey of the incidence<br />

of antibiotic contamination of milk in<br />

the Dublin liquid -milk area. Ir. Veto J.,<br />

Dublin, 26(3): 41-7, 1970.<br />

FOSTER, J.W: & WOODRUFF, H.S. Mi­<br />

crobiological aspects of penicillin. - I.<br />

Methods of assay. J. Bacteriol . 46: 187,<br />

1943.<br />

GINN, R.E:; TATINI, S.; PACKARD, V.S.<br />

Comparative evaluation of the Difco<br />

disc assay method for detecting peni­<br />

cil/in in milk and milk prducts. J. Food<br />

Prot., Ames, 41(5): 361-3,.1978.<br />

H.M.S.O. Ministry of Agricultures, Fishe­<br />

ries and Food, England. Tech. Buli.,<br />

London, n.o 17, 1968.<br />

HUHTANEN , C.N.; PHILLlPS, J.G.; 8,RA­<br />

ZIS, A.R.; BREDVOLD, E.; MARSHÀLL,<br />

R.L; PEDERSON, D.E.; SING, E.L.;<br />

THOMPSON, D.I.; WALTZ, M.F.;<br />

WEHR, H:M.; BENGSCH, H. Evalua­<br />

tion of a rapid test for antibiotic resi­<br />

due in milk using spores of Bacillus<br />

stearothermophilus varo colidolactis. J.<br />

Food Prot.,/Ames, 40(4): 236-40, 1977.<br />

IGARASHI, R.T.; BAUGHAM, R.W.; NEL­<br />

SON, F.E.; HARTMAN, P.A. Rapid an­<br />

tibiotic assay methods using Bacillus<br />

stearothermophilus. J. Milk Food Te­<br />

chnol., Ames, 24: 143-46, 1961.<br />

INTERNATIONAl DAIRY FEDERATION<br />

(IDF) Dectio of penicillin in milk by a<br />

disc assay technique. Bruxelles. I.D.F.,<br />

arvoredoleite.org<br />

1970. (Doc. 57).


Pág. 12 Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCT<br />

JOHN;?N,<br />

M.E.; MARTIN, J.H.; BAKER<br />

R.<br />

. , PARSONS, J.G. A comparison of<br />

s?v<br />

.<br />

er!'il assay procedures to detect pe-<br />

n/clllln residues in milk J. Food P ro t .,<br />

Ames 40(2)<br />

N, O.W. A practical sensitive test<br />

to d e tect<br />

penicillin in milk. J. Food<br />

P rot., Ames, 40:250-1 , 1977 .<br />

K OSIKOWSK<br />

.<br />

r '<br />

I, F. V. The control of antibio-<br />

IC In mllk through a sound test pro<br />

5t . Food Technol., Ames<br />

KAUFMA ' : . 785-9, 1977.<br />

KOSIKOWSKI, F.V &<br />

:<br />

LEOFORO, R.A. A<br />

vese-hase dlsc assay test for anti-<br />

10tlCS In milk. J. Amer- Vet • ' M ed.<br />

.<br />

Assoc.,i36: 297, 1960.<br />

MARTH, E.H.; ALEXANOER F J . HUS<br />

.<br />

, . -<br />

SONG , R . V . Studles on disc assay meth<br />

? dS for detection of antibiotics in<br />

mllk. J. Milk Food Technol ., Am es,<br />

25:150, 1963 .<br />

M E7:/).J. survey of penicillin contalon<br />

o market milk supplies. S.<br />

Af r • . Med. J., 33: 821 , 1959 apud<br />

ABOUSSALAM, M. et alii. Higiene de<br />

la leche. Genebra " OMS 1959 . P . 77 .<br />

MELLO F ILHO, A. Penicilina no leite de<br />

consumo da cidade de São Paulo e riscs<br />

de sensibilização. Rev. Paul Med<br />

Sao Paulo, 25:21 -34 , 1969 .<br />

MESSER ,J W.; LESLIE, J.E.; HOUGHTBY,<br />

:<br />

<br />

.<br />

" .<br />

• .,<br />

C do arQ/iR<br />

. G.A : ; PEELER, J.T.; MARNETI J E<br />

Baclllus stearothermophilus d'<br />

' . "<br />

a<br />

rOr<br />

det7ction of inhibitors in k<br />

b<br />

a oratlve study. J. Asso O<br />

Che'!l ' 65(5): 1208-1 4, 198i<br />

.: s;:<br />

tt . Anal.<br />

MINSTERIO OA AGR.ICUL TUR ' A S .<br />

na de I<br />

Bra<br />

leit: I<br />

- . . . ecreta-<br />

• . nspeçao do Produto Animal<br />

!:: o<br />

:'- 1 m<br />

<br />

para produção dJ<br />

NEAL, C.E. & GALBERi\. E .Th·<br />

'I<br />

2 " 3 5 '<br />

' ." e use of<br />

t1st f r antbiotic substances in<br />

- tnphenyltetrazolium chloride<br />

6d9- 3 3:1;: Sc,., Champaign, 38(6):<br />

SILVERMAN : G.J. & KOSIKOWSKI F V<br />

Systematlc of inhibitory substa ' ' . '<br />

nces In<br />

milk . J • M' II k Food Technol ., Am es,<br />

15:1 20-4 " 127 1952· .<br />

VAN OS, J.L.; LAMERIS, S.A.; OOOOE-<br />

WARO, J.; OOSTENOORP J G O '<br />

ffu l n . test :or the determínatio ;<br />

anlblotlc resldues in milk. Neth M' lk<br />

. ,<br />

Dalry J., 29: 16-34 1975<br />

VILEA, S.C. & SANTOS ' Ê " C Iden·t·f· I Icao<br />

rapl a de resíduos antib· 10 T ICOS no<br />

leite. Arq. Esc Vet UF MG,<br />

Belo Horizonte,<br />

33(3): 569-74 , 1981<br />

.<br />

WELSH , H.; JESTER, W.R.; BURTON<br />

.<br />

J.M. Ant,biot. chemother., Basel 5 :<br />

.<br />

51 , 1955 apud ABOUSSALAM M<br />

ali. Higiene de la leche G '<br />

b ' et<br />

• ene ra,<br />

OMS, 1966. p. 73:<br />

ça " d<br />

maquinaI automátlcal de e m b· alagem Itda .<br />

9000llh<br />

a arte de<br />

embalar<br />

líqUidos<br />

. qlimentares<br />

automaticamente<br />

avo oClalle. marcande. le';el ra, 33 a· Jurubatuba • s a n t o amaro· são paulo· telex (011) 32499 - foll b r<br />

d<br />

c.g.c. 62.846.928/0001-49 • Joser. estadual toa • 355 • BOI • I e I e I Dne pabx 246-2044<br />

en ereço telegráfico .pfastlcfoU- • cep Q.4S9G.<br />

?<br />

T<br />

Revista do ILer 39(235): 13-5 (1 984)<br />

MÉTODOS DE AMOSTRAGEM PARA<br />

AVALIAÇÃO DA LIMPEZA E SANIFICAÇÃO *<br />

Methods of Sampling for Cleaning and Sanitization Control<br />

A sanificação que se executa sobre as<br />

superficies de equipamentos, utensilios,<br />

paredes, chão, teto, alimentos ou a desinfecção<br />

dos operários necessita ser avaliada.<br />

A detecção das bactérias que remanescem<br />

nas superfícies e a sua contagem,<br />

comparando-a com idêntica quantificação<br />

feita antes da limpeza ou com a que foi<br />

feita em outra limpeza anterior, permite<br />

que se avalie Objetivamente se se estão<br />

melhorando ou não essas operações higiê-<br />

nicas.<br />

ApóS uma limpeza, quantificando as<br />

bactérias em diversos lugares, se encontrarmos<br />

númerós mais elevados em determinados<br />

pontos, estamos identificando os<br />

pontos mais difíceis de serem limpoS, os<br />

pontos críticos de contaminação, os que<br />

vêm a dar maior contaminação aós alimentos<br />

que contatam com esses pontos;<br />

. Oe posse de todos estes dados de contaminação,<br />

pode-se decidir sobre a conveniência<br />

de se mudàrem os agentes da limpeza<br />

e sanificação ou de se mudarem os<br />

métodos da aplicação doS agentes dos<br />

passos da limpeza.<br />

A amostragem das superfícies é feita<br />

por uma técnica microbiológica que usa<br />

como agentes captadores dos microrganismos<br />

um meio líquido ou meio sólido.<br />

1 _ MétodOS de amostragem pelo uso<br />

de liquido como caJl.!.?dores de bactérias.<br />

1.1. MétodO de zaragatoa<br />

Essa técnica consiste em usarmos um<br />

molde esterilizado qúe delimita uma superfície<br />

a ser amostrada onde se passa um<br />

meio líquido (salina, água peptonada ou<br />

outro líquidO) - com o auxílio de uma<br />

zaragatoa, previamente umldecida nesse<br />

meio de volume determinado.<br />

Cortada a ponta da zaragatoa para dentro<br />

do meio líquido, o conjunto é agitado e<br />

diluído seqoenCialmente, para, flnalmente,<br />

alíquotas de cada diluição serem lan-<br />

Antônio de Melo Serràno··<br />

çadas em placas de petri com um meio<br />

microbiológico conveniente. Feita a incubação<br />

das placas, as colônias que aparecerem<br />

são contadas.<br />

O nÍétodo da zaragatoa é de uso comum<br />

e, para sua execução, não necessita<br />

de recursos laboratoriais além dos comuns.<br />

porque usa diluições, pode ser usado<br />

até quando há número grande de microrganismoS<br />

nas superfícies. A recuperação dos<br />

microrganismos da superfície varia de 52%<br />

a 90% consoante a destreza do analista.<br />

Oeste também depende de se conseguirem<br />

resultados semelhantes para situações<br />

análogas.<br />

O método permite a substituição do<br />

algodão da zaragatoa por alginato de cálcio,<br />

que, dissolvendose no líquido, permite<br />

uma total liberação das bactérias. Se as<br />

contagens a serem esperadas são baixas,<br />

o método. permite a inclusão da filtração<br />

do líquido, após a agitação com a zaragatoa,<br />

com o que se consegue a retenção<br />

doS microrganismos na membrana filtrante<br />

e portanto maiores contagens.<br />

Alguns erros podem ocorrer como conseqOência<br />

de:<br />

_ o ângulo que forma a zaragatoa com<br />

a superfície não ser conveniente e constante;<br />

_ a pressão com que se passa a zaragatoa<br />

não ser a devida;<br />

_ a rotação que a zaragatoa deve sofrer<br />

à volta do seu eixo não ser a mesma<br />

em todas as repetições;<br />

....;. . a extensão e sentido da fricção não<br />

ser a conveniente;<br />

_ a natureza da superfície a seràmostrada<br />

e a inabilidade de se esfregar áreas<br />

semelhantes;<br />

--;<br />

Trabalho apresentado<br />

à 29. a Semana do Laticlnísta - Julho/1983.<br />

Prof. da Faculdade de Engenharia de Alimentos e Agrícola - UNICAMP.<br />

••<br />

digitalizado por<br />

_ má técnica de pipetagem agitação, .<br />

contagem dos microrganismOs, etc.<br />

arvoredoleite.org<br />

.


Pág .. 14<br />

- deficiente saída dos microrganis­<br />

mos do algodão para o meio líquido.<br />

1.2. - Método de enxaguamento<br />

Pelo método, um volume determinado<br />

de líquido (salina, água peptonada, etc.) é<br />

agitado sobre uma superfície e depois co­<br />

letado. As diluições são pl;:lqueadas e as<br />

placas incubadas. Por fim são contadas as<br />

colônias.<br />

O método é limitado<br />

horizontais<br />

às superfícies<br />

de onde<br />

liquido<br />

se possa<br />

que<br />

receber<br />

antes se<br />

o<br />

aplicou, guns equipamentos<br />

como em al­<br />

e<br />

leiros,<br />

utensílios,<br />

em tubos,<br />

em tabu­<br />

etc.<br />

É um método simples<br />

ta recursos<br />

que não necessi­<br />

sofisticados<br />

Poucos<br />

de laboratórios.<br />

erros podem ocorrer.<br />

Para se obterem maiores que se torna<br />

contagens,<br />

necessário<br />

o<br />

baixas,<br />

em contaminações<br />

POde-se também<br />

Superfície<br />

usar raspagem ou então<br />

da<br />

de<br />

uma<br />

membrana.<br />

filtração em filtro<br />

O uso de enxaguamento permite com<br />

uma<br />

aspersão<br />

recuperação<br />

e aplicações<br />

alta de bactérias<br />

em superfícies _ gulares, porém,<br />

muito<br />

requer<br />

irre­<br />

equípamento espe-<br />

cial.<br />

.<br />

2. Métodos de amostragem pelo uso de<br />

substâncias sólidas como captadoras de<br />

bactérias.<br />

2.1. Método das placas RODAC ("Replicate<br />

Organism Direct Agar Contact").<br />

Por este método, o técnico necessita<br />

possuir um tipo especial de placas deno­<br />

minadas RODAC. À base das placas, por<br />

fora e à volta do lugar, se põe o meio<br />

sólido; tem um sulco onde se apoia a<br />

tampa. Desta forma, o meio posto na base<br />

da placa até ao bordo, não contata com a<br />

tampa quando esta cobre o meio, porque<br />

ela é mais afta que a base.<br />

E:sse meio tanto pOde ser um ágar se­<br />

letivo para determinadas bactérias, como<br />

pode ser um ágar para contagem total.<br />

Para se executar a amostragem contata-se<br />

o ágar da placa com a superfície e, de­<br />

pOis de tampá-Ia, incuba-se a olaca.<br />

Este método é de largo uso em alguns<br />

países, não requer diluições, é rápido e<br />

prático, a precisão é excelente e não re­<br />

quer equipamento especial. No entanto,<br />

só pOde ser usado para contaminações<br />

que não sejam elevadas e em superfícies<br />

secas e planas. Pela contagem das colô­<br />

nias da placa não sabemos se elas pro­<br />

vieram de simples células ou de grupos de<br />

células.<br />

Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCT<br />

2.2. Métodos das fatias de áQ.ar.<br />

Este método pode ser executado de<br />

duas formas.<br />

2.2.1. Método da salsicha artificial<br />

Consiste no uso de um meio seletivo<br />

ou não, solidificado no interior de um in­<br />

vólucro semelhante ao de uma salsicha.<br />

Para se amostrar uma superfície, asseticamente<br />

retira-se o invólucro da extremi­<br />

dade, corta-se o extremo do ágar com uma<br />

faca assética para o refugar e, empunhan­<br />

do-se a salsicha, contata-se a superfície<br />

do ágar recém cortado com a superfície a<br />

amostrar. Depois, asseticamente, corta-se<br />

uma fatia que inclue a superfícíe do ágar<br />

citado e depõe-se em placa de Petri co­<br />

mum para incubar. Mais do que uma fatia<br />

que tenha contatado com superfície pOde<br />

ser colocada numa mesma placa.<br />

Se o comércío não fornecer esta salsi­<br />

cha artífícial, -pode ser fabricada no labora­<br />

tório.<br />

2.2.2. Método do ágar-seringa<br />

Um utensílío semelhante a uma seringa<br />

é cHeio com um meio de ágar derretido.<br />

Para a amostragem, ágar solidifícado é<br />

empurrado para fora da seringa,. para con­<br />

tactar com a superfícíe. A porção que<br />

contacta com a superfícíe é depois corta­<br />

da, colocada numa placa e incubada.<br />

2.3. - Método do ágar colocado dire­<br />

tamente sobre as superfícies.<br />

O ágar derretido é colocado sobre uma<br />

superfície, solidifícado e depoís rem,ovido<br />

asseticamente para placas de Petri. Reco­<br />

berto esse ágar com uma outra camada de<br />

. cobertura, as placas são incubadas e às<br />

colônías çontadas.<br />

tato<br />

2.4. - Método da fita adesiva de ace­<br />

A fita, após ser p'osta em contactocom<br />

a superfície, é cortada e examinada ao microscópio.<br />

O método não distingue entre<br />

células vivas e mortas.<br />

Como processo alternativo as células<br />

da fita pOdem ser. transferidas para ágar<br />

nutriente e inCubado.<br />

PLANIFICAÇÃO DAS AMOSTRAGENS<br />

Na planifícação das amostras é necessário<br />

considerar o que se espera provar.<br />

Deve-se ter em consideração que não há<br />

um método que sírva para todas as situações;<br />

cada método preCisa ser escolhido,<br />

tendo em consideração a natureza, a forma<br />

Revista do ILCT Setembro/Outubro de 1984 Pág. 15<br />

d superfície a amostrar e a densidade da<br />

contaminçãO .<br />

A opçao, pr<br />

método que permita<br />

. .<br />

maior<br />

recupe r; o o nem sem-<br />

: a<br />

s<br />

e tstar são as<br />

açõs que po<br />

<br />

o sa o : a s<br />

erfícies em conseq encl e <br />

ar e saníficar ao· longo do tempo,<br />

o o método deve ser sempre o !l1emo<br />

para<br />

a mesma superfície e a execuçao eve<br />

r sem re análoga, para que, se aparce-<br />

:m conagens diferentes nas placas ;<br />

possa ser atribuído so d '<br />

.<br />

mente as mo I I<br />

ções do processo de limpeza.<br />

O tamanho da área a amostrar tem que<br />

se definir. Para contaminações pequenas a<br />

área deve ser maior.<br />

.<br />

O número de áreas a amostrar convlr<br />

.<br />

a<br />

ue seja o maior, pois podem haver elciualdades<br />

de contaminação na sperfICle.<br />

A escolha das superfícies a amostrar<br />

deve ser decidida e fixada .<br />

.<br />

Naturalmeni<br />

. :<br />

ue se escolherão os locaiS. qye '20ns I<br />

iuem pontos críticos de contammaçao d:<br />

alimentos por causa da sua forma ou pe<br />

dificuldade que há de os limpar.<br />

.<br />

. •<br />

PRODUTOS<br />

A fre Oência da amostragem deende<br />

das conções higiênicas: estabeleCJentos<br />

com problemas higiênicos necessl am<br />

ser amostrados freqOentemente. . •<br />

O método de amostragem, que prev<br />

recuperação de micro!ganimos<br />

.<br />

e a mullão<br />

destes tem que mclUlr no meio<br />

c<br />

scímento 'ínativador do sanifi?nte.<br />

Assim a atividade resídual dos<br />

.<br />

sanJflcantes<br />

das superfícies ser eu trallzada.<br />

.<br />

O tiossulfato de sodlo e um neu t ra 1"_ I<br />

zador satisfatório paa o hípocloreto, <br />

"tween" e a lecitina sao para os ??mpos<br />

tos de amônio quaternário; a lecltma e o<br />

"tween" 80 são inativadores do etanol.<br />

.<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

1 ALDOCK, J.D. - Microbiological monitoring<br />

of the food plant: etods to<br />

assess bacterial contammatlon o surfaces. J. Milk Food Technol. 37.<br />

361-368, 1974. .<br />

2 . CHAMBERS, C.W. - A procedure .<br />

.<br />

f r<br />

.<br />

evaluating the efficiency of bactenc; :<br />

dai agents. J. Milk and Food Techno .<br />

Hi: 183-1 87, 1956.<br />

MAGNUS SOILAX INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.<br />

Dívísão Klenzade<br />

Nova linha especializad a . limpeza e sanitização<br />

de latlclnJos.<br />

Para uso em pasteurizadores, tanques deetoCagem,<br />

garrafas e equipamentos em gera . .<br />

Assistência Técnica Gratuita<br />

aio 33 - 35. o ando CENTRO - Fone: 21 0-21 33<br />

Av. Treze d ex: (61) 21 277 - R 0:. J 1<br />

Rua Morais e Castro, 778 - Sao Mateus - .<br />

digitalizado por<br />

e !;: Juíz de Fora, MG<br />

arvoredoleite.org


A cada mês, o Irúonne<br />

Agropecuário traz a tecnologia<br />

apropriada para uma atividade<br />

de grande interesse econômico<br />

e social do setor<br />

agropecuário. Reportagens e<br />

entrevistas trazem delineamentos<br />

importantes para uma tomada de<br />

decisão. Nesta linha de editorial<br />

já foram publicados<br />

diversos números<br />

do Irúonne Agropecuário,<br />

tratando de assuntos da mais<br />

alta relevânciá: cerrados, café,<br />

piscicultura, algodãó, sementes,<br />

conservação de forragens,<br />

recursos naturais, retrospecto<br />

agropecuário, avicultura, soja,<br />

feijão, alho, suínos, trigo,<br />

citricultura, geadas e arroz.<br />

Adquira Sua coleção na<br />

EPAMIG<br />

EMPRESA DE PESQUISA<br />

AGROPECuARIA DE MINAS GERAIS<br />

,<br />

A v. Amazonas, 115· solo 507 . Belo Horizonte<br />

Revij>ta do ILCT 39(235): 17-22 (1984)<br />

MÉTODOS ATUAIS E MODERNOS PARA<br />

. ANÃLISE DO LEITE E DERIVADOS *<br />

Modern .Methods for Milk and Dairy Products Ana/ysis<br />

Nestes últimos anos, tem-se procurado<br />

desenvolver técnicas de análise de leite e<br />

derivados visando a mecanização e automatização<br />

das operações de análise, e<br />

também da informação, tendo em vista a<br />

obtenção de maior número de análises por<br />

unidade de tempo.<br />

Tanto os métodos de análise química<br />

como bacteriológicos têm sido bastante<br />

estudados visando acelerar as análises.<br />

Nas análises químicas tem-se alguns rápidos,<br />

que permitem analisar grande número<br />

de amostras e que são bastante utilizados.<br />

O "Amido Negro" .;... . para determinação de<br />

proteínas, tendo por princípio a fixação de<br />

corantes em pH 2,3 (9). O "Milko Tester "<br />

- dosa o teor de matéria graxa por turbidimetria<br />

(6). Aparelhos baseando-se no<br />

Infra-vermelho ("Infra-Red Milk Analyser"<br />

e "Milko-Scan") - que determinam a matéria<br />

graxa tendo por princípio a absorção<br />

dos raios infra-vermelhos pelas ligações<br />

éster, e que permitem também determinar<br />

prcteína e lactose (7, 8, 9). A utilização de<br />

método de análise por microondas para<br />

sólidos totais, principalmente em derivados<br />

de leite é bastante promissor (5).<br />

Entretanto, os métodos microbiológicos<br />

de análise de leite são provavelmente<br />

aqueles que têm merecido maior atenção<br />

nos últimos anos, devido à inúmeras dificuldades<br />

encontradas IJOS processos tradicionais.<br />

Os métodos de contagem em placas,<br />

por exemplo, demandam normalmente<br />

grande quantidade de material, bastante<br />

- mão-de-obra, são fatigantes, custosos,<br />

morosos e os resultados não são obtidos<br />

senão após um período de incubação longo,<br />

de 24 horas a alguns dias. O métódo de<br />

Breed é ainda utilizado para certos controles<br />

microbiológicos, no entanto, é difícil<br />

prever sua utilização a longo prazo, não<br />

distingue os microrganismos vivos e mor-<br />

• Conferência apresentada na 29.· Semana do Laticinista .<br />

digitalizado por<br />

Ismael Antonio Bonassi**<br />

tos e a fadiga ocular do operador limita o<br />

número de exames.<br />

Os testes indiretos de avaliação da carga<br />

microbiana do leite, pela utilização de<br />

uma substância em que a coloração varia<br />

entre a forma oxidada e a forma reduzida,<br />

têm sido bastante utilizados, como o teste<br />

de azul de metileno e da resazurina, e<br />

fornecem boa indicação do grau de contaminação<br />

do leite. Entretanto, estes testes<br />

podem ser afetados por fatores estranhos<br />

como leucócitos e leites com mamites.<br />

Além disso, com a difusão da refrigeração<br />

no local de produção, verificou-se que<br />

para leites refrigerados a duração do teste<br />

de azul de metileno é· consideravelmente<br />

aumentada, e os tempos fixados normalmente<br />

precisam ser reavaliados. Isso tem<br />

originado estudo de novas técnicas para<br />

verificar indiretamente a carga microbiana<br />

do leite.<br />

Assim sendo, o controle bacteriológico<br />

do leite e produtos derivados se encontra<br />

no limiar de. transformações importantes.<br />

Os métodos atuais trabalhosos em sua<br />

execução, necessitando de tempo longo<br />

de resposta serão provavelment.e substituidos<br />

por técnicas novas, mais simples de<br />

emprêgo e prazo de espera mais curto.<br />

Estas inovações podem ser assim enumeradas:<br />

1 - MÉTODOS DIRETOS<br />

1.1 - Método cJe contagem em<br />

placas<br />

Encontram-se equipamentos que manipulam<br />

as placas de Petri, procedem a etiquetagem,<br />

colocação do meio, esfriamento<br />

e inoculação automática, podendo-se<br />

atingir o limite de 400 a1000 placas por<br />

hora, conduzindo assim a melhor reorodu-<br />

arvoredoleite.org<br />

••. Professor do Departamento de Tecnologia dos Produtos grop'e uários da Faculdade e Ciências Agronômicas<br />

. do "Campus" de Botucatu _ Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho (unesp) - S.P.


Pág. 18 Setembro/Outubro de 1984 Revisti;! do ILeT<br />

ti!Jilidade . das operações, melhor calibra­<br />

çao e maior rapidez.<br />

. Para a contagem dispõe-se de câmara<br />

vdeo que mC?str a caixa em transparên­<br />

ca, e, um CIrCUIto eletrônico executa o<br />

sinal para fazer descriminaçâo entre o fun­<br />

do clao do meio de cultura e as colônias<br />

qe sao distribuídas como manchas. Ó<br />

numro de colônias pOde ser regístrado<br />

atraves de um contador automático. Nor­<br />

malnte nem toda a superfície da plaça<br />

participa da contagem, para evitar os efei­<br />

tos de distorção ótica, introduzida pelo<br />

bordo . da placa onde também a superfície<br />

o . meio de cultura não é plana. A super­<br />

fl.?le habitualmente levada em considera­<br />

çao correspnd 85 a 90% da placa.<br />

Otras tecnlcas, visando diminuir as<br />

qantldades de material necessário, redu­<br />

ço do tempo de semeadura e de incuba­<br />

çao, foram desenvolvidas:<br />

1.2 - Método dos tubos rolados<br />

(URolI tube count")<br />

s diliç . ões decimais do produto a<br />

analisar sao Introduzidas em pequenos tu­<br />

bos ou fracos contendo o meio prevíamente<br />

undldo e depois resfriado a 450C.<br />

Es . tes sao a seguir rolados mecanicamente<br />

ate qu . e . s forme um filme do meio na<br />

superflcle Interna dos tubos. Esta técnica<br />

normalmente é utilizada para anaeróbios<br />

entr . etanto, pOde ser utilizada para miéror <br />

ganlsmos aeróbios, incubando-se os tu­<br />

bos em atmosfera normal. Em trabalho<br />

eftuado na Holanda para der;vados de<br />

1lte, encontrou-se coeficiente de. correla­<br />

ça;> de 0,92 a 0,97 entre esta técnica e o<br />

metod tradicional de contagem em placas<br />

de Petn.<br />

1.3 - Método de gotas de agar<br />

.<br />

I . nf..roduz-se 1 ml do produto ou das<br />

dlllçoes a serem analisadas em 9 ml de<br />

melO de cultura fundido, e depois resfria­<br />

-se a 45°C. Após agitação · adequada as<br />

gotas que' devem ser iguais são depoita­<br />

Incubaçao, as colônias são contadas uti­<br />

Izano-se de um projetor especial que<br />

ds no fudo da caixa de Petri vazia. Após<br />

permite . amentar a imagem das gotas e<br />

das c% nlas, facilitando assim a. conta­<br />

g . em : Os _ principais inconvenientes desta<br />

te . cnlca sao'?e 9ue a observação das colô­<br />

IS nas pnmelras diluições é, às vezes,<br />

dlflc . ultada porque se confundem com as<br />

partlculas dos produtos alimentares, e o<br />

Isolmnto das bactérias para sua identifi­<br />

caça0 e difícil.<br />

•<br />

1.4 - Método de lâminas imrsas<br />

Consta de lâminas de matéria plástica<br />

recobertas . em cada uma de suas faces, de<br />

u . ou .:nal de um meio de cultura. Sua<br />

utlllzaçao e simples, pois consiste em<br />

<br />

ergulhar esta lâmina nos produtos a ana-<br />

,"Jlsar e ?epois incubá-Ia. Os microrganis­<br />

mos retidos pelos meios se desenvolvem e<br />

a compara9ao com as lâminas testemu­<br />

nhas prmltem apreciar o número' de mi­<br />

crorganls . mo . s contido no produto. Trata-se<br />

d ma tecnlca grosseira, de pequena pre­<br />

clsao, . mas que oferece a vantagem de ser<br />

bem slmpls e pode ser utilizada por pes­<br />

sas qe na;> possuam conhecimentos de<br />

microbiologia. Foi proposta por autores<br />

francess para a apreciação microbiológi_<br />

ca do leite em fazenda.<br />

1.5 - Técnica espiral (USpiral plate<br />

method")<br />

Consta de um aparelho que erm o<br />

efetuar a contagem utilizando-se ge a Ite<br />

nas uma placa de Petri sem<br />

. pe­<br />

d ralizar a série de d ;" uiçõe e S!d t ade<br />

media ,de um estilete, é semeado u n e; ­<br />

queno volume do produto a a I '<br />

superf" d<br />

p ­<br />

na Isar na<br />

ICle a placa de Petri o qual é d<br />

dObrad na forma de uma ePiral, de c<br />

cen . traao decrescente, do centro para a<br />

f.efena. s colônias se desenvolvem na<br />

In a da Inoculação, sendo éonfusa no<br />

centro da placa, mas seu númer d'<br />

. .<br />

progressiv . amnte a medida que e ;:<br />

ma da . penfena. Conhecendo-se o volume<br />

?eposJta9° sobre cada setor da linha de<br />

noculaçao, contam-se as colônias de um<br />

eterminado setor, e relaciona-o com o<br />

'ue semeado. Permite a contagem des­<br />

até g um B:s centeas de microrganismos<br />

microrganismos por gra<br />

necessidade de di! . . ma, sem<br />

método permite eC:ia a, sostra . . Este<br />

material e segundo CA ITEAU {4<br />

s tan<br />

. clal<br />

.<br />

de<br />

) f<br />

• pela A O A<br />

OI<br />

C<br />

aceito<br />

,:e de produtos alimentares e I<br />

. . . • como tecnica ofic' I<br />

1.6 - Téc!1/ca das microcolônias<br />

ot<br />

A técnicas . que foram descritas até<br />

este Item, p;rmltem aredução da quantidade<br />

do meio e de material utilizado, en­<br />

treta!1to o tempo de resposta permanece<br />

relatlva'!1nte.'ongo. Pára tornar mais rápi­<br />

da a analise e possível enumerar as célu­<br />

la, antes . 9ue se tornem colônias verda­<br />

deIras e vlslveis. Segundo esta técnica a<br />

suspensão é incorporada a uma fina caa-<br />

Revista do ILCT Setembro/Outubro de 1984 . P. 19<br />

da de meio de cultura vertida sobre uma<br />

lâmina, e recoberta com uma lamínula.<br />

Após algumas horas de incubação, as cé­<br />

lulas viáveis formarão microcolônias, que<br />

poderão ser observadas, com ajuda de um<br />

microprocessador de contraste de fase. A<br />

cultura pode ser feita igualmente sobre<br />

membrana filtrante. Esta é depositada al­<br />

gumas horas sobre um meio nutritivo e<br />

depois observada ao microscópio. Com a<br />

finalidade de facilitar a observação, as co­<br />

lônias poderão ser coloridas com safrani­<br />

na ou azul de metileno.<br />

1.7 - Técnica DEFT (;'Direct epifluores­<br />

cent filler technique")<br />

Trata-se de um método publicado no<br />

inicio de 1980, por pesquisadores ingle­<br />

ses, e que efetua a contagem microscópica<br />

após filtração do leite.<br />

A amostra de leite é tratada com um<br />

detergente não iônico (Triton X 100), e com<br />

uma enzima proteolítica (tripsina), durante<br />

10 minutos a 50°C. No decorrer deste tra­<br />

tamento as células somáticas são rompi­<br />

das, e os glóbulos graxos, como as protei­<br />

nas, são dispersados, de modo que uma<br />

filtração em membrana é possível sem'bloquear<br />

os poros do filtro. A. filtração é efe­<br />

tuada sobre um filtro de membrana de poli­<br />

carbonato, seguindo-se urna lavagem com<br />

Triton X 100. As bactérias retiradas no<br />

filtro são tratadas com um corante fluores­<br />

cente (acridina-Iaranja) misturada com Tinopal<br />

AN para permitir uma imagem mais<br />

nítida ao exame microscópico. A seguir o<br />

filtro é lavado com tampão citrato/hidró­<br />

xido de sódío e etanol.<br />

O exame do filtro é feito com um mi­<br />

croscópio epifluorescente, que permite a<br />

contagem das bactérias sob a incidência<br />

de raios ultravioletas. As bactérias retira­<br />

das no filtro são coloridas com acridina­<br />

-laranja, e emitem em seguida uma luz<br />

fluorescente vermelho-alaranjada (caso se<br />

encontrem no estado ativo) ou verde (estado<br />

inativo). Somente as bactérias verme­<br />

lho-alaranjadas, ou seja, ativas devem ser<br />

contadas.<br />

Todo o processo pode ser realizado em<br />

cerca de 30 minutos, e os resultados obti­<br />

dos por PEITIPHER (12) demonstra.ram<br />

boa correlação (r = 0,91 ) entre a técnica<br />

DEFT e a contagem em placas, para leite<br />

contendo entre 104 a 105 u.f.c. /ml. Entre­<br />

tanto, para valores acima de 106 u.f.c./ml<br />

o método de placas apresentou valores su­<br />

periores ao teste DEFT.<br />

digitalizado por<br />

As maiores. dificuldades encontradas<br />

para este método são: a preparação da<br />

amostra necessita manipulação bem delicada,<br />

e parece haver dificuldades para<br />

colocar diferentes laboratórios no mesmo<br />

comprimento de onda, podendo originar<br />

resultados diferentes. Para automatizar a<br />

contagem, sistemas de análise vídeo, po­<br />

dem ser acoplados para analisar a imagem<br />

fornecida pelo microscópio.<br />

1.8 - Bactoscan<br />

Trata-se também de um método direto<br />

para contagem de bactérias, proposto pela<br />

firma dinamarquesa Foss Electric.<br />

O leite a 40°C, é tratado com um reati­<br />

vo que provoca destruição das células. so­<br />

máticas e dispersão da caseína. Após este<br />

tratamento, a mistura é submetida à cen­<br />

trifugação utilizando-se .uma solução de<br />

sacarose e dextrana. No decorrer da centri­<br />

fugação (45.000 rpm) a solução de dex­<br />

trana se coloca junto à parede, e no in­<br />

terior desta camada, se forma um filme<br />

da solução de sacarose. O leite passa do<br />

interior para o exterior, e as bactérias são<br />

absorvidas pela camada de sacarose; o<br />

filme de dextrana tem por função impedir a<br />

passagem das bactérias, de modo que fi­<br />

quem retidas na camada de sacarose. O<br />

restante do leite, entre outros a matéria<br />

graxa e a caseína, passa por esta camada e<br />

é descartado.<br />

Após a centrifugação, a sacarose e a<br />

dextrana, que contêm as bactérias, são<br />

tratadas com proteinase para eliminar<br />

eventuais restos de células somáticas e<br />

proteínas. As bactérias são coloridas de<br />

acridina-Iaranja e contadas. Para a conta­<br />

gem, o filme da suspensão bacteriana é<br />

depositado sobre um disco em rotação, e<br />

as bactérias coloridas de laranja são con­<br />

tadas automaticamente em um microscó­<br />

pio. As impulsões fluorescentes captadas<br />

pelo microscópio são transformadas em<br />

impulsões eletrônicas, contadas e regis­<br />

tradas.<br />

Trabalho realizado comparando-se este<br />

método com a contagem em placas, com<br />

228 amostras, forneceu o coeficiente de<br />

correlação de 0,88 para a quantidade de<br />

10 3 a 105 u.f.c./ml.<br />

2 - MÉTODOS INDIRETOS<br />

2.1 - Impedãncia<br />

Embora tenha-se conhecimento desta<br />

técnica desde o início deste século; so­<br />

mente nestes últimos anos, com o desen­<br />

arvoredoleite.org<br />

volvimento de circuitos integrados e de<br />

.


Pág. 20 Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCT<br />

!nformática é que este método se ton;ou<br />

rnteressante.<br />

. Durante e . u crescimento, os microrganlsmo<br />

modIfIcam a composição química<br />

do meIo. Ocorre, metabolização dos subs­<br />

tratos, transformando-os em substâncias<br />

menores, de carga elétrica m,ais e/e,vada,<br />

que conduzem ao aumento da condutivi­<br />

dae. Esta _ alteração, em função do tempo<br />

?e rncbaao, pr:lVoca um abaixamento da<br />

Imedancla que e então registrada. Quanto<br />

maor a crga microbiana inicial do leite,<br />

maIor sera a mudança da impedância no<br />

decorrer da incubação.<br />

. Na prática, a medida da impedância é<br />

feIta por um aparelho chamado de Bacto­<br />

meter, havendo no momento 2 tipos: Bac­<br />

tometer 32, que permite analisar 32 amos­<br />

tras de cada vez, e o Bactometer modelo<br />

10 com o qual se analisam 128 amostras<br />

sImultaneamente. A capacidade deste últi­<br />

mo, pode ser aumentada a 512 amostras<br />

graças aos módulos complementares.<br />

O . controle do leite cru por impedância,<br />

permIte . atu _ almente a medida direta da<br />

contamrnaçao bacteriana em 12 horas para<br />

cerca de 103 u.f.c./ml e de 7 horas, para<br />

1 5 u.f.c./ml, com coeficiente de correla­<br />

çao e 9,70 a 0,88 em relação ao método<br />

padrao de contagem em placas. No mo­<br />

n:eto não . há ainda muitos artigos dispo­<br />

nlve!s reltlvos a este método, e algumas<br />

pa:tlculandades precisam ser ainda pes­<br />

qU/sadas como: influência da matéria graxa,<br />

d teor da matéria seca, inibidores de<br />

cescl .""! ento, etc. Entretanto, devido á<br />

sl'!lpllcldade da operação poderá vir a ser<br />

utIlizado em análises de rotina, ou empre­<br />

gao . pra outros fiins como detecção de<br />

antlblotlc?s . ou medicação de atividade de<br />

cult ,ras latlcas para leites fermentados e<br />

queIJos.<br />

2.2 - Determinação do Piruvato<br />

. O leite contém os elementos necessá­<br />

nos para o crescimento das bactérias co­<br />

":l?: lactose, matéria graxa e matéria protel?a<br />

.<br />

.<br />

Sob a ação de sistemas enzimáticos<br />

prop/O , das bactérias, ocorrem reações<br />

d gllcollse, de proteólise e de lipólise. O<br />

plruvato ? c pa um papel central neste sis­<br />

temB.! pOIS e uma substância chave d'estas<br />

reaçoes.<br />

Para determiação do piruvato, recorre- '<br />

-se a uma . reaçao enzimática que utiliza<br />

lact . ato-dehldrogenase. Em presença desta<br />

enzl, em'p'H 7,6, o piruvato é convertido<br />

em aCldo latlco, o hidrogênio necessário'<br />

par sta reação provém da coezima dinu­<br />

cleotldo de nicotinamida-adenina · (NADH<br />

'<br />

-+:. H + ) que sofre oxidação. A concentra­<br />

çao de NAf?H no decorrer da reação, pode<br />

ser determrnda em colorímetro medindo:<br />

-se a absorçao em 340 nm, ou em fluorí­<br />

metro com filtro primário de 355 nm e filtro<br />

se?undário de 485 nm. Esta concentração<br />

é lO,:'ersamente correlacionada à concen­<br />

traça0 de piruvato.<br />

A amostr:age""! é menos delicada que a<br />

contgem mlcroblana, o piruvato é solúvel<br />

o leIte e conseqOentemente melhor repar­<br />

tIdo que as bactérias. de modo que uma<br />

amstra representativa é mais facilmente<br />

obtIda. A conservação química das amos­<br />

tras, pela aição do ácido tricloroacético à<br />

c0.ncetraçao de 10%, pOde ser efetuada<br />

ate 6 dIas antes da análise. Além do mais<br />

esta substância não é decomposta pelo<br />

tratamentos térmicos.<br />

. .<br />

Em leite refrigerado, obteve-se um coe­<br />

fIcIente de correlção de 0,7; comparando­<br />

-se a conc _ entraçao de piruvato, com o má­<br />

tdo padrao. Entretanto, para leite não re­<br />

fngerado o coeficiente sesitua entre O 3 a<br />

0,5. Segundo BOSSUYT (3) em trablho<br />

efetuao na Ale . manha, o autor, questiona<br />

este met?o pOIS embora seja bem defini­<br />

da a poslçao central do piruvato, a quanti­<br />

ade formada varia segundo a flora bacte­<br />

nana p..resente também o período de con­<br />

servaçao do leIte.<br />

2.3 - Determinação do amoníaco<br />

Outros metabólitos bacterianos foram<br />

também considerados, com a finalidade de<br />

estabelecer ma eventual correlação entre<br />

a concentraçao do metabólito, e a ativida­<br />

de ou número de bactérias.<br />

. Entre estes encontra-se o amoníaco<br />

livre, . que povém da decomposição das<br />

'proternas. A concentração de amoníaco<br />

no entanto, depende da composição d<br />

flora microbiana, pois os microrganismos<br />

proteolíticos têm atuação bem mais impor­<br />

tante que os demais. Além do mais a<br />

pro!eólise pOde também ser provocada por<br />

enzl/ !l as originárias do leite, proporcionan­<br />

do dIferença no teor de amoníaco.<br />

2.4 - Teste Limu/us ou L.A.L.<br />

. Em 1956 ?onstatou-se que o sangue de<br />

("Limu/us amaebocyte Iysate")<br />

Llmu/us pOhphemus (artrópodo que vive<br />

na cost? Iste d América do Norte) coagu­<br />

lav apos rnfecçao com bactérias Gram-ne­<br />

g:atlvas. Esta observação, foi o ponto ini­<br />

CIaI para desenvolvimento deste teste pa­<br />

ra detect r as bactérias Gram-negativs.<br />

O reativo para o teste Limulus é comer-<br />

Revista do ILCT Setembro/Outubro de 1984 Pág. 21<br />

cializado na forma liofilizada desde 1971 ,<br />

por algumas firmas especializadas. Foi<br />

utilizado inicialmente na área médica, e a<br />

partir de 1981 em exames bacteriológicos<br />

para leite e derivados, segundo técnica<br />

adaptada por pesquisadores alemães. Os<br />

resultados publicados até o momento são<br />

raros, mas prometedores. SUDI (10) en­<br />

controu coeficiente de correlação de 0,97<br />

ao comparar este método com o método<br />

padrão. Trata-se de um método de bastante<br />

sensibilidade, podendo-se detectar<br />

até 500 bactérias por ml de leite; e a con­<br />

taminação de qualquer dos utensílios utili­<br />

zados pode provocar distorção do resulta­<br />

do.<br />

2.5 - Determinação de ATP<br />

(Trll08lato de adenosina)<br />

Uma das particularidades da ATP é que<br />

está presente exclusivamente nos organis­<br />

mos vivos. Se por exemplo o metabolismo<br />

das bactérias é paralisado, a ATP desaparece<br />

rapidamente. A particularidade mais<br />

importante, no entanto, é que a sua con­<br />

centração na célula é relativamente cons­<br />

tante, em um mesmo grupo de organismos<br />

(bactérias, leveduras ou células somáticas).<br />

Esta constatação constitui a base da<br />

ATP-metria, para se ter uma idéia não<br />

somente qualitativa, mas também quantitativa<br />

da biomassa.<br />

Para a determinação da ATP utiliza-se<br />

da bioluminescência, empregando-se luciferina-Iuciferase<br />

(substrato de enzima +<br />

enzima), que é extraída de um coleóptero,<br />

e comercializada sob a forma liofilizada.<br />

Em presença desta substância, de ATP, e<br />

de ions magnésio, há formação de um<br />

complexo, que em presença de oxigênio se<br />

decompõe em luciferina oxidada, adenosina<br />

monofosfato (AMP), CO2 e fotons. Esta<br />

reação é utilizada para determinação de<br />

ATP; a iluminação produzida no decorrer<br />

da ,reação é registrada por um fotômetro,<br />

sendo proporcional à concentração de<br />

ATP.<br />

. O leite, além da população bacteriana<br />

ccin!iminante, contém também outros<br />

compostos que possuem ATP: células somáticas<br />

provenientes da vaca, leucócitos,<br />

células epiteliais e outros. Assim sendo,<br />

para conservar a proporcional idade de bactérias<br />

em relação ao teor de ATP, tem-se<br />

que eliminá-los por dois meios possíveis:<br />

a) eliminação por fi/tração seletiva; b) extração<br />

específica de ATP das células somáticas,<br />

e degradação antes de se efetuar<br />

a dosagem da ATP bacteriana.<br />

Trabalhos efetuados por pesquisadores<br />

belgas, constataram coeficiente de corre-<br />

digitalizado por<br />

lação de 0,93 entre este método e o padrão<br />

de contagem em placas, para amostras de<br />

leite contendo 105 a 107 colônias/ml. En­<br />

tretanto, os resultados não foram satisfa­<br />

tórios para leIte contendo menos de 105<br />

colônias/ml; podendo ser consequência<br />

de duas causas possíveis: a) a repetibili­<br />

dade para a contagem bacteriana é menor<br />

nesta faixa, ou b) devido a resíduos de ATP<br />

das células somáticas, que não foram to­<br />

talmente eliminados, e que poderiam in­<br />

fluir nos resultados, mais intensamente<br />

nesta faixa.<br />

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA<br />

1. BAÉ, P. Numeraiions sur boites de Pe­<br />

tri-mecanisation et automatisation.<br />

Tecjnique Laitiêre (973):23-8, 1983.<br />

2. BAILLEUl, B. Dénombrement des cel­<br />

lules leucocytaires dans les laits.<br />

Technique laitiêre (974):44-6, 1983.<br />

3. BOSSUYT, R. · " Techniques modernes<br />

d'appreciation de la qualité bacterio­<br />

logique du lait. Technique laitiêre<br />

(969):9-1 9, 1982.<br />

4. CATTEAU, M. Techniques classiques à<br />

ensemencement on incubation rapi­<br />

de. Technique Laitiêre (973):33-5,<br />

1983.<br />

5. DASEN, A.; GRAPPIN, R. Determination<br />

rapide de I'extrait sec des fromages<br />

a I'aide d'un four à miero-ondes.<br />

, Le Lait 63(623-624):75-84, '1983.<br />

6. GRAPPIN, R.; JEUNET, R. Essais de<br />

I'appareil uMilko teste r automatique'·<br />

destiné au,dôsage en série de la ma­<br />

tiere grasse du lait. Le Lait 50:233-56,<br />

1970.<br />

7. GRAPPIN, R.; JEUNET, R. Essais de<br />

I'appareil "MilkoScan 300" utilisé<br />

pour le dosage en série de la matie­<br />

re grasse et des protéines du lait. Le<br />

Lait 56(558):498-520, 1976.<br />

8. GRAPPIN, R.; JEUNET, R. Facteurs<br />

biologiques responsables des variations<br />

observeés dans la préeision<br />

des méthodes de routine utilisées<br />

pour le dosage de la matiere grasse<br />

du lait (UMilko-Tester", "Infra-Red­<br />

Milk Analyser" et Gerber). Le Lait<br />

52:324-46, 1972.<br />

9. GRAPPIN, R.; JEUNET, R. Méthodes<br />

de routine pour le dosage de la matiere<br />

grasse et des protéines du lait<br />

de chevre. Le Lait 59(587):345-360,<br />

1979.<br />

10. PERROUD, M. l.activité oxydo-reduetriee.<br />

Technique Laitiêre (973):43-4,<br />

1983.<br />

11. PESSOUD, M. Le eomptage de Breed.<br />

Technique Laitiêre (973):47-8, 1983.<br />

arvoredoleite.org


Pág. 22 Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCT<br />

12. prr'PHER, G.L. La microscopie par<br />

eplfl uorescence. Technique Laitiere<br />

(974):37-43, 1983.<br />

13. QUESNEAU, R. La luminescente.<br />

Technique Laitiere (974):49-59, 1983.<br />

NOSSA CAPA<br />

14. QUESNEAU, R .<br />

.<br />

La mesure de I'impedance.<br />

TechO/que Laitiere (974)·62<br />

64, 1983.<br />

No encerramento da 29. a Semana do Lar . . .<br />

. . -<br />

15. SUO!<br />

' .<br />

!. Le test Limulus. Technique<br />

Leltlere (974):19-28, 1983.<br />

ICJnlsta, que se realizou em julho de 1983<br />

a Empresa de Pesquisa Agropecuária d e M . Jn as Gerais - EPAMIG, ofereceu coquetel<br />

de QUEIJOS & VINHOS aos particiPante<br />

d<br />

'<br />

' s o certame<br />

N uma grande mesa redonda no centr o do salao, estavam bem distribuidas<br />

variedades de queijos fabricados o pa. IS, em meio . a flores e frutas nacionais, num<br />

belíssimo arranjo.<br />

Ao redor desta mesa, várias barra uinh a<br />

.<br />

mentadas, expunham fatias dos mesm!<br />

de madelr , caprichosamente orna-<br />

queiJos , para maior facilidade dos degustadores,<br />

conforme se vê na foto · d a capa e na reproduçao<br />

_<br />

desta página<br />

.<br />

Tudo isto acompanhado de v h<br />

o Ima qualidade - tinto, branco<br />

e rose<br />

-:<br />

- alem de refrigerantes e água min e I . .<br />

FOI uma festa inesquecível ao som de 1 t mUSlca, e os convidados aproveitaram<br />

para dançar, em meio á Iegria q ue contagiava a todos.<br />

.<br />

E assim terminou a 29 . a S emana do L a r ICJnI . ? ta, que teve como temá "A<br />

QULlOAOE DO LEITE E SEUS DERIVADOS" , promolda p : 'a Secretaria de Estado da<br />

Agncultura de Minas Gerais, pela EPAMIG-e<br />

?ecretana NaCIOnal de Abastecimento -<br />

SNA8, de 18 a 22 de julho de 1983 ,no I nstltuto de Lacinios Cândido Tostes".<br />

• • lO os nacionais de T<br />

_ .<br />

.<br />

.<br />

.<br />

! "<br />

Revista do ILCT 39(235): 23-5 (1984)<br />

MÉTODOS ANALíTICOS ATUAIS NA<br />

DETECÇÃO DE TOXINAS MICROBIANAS<br />

NOS ALIMENTOS*<br />

Modern Analytical Methods for Microbiological Toxin<br />

Intoxicações Alimentares EstafiloCócicas<br />

As intoxicações aÚmentares causadas<br />

pela ingestão de alimentos que contêm<br />

exotoxinas pre-formadas autêntic"as (enterotoxinas)<br />

de S. aureus são comuns devido<br />

á multiplicação no trato intestinal de estirpes<br />

de S. aureus produtores de coagulase<br />

e termonuclease. Já foram identificados<br />

seis tipos diferentes de toxinas designa­<br />

das pelas letras A, 8, C, O, E e F.<br />

Ainda se prescindem de técnicas práticas<br />

e sensíveis na detecção destas toxinas,<br />

apesar de terem sido preparados an:"<br />

tisoros específicos para todas as toxinas,<br />

Detection in Foods<br />

" com exceção da F. Também, duas enterotoxinas<br />

tipo C foram classificadas em C 1 e<br />

C 2· Os métodos utilizadoS se classificam<br />

em três categorias:<br />

1. Métodos biológicos - usam ani-<br />

mais de laboratório (macaco, gato) e o<br />

próprio homem.<br />

2. Métodos indiretos - relacionam a<br />

presença de enterotoxinas com produtos<br />

estafilocócicos como a nuclease termo-re­<br />

sistente e a coagulase.<br />

3. Métodos imun.ológicos - nestas<br />

técnicas são purificadas as toxinas e produzidos<br />

os anticorpos específicos para a<br />

adaptação de análises imunológicas de en­<br />

terotoxinas em meios de cultura e alimen­<br />

tos. Entre estes métodos são usados: di­<br />

fusão em gel simples,. difusão em gel du­<br />

plo; anticorpoS fluorescentes, inibição da<br />

hemaglutinação, hemaglutinação passiva<br />

inversa, aglutinação de látex, a eletroimu­<br />

nodifusão, a radioimunoavaliação da fase<br />

sólida .<br />

Edson Clemente dos Santos·'<br />

Intoxicação Alimentar por<br />

Clostridium botulinum<br />

A forma dramática como se manifesta<br />

o botulismo, apesar de considerada doen­<br />

ça rara, torna esta enfermidade uma das<br />

intoxicações mais temidas pela sua eleva­<br />

da mortalidade e característica letal.<br />

O botulismo humano ocorre pela inges­<br />

tão de toxinas.pre-constituídas produzidas<br />

no mínimo por 4 doS 7 tipos sorológicos<br />

de C. botulinum: A, 8, E e F. Ainda exis­<br />

tem notificações recentes de alguns tipos<br />

de botulismo causados por infecções de<br />

feridas. Estas toxinas são destruídas pelo<br />

calor, e no caso de toxinas E, a sua expo­<br />

sição á tripsina pode reforçar sua toxici-<br />

dade.<br />

O risco do botulismo nas indústrias de<br />

alimentos enlatados e conservas tem exigido<br />

fórmlJlas e técnicas higiênicas, me­<br />

lhor seleção de matéria-prima, controle do<br />

pH do produto final e o criterioso acompa­<br />

nhamento no processamento industrial,<br />

pelO perigo dessa enfermidadepara o con­<br />

sumidor e destruição da boa imagem da<br />

indústria. Para isto, novas técnicas de<br />

conservação e tecnologia dos alimentos,<br />

envase a vácuo e a liofilização foram as<br />

alternativas criadas pelas indústrias, além<br />

do melhor controle microbiológico, da cur­<br />

va de resistência térmica e temperatura<br />

ótima de esterilização, associada ao pH de<br />

cada alimento enlatado.<br />

Atualmente são raros os casoS de noti-<br />

ficação . botulínica devido ao éonsumo de<br />

alimentos processadOS comercialmente,<br />

graças ao avanço tecnológico na elabora-<br />

• Trabalho apresentada à 2.9." Semana do Laticlnista - Julho/1983 .<br />

• • ?rol. da EV-UFMG e Diretor Técnico do DPET-EPAMIG.<br />

digitalizado por<br />

arvoredoleite.org


Pág. 24 Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCT<br />

ção dos produtos alimentares, técnicas de<br />

tratamento térmico, controle de embalagens<br />

e avaliação de qualidade sanitária.<br />

Porém, ainda persistem surtos epidêmicos<br />

esporádicos devido ao consumo de conservas<br />

artesanais de preparo doméstico .<br />

.<br />

Para detectar as toxinas botulínicas<br />

são usados métodos biológicos e sorológicos.<br />

- Métodos biológicos: a prova de toxi<br />

cidade em ratos é o método biológico mais<br />

sensivel, porém ainda imperfeito para a<br />

análise de alimentos, devido à mortalidade<br />

não específica. A prova intraperiton€1al em<br />

ratos é lenta e só se usa para análises<br />

quantitativas em grande número de animais.<br />

O teste mais usado em ratos se<br />

baseia no logaritmo de tempo letal (morte)<br />

que tem uma relação linear com o logaritmo<br />

da DL50, já tendo sido preparadas<br />

curvas padrões para as toxinas A, B, E e F<br />

(Sakagushi, comunicação pessoal).<br />

Métodos sorológicos: nestes métodos<br />

utilizam-se antissoros contra . células e to-<br />

xinas de C. botulinum.<br />

A técnica de antissoros imunofluorescentes<br />

foi adaptada para a · detecção de<br />

células de C. botulinum. Esta técnica não<br />

distingue os diversos tipos de células pro­<br />

teoliticas A, B e F pois outros clostrídeos<br />

compartilham antígenos comuns servindo<br />

porém para o exame presuntivo destas cé­<br />

lulas botulinicas em alimentos e amostras<br />

patológicas. Portanto, estas provas podem<br />

ser complementadas pela avaliação de to­<br />

xinas e cultivos para a confirmação do<br />

diagnóstico. Outros métodos sorológicos<br />

adaptados para a detecção de toxinas de<br />

C. botulinum são a difusão gelatinosa em<br />

lâminas, a difusão gelatinosa capilar, a<br />

hemaglutinação passiva inversa, a eletro­<br />

imunodifusão, anticorpos fluorescentes e<br />

a radioimuno avaliação.<br />

Os métodos soro lógicos para detectar<br />

toxinas de C. botulinum se baseiam no<br />

uso de anticorpos produzidos pelas toxi­<br />

nas parcialmente purificadas, atualmente<br />

já melhorada a técnica para evitar reações<br />

cruzadas com a purificação destas toxinas.<br />

Intoxicação Alimentar por<br />

Clostridium perfringens<br />

_<br />

Esta !ntoxicação é causada pela inges­<br />

tao de alimentos contaminados com gran­<br />

de número de células tipo A de C. perfrin­<br />

gens. O tipo C é também outra única<br />

stipe responsável pelas infecções intes­<br />

tmls no homem, porém a intoxicação<br />

maIs rara e mais grave é a do tipo A.<br />

A enterotoxina é produzida durante a<br />

esporulação das células e se libera no<br />

meio através da lise de esporângios. Os<br />

sintomas são observados pela ingestão de<br />

enterotoxinas pré-formadas nos alimentos<br />

ou acidentalmente pela liberação de toxinã<br />

no intestino. Neste caso, as células vegetativas,<br />

consumidas nos alimentos, esporulam<br />

no intestino e liberam a toxina.<br />

O diagnóstico se baseia na enumeração<br />

de grande número de células tipo A de<br />

C. perfringens no alimento e nas fezes.<br />

A detecção da toxina por métodos sorológicos<br />

depende da purificação de toxinas<br />

e disponibilidade de antissoros específicos.<br />

Os métodos mais usados são hemaglutinação<br />

passiva inversa Ef'a dos anticorpos<br />

fluorescentes para a reação específica<br />

com a enterotoxina nas fezes.<br />

Intoxicação Alimentar pelo<br />

Bacillus cereus<br />

As intoxicações alimentares incnmlnando<br />

o B. cereus têm aumentado bastante,<br />

alcançando na Hungria o 3. o lugar<br />

em importância nos surtos epidêmicos por<br />

ingestão de alimentos, o mesmo ocorren­<br />

do em outros países europeus.<br />

A doença pode ser causada ' pelas toxinas<br />

pré-formadas nos alimentos, porém o<br />

diagnóstico mais usado é pela presença de<br />

grande número de células (106/g) nos alimentos.<br />

Os filtrados de cultivos de B.<br />

. cereus exibem atividades hemolíticas letais<br />

para ratos, comprovadas pelo acúmulo<br />

de fluido no segmento ilíaco (ligadura) de<br />

coelho, assim como pela atividade dermonecrótica<br />

na pele de coelho das índias que<br />

parece idêntica mas difere da atividade ·:<br />

hemolitica e da lecitinase C; A identidade<br />

letal ainda não foi comprovada.<br />

A nova atividade enterotóxica se verifica<br />

durante a fase exponencial de crescimento<br />

do B. cereus, ainda dependendo de<br />

pesquisas para comprovação.<br />

Intoxicação Alimentar Oriunda de<br />

Bactérias Diversas<br />

As bactérias gram negativas como Salmonella,<br />

Shigella, E. coli, V. parahaemolyticus<br />

e V. cholera são as outras causas<br />

principais de intoxicações alimentares.<br />

Destas bactérias algumas produzem exotoxinas<br />

porém não se sabe se as toxinas<br />

pré-secretadas nos alimentos são a causa<br />

da intoxicação. Portanto, o diagnóstico se<br />

faz pela identificação das bactérias nos<br />

alimentos e nas fezes dos pacientes. A<br />

técnica do segmento ligado do ilíaco de<br />

coelho tem sido usada para investigar a<br />

capacidade das bactérias de produzir substâncias<br />

que induzem ao acúmulo de· fluido.<br />

Revista do ILCr Setembro/Outubro de 1984 Pág. 25<br />

Esta indicação perm.ite deduzir que estas<br />

substâncias poderiam provocar diarréia no<br />

homem. Assim, têm sido comprovadas<br />

enterotoxinas de estirpes de E. coli, V.<br />

cholera e V. parahaemolyticus.<br />

Algumas bactérias, como os bacilos do<br />

gênero Proteus, podem de . sdobrar p las<br />

enzimas os alimentos produzindo ammas<br />

a partir de aminoácidos causando intoxi­<br />

cações alimentares. As técnicas para diag­<br />

nosticar estas aminas estão sendo aprimoradas.<br />

Alguns Proteus causam a reação<br />

com aminas secundárias liberando as ni­<br />

trosaminas nos alimentos, consideradas<br />

poderosos agentes carcionogênicos.<br />

Conclusão<br />

Apesar de serem limitados os nosSOS<br />

conhecimentos na área de identificação e<br />

caracterização de toxinas microbianas, po­<br />

de-se reconhecer a falta de notificações e<br />

dados estatísticos disponíveis para uma<br />

avaliação perfeita da importância das ente­<br />

rotoxinas na saúde pública. Há omissão de<br />

informações, falta de serviços organizados<br />

em saúde animal e humana, laboratórios<br />

não aparelhados e mesmo deficiência dos<br />

métodos de diagnóstico para a detecção<br />

de toxinas em grande escala.<br />

Pode-se afirmar que as toxinas de C.<br />

botulinum e as enterotoxinas. estafilocóci­<br />

cas pré-constituídas nos alimentos cau­<br />

sam estas intoxicações, mas não se defi­<br />

niu ainda se as outras toxinas microbianas<br />

têm a mesma específica ação pré-formada<br />

nos alimentos.<br />

Os métodos de diagnóstico usando-se<br />

animais de laboratório são excelentes ape­<br />

sar de anti-econômicos. Por isto, preconi­<br />

za-se maior esforço da pesquisa para in­<br />

vestigar mais profundamente os métodos<br />

de diagnóstico indireto e presuntivo, além<br />

do aprimoramento das técnicas de purifi­<br />

cação e detecção das toxinas pelos mé­<br />

todos sorológicos.<br />

COALHO FRISIA<br />

KINGMA & elA. LTDA.<br />

58 ANOS DE TRADIÇAO - QUALIDADE - APERFElr;OAMENTO<br />

HA 58 ANOS FOI IMPLANTADA NO BRASIL, EM MANTIQUEIRA, SANTOS<br />

DUMONT, A 1.a FABRICA DE COALHO (RENINA PURA) DO BR.AS IL E DA<br />

AMRICA DO SUL.<br />

PORTANTO, COALHO FRISIA, EM UQUIDO E EM Pó, NÃO t: MAIS UMA<br />

EXPERINCIA E. SIM UMA REALIDADE .<br />

COALHO FRISIA UM PRODUTO PURO (RENINA) E POR ESTA RAZÃO PREFERIDO<br />

PARA O FABRICO DE QUEIJOS DE ALTA QUALIDADE .<br />

COALHO FRISIA ENCONTRADO A VENDA EM TODO PAIS.<br />

éOALHO FRISIA O COALHO DE TODO DIA.<br />

KINGMA & CIA. LTDA. - CAIXA POSTAL, 26 - SANTOS DUMONT - MG<br />

Telefone : 251'-1610 (000 032)<br />

digitalizado por<br />

arvoredoleite.org


I<br />

'"<br />

r.:,<br />

II<br />

'"<br />

r.:,<br />

'"<br />

I<br />

I i:!<br />

:.:<br />

'"<br />

<br />

C> ....<br />

til<br />

'"<br />

..:<br />

O<br />

ti)<br />

O<br />

V!!l3:!D-V!!l3:!O<br />

'"<br />

'"<br />

"',<br />

-<<br />

til<br />

..:<br />

-<<br />

::> .-<br />

O 10<br />

-<<br />

'"<br />

..: :.:<br />

::> '"<br />

'"<br />

til<br />

..: ...<br />

til<br />

..: H<br />

-< '"<br />

:> ....<br />

....<br />

'"<br />

o<br />

...<br />

-<<br />

..:<br />

'"<br />

o<br />

...,<br />

H<br />

til<br />

::><br />

O"<br />

til<br />

O<br />

'"<br />

;::<br />

Z<br />

-<<br />

ti)<br />

til<br />

'"<br />

10<br />

'"<br />

:.: ....<br />

til ;;1<br />

til "<br />

... '"<br />

H ....<br />

til Z<br />

.... H<br />

PREÇO DO LEITE<br />

MERCADO<br />

Tudo indica que a SEAP deverá conceder novo au<br />

mento no preço do leite, no final do prõxiniõ<br />

mês . O percentual de aumento deverã ser inferior<br />

ao es tabelecido no mês de Setembro último.<br />

CONSUMO DE LlcTEOS<br />

Pesquisa da Unicamp constataram que leite e d<br />

rivados tiveram. consumo drasticamente reduzido ,<br />

passando de 147 g/dia para 104,2 g/dia, com r<br />

dução de 29% no perIodo analisado O consumo de<br />

leite por pessoa em 1978 foi de 103 litros! ano<br />

e tudo indica que chegará' em dezembro 'deste ano<br />

com diminuição de 30%, ou seja, 72 litros/ano.<br />

A.C. Nillsen, comparando o primeiro seesre<br />

deste ano com igual período de 83, constatou r<br />

dução do consumo de 17% nO leite condensado ,<br />

5% no leite em pó , 2% em púdins , gelatinas e<br />

flans • •<br />

ALTERA Ç15ES NO MERCADO<br />

Uma parte do leite em pó distribuido pela LBA -<br />

no Espírito Santo _poderá ser substituída por o..!!,<br />

tra alimento, devido ao alto custo do _ pro.duto.<br />

CONSELHO INTERMINISTERrAL DE PREÇOS<br />

1.-) Processo CIP n9 3410/84, autoriza as Empr<br />

saS produtoras de leite Longa Vida (um:) a pr!.<br />

ticarem, 'a partir de 06.10.84, os preços de ve.!!.<br />

da seguintes: Salvador Cr$ 988; Recife Cr$1.090;<br />

For taleza Cr$ 1.136; Be19 Horizonte/Distrito Fe<br />

deral Cr$ 1.219 ; Rio de Janeiro! são Paulo e C<br />

ritiba Cr$ 1.155; Porto Alegre Cr$ 988.<br />

2.-) Processo CIP n9 '4419!84 autoriza as Empre<br />

saa produtoras de leite em pô a· reajstarem, a<br />

partir de 06 .10.84, sobre os preços praticados,<br />

no máximo. os percetuais seguintes :<br />

36% para o integral e 34% para o desnatado.<br />

CODIGO<br />

INFORMA ÇOES DIVERSAS<br />

ANÁLISE DE MERCADO<br />

Todos os produtos estão oferecidos . e os pre<br />

ços que vinham sendo praticados não estão re<br />

sistindo a essa pressão de vendas , que exis<br />

e porqu. as Empresas evitam fazer es toques:<br />

A expectativa ê de que esta situação perdure<br />

ate ser anunciado novo preço do leite para<br />

Dêzêmbr .<br />

PREÇOS NO ,VAREJO<br />

DIEESE apresentou para Outubro as altas se<br />

guintes: leite (25 ,7%) ; leite em pô (18,3%)":<br />

A FIPE para Outubro apresentou 31,7% para<br />

lei te e derivados: O IEA apresentou para Ou<br />

tubro a variação média dê 29,4% nos preços<br />

dos laticínios distribuida qa forma seguinte:<br />

leite "B" (34,9%) , leite "E" (33,8%>" , leite<br />

em pó (11,8%) , manteiga (33,8%) , queijos<br />

nas (18,1%) e prato (31;1%) .<br />

mi -<br />

PRODUÇÃO DE LEITE<br />

A seca,.qe há mais de 30 dias vinha preoc<br />

panda os pcuarists de várias regiõs , esta<br />

terminando sem causar grandes danos as pas ta<br />

gens , uma ez que . cAmeçaram as . chuvas permI<br />

tin'do sua recuperação . Com isso; "embora com<br />

atraso, a produção deverã aumentar comO .e de<br />

se esperar nesta epoca do ano .<br />

FALtNCIAS E CONCORDTAS<br />

* * * * * * * * * * * * * * * * * * * *<br />

BOLSA DE f.f/fQUINAS E EQUIPAMENTOS - USADOS<br />

OFERTAS<br />

Rio de Janeiro: falência requerida: l) Im<br />

Distribuidora ' BGD de Produtos Alimentí.cios -<br />

Ltda.<br />

são Pau lo: falências requeridas : l-)Comer<br />

cial e Distribuidora' de Alimentos Onica Ltdã;<br />

2-) Giner Indústria e Comércio de Alimentos<br />

Ltda; 3-) Gelar S/A Indú tria Alimentícia ;<br />

4-) Taysa, Comercio de Produtos Alimentícios<br />

Ltda; 5-) Incópal Indústria e Coméréio de<br />

Produtos Alimentícios Alfenense.<br />

Concordata Preventiva: 1-) Jbêria Indústria<br />

Comércio de Chocolates Lt'da .<br />

2062 OE - 1 Desnatadeira -'3.QOO lts . marca Wstfalia com bica de aço inoxidavel .<br />

2061 OE _ Diversos materiais para complemento' de, montagem de fãbrica p! queijos e de usina p!<br />

leite pasteurizado , tais como:<br />

Tachas conicos ou retangulares para fábricação de queij os.<br />

Material comp leto para laboratório .<br />

Bombas de aço inoxidável.<br />

* * * * * * * * * * * * * * * * *. * * * *<br />

INFORMATIVO DA BOLSA DE LATICINIOS : Distribuição gratuita ãs Empresas, Associações ,<br />

Entidades Públicas e Particulares . Edi tado sob direção e responsabilidade de PAULO SILVESTRINI.<br />

digitalizado por<br />

arvoredoleite.org


- Porque: . au.menta 10 a 30% a sua Produção<br />

de queIJo tIpO frescal, prato ou outros.<br />

-gr::'OCê não joga fora o soro, um rsíduo<br />

-roque o permeado da Ultrafiltração é rico em<br />

ac ose, que pode ser aproveitada através da<br />

O<br />

smose Reversa Reginox.<br />

- Por 9 ue você conta com a qualidade de nosso<br />

eqUlpamntos<br />

e a tecnologia Tri-Clover/<br />

B<br />

.v. / RegInox.<br />

COMPROVE OS RESULTADOS<br />

UNIDADE PILOTO CONSUL TF 'N S O O S U p C'!-ç !,DO l1.M TESTE COM A N •<br />

C<br />

OSSA<br />

@ ú'@


Pág. 30 Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILcr<br />

sistema de abastecimento de leite. Sendo<br />

o leite uma das substâncias- naturais mais<br />

pereciveis, desde -os primórdios da sua<br />

utilização pelo homem têm sido descobertas<br />

várias formas de conservá-lo para ser<br />

utilizado como alimento num máior período<br />

de vida útil possível. Conforme foi destacado,<br />

os contaminantes microbiológicos<br />

são os principais agentes responsáveis<br />

pela deterioração da qualidade do leite;<br />

nesse sentido os processos de preservação<br />

visam, de uma maneira direta ou indireta,<br />

combater esses agentes.<br />

Principais Problemas do Nosso<br />

Sistema de Abastecimento<br />

A nosso ver, os principais problemas<br />

relacionados com as dificuldades que temos<br />

enfrentado com a qualidade do leite .<br />

pasteurizado ao atingir a mesa do consumidor,<br />

se agrupam em dois campos, um<br />

político ou de estratégia governamental e<br />

outro tecnológico, destacando-se nos seguintes<br />

fatores:<br />

a - Compreensão deficitária no que<br />

diz respeito aos conhecimentos técnico­<br />

-científicos do mecanismo e importância<br />

dos contaminantes microbiológicos na<br />

conservação do leite em toda a sua trajetória<br />

até á mesa do consumidor. Em gerai,<br />

adotamos conceitos empíricos mistu­<br />

rados com padrões rígidos importados de<br />

países onde a tecnologia é bem mais avan­<br />

çada. Para agravar essa contradição e tal­<br />

vez como conseqüência, o nosso sistema<br />

de controle de qualidade é dficitário tanto<br />

em termos de facilidades laboratoriais<br />

como no emprego das técnicas analíticas e<br />

na interpretação dos resultados.<br />

b - Deficiências tecnológicas no set.or<br />

de produção; principalmente no que diz<br />

respeito aos cuidados higiênico-sanitários<br />

e no incentivo para instalações compatí­<br />

veis com o nível do produtor e desenvolvi­<br />

mento da região. Por outro lado, o produ­<br />

tor não é recompensado de modo a esti­<br />

mulá-lo a melhorar, progressivamente, a<br />

qualidage do leite.<br />

c - Deficiência no setor industrial, ao<br />

lado de instalações relativamente moder­<br />

nas e adequadas encontramos grandes deficiências<br />

no contole de qualidade e no<br />

controle do processamento. Com raras<br />

exceções, é nessa fase que se verifica a<br />

maior parcela de culpa pela má qualidade<br />

do leite pasteurizado encontrado no nosso<br />

comércio: Como exemplo desse fato, po­<br />

demos analisar o caso do leite tipo B, o<br />

qual, em nome de uma melhor qualidade,<br />

se reveste de uma série de exigências<br />

normativas, no entanto ao chegar - nas<br />

mãos do consumidor a única diferença efetivamente<br />

detectada está no preço mais<br />

alto, enquanto que os fatores de qualidade,<br />

principalmente em termos de conservação,<br />

se equiparam aos do leite Especial.<br />

As informações tecnológicas já existentes<br />

na literatura nos permitem afirmar que, se<br />

fossem aproveitados todos os recursos<br />

instalados em nome do leite tipo B, esse<br />

produto deveria alcançar um período de<br />

vida útil de sete a dez dias, sendo que,<br />

destes, pelo menos cinco dias de conservação<br />

no refrigerador residencial deveriam<br />

ser esperados.<br />

d - Ponto de estrangulamento evidenciado<br />

na distribuição e comercialização do<br />

leite; por um lado devido é!0 valor comerciai<br />

ou margem de lucro, por outro la­<br />

.. do pela falta de um sistema eficiente de<br />

fiscalização do produto nos pontos de<br />

venda ao consumidor, O leite é um produto<br />

relativamente fácil de ser fiscalizado no<br />

comércio uma vez qe as amostras são relativamente<br />

homogêneas e de um efeito- rElpresentativo<br />

bastante grande,· isto é, uma<br />

amostra representada por uma embalagem<br />

de um litro de leite geralmente reflete a<br />

qualidade de milhares de outros saquinhos<br />

provenientes da mesma partida. Há também<br />

a vantagem de encontrarmos métodos<br />

analíticos bastante precisos e relativamente<br />

simples, os quais fornecem uma<br />

idéia bastante clara da qualidade do produto<br />

e permitem algumas conclusões a<br />

respeito das possíveis falhas ou responsáveis<br />

pela deterioração da qualidade. So­<br />

mos de opinião que, somente quando ím­<br />

plantarmos um sistema racional de fisca­<br />

lização do leite por amostragem no ponto<br />

final da comercialização, poderemos efici­<br />

entemente questionar e responsabilizar os<br />

diversos segmentos pela melhoria da qua­<br />

lidade do leite a começar pelo sistema de<br />

distribuição e comercialização, o qual se­<br />

ria responsabilizado pela manutenção da<br />

qualidade do leite tal qual ele sai dos es­<br />

tabelecimentos industriais. Dentro do<br />

mesmo princípio, a indústria seria respon­<br />

sável por manter a qualidade do leite que<br />

recebe do produtor; finalmente então po­<br />

deríamos estimular e exigir uma progres­<br />

siva melhoria na q'ualidade do leite obtido<br />

pelo produtor. Esse sistema devidamente<br />

integrado permitiria então a fixação de<br />

padrões mínimos de qualidade a serem<br />

exigidos tanto a nível do produtor como no<br />

produto final a ser adquirido pelo consu­<br />

midor.<br />

Com a intenção de ilustrar com resul­<br />

tados de pesquisa os comentários em rela-<br />

Revista do ILCr Setembro/Outubro de 1984 Pág. 31<br />

ção à qualidade do leite pasteurizado, são<br />

apresentados a seguir resultados de con­<br />

tagem da flora microbiana global e do tes­<br />

te de fosfatase obtidos de amostras de<br />

leite coletadas ' ao acaso em estabeleci­<br />

mentos que normalmente vendem leite ao<br />

consumidor na cidade de Campinas - SP<br />

e algumas cidades vizinhas.<br />

Conforme pode ser verificado nos Qua­<br />

dros 1 e 2, as contagens microbianas são<br />

bastante variáveis dentro de uma mesma<br />

marca comercial e, de uma forma bem<br />

mais acentuada de uma marca para outra.<br />

É importante ntar que praticamente não<br />

há diferença entre os resultados obtidos<br />

com os leites tipo B e Especial, havendo<br />

inclusive um valor médio mais alto em<br />

duas das três principais marcas de leite<br />

tipo B apresentadas. Outro aspecto muito<br />

importante sob o ponto de vista da saúde<br />

pública é o fato de algumas amostras,<br />

inslusive de leite tipo B, apresentarem<br />

resultados positivos nó teste de fosfatase,<br />

indicando possíveis deficiências na pas­<br />

teurização, ou posterior mistura com leite<br />

cru.<br />

No Quadro 3, podemos ter uma indic _ a­<br />

ção bastante clara d rp , ida deteioraçao<br />

na qualidade microblologlca do leite pas­<br />

·teurizado tanto no tipo B como no Espe­<br />

-cial, ao ;er armazenado por até 48 horas<br />

em refrigerador doméstico. De um mod?<br />

geral as contagens atingiram valore CIma<br />

de um milhão, e nessas condlçoes<br />

quando o leite não chega a coagular á<br />

uma sensível depreciação no sabor, faCil­<br />

mente detectada pelo consumidor.<br />

Em resumo, podemos concluir , que a<br />

situação não é tão alarmante como fizeram<br />

crer os noticiários, no início deste ano,<br />

principalmente se considerarmos que exis­<br />

tem situações muito piores em outros pr­<br />

dutos alimentícios. Entretanto, tecnologi­<br />

camente falando, uma substancial melho­<br />

ria na qualidade do leite poderia ser facilmente<br />

obtida se discutíssemos o assun­<br />

to despidos das armaduras políticas e dos<br />

interesses puramente econômicos evidenciados<br />

em certos grupos de intermediá­<br />

QUADRO 1 - Resultado do teste de fosfatase e contagem global em microrganismos por<br />

rios.<br />

ml no leite pasteurizado tipo Especial.<br />

Marcas Comerciais<br />

Amostras 111<br />

I<br />

* 11<br />

*<br />

Fosfatase<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

13 x 103<br />

1,6 x 1 03<br />

4,5 x 103<br />

0,2x103<br />

10 x 103<br />

30 X 103<br />

54 x10 3<br />

50 x 103<br />

48 X 103<br />

30 x 103<br />

4x 103<br />

4(, x 10 3<br />

50 X 103<br />

30 x103<br />

25 X 103<br />

+<br />

-<br />

-<br />

+<br />

-<br />

6 30 X 103 130x103<br />

7<br />

8<br />

190 x 103<br />

12x103<br />

120x103<br />

220 x 10<br />

9 50 X 103 12x 10<br />

10 33 x 103 260 x 10<br />

Média<br />

34,4 x 10" 95,4 X 103 29,8 x103<br />

• Os resultados do teste de fdsfatase foram todos egativos.<br />

digitalizado por<br />

arvoredoleite.org


Pág. 32<br />

Amostras<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

7<br />

8<br />

9<br />

10<br />

Média<br />

I<br />

.<br />

90 X103<br />

270 X 103<br />

1,5x103<br />

81 x 103<br />

15 X 103<br />

10x103<br />

14 X 103<br />

12x103<br />

220 x 103<br />

80 X 103<br />

79,4 x 10<br />

Setembro/Outubro de 1984<br />

Marcas Comerciais<br />

I<br />

"<br />

.<br />

1,5X103<br />

0,4 X 103<br />

25 x 103<br />

16 X 103<br />

40 x103<br />

45 x103<br />

45 x 103<br />

25 x 103<br />

14x103<br />

11 x103<br />

22,3 x 10<br />

111<br />

.<br />

8 X 103<br />

8x 103<br />

90 X 103<br />

50 x.103<br />

40 X 103<br />

2x103<br />

17 x 103<br />

6 x 103<br />

75 x 103<br />

25 x 103<br />

32,1 x 10<br />

• O rsult


\<br />

Trocador de Calor a Placas<br />

TIPO RRG<br />

500 a 5.000 'UH<br />

(USO GERAL)<br />

A boa qualidade de um leite depende da vaca e de muitas outra s cOisas.<br />

E, certamente, o equipamento de pasteurização é<br />

uma das mais importantes.<br />

n:1: =se assunto p , orque h , á 22 anos que ela<br />

fabr r a<br />

Tão econômios que você vai o! ' r::,peente uito econ<br />

.<br />

ômicos.<br />

r<br />

Para maiores esclarecimentos, ent e :o das crianças.<br />

o<br />

Um dos nossos engnheiros terá prazer em asse:- '<br />

naquilo que você precisar.<br />

.<br />

aço inoxidável eles são resfscs da maior qualidade. Feitos de puro<br />

RPRESENTANTES: Norte/Nordeste - S<br />

Ro de Janeiro/ Espírito Santo _ Sr. Pat/ k '=rrv(l . hO<br />

- Tels.: (021 ) 265-1 31 0 e 245-6455<br />

I (<br />

RIO Grande do Sul/Santa Catarina - S E . e .. 021 ) 221-9!44 .<br />

r. UlZ Ernesto Mazzonl -Tel.: (0512) 42-0400<br />

' .<br />


Pág. 36 Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCr<br />

ção ao sabor amargo (escala de O (in<br />

.<br />

ete) a _6 .0 (fortemente amargo). Os r::<br />

a os sao apresentados no Quadro l'<br />

QUADRO 1 Ef 't d<br />

pH do Leite<br />

6.56<br />

6.38<br />

6.25<br />

Estes resultados além de<br />

que o abaixamento do pH . dem?ns!rar<br />

In fI uencla dlre-<br />

" n e na quantidade de coalho retida<br />

. tame t<br />

-<br />

- e. o o pH do leite na ret ençao do coalho e formação do sab or amargo no<br />

queijo Gouda*<br />

• STADHOUDERS e HUP (1975)<br />

Cultura<br />

%<br />

Teor de Coalho no<br />

Queijo ( p'l/kg)<br />

280<br />

380<br />

500<br />

pH<br />

Inoculação Soro no Na massa<br />

ponto pós-<br />

-prensagem<br />

Teor médio<br />

Rápida (N) 1.5 6.48 5.54<br />

Rápida (N) 1.0 6.51 5.66<br />

Lenta (18) 1.0 6.52 5.85<br />

Lenta (18) 0.6 6.57 6.02<br />

* STADHOUDERS e HUP (1975)<br />

Graduaço do sabor amargo após<br />

maturaçao de:<br />

6 Semanas 17 Semanas<br />

0.6<br />

1.0<br />

1.7<br />

Teor médio<br />

de coalho<br />

no queijo<br />

( fl.llkg)<br />

298<br />

275<br />

265<br />

228<br />

1.5<br />

1.3<br />

2.0<br />

d.<br />

qraduação sabor amar-<br />

go após maturação (1)<br />

6 17<br />

semanas semanas<br />

1.50 2.08<br />

1.33 1.51<br />

0.90 1.05<br />

0.79 1.02<br />

(1 ) Graduação de O a 6 (fortemente amargo)<br />

Revista do ILCr<br />

de parte proteolíticos e termoresistentes<br />

com potencial capacidade de degradação<br />

da caseina em peptideos menores) e pH<br />

mais baixo, com direta influência na retenção<br />

de coalho pela coalhada. Portanto, a<br />

qualidade bacteriológica do leite é importante<br />

quando se deseja combater o sabor<br />

amargo nos queijos. A mesma atenção deverá<br />

ser dada à pré-maturação do leite com<br />

cultura lática já adicionada, ou ao uso<br />

indiscriminado de percentagens elevadas<br />

de inoculação do fermento no leite.<br />

A acidificação afeta sensivelmente a<br />

dessoragem gradual que ocorre durante a<br />

elaboração de um queijo, ou seja, a modificação<br />

da estrutura do grão de coalhada,<br />

pela formação de lactatos, solúveis. aumenta<br />

sua porosidade, seja pela perda de<br />

cálcio, seja pela alteração da capacidade<br />

de retenção de água pela caseína, em decorrência<br />

da neutralização progressiva de<br />

sua carga elétrica. STADHOUDERS (1 962)<br />

indica que as moléculas de enzimas do<br />

coalho são grandes e eletricamente carregadas<br />

e, por isso, a sua difusão do grão de<br />

coalhada para o soro durante a elaboração<br />

é mais demorada que aquela da lactose.<br />

Dai, qualquer modificação do processo<br />

visando aceleração da obtenção do ponto<br />

(maior eficiência da dessoragem e lavagem<br />

dos grãos) faz aumentar a retenção de coalho<br />

no queijo, independente mesmo de seu<br />

teor de umidade.<br />

A pasteurização do leite parece afetar<br />

também a taxa de retenção do coalho pela<br />

coalhada e a formação do sabor amargo. O<br />

aquecimento do leite a temperaturas elevadas<br />

provoca modificações estruturais a<br />

nível da caseína e precipita parte das chamadas<br />

proteínas solúveis, aumentando a<br />

capacidade de retenção de água pela coalhada.<br />

Além disso, enzimas proteolíticas<br />

são inativadas e a maior parte da flora<br />

natural do lelte é eliminada. Estes fatores,<br />

somados ao fato de se observar maíor<br />

retenção de coalho quando se utiliza leite<br />

pasteurizado, permitiram chegar-se á con­<br />

clusão de que quanto maior o grau de<br />

Setembro/Outubro de 1984<br />

digitalizado por<br />

Pág. 37<br />

aquecimento, maior a probabilidade de<br />

aparecimento do sabor amargo no prodUto.<br />

Observando o fenômeno na elaboração<br />

de queijo Cheddar, os neozelandeses<br />

LAWRENCE e GILLES (1969) constataram<br />

que o uso de leite que tenha sofrido aquecimento<br />

menos severo permitiria a um<br />

grande número de bactériás. sobreviverem<br />

no leite o que seria comparaoo. á mistura<br />

de uma cultura "não-amarga"" á Qutra sabidamente<br />

"amarga", recurso que ".se tem<br />

demonstrado válido no combate ao p'FOble­<br />

ma. Em um expe,imento citado por GRA.W­<br />

FOO (1976) demonstrou-se que, quanêsto<br />

o leIte era pasteurizado a 73°C/15 segun­<br />

dos, encontrava-se aproximadamente duas<br />

vezes mais coalho no queijo que no caso<br />

de outro queijo feito com "leite cru ou<br />

aquecido a 65°C/15 segundOS. Em um ra­<br />

balho ainda mais copclusivo, STAOHOU­<br />

OERS e HUP (1 975) compararam queijos<br />

Gouda fabricados com leite pasteurizado á<br />

740C/10 segundOS e á 82°C/10 segundos.<br />

O segundo apresentou 21 % a mais de re­<br />

tenção de coalho e a intensidade do sabor<br />

amargo foi quase 3 vezes superior á obser­<br />

vada no queijo feito com leite menos aque-<br />

cido.<br />

No casO de queijos em cuja elaboração<br />

a massa é submetida a aquecimento, é<br />

importante citar que o grau de aquecimen­<br />

to afetará a capacidade de retenção do<br />

coalho na coalhada, assim como o desen­<br />

volvimento da cultura lática. Foi levantada<br />

por LOWRIE et ai (1972) a hipótese de que<br />

a utilização de temperaturas mais eleva­<br />

das no aquecimento da massa inibiria mais<br />

as culturas ditas "amargas" que as "não­<br />

-amargas", afetando sensivelmente a po­<br />

pulação da primeira, reduzindo ou elimi­<br />

nando a eventual formação de sabor amar­<br />

go no queijo. Esta hipótese foi posterior­<br />

mente constatada por STAOHOUDERS e<br />

HUP (1975), ao elaborarem queijo Gouda<br />

usando culturas "amargas" e "não-amar­<br />

gas", e submetendo-os á diferentes tem­<br />

peraturas de cozimento, durante a fabrica­<br />

ção conforme apresentado no Quadro 3.<br />

arvoredoleite.org


Pág. 38 Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCT<br />

QUADRO 3 - Efeito da temperatura de cozimento n<br />

Temperatura<br />

Cozimento (0C)<br />

-<br />

31<br />

38<br />

ro de bactérias láticas'<br />

-<br />

Cultura, HP (amarga)<br />

Após 6 hs.<br />

2.6<br />

0.9<br />

• STADHOUDERS e HUP (1975)<br />

Os . resultados demonstram que o nú-<br />

e o final de bactérias láticas é reduzido<br />

aSlcame!1te na mesma proporção em am-<br />

bas as cepas !'amarga" e "não-amarga"<br />

quando sofrem efeito do aquec'lmento n' o '<br />

cesso e cozimento da massa. Os mes-<br />

. _ ..<br />

a fabncaçao do queIJo Gouda no núme-<br />

Número de Bactérias Láticas ( ... X10 9 /g)<br />

Após 24 hs.<br />

pro d çao se . I d<br />

os autores demonstraram em outro ex e-<br />

2.1<br />

0.9<br />

Cultura E8 (não-amarga)<br />

Após 6 hs.<br />

2.1<br />

1.2<br />

Após 24 hs.<br />

1.2<br />

0.8<br />

bsic .<br />

amente o mesmo,<br />

n<br />

porém a 35°C<br />

: lnUI o teor residual<br />

di<br />

de coalho e a inte -<br />

n-<br />

sldade do sabor amargo. Por outro I<br />

t:mperaturas de 36.5 e 380C h'<br />

Imento que se a cultura lática 'é inibida m ao f: i :: r f<br />

e pe:atrs mais elevadas de cozimento<br />

a ImlnUlçao ou não-formação do :sabo <br />

a<br />

tor<br />

.<br />

rei9ual de coalho na coalha<br />

a ao<br />

amargo, no queijo, pode estar li d<br />

a, qu<br />

dIminUI a m<br />

.<br />

edida que ,se eleva a te' m er<br />

a:<br />

.<br />

ado, a<br />

' a uma redu-<br />

nSlve . a carga bacteriana d'<br />

IO assim a prOdução de ev nti<br />

os. Portanto, com relação<br />

, emperatura de cozimento<br />

abos !atores devem ser levados<br />

' slderaçao.<br />

, em con-<br />

DO ponto de vista prático, este efeito<br />

da t<br />

emperatura de' cozimento na rete ' - '<br />

tura de c oZlmento<br />

P de<br />

como<br />

coalho e'<br />

é d . ex t remamente<br />

no , importante<br />

Quadro<br />

'<br />

4:<br />

,<br />

emonstrado<br />

QUADRO 4 _ , Efeito d a t emperatura de cozimento '<br />

, ,<br />

.<br />

nçao<br />

pOI. faz c?m que determinados tipos d <br />

queIJos sejam mais p opensos a apresen-<br />

coalho e ' sabor amargo do queijo GO :o<br />

d mero de bactérias láticas, teor de<br />

Temperatura de Nero de ' Baé térias<br />

COZimento (OC) Lahcas ( • ••<br />

·X10 9 /g)<br />

após 6 hs após 24 hs<br />

33,5<br />

1.0<br />

35.0<br />

1.6<br />

1.1<br />

36.5<br />

1.5<br />

0.53<br />

38.0 ' 0.31<br />

0.28<br />

0.27<br />

* STADHOUDERS e HUP (1975)<br />

Efetivamente ao<br />

'<br />

aum<br />

no número t<br />

ecresclmo<br />

t I d<br />

tores<br />

o<br />

ponderam<br />

queIJo. Os auentre<br />

33 5 e 350C que ' para uma<br />

. diferença<br />

o numero de bactérias é<br />

temperatura<br />

e<br />

cor; esponde u %0 d graual . da<br />

teor residual O e<br />

d! CO<br />

al c rias I!icas e no.<br />

Teor de Coalho do Gradução do sabo'r amar-<br />

, Queijo (A I/kg) go apos maturação (1)<br />

350<br />

315<br />

270<br />

230<br />

6 semanas 4 meses<br />

2.3<br />

2.9<br />

1.3<br />

2.2<br />

1.1 1 .5<br />

0.9 1.0<br />

(1) de O a 6.0 (fortement a:<br />

tar o defeito de sabor<br />

Considere-se<br />

am'ar ,go que<br />

por<br />

outros.<br />

exem I<br />

normais o as<br />

de<br />

tperaturas<br />

cozimento<br />

Cheddar e Emmental qU :IJos Gouda,<br />

52°C, respectivament O e sao 34, 38 e<br />

nestes queijos após 6 . teor d ,<br />

coalho<br />

semanas, e de 230,<br />

'<br />

•<br />

Revista do ILCT Setembro/Outubro de 1984 Pág. 39<br />

160 e 30J,u I kg , respectivamente. Obviamente<br />

o papel do coalho com relação ao<br />

sabor amargo, é muito mais importante<br />

para o Gouda que para o Emmental. Den­<br />

tro deste raciocínio a usual falta de pa­<br />

drões na fabricação de queijo Prato, aliada<br />

ao uso irregular de coalho e de leite de má<br />

qualidade bacteriológica, podem explicar<br />

o eventual aparecimento do defeito neste<br />

queijo.<br />

Outro fator a ser considerado é o teor<br />

de sal dos queijos, e mais precisamente, o<br />

teor de sal relativo á umidade do produto.<br />

Como regra geral, sabe-se que o desenvolvimento<br />

de sabor amargo é inibido por um<br />

aumento na concentração de NaCI do queijo<br />

(STADHOUDERS, 1969; CRAWFORD,<br />

1976; LAWRENCE e GILLES, 1969; STA­<br />

DHOUDERS e HUP, 1975). A atividade do<br />

coalho em relação á paracaseina tem seu<br />

ponto máximo em concentração de sal na<br />

umidade entre 2,5 e 4,0%, e a atividade<br />

diminui rapidamente em caso de maiores<br />

elevações da concentração (STADHOU­<br />

DERS, 1962). De acordo com LAWRENCE<br />

e GILLES (1969), a concentração de sal no<br />

queijo provavelmente controla a formação<br />

de sabor amargo por sua influência na atividade<br />

do coalho e das proteinases bacterianas.<br />

Os mesmos autores citam ainda<br />

que queijo Cheddar fabricado com a cultura<br />

lática "amarga", HP geralmente não<br />

apresentava sabor amargo quando o teor<br />

de sal na umidade era ' superior a 4,90%,<br />

mas quase sem exceção apresentava o<br />

problema quando este teor era inferior a<br />

4,3% , independentemente do pH do queijo.<br />

STADHOUDERS e HUP (1975) observaram<br />

que o aparecimento de sabor amar­<br />

go e muito menos freqüente no queijo<br />

Edam (;I: 6.0% sal na umidade) do que no<br />

queijo Gouda (:f; 4,8% na umidade). Conforme<br />

foi discutido anteriormente, a fração<br />

fi da casei na seria a principal precursora<br />

dos peptídeos amargos em queijos e a<br />

hidrólise dessa fração é inibida por altas<br />

concentrações de sal (STANDHOUDERS e<br />

HUP, 1975; STADHOUDERS, 1979; SULLI­<br />

VAN e JAGO, 1972).<br />

OUTROS FATORES A CONSIDERAR<br />

O tipo de coalho a ser usado na fabricação<br />

de queijos deve ser cuidadosamente<br />

escolhido, porque se encontra no mercado<br />

uma grande variedade de diferentes marcas<br />

e com diferentes origens. Deve ser<br />

dada especial atenção. aos coagulantes de<br />

origem microbiana, normalmente produzidos<br />

a partir de fungos como Mucor mihei,<br />

Mucor pusillus e Endothia parasitica. De<br />

acordo com ALAIS (1975), as enzimas coa-<br />

digitalizado por<br />

gulantes ,de origem fúngica possuem<br />

maior atividade proteolítica que as do coalho<br />

de origem animal e o uso de coagu­<br />

lantes microbianos pode aumentar o risço<br />

do aparecimento de sabor amargo no quei­<br />

jo. De acordo com KOSIKOWSKI (1978),<br />

os coagulantes microbianos têm sido co­<br />

mercialmente empregados e muitas vezes<br />

com sucesso, mas, assim mesmo, reco­<br />

menda que seu uso seja feito em base<br />

experimental, antes' de uma adoção defini­<br />

tiva.<br />

Também deve ser considerado o teor de<br />

pepsina presente no coalho, juntamente<br />

com a renina. A pepsina possui maior ati­<br />

vidade proteolitica do que a renina (ALAIS,<br />

1975; SCOTT, 1979) e, na produção do<br />

coalho de origem bovina, a idade do ani­<br />

maI influencia decisivamente no teor des­<br />

sas enzimas no produto final. Conforme<br />

citado por SCOTT (1979), o extrato de be­<br />

zerros novos apresenta 94% de renina e<br />

6% de pepsina, porém esta proporção<br />

inverte-se quando a extração é feita de<br />

bovinos adultos. Segundo o mesmo autor,<br />

quase 75% dos queijos elaborados nos<br />

E.U.A. em 1967 foram feitos 'com uso de<br />

coalho contendo 50% de renina bovina de<br />

50% de pepsina de origem suina. Esta<br />

proporção pode não ser a mesma existen­<br />

te no Brasil, o que eventualmente pode<br />

trazer problemas pelo uso de doses excessivas<br />

de coalho. Acontece que a pepsina<br />

suina perde quase toda atividade coagulante<br />

se o pH do' leite for superior a 6,6<br />

(ALAIS, 1975). o que é bastante comum.<br />

Nesse caso, quando se tem um coalho<br />

com alta porcentagem dessa enzima, po­<br />

de-se inadvertidamente aumentar a dose<br />

para se obter a coagulaçao em tempo regular<br />

e, por conseqüência, obter um queijo<br />

com elevado teor de pepsina, no qual a<br />

decomposição protéica se fará mais rapidamente,<br />

podendo aumentar assim o risco<br />

do sabor amargo. Daí a importância de se<br />

conhecer a atividade coagulante real do<br />

coalho a se empregar, através de testes de<br />

laboratório, usando-se leite fresco e coa­<br />

lho de boa procedência. '<br />

Outros fatores podem levar á formação<br />

do sabor amargo em queijos, tal a complexidade<br />

do problema, O uso excessivo<br />

de nitrato de sódio na prevenção de estufamento<br />

tardio tem sido apontado, na prática,<br />

como causador de sabor amargo em<br />

queijos. De acordo com STADHOUDERS e<br />

HUP (1975). até mesmo a temperatura de<br />

, l11aturação está ligada ao problema, pois<br />

os autores observaram que queijo Gouda<br />

maturado a temperaturas mais elevadas<br />

apresentava maior incidência de sabor<br />

amargo.<br />

arvoredoleite.org


Pág. 40<br />

PREVENÇÃO DO SABOR AMARGO<br />

Os resultados de importantes trabalhos<br />

de pesquisa realizados no mundo, nas últimas<br />

décadas, foram discutidos aqui e<br />

permitem ver a complexidade da formação<br />

do sabor amargo em queijos. O problema<br />

está ligado a causas muito variadas e é<br />

ainda afetado por fatores indiretos e nem<br />

sempre evidentes ao fabricante de queijos.<br />

É importante reiterar que o queijo Gouda,<br />

junto ao Cheddar, tem sido um alvo particular<br />

dessas pesquisas e as conclusões a<br />

respeito podem ser transportadas com· raras<br />

exceções, para o Queijo Prato, cuja<br />

tecnologia guarda grande semelhança com<br />

o queijo holandês. Com base nos dados<br />

levantados neste trabalho, enumeram-se,<br />

a seguir, algumas medidas qe poderiam<br />

ser tomadas, isoladas ou em conjunto, no<br />

sentidC' de prevenir a formação do sabor<br />

amargo em queijos:<br />

- utilizar sempre que possível, leite<br />

de boa qualidade bacteriológica, especialmente<br />

leite fresco que tenha sofrido o<br />

mínimo de acidificação (controle do pH).<br />

- evitar o super-aquecimento do leite<br />

na pasteurização, procurando se limitar<br />

aos parâmetros tradicionalmente adotados<br />

no sistema HTST (73°C/15 segundOS).<br />

- só empregar culturas láticas reconhecidamente<br />

sem aptidão para a forma­<br />

'ção de peptídeos amargos, durante a maturação<br />

do queijo. Em caso de maior espe­<br />

cificidade, recomenda-se aInda a seleção<br />

de culturas com baixa atividade proteolí­<br />

tica !"a{3 -caseína.<br />

- observar bem a atividade da cultura<br />

làtica, se é do tipo "lenta" ou "rápida".<br />

Quando se trabalhar coflí culturas muito<br />

ativas, aplicar a temperatura de cozimento<br />

(se for o caso) mais elevada possível den­<br />

tro do processo normal de fabricação.<br />

- limitar ao màximo possível a quan­<br />

tidade de cultura lática e coalho adiciona­<br />

da ao leite.<br />

- evitar qualquer modificação na<br />

composição da cultura lática a nível de<br />

laboratório, só submetendo-a a repicagens<br />

estritamente necessàrias.<br />

- se possível, utilizar a temperatura<br />

mais elevada, dentro da recomendada, pa­<br />

ra a coagulação do leite, o que permitiria<br />

reduzir a quantidade de coalho usada.<br />

- selecionar rigorosamente o tipo de<br />

coalho a empregar, sendo conhecidos o<br />

seu teor de pepsina e a sua atividade coa­<br />

gulante real.<br />

- usar, com reserva, os coagulantes<br />

de origem microbiana e, se possivel, li­<br />

mitar seu emprego à fabricação de queijos<br />

frescais ou de curta maturação.<br />

Setembro/Outubro de 1984 Revista do .ILCT<br />

. - evitar acidificação excessiva da<br />

massa após fabricação (pH< 4,95), espe­<br />

cialmente em se tratando de queijo com<br />

baixo teor de sal na umidade.<br />

- ajustar o teor de sal do queijo ao<br />

nível mais elevado possível, que seja compatível<br />

com as características organolépticas<br />

do queijo.<br />

- na avaliação sensorial de um queijo,<br />

observar o seu' tempo de maturação,<br />

porque certos tipos de sabor amargo ten<br />

dem a desaparecer, à medida que prossegue<br />

a maturação.<br />

- procurar manter a umidade do queijo<br />

no nível mais baixo permitido por suas<br />

características físico-químicas e organolépticas,<br />

porquanto .altos teores de umidade<br />

estimulam a' degradação protéica no<br />

queijo.<br />

- evitar maturar o queijo a temperaturas<br />

muito elevadas.<br />

SUMMARY<br />

Many cheese varíeties, sueh as Cheddar<br />

and Gouda Cheese, are susceptible to<br />

form bitterness during ripening. The pro­<br />

blem has been studied but so far it is not<br />

quite well understood. Researehers throu­<br />

ght the world nave fl)fmulated tl"leories to<br />

explain the role of rennet and starters in<br />

the formation of bitter taste in cheeses. It<br />

is known that both of them could produce<br />

bitter substanees derivated trom casein<br />

breakdown, but their acUon is strongly<br />

affected by other parameters such as pas<br />

teurization temperature, eooking tempera­<br />

ture during manufacture, moisture and salt<br />

content in the cheese, among others. In<br />

this review of literature the author deals<br />

with these points in order to make them<br />

t;leaÍ'er to teehnicians working in lhe area.<br />

REFERENCIAS BIBLIOGRÃFICAS<br />

- ADDA, J. 1982. The Chemistry of Flavor<br />

and Texture Generation in Cheese.<br />

Food Chemistry. 9:15.<br />

- ALAIS, C. 1975. Science du Lait: Principe<br />

des techniques leitiéres. 3. a ed.<br />

Édition Publicité, Paris, França.<br />

- CRAWFORD, R.J.M. 1976. Introduction<br />

a la Discussion sur l'Amertume dans<br />

le Fromage. Dócumento apresentado<br />

na Comissão B da Federação Internacional<br />

de Laticínios-FIL, na reunião<br />

de Quebec, Canadà.<br />

- CZULAK, J. 1959. Bitter Flavour in Che­<br />

ese. The Australian Journal of Dairy<br />

Technology, 14:177.<br />

- FURTADO, M.M. 1983. Ccterização<br />

eletroforética das Caseínas Alfa e<br />

Revista do ILCT,<br />

Beta do Leite de Cabra, Revista do<br />

ILCT 38:27 . . ' and<br />

.<br />

JENNESS' R, 1980, Composltlon .<br />

- characieristics of Goat ilk R<br />

.<br />

evl<br />

:<br />

1968-79, Journal of Oalry clen .<br />

63:1605,<br />

d Fermen-<br />

KOSIKOWSKI F. Cheese an<br />

- ted Milk FodS. 2. a ed. Ed <br />

i9 thers,<br />

Inc, Ann Arbor, I ,<br />

E,U.A.<br />

& PEARCE. 1972.<br />

LAWRENCE, R,C. . ,<br />

-<br />

I<br />

Dairy Industries. 37:73. angina nao J<br />

. visto Citado por Stadhoudes, .<br />

1979' Mécanismes de la formatlo de<br />

I Amrtume dans le fromage. Revue<br />

Laitiére Française, 376:9· '<br />

M ER L K .<br />

CE R C · CREA , . . ,<br />

- LAWREN .<br />

GILLES, F. , & M 'ARTLEY F.G.1972.<br />

' I Th Role<br />

Cheddar Cheese Flavour. . e<br />

R t N Z Jourof<br />

Starters and enne s. . ,<br />

nal of Dairy Science and Teehnology.<br />

-<br />

LAÉNCE R.C. & GILLES, J : 1969.<br />

- The Formtion of Bittrness In y he i<br />

ese: a Criticai Evaluatlon. N.Z • • o<br />

Dairy Teehnology. 4:189. .<br />

LOWRIE R.J. 1977. Influence of Lactlc<br />

- Streptococci on Bitter Fla or f <br />

lopment in Cheese. Journa o<br />

Seience. 60:81 0.<br />

Setembro/Outubro de 1984<br />

B<br />

CE R C· & PE-<br />

- LO :6y '}heddr C . heese<br />

FI r V Influence of Bactenofage<br />

ana;oking Temperature on hees<br />

made Under Controlled Bacte: loI09­<br />

cal Conditions. N.Z.J. of Dalry Sei- .<br />

ence and Teenology. 9:11 N 6 CE R C<br />

1972 Cheddar Cheese Flavor. IV.A<br />

_ LOWRIE, R.J. & LAWRE , . ,<br />

. New ' Hypothesis to Account for te<br />

Development of Bitterness. N.Z.J. of<br />

Dairy Science and Teehnology. 7:5<br />

IE R J ' LAWRENCE, R.C.<br />

- LO RCE, · L:É. 1972. Cheddar Cheee<br />

Flavor. 111. . The . Gro ee m L :<br />

StreptocoCCI dunng<br />

d the Effect on Bitterness Deve­<br />

fpment. N.Z.J. Dairy Science and<br />

Te.chnology. 7:44.<br />

digitalizado por<br />

Pág.41<br />

1975. Proteolysis in Chedd ?r Cheese,<br />

_ O'KEEFE, R,B" FOX, P,F. & DALY, C :<br />

lnfluence of the Rate of ACld Produc "f<br />

tion during Manufacture. Journal o<br />

Oairy Research. 42:111,<br />

Pourquoi les fromages on-!s parfols<br />

_ PELlSSIER, J.P. & DUMAS, ,R. 197.<br />

un 'gout amer? Revue Laltlere Fran-<br />

çaise. 341 :217.<br />

1975 Nahrung 19:433 - Onglnal nao<br />

_ SCHALlNATUS, E. & BEH , NE, ,<br />

visto'. Citado por BEHNKE, U, e,;,<br />

Zur Biogenese des Kasearomas, Ole<br />

Nahrung, 24:71 ,<br />

1970. "Rennets" and<br />

- sc gse. R capítulo 4 em , "Toics in<br />

Enzyme and Fermeníatlon Blotech-<br />

I " Vol. 3 editado por Alan<br />

iega, Ellis Horwood Limited Pu­<br />

. blishers Chichester, Inglaterra.<br />

tic Activity of Rennet and Starter<br />

_ STADHOUDERS, J. 1962. The Proteo y­<br />

Bacteria in Cheese with Reference to<br />

Bitter Flavor. Seção IV-I do yl , Con-<br />

. gresso Internacional de Latlclnlos.<br />

STADHOUDERS, J. & HUP, G. 197?<br />

- Faétors Affeecting Bitter F. lavour . 1n<br />

.<br />

Gouda Cheese. Neth, Mr1k Dalry<br />

Journal. 29:335. . ... ,<br />

de' la Formation de I Amertume dan<br />

_ STADHOUDERS, J. 179. Mecanlsms<br />

le Fromage: Revue Laitiere Françal-<br />

se. 376:9. . . 967 I '<br />

. creaes in Soluble Nitrogn and Blt­<br />

_ STONE W,K. & NAFF, D.M. 1 . -<br />

ter Flavor Development . In C ttage<br />

. Cheese. Joumal of Dalry SClence, .<br />

50:1497.<br />

.<br />

I<br />

R 1972<br />

The Structure of Bitter Pept!es and<br />

_ SULLlVAN, J.J . & JAGO, G. . . .<br />

Their Formation from C . aseln. The<br />

Australian Joumal of Dalry Teehno-<br />

logy, 27:98.<br />

D J I<br />

_ SULLlVAN, J.J.; MaU, L. ; ROa ! '. '<br />

& JAGO, G.R. 1973. The nzymlc<br />

Degradation of Bitter Peptldes . by<br />

Starter Streptococci. The Australan<br />

Jouma\ of Dairy Teehnology, 28.20.<br />

arvoredoleite.org


. Nestlã®<br />

Companhia Industrial e Comercial Brasileira de Produtos Alimentares<br />

Piuiiiiiilii<br />

. . .<br />

. . . e vem o trem.<br />

E, na mesma linha,<br />

em sentido contrário,<br />

vem. outro trem.<br />

Dentro dos trens,<br />

sacolejando sobre os<br />

dormentes e trilhos<br />

vem a vida.<br />

Vem a esperança.<br />

A vontade de chegar.<br />

O desejo do encontro.<br />

Juventino Luz,<br />

guarda-freios,<br />

sai calmamente da<br />

sua guarita, com<br />

lanterna e alavanca.<br />

Ele sabe o que pode<br />

acontecer se não fizer<br />

o seu trabalho mas<br />

ainda assim, não se '<br />

afoba. Introduz a<br />

alavanca entre os<br />

trilhos e repete aquilo<br />

que vem fazendo há<br />

quase 30 anos:<br />

desvia as linhas.<br />

Os trens passam.<br />

Cada um rumo ao<br />

seu destino.<br />

E lá se vão, levando<br />

a vida e os<br />

sentimentos.<br />

Gente.<br />

o maior<br />

valor<br />

davida.<br />

'<br />

Revista do ILCT 39(235): 43-5 (1984)<br />

TECNOLOGIA DE FABRICAÇÃO DO QUEIJO<br />

( INTRODUÇÃO<br />

GORGONZOLA NO BRASIL *<br />

Gorgonzola Cheese Manufacturing in Brazil<br />

Os queijos que apresentam massa mo­<br />

fada no interior devido ao desenvolvimento<br />

do Penicillium glaucum são denominados<br />

"queijos mofados" ou "queijos azuis".<br />

São fabricados em vários países (Quadro<br />

1) e entre eles o queijo mais conhecido é o<br />

Roquefort que apresenta a característica<br />

particular de ser fabricado com leite de<br />

ovelha.<br />

Nome do queijo<br />

Roquefort<br />

Bleu D'Auvergne<br />

Blue Cheese<br />

Danablu<br />

Stilton<br />

Gorgonzola<br />

João Pedro de Magalhães Lourenço Neto·'<br />

gumas colocações a respeito dos tipos de<br />

mofo disponíveis no mercado. O Centro<br />

Sperimental dei Latte (Milano-Itália), ca­<br />

racterizou os diferentes tipos de Penicil­<br />

lium e assim, em função do tipo de mofo<br />

utilizado, pode-se, dentro de uma técnica<br />

de elaboração, distinguir quatro tipos dife­<br />

rentes de Gorgonzola.<br />

Diferentes Tipos de Queijo GÇ)rgonzola<br />

1. Doce Cremoso:<br />

- Penicillium NO-C (Novara Claro)<br />

QUADRO 1 - Queijos mofados de diversas origens<br />

Tipo de leite<br />

No Brasil, o consumo de queijos de<br />

massa mofada tem aumentado e conseqüentemente<br />

o interesse por parte das indústrias<br />

na elaboração destes queijos, aumenta<br />

com intensidade.<br />

A melhor opção é sem dúvida o célebre<br />

queijo italianao Gorgonzola, elaborado<br />

Leite de ovelha<br />

Leite de vaca<br />

Leite de vaca<br />

Leite de vaca<br />

Leite de vaca<br />

Leite de vaca<br />

com leite de vaca. O Gorgonzola tem sua<br />

origem no Vale do PÓ e apresenta as<br />

seguintes características: massa macia,<br />

crua, gorda, de cor branca matizada pelo .<br />

desenvolvimento de mofo. Seu sabor é li­<br />

geiramente picante e à gordura no extrato<br />

seco é no mínimo 48%.<br />

TECNOLOGIA DE FABRICAÇÃO<br />

Antes de abordar a tecnologia de fabricação·<br />

propriamente dita, serão · feitas al-<br />

. : Trabalho apresentado à 2.' Semana do laticinlsta - Julho/1983.<br />

EPAMIG-OPET/ lLCT - Rua Tenente Freitas, 116 - 36.100 - Juiz de Fora - MG:<br />

digitalizado por<br />

País de origem<br />

França<br />

França<br />

U.S.A.<br />

Dinamarca<br />

Inglaterra<br />

Itália<br />

Leve crescimento de mofos de cor<br />

verde claro<br />

Sabor pouco pronunciado<br />

Maturação ligeiramente retardada<br />

2. Ligeiramente Picante:<br />

Penicillium NO.N (Novara Normal)<br />

Maior crescimento de mofos de cor<br />

verde mais escuro<br />

Sabor mais pronunciado<br />

Maturação ligeiramente mais acelerada<br />

3. Picante:<br />

Penicillium PV (Pavia)<br />

Forte crescimento de mofos de cor<br />

verde brilhante<br />

Sabor e aroma bastante pronunciados<br />

Maturação mais acelerada<br />

arvoredoleite.org


Pág. 44<br />

4. Muito Picante:<br />

Penicillium BS (Brescia)<br />

Crescimento abundante de mofos<br />

de cor verde escuro<br />

Sabor e aroma fortemente pronunciados<br />

Maturação bastante acelerada.<br />

Cada uma destas espécies possue características<br />

de proteólise bastante evidentes,<br />

suficientes para satisfazer todas as<br />

exigências possíveis dos fabricantes em<br />

função do seu mercado consumidor.<br />

Preparo do Leite<br />

Após a padronização da gordura (3,4 a<br />

3,5%) e pasteurização (HTST), o leite é<br />

resfriado a 30°C e adicionado de fermento<br />

lático. A quantidade de fermento a adició­<br />

nar é calculada para elevar a acidez do leite<br />

de 1 ,5 a 2,0°0. Após a adição do fermento<br />

adiciona-se o mofo. A quantidade de mof<br />

a ser usada depende da sua própria ativi­<br />

dade e de fatores tais como a temperatura<br />

e a umidade relativa do ar na câmara de<br />

maturação, a disponibilidade de oxigênio<br />

na massa e o pH da massa. Como refe­<br />

rêcia 1,0 g de mofo (P.roqueforti-CB<br />

Wlesby) para cada 1.000 litros de leite.<br />

Adiciona-se o coalho em dose normal (2 5<br />

g/100 I de leite).<br />

Fermento Lático Usado<br />

1. S. -lactis<br />

S. cr.emods<br />

*2. S. thermophiJIus<br />

L. bulgaricus<br />

* A acidez das culturas deve se encontrar<br />

sempre entre 100° e 120°0.<br />

A adição de uma pequena porcentagem<br />

(0,05%) de uma cultura de S. diacetiJactis,<br />

auxilia o crescimento do mofo no interior<br />

do queijo. Com a produção de gás, estes<br />

microrganismos podem promover uma<br />

abertura maior na massa.<br />

Coagulação e Corte da Coalhada<br />

A coagulação deve ser obtida em 15 a<br />

20 minutos. Verificada a firmeza da coalhada,<br />

procede-se o corte de modo a obter<br />

grãos com 3 a 4 cm de aresta. -A seguir<br />

deixa-se a massa em repouso durante 5<br />

minutos. Durante o repouso há uma des­<br />

soragem espontânea, o grão se contrai e<br />

fica mais firme; evitando assim maiores<br />

perdas de gordura e proteina durante a<br />

mexedura . e tmbém para diminuir a ruptura<br />

excessiva e desigual desses grãos.<br />

Mexedura e Dessoragem Inicial<br />

Após o repouso, faz-se uma mexedura<br />

lenta, com duração de 5 minutos. A dimi-<br />

Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCT<br />

'<br />

nuição do tamanho dos grãos neste mo­<br />

mento é perfeitamente normal, até mesmo<br />

deejável. Passado o período de agitação,<br />

deixa-se a massa em repouso novamente<br />

por cerca de 10 minutos. A acidez do soro<br />

após este repouso, deve ser de 12 5 <br />

14,0°0.<br />

A retirada de um volume de soro do<br />

tanque, facilita os trabálhos de remoção<br />

da massa para a tela, onde se processa a<br />

dessoragem inicial. Esta tela, nada mais é<br />

do que um estrado forrado com nailon­<br />

coberto eventualmente com um pano.<br />

Após o transporte para o estrado a<br />

massa é então deixada a dessorar até que<br />

adquira uma consistência firme para a en­<br />

formagem.<br />

Enformagem, Salga na Massa e<br />

Dessoragem Final<br />

Para a enformagem, colocam-se camadas<br />

alternadas de massa e sal. A quantidade<br />

de sal não deve exceder a 1 ,O kg para<br />

cada 100 litros de leite. A fim de obter um<br />

queijo maior, o que facilita a reunião dos<br />

fatores favoráveis ao desenvolvimento do<br />

Penicillium, utilizam-se duas formas para<br />

cada queijo. Uma delas, é completamente<br />

cheia, enquanto que a outra recebe massa<br />

somente até a metade. Passados cerca<br />

de 5 (cinco) minutos, vira-se a forma de<br />

maior volume de massa sobre a que contém<br />

menor volume; efetua-se uma segunda<br />

viragem após 30 (trinta) minutos e a<br />

seguir, com intervalos de 1 (uma) hora,<br />

efetuam-se mais três viragens.<br />

Por um período de 24 (vinte e quatro)<br />

horas os queijos fícam numa sala com<br />

temperatura de 20° + 1 °C para dessoragem<br />

final. Com 1 (um) dia de idade, o pH do<br />

queijo deve ser de 5,2.<br />

Salga do Queijo<br />

Após 24 (vinte e quatro) horas da enformagem,<br />

os queijos devem ser novamente<br />

virados e aí inicia-se a salga a seco,<br />

utilizando-se, para tal, sal fino. Durante 4 a<br />

5 dias, esfrega-se sal na superfície dos<br />

queijos observando-se o cuídado de vírá­<br />

-los todos os dias e Bntes de iniciar a<br />

salga, remove-se a camada viscosa que se<br />

forma sobre a superficie dos queiios. Esta<br />

salga deve ser realizada a uma temperatura<br />

-<br />

de 22° .;t PC.<br />

_<br />

Maturação<br />

A maturação compreende três fases<br />

distintas:<br />

a) Secagem;<br />

b) Maturação propriamente dita;<br />

c) Conservação.<br />

a) Secagem: Efetua-se em local ventilado<br />

a uma temperatura compreendida entre<br />

'<br />

'<br />

Revista do ILCT Setembro/Outubro de 1984 Pág.45<br />

10 a 15°C e umidade relativa do ar _ (U.R.A.}<br />

de 80%. Esta fase tem uma duraçao de 7 a<br />

10 dias_<br />

b} Maturação Propriamente Dita: E _ fe­<br />

tua-se a uma temperatura compre . endlda<br />

entre 5 a 7°C e U. R.A. de 90% . Apo 15 a<br />

20 dias os queijos são perfura?o . s, _ a flm ?e<br />

promover a penetração de oXlg?", . o no 10-<br />

terior dos mesmos, o que constituI m dos<br />

fatores indispensáveis para o cr.esclme:nto<br />

do Penicillium. Deve-se obsear o cda­<br />

do de se raspar a superfície dos queiJos,<br />

onde normalmente se desenvolvem al­<br />

gumas bactérias contaminante, qu fatal­<br />

mente se-rão carreadas para o mtenor dos.<br />

queijos pelas agulhas e certamente causa-<br />

rão problemas.<br />

Nesta · fase, deve-se efetuar um cntro­<br />

le rigoroso da temperatra e . da . u Idade<br />

da câmara, a fim de eVitar dlsturblos na<br />

atividade microbiana, seja com uma tem­<br />

peratura muito baixa, ou muito elevada, ou<br />

mesmo o vedamento dos orifícios com<br />

uma temperatura demasiadamente eleva-<br />

da.<br />

A maturação termina 60 (sessenta) dias<br />

após a fabricação. Neste mometo, a ms­<br />

sa do queijo sé apresenta maCia, c0 !f1 10-<br />

tensa e extensa ram ificação do crescimen­<br />

to do mofo, sabor ligeiramente picante e<br />

crosta rosada. O Quadro 2 mosta a com­<br />

posição do queijo após maturaçao.<br />

c) Estocagem: Caso o produto não seja<br />

imediatamente comercializado poe ser<br />

estocado a baixa temperatura (2-4 C) por<br />

algum tempo.<br />

A título de ilustração ·0 Esquema 1<br />

demonstra as várias etapas da fabricação<br />

do queijo Gorgonzola.<br />

·QUADRO 2 _ Composição média do<br />

Constituintes<br />

queijo Gorgonzola ' .<br />

Gordura . .. , . . . • . . . . . . . . . . . . . . . ,<br />

Umidade . . . . . . . . . · . • · · · · • · · · · · .<br />

Proteína . . . . . . . . . · · · · · · · · · · · · • .<br />

Sal . .......................... .<br />

Outros . . ....... · · · · · • · · · · · · · · · .<br />

(% )<br />

30<br />

43<br />

21<br />

2-3<br />

03<br />

digitalizado por<br />

Esquema 1<br />

. -Fabricação do Queijo Gorgonzola<br />

Pasteurizaç.ão e Padronização do Leite<br />

!<br />

Adição da Cultura Lática<br />

!<br />

Adição do Mofo<br />

Coagulação<br />

Corte da Coalhada<br />

Del'lsoraaem Inicial<br />

<br />

Enformagem e Salga na Massa<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

i<br />

Dessoragem Final<br />

Salga a Seco<br />

Maturação<br />

Embalagem<br />

<br />

Comercialização<br />

MORAES, J.M. de & FREIT:lI.S, L.c.G . de.<br />

Adaptação da Tecnologia de Fabna­<br />

ção de queijo Gorgonzola - BoI. Tec.<br />

EPAMIG, 03, Belo Horizonte, 1983,<br />

20p.<br />

arvoredoleite.org


Revista do ILCT 39(235): 47-8 (1984)<br />

AFLATOXINAS NO lEITE *<br />

Alguns fungos são capazes de produzir<br />

metabólitos secundários que são tóxicos e<br />

às vezes carcinogênicos aos animais.<br />

Estes fungos são chamados fungos<br />

toxigênicos e os metabólitos são denominados<br />

micotoxinas.<br />

Entre as principais micotoxinas, de interesse<br />

no campo alimentício, temos: aflatoxina,<br />

patulina, oChatoxina, citrinina, esterigmatocistina<br />

e outras.<br />

Deste a primeira identificação de aflatoxina<br />

81 em 1960, pelo menos 15 outros<br />

aflatoxinas e seus derivados já foram isolados.<br />

Entre elás, aflatoxinas 81 , 82, G1 e<br />

G2 são as mais comuns.<br />

CONDIÇÕES FAVORÁVEIS Á<br />

CONTAMINAÇÃO POR MICOTOXINAS<br />

Afla toxins in Milk<br />

São 4 os fatores que determinam a<br />

produção de toxinas por fungos e conseqüentemente,<br />

a contaminação de produtos<br />

por estas toxinas.<br />

a) Toxigenicidade dos Fungos<br />

Há diferenças entre as espécies de fungos<br />

produtores da mesma toxina em sua<br />

habilidade de produzi-Ia.<br />

Ex.: Aspergillus parasiticus é geralmente<br />

mais forte produtor de aflatoxinas<br />

do que Aspergillus flavus e parece que<br />

todas as cepas de Aspergillus parasiticus<br />

conhecidas são produtoras de 4 aflatoxinas<br />

(81 , 82, G1 e G2) enquanto que as<br />

cepas de Aspergillus flavus, geralmente<br />

produzem somente 2 aflatoxinas (81 e 82).<br />

As cepas dentro .da mesma espécie<br />

, também têm diferença em toxigenicidade.<br />

b) Substrato (tipo de levedura)<br />

Alguns produtos são mais susceptíveis<br />

à contaminação por certos tipos de micotoxinas<br />

do que os outros.<br />

c) Umidade<br />

.0 conteúdo mínimo de umidade de produtos<br />

necessários para crescimento de<br />

Aspergillus flavus é aquele em equilíbrio<br />

com 85% de umidade relativa do ar.<br />

A secagem posterior não afeta o teor de<br />

Myrna Sabino"<br />

aflatoxina já produzido, pois ela resiste às<br />

condições de secagem e até mesmo ao<br />

processo de torração.<br />

AFLATOXINAS<br />

Aflatoxina é um metabólito derivado da<br />

difurano cumarina. É considerada como<br />

responsável por lesões hepáticas de natureza<br />

cancerigena, que se manifestam em<br />

animais alimentados com farelo de amendoim<br />

principalmente. Aflatoxina 82 é produto<br />

da redução catalítica da 81 .<br />

Em 1964, alguns pesquisadores descobriram<br />

que diversos animáis alimentados<br />

com rações contendo AF81 , excretavam<br />

em seu leite compostos estruturalmente<br />

relacionados com · AF81 formadas pelas<br />

aflatoxinas cancerigenas e denominaram<br />

aflatoxina M (milk toxin), M1 e M2.<br />

Em 1966, Dulton e col. isolaram 2<br />

aflatoxinas adicionais, uma de fluorescência<br />

azul e outra de fluorescência verde, de<br />

cultura de Aspergillus flavus, que são respectivamente<br />

82a e G2a. Estas 2 últimas<br />

são as menos tóxicas do grupo.<br />

LIMITES DE TOLERÃNCIA<br />

No 8rasil já foram elaboradas as normas<br />

gerais sobre tolerância de aflatoxinas:<br />

Resol. 34/76 da CNNPA que corresponde a<br />

30,u,g/Kg (ppb).<br />

AFLATOXINA M1<br />

Posterior à descoberta das aflatoxinas,<br />

descobriu-se que diversos animais alimentados<br />

com rações contendo AF81 , excretavam<br />

em seu IHe, compostos estruturalmente<br />

relacionados com AF81 que induziam<br />

lesões hepáticas em peruzinhos,<br />

idênticas àquelas formadas pela própria<br />

AF81 .<br />

Os autores denominaram toxinas do<br />

leite (MILK TOXINS) e, mais tarde, identificaram<br />

como AFM.<br />

Este fator tóxico no leite de vacas não é<br />

destruido pela pasteurização ou pela desi<br />

dratação .<br />

• Trabalho apresentado na 29. a Semana do Latlclnista - Julho/1983.<br />

•• Instituto Adolfo Luiz - São Paulo.<br />

digitalizado por<br />

arvoredoleite.org


Pág. 48<br />

Gado, Cabra: alimentos contendo<br />

AFB1 , seu leite contém AFM.<br />

VACA: a relação é linear; entre quanti­<br />

dade de AFB1 . ingerida diariamente e a<br />

quantidade de AFM1 no leite, indicando<br />

que cerca de 1,5% de AFB1 é excretado<br />

como metabólito M1.<br />

O mais alto nível de AFM1 em leite<br />

comercial excede 1 01.L g 1/, mas nos países<br />

onde a qualidade de produtos lácteos é<br />

extremamen _ te controlada, níveis de O, 1fL . 1 I<br />

ou menos sao comuns.<br />

A primeira noticia de AFM1 em leite<br />

comercial foi em 1968 na África do Sul.<br />

Alemanha: 03 avaliações foram detec­<br />

tadas AFM1 :<br />

1.1972 - 5% de 166 amostras de leite<br />

continham 0,07 a 0,2/-fgl/;<br />

2. 1974 - continham O 02 a O 4f.Lgl/<br />

em 62% de 120 amostras doletads men:<br />

sal mente por um período de um ano e<br />

meio;<br />

.<br />

3. amostras foram coletadas nas fazen­<br />

das durante os meses de fevereiro e abril<br />

quando o gado se alimenta de rações es-<br />

.<br />

Setembro/Outubro de 1984<br />

.<br />

Revista do ILeT<br />

tocadas. 90% de 419 amostras continham<br />

AFM1_a níveis entre 0,05 a 0,54fL91/.<br />

IRA: 973, 50% de 30 amostras analisa­<br />

das contmham AFM1 de 50 a 500 g/kg<br />

1974, .57% de 37 amostras continha;"<br />

50 a 250fL.g/kg.<br />

USA: 1974 :- foi feit.ma pesquisa em<br />

produ!os de leite (requeIJao, leite desnata­<br />

do (p


Pág. 50 Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCT<br />

<br />

Água<br />

Gordura '<br />

Sabor<br />

Co r<br />

FABRICAÇÃO DE QUEIJOS ARTIFICIAIS<br />

-1" Caseinato ou<br />

Sa l (Na Cl )<br />

-M1 stura -<br />

i<br />

Pr,oce ssamen to<br />

FatiaS BI0COS<br />

Emb}1a'g em<br />

Estocagem<br />

- F igura<br />

De acordo om figura n. o i, a primei­<br />

ra fa . se de . fabncaçao consiste na mistura<br />

dos 1!19edlente secos como o caseinato<br />

d . e clclO ou . sodio, sal, sais fundentes,<br />

vltll!lna e minerais. Em geral, estes ma­<br />

tenals sao adicionados ao misturador de<br />

onde sã enviados ao local de cozimento<br />

pneuatlCamete. No cozedor os demais<br />

Igredlentes sao adicionados. As condi­<br />

çoes d . e processo são em geral idênticas<br />

aos modos uilizados para a fabricação<br />

de queiJos fundidos. Os queijos artificiais<br />

pOdem ser encontrados na forma de fatias<br />

blocos ou granulado.<br />

Nos Estadc;>s Unidos, os tipos mais co­<br />

muns de queijos artificiais por ordem de<br />

'<br />

n9 1-<br />

,<br />

. Fund<br />

ente<br />

" .' Vi taminas<br />

, ,<br />

Minera i s<br />

,<br />

caseína<br />

importância são: _ Mozarela, American, Romano<br />

ou parmesao ralado, queijo Creme,<br />

Provolone e Suiço.<br />

Valor Nutritivo<br />

( Os q!Jeijos artificiais podem, em teoria,<br />

er fabncados com o mesmo valor nutri­<br />

tlO . do produtos naturais. No caso da<br />

utlhzaçao de proteína lática ao mesmo ní­<br />

vel encontrado no produto natural o<br />

P.E . . . (Protein Efficiency Ratio) e vlor<br />

n . utntlvo d pae protéica podem ser consldrados<br />

Iguais. Acredita-se que a utili­<br />

zaçao de gorduras e óleos não saturados<br />

ofereçam certos benefícios à saúde. O<br />

Revista do ILCT Setembro/Outubro de 1984 Pág. 51<br />

nível de colesterol nos queijos artíficiais preço da matéria graxa e protéica, espe-<br />

fabricados sem a adição de gordura animal ra-se que estes produtos continuem a<br />

é praticamente zero. Em termos de mine- crescer em volume no mercado norte ame-<br />

rais e vitaminas, os queijos artificiais po- ricano. Pesquisas realizadas nestes prodem<br />

ser fortificados à níveis superiores dutos Sb concentradas principalme!1te nl:?<br />

àqueles encontrados nos queijos naturais. aprimommento do sabor, o qual ainda e<br />

A tabela abaixo compara o valor nutri- -visivelmente inferior aos queijos naturais . .<br />

tivo de, queijos artificiais e naturais: A possibilidade da utilização de outras<br />

Queijo<br />

Componente<br />

Calorias<br />

Proteínas<br />

Carboidratos<br />

Gordura<br />

Aplicação e Futuro dos<br />

" Queijos Artificiais<br />

VALOR NUTRITIVO<br />

(Por 28,3 grama de Jjroduto)<br />

Mozarella<br />

-<br />

Natural Artificial Natural ' Artificial<br />

. Funddo<br />

110<br />

6<br />

1<br />

9<br />

Apenas uma pequena quantidade dos<br />

queijos artificiais produzidos nos Estados<br />

Unidos são comercializados a granel. A<br />

maioria dos produtos fabricados são ven­<br />

didos como ingredientes para utilização<br />

em diferentes produtos alimentícios, tais<br />

como pizzas, molhos e mais recentemente<br />

no preparo de alimentos étnicos enlatados<br />

e congelados.<br />

O programa de merenda escolar tem<br />

utilizado os queijos artificiais em combinação<br />

com os queijos naturais na proporção<br />

de 40:60 por cento respectivamente.<br />

Sob o ponto de vista de funcionalidade,<br />

os queijos artificiais têm demonstrado<br />

conclusiva superioridade sobre os queijos<br />

'naturais. Somado ao .baixo custo de produção<br />

devido principalmente ao menor<br />

100<br />

7<br />

1<br />

7<br />

digitalizado por<br />

90<br />

7<br />

1<br />

6<br />

90<br />

7<br />

1<br />

6<br />

proteínas, tais como proteínas de, origem<br />

vegetal, tem sido outra área bastante explorada<br />

pelos pesquisadores de queijos artificiais.<br />

A proteína de soja destaca-se<br />

como a mais promissora substituta da pro-'<br />

teína lática.<br />

Referências<br />

1. Me Cormick, R.D. - 1983 - "Cheese<br />

analogs have many applications in prepared<br />

foods industry". Prepared Foods.<br />

(May) pg. 137.<br />

2. Miller, D.E. - 1968 - "Role of Dairy<br />

Substitutes". J. Dairy Science, VaI. 51 ,<br />

N°. 8. , "<br />

3. Siapantas, L.G. 1979 -:-' ,'Cheese Substitutes<br />

in the United States". The Milk<br />

Industry, pg. 20.<br />

4. Vakaleris, D.G. - "Cheese Substitutes:<br />

Threat ar' opportunity? 1979. Dairy<br />

Field - pg. 94-1. '<br />

arvoredoleite.org


kJ máquinas BRASKOP.<br />

,<br />

envosam qualquer<br />

produto rqulcb<br />

pastoso ou<br />

'<br />

granulado<br />

Iogurte, . Oemes<br />

[):)ces fv10nteigÓ<br />

,<br />

etes, Geléias '<br />

ua, Sucos,<br />

Temperos, etc ...<br />

'<br />

Podendoserenvoso:ios<br />

em copocidades de'<br />

10 g (mlnl-porção) a .<br />

5OO g.<br />

QJoIquer que<br />

seja o seu produto<br />

consuffe.nos<br />

soIicIIondo '<br />

nossos catálogos.<br />

'<br />

Revista do ILCT 39(235): 53-8 (1 984)<br />

PARÂMETROS PARA A FABRICAÇÃO DE<br />

QUEIJO MINAS fRESCAL POR MEIO DE<br />

UL TRAFIL TRAÇÃO<br />

Parameters for Minas Frescal Cheesemaking by<br />

U/tra filtra tion .<br />

Sebastião Duarte Ãlvares Vieira*<br />

Henry Goudedranche**<br />

Paul Ducruet* *<br />

Jean Louis Maubois**<br />

RESUMO O presente trabalho teve como objetivo definir as çondições de<br />

obtenção do prequeijo, os parâmetros de sua transformação em queijos, de<br />

precisar as características dos produtos c:':tidos, de obter os elementos<br />

técnicos próprios que permitam uma avaliação do custo beneficio de acordo<br />

com o protocolo proposto. Os resultados obtidos mostraram que através da<br />

ultrafiltração obtêm-se queijos do tipo Minas Frescal de características orgM-<br />

. lépticas desejáveís e coagulados diretamente nas embalagens de comercializa­<br />

INTRODUÇÃO<br />

ção. Dependendo da composição do leite trabalhado, o ren'dimento deverá ser<br />

aproximadamente de 17 a 19 kg de queijo por 10 kg de leite.<br />

O queijo Minas Frescal é um queijo<br />

nacional com um teor de umidade em<br />

torno de 59%, comparável aos queijos<br />

franceses de massa mole. A sua produção<br />

aumentou rapidamente nos últimos anos.<br />

De 8.296 toneladas em 1979, ela atingiu<br />

23.367 toneladas em 1981 (Anônimo,<br />

1982). É consumido em todo o território<br />

nacional. Geralmente acompanhando so­<br />

bremesas como doce de leite, goiabada,<br />

bananada, etc. Apresenta-se sob a forma<br />

de um cilindro plano, de massa fresca, li­<br />

geiramente salgado, com um gosto lático<br />

pouco pronunciado,. O queijo Minas Fres­<br />

cal não é definido nos textos de regula­<br />

mentação, por isto, ele é encontrado com<br />

peso; composição e qualidade bastante<br />

variáveis.<br />

.<br />

O consumo crescente deste tipo de<br />

queijo levou a estudar uma tecnologia in­<br />

dustrial de fabricação que produzisse um<br />

queijo que apresentasse as características<br />

organolépticas desejadas pelo consumi­<br />

dor, ou seja, de composição, qualidade e<br />

peso homogêneos e com o preço o mais<br />

baixo possível. Tomando-se por base es­<br />

tas múltiplas exigências optou-se pela es­<br />

colha da técnica de ultrafiltração proposta<br />

por MAUBOIS et alli (1 969) .<br />

Como foi constatado para os queijos<br />

tipo Camembert ou de massa fresca lisa<br />

(MAUBOIS, 1978), a transformaçl>'"I em<br />

queijos do tipo "Minas Frescal" dos préqueijos<br />

obtidos, durante os ensaios preliminares,<br />

pela ultrafiltração do leite ."1. pH<br />

6,7 conduziu a produtos bastante át;idos<br />

no plano degustativo. Para reduzir esta<br />

acidez e obter aquela procurada, diferentes<br />

soluções tecnológicas podem ser colocadas<br />

em prática:<br />

_ Abaixamento da mineralização, ·ou<br />

seja, do poder tampão da fase aquosa dos<br />

préqueijos, pela eliminação, na ultrafiltra­<br />

ção, dos sais de cálcio solubilizados por<br />

acidificação lática elou por troca com o<br />

sódio ao nível das caseínas, como foi pro­<br />

posto por BRULÉ et ai (1974).<br />

_ Inibição da acidificação numà fase<br />

determinada de fàbricação pelo resfria­<br />

mento da massa, mas com o risbo de uma<br />

retomada da atividade dos fermentos láti­<br />

cos; ou então eliminação parcial da lacto­<br />

se do prequeijo pela diafiltração, técnica<br />

utilizada na fabricação de queijos de mas­<br />

sa semi-dura (GOUDEDRANCHE et ai,<br />

1980).<br />

Foi finalmente esta última solução que<br />

se utilizou, em razão da facilidade de seu<br />

emprego, de sua viabilidade e das garan-<br />

• Pesquisador da EPAMIG/CEPEIILCT - Rua Tenente Freitas, 116 - 36100 - Juiz de Fora - Minas Gerais -<br />

Brasil •<br />

digitalizado por<br />

arvoredoleite.org<br />

•• Laboratoire de Technologie Laitiere - I.N.R.A .• 65. rue de Saint-Brieuc - 35042 Rennes Gedex.<br />

.


Il<br />

Pág. 54 Setembro/Outubro de 1984<br />

---- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -<br />

tias do tempo de comf3rcialização que ela<br />

oferecia.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

1 - Material de ultrafiltração:<br />

Os ensaios de ultrafiltração foram realizados<br />

em um equipamento S.F.E.C. (Societé<br />

de Fabrication des Eléments Catalytiques<br />

- 84.500 BolJéne - França) constituído<br />

de dois estágios em série. O pri<br />

meiro estágio era composto de dois módulos<br />

S 150 de superfície unitária de 3,4m<br />

formando um anel; a recirculação dentro<br />

deste anel era assegurada por uma bomba<br />

centrífuga. O segundo estágio era composto<br />

de dois módulos S 37 de superfície<br />

unitária de 0,8 m .também formando um<br />

anel; a recirculação nesse segundo estágio<br />

era feita pOf uma bomba volumétrica<br />

de capacidade variável. O conjunto do<br />

equipamento era alimentado Dor uma bomba<br />

volumétrica de capacidade variável.<br />

As membranas utilizadas eram membranas<br />

Carbosep à base de zircone com<br />

suporte de carbono-grafite. Seu poder de<br />

corte se situava entre 60.000 - 70.000 A.<br />

2 - Condições de Fabricação:<br />

, - Leite Utilizado:<br />

Leite de alta mistura com um teor de<br />

gordura ajustado para 3,4 ...:-. 3,51; aquecido<br />

a 80°C; por quinze segundos. O leite<br />

era mantido, antes do ensaio, a 4°C por<br />

uma noite. As quantidades utilizadas variavam<br />

de 470 - 500 litros. .<br />

- Ultrafiltração:<br />

O leite foi aquecido a 50°C e colocado<br />

em contacto com as membranas. Quando<br />

o fator de concentração, volume inicial do<br />

leite/volume do retentado) atingia o valor<br />

três (FC = 3), realizava-se a diafiltração,<br />

pela adição de água à 50°C do retentado. O<br />

volume de água adicionada era de 1,1 vezes<br />

.ó volume do retentado com FC = 3.<br />

Após a adição da água a ultrafiltração<br />

prosseguia até a obtenção dos fatores de<br />

concentração procurados (FC = 5 a 6).<br />

A limpeza do equipamento era real.izada<br />

como indicado por GOUDEDRANCHE<br />

et aI (1980).<br />

- Transformação dos Prequeijos Líquidos:<br />

O retentado obtido no final da ultr'afil- .<br />

tração foi resfriado a 32°C, adicionado de<br />

Revista do ILCT<br />

2% (p/p) de fermento lático mesofílico' e<br />

mantido a essa temperatura durante noventa<br />

a centoe vinte minutos. De acordo<br />

com o teor de sal procurado adicionou-se<br />

1,6 a 2,00% (p/p) de sal seoo. Após uma<br />

enérgica agitação, a fim de repartir. todo o<br />

sal, adicionou-se o coalho na razão de<br />

20 ml para cada 100 kg de prequeijo.<br />

O prequeijo cuidadosamente agitado<br />

, foi colocado em copos de plástico (copos<br />

comerciais utilizados para queijos de mas­<br />

sa fresca) de capacidade de 250 gramas.<br />

Em seguida, foram resfriados a 22°C e<br />

mantidos a esta temperatura por 14 horas.<br />

Findo este período os queijos foram para<br />

uma câmara fria 7 t 2°C. .<br />

3 - Métodos de Análises:<br />

O teor em matéria seca (MS) do leite,<br />

do prequeijo e do queijo foi determinado<br />

por dessecação a.102°C durante sete ho­<br />

ras. O teor em proteínas (X x 6,38) foi de­<br />

terminado através de um aparelho "Auto­<br />

-analisador Technicon 11". O pH foi medido<br />

a 0,02 unidades de pH através de um apa­<br />

relho "Tacussel Minisis 5000". O teor em<br />

matéria gorda (MG) do leite, do prequeijo e<br />

do queijo foi determinado pelos métodos<br />

ácido-bitirométrico de Gerber e Van Gulic. ,<br />

Os teores em matérias minerais (cin­<br />

zas) foram déterminados de acordo com o<br />

método A.O.A.C. (1945). A determi,nação<br />

dos teores de cálcio foi realizada por ab­<br />

sorção atômica em um aparelho Techtron<br />

AA 1200 de acordo com BRULE et alii<br />

1974) : A aC!dez dos retentados e dos.qu,ei­<br />

JOS fOI medida sobre uma mistura obtida<br />

após dispersão (omnimixer Sorvall) de dez<br />

gramas do retentado ou queijo em 90 gra­<br />

mas de água destilada, pela Viragem da<br />

fenolftaleína em presença de hidróxido de<br />

sódio N/9.<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Desempenho da Ultrafiltração:<br />

O Quaqro 1 indica a vazão média de<br />

permeação observada durante as duas fa­<br />

ses de ultrafiltração.<br />

Os resultados obtidos são bastante<br />

próximos dos obtidos anteriormente com<br />

equipamento de um só anel (GOUDE­<br />

DRANCHE et alii, 1980). Para tratar 470 e<br />

500 litros de leite requer 75' a 83 mínutos'<br />

a vazão média do ultrafiltrado foi de ,43 4<br />

litros de leite tratados por hora'e p'or met;o<br />

quadrado de superfície da membrana.<br />

• Cultras láticas colocadas graciosamente a nossa disposição pelos laboratórios G. Roger _ B.P. 20 _ n260 la<br />

Ferte-sous-Jouarre - França.<br />

.<br />

Revista do ILCT Setembro/Outubro de 1984 Pág. 55<br />

o<br />

.ct<br />

C><br />

ct<br />

.... w<br />

O ;!<br />

cc W<br />

Q a.<br />

ct ct<br />

Q<br />

O O<br />

.ct<br />

N<br />

<br />

ili o<br />

.5 .ta<br />

- 00<br />

O I!!<br />

rca =<br />

C"l:O:<br />

O .!!!<br />

·ta ta<br />

o "<br />

00 0<br />

I!! '"<br />

- c:<br />

c:_<br />

m :l<br />

uc:<br />

u<br />

o C:<br />

0 -<br />

o .ta<br />

N O<br />

m Oo<br />

.... e<br />

0 =<br />

0 =,<br />

00' .ta ta<br />

ta" -ta<br />

c "<br />

m il)<br />

u m<br />

c:o<br />

C:<br />

o ta<br />

" -<br />

ili<br />

.5 Cl<br />

cn Cl<br />

-.:o:<br />

O ·<br />

:e<br />

.g e<br />

ta.c<br />

N .... .. .<br />

> ::::<br />

m O<br />

ta ta<br />

,, "<br />

" m<br />

- e<br />

'E ... .<br />

ta m<br />

:l Q.<br />

0 0<br />

"<br />

o<br />

Q. '<br />

e.5<br />

m e<br />

l-<br />

C"l<br />

O Cl<br />

cn .ll!<br />

:eCl<br />

.g e<br />

ta.c<br />

N .... .. .<br />

> ::::<br />

m O<br />

,, "<br />

ta ta<br />

taQ. C:m<br />

" m<br />

- e<br />

- ..<br />

:l o<br />

O"<br />

O<br />

Q. '<br />

'e .5<br />

m e<br />

I-<br />

:<br />

C"ll .... . ....<br />

01 co (I) .... ....<br />

. (I) ....<br />

.<br />

"1', C"l C"l "I' C"l<br />

!<br />

i<br />

i<br />

i<br />

I<br />

(1)" o o N N<br />

ca .,.: r-: LO IÔ C"l "I' C"l C"l C"l<br />

I<br />

L01 C"l C"l C"l N<br />

col o C"l ....<br />

. .... .<br />

Ni (\( N N N<br />

I<br />

i<br />

!<br />

J o LO 00 co<br />

"I' "I' "I' "I'<br />

I<br />

i<br />

!<br />

!<br />

!<br />

(1):00 Co<br />

"1' / "1' "I'<br />

N!N N<br />

!<br />

!<br />

I<br />

C"l1C"l<br />

....<br />

'l _<br />

co<br />

.1"1' co<br />

LO LO LO<br />

;<br />

i<br />

. !<br />

01 LO<br />

C"l,cn<br />

.... .<br />

.-<br />

C"l!.- C"l<br />

!<br />

,<br />

<br />

LOlLO<br />

('f)!(I')<br />

i<br />

!<br />

"I' C"l<br />

NíN ...<br />

o<br />

ílí I<br />

.-\00<br />

N'N<br />

co<br />

Composição dos Produtos Durante a<br />

Ultrafiltração:<br />

No Quadro 2 são colocadas as carac­<br />

terísticas analíticas dos leites submetidos<br />

à ultrafiltração e dos produtOS obtidos. Os<br />

teores em matéria seca (MS) e proteínas<br />

totais (N x 6,38) variam respectivamente<br />

'<br />

...<br />

<br />

N<br />

Cf)<br />

C"l<br />

o C"l N<br />

(I)<br />

"I'<br />

digitalizado por<br />

d e 36,7 a 41 ,9 g/kg e de 147 a 171 g/kg<br />

P<br />

ç<br />

O,<br />

ara os retentados que tenham uma rela­<br />

ão gordura/ extrato seco proxima ' de<br />

50. Os teores em 'matéria seca dos pereados<br />

médios, ficaram próximo de 42<br />

m<br />

g<br />

f<br />

c álcio dos permeados ficaram entre 0,20 e<br />

0, 22 g/kg, o que corresponde aos resultad<br />

/kg, em razão da diafiltr . ação realizada no<br />

ator de concentração tres. Os teores em<br />

fi<br />

d<br />

e<br />

t<br />

ç<br />

os obtidos por BRULE et ai (1974), le­<br />

vando em conta a diluição durante a dia­<br />

Itração (relação cálcio do permeado não<br />

iluído/cálcio do leite = 0,26). Durante os<br />

nsaios preliminares realizados sem diafi!­<br />

ração verificou-se igualmente que a adl­<br />

ão d 0,5% (p/p) de cloret de_sódio ão<br />

provocava uma desminerallzaçao notvel<br />

d<br />

os retentados obtidos ao pH 6,7 do leite.<br />

O cálcio solubilizado, do permeado obtido<br />

urante os ensaios, representava 26 a 27%<br />

d<br />

do cálcio do leite.<br />

Parâmetros de Transformação do Pre­<br />

queiJo:<br />

- Salga do Retentado:<br />

Diferentes énsaios demonstraram que<br />

o gosto ligeiramente salgado; era obtido<br />

pela adição do retentado, de 1,6% de sal<br />

(<br />

f<br />

p/p). Nos ensaios o sal foi adicionado<br />

sob a forma de sal. seco. Industrialmente,<br />

seria mais conveniente adicioná-lo sob a<br />

o'rmá· de uma salmoura saturada, o, que<br />

facilitaria a mistura e permitiria a dosa­<br />

gem continua. Neste caso, a diluição cau<br />

sada pela adição. da salmoura deverá ser<br />

compensada pela obtenção de um retentado<br />

ligeiramente mais concentrado porul­<br />

trafiltr'ação. Por exemplo, a adição de uma<br />

salmoura a 25% nec.essitaria a obtenção<br />

de um retentado a 39,4% da matéria'seca<br />

para que a misturél tenha um tec:í em subs-<br />

tância seca iaual a.38%.<br />

- Acidificação do Prequeijo:<br />

A salga utilizada diminuia fórtementé a<br />

atividade acidificante das culturas láticas,<br />

os valores desejados do pH não eramatin­<br />

gidos no momento de refrigeração dos<br />

queijos, quando o sal; culturas láticas, e<br />

coalho eram adicionados ao retentado, ao<br />

mesmo tempo. Por isto,' uma primeira fase<br />

de,acidificação durante 2 horas a 30oq foi<br />

utilizada sem a presença de sal para obter<br />

uma velocidade de abaixamento de pH sa­<br />

tisfatória. Esta maneira de operar não deverá<br />

acarretar problemas particulares nas<br />

condições industriais; com efeito, uma<br />

descontinuidade do processo de transfor­<br />

mação do leite em queijo Minas Frescal<br />

será i nevjtável entre as operações de ultra-<br />

'<br />

arvoredoleite.org<br />

filtração e de enformagem.<br />

.<br />

.


Pág. 56 Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCT<br />

/.<br />

f-<br />

Data do<br />

Ensaio<br />

21 .12.82<br />

_ .. -. -<br />

28.12.82<br />

06.01.83<br />

.<br />

QUADRO 2<br />

COMPOSIÇÃO DOS .<br />

LEITES, RETENTADOS E PERME<br />

-. ,-<br />

'--<br />

Leite<br />

Produto<br />

Retentado na<br />

Diluição<br />

Retentado Final<br />

.. Permeado Médio<br />

Leite.<br />

Retentado na<br />

Diluição<br />

Retentado final 1<br />

Retentado Final 2<br />

Retentado Final 3<br />

- Permeado Médio<br />

Leite<br />

. Retentado na<br />

Diluição<br />

Retentado Final 1<br />

Retentado Fina'2<br />

Permeado Médio<br />

- Caractenstlcas dos Queijos Obtidos:<br />

. A composição de dois queijos ue sa<br />

a a no Quadro 3.<br />

df Estes<br />

I erem<br />

dois<br />

s<br />

produtos<br />

. omete<br />

por<br />

no nível<br />

ultraf/ltraçao<br />

de concentra ão<br />

A firmeza o"tl'm<br />

. IJO IpO mas Frescal foi aquela obtida<br />

ara um teor de matéria<br />

a entre<br />

seca<br />

37,4<br />

compreendi-<br />

e 39,2%<br />

dura<br />

com<br />

no extrato<br />

a reia ç ão<br />

seco<br />

gor ­<br />

subst"<br />

de O<br />

ancla<br />

.<br />

, 50 . U<br />

seca<br />

m teor<br />

superior<br />

em<br />

um a 39 5o/c<br />

firmeza f<br />

_<br />

muito elevada o ° u .<br />

ere<br />

t '/ t ca d çao de um tratamento térmo o ' n a o a 70 r<br />

°<br />

C por um m' t . .<br />

/ . sf em as exigências pré-fixadas stá in:<br />

<br />

que" r M'<br />

. a para um<br />

:ia u (A d 9 n 7) fabric 0 0 dg r ij<br />

tura próxima d"<br />

' conduz a uma .<br />

tex-<br />

. e . uma massa cremosa portanto, maceltavel<br />

e<br />

Ja do. para o· produto desa-:<br />

A acidez gustativa ótima foi óbÚda<br />

/ g! m nte<br />

<br />

superior Ou<br />

a 5,1, ou seJao<br />

oram obtidos quando<br />

teor<br />

o<br />

de<br />

abaixamento Ict?se dos<br />

d<br />

.<br />

retentados foi realiza<br />

<br />

o por d/a/ltração nas condições<br />

s indica-<br />

. no cP/tulo Material<br />

d/af!!traçao<br />

e Métodos<br />

menos<br />

U<br />

intensa condui ma<br />

queIJos com gosto ácido desagradáv' a<br />

apresentano teor residual em lactose. e<br />

quado o pH de estocagem foi i I<br />

f<br />

. stes valores de pH e de acidez<br />

ríst S q d uelJo apresentando as caracte-<br />

Icas escritas no Quadro 3 tinh<br />

gosto fresco, pouco pronunciado d a a<br />

ç<br />

Ms<br />

g.kg<br />

118,1<br />

-<br />

'--.<br />

Proteínas<br />

31 ,3<br />

249 85,4<br />

403 151<br />

42,2 2,0<br />

117,0 28,1<br />

248 91 ,5<br />

367 147,5<br />

397 160<br />

41 9 1 71<br />

-. 42,1 2,04<br />

117,3 31-;2'<br />

248 90,5<br />

371 150<br />

391 163<br />

41 ,7 2,03<br />

ADOS<br />

MG<br />

g.kg<br />

34,7<br />

• "_O •<br />

104,5<br />

197<br />

-<br />

.. 35,0<br />

-<br />

189<br />

200<br />

220<br />

_.-- -<br />

Ca<br />

g.kg<br />

1,12<br />

2,85<br />

5,24<br />

0.21<br />

1,14<br />

-<br />

4;91<br />

-<br />

5,25<br />

f-.O, 20_<br />

34 1,17<br />

'.1 12 -<br />

187 5,05<br />

- 0,22 !<br />

<br />

--<br />

195 5,32<br />

os se!s dias de conservação. Após o séti­<br />

mo dIa, seu aroma se acentuava arale­<br />

lamente a uma certa solubilização d mas-<br />

d S' que se tornava perceptivel no décimo<br />

la de conservação.<br />

- Determinação dos rendimentos:<br />

me 9s<br />

queijos 'obtidos antes do resfria-'<br />

n o apresentavam-se sob a forma d<br />

gel homogêneo sobre o qual surgia e u<br />

pequen . quantidade de soro (4 a 6 grama<br />

por que'Jos de 250 g). Após o resfriamen<br />

to, ste soro era reabsorvido pelo el O<br />

ren!meto da tranSformação do lee ' em<br />

queIJo fOI, por conseqüência, o rendimen­<br />

to da !ase de ultrafiltração aumentado das<br />

quan , tldades adicionadas: culturas láticas<br />

e sa .<br />

Representando:<br />

L = quant!dade de leite em quilos'<br />

E = quantIdade de água adiciona ' da em<br />

kg;<br />

P = quant!dade de permeado em kg;<br />

R = quantIdade de retentado em kg'<br />

I = teor em matéria seca ao leite e por­<br />

centagem;<br />

p = teor em matéria seca do leite em por­<br />

centagem;<br />

r = teor em matéria seca do retentado'<br />

f = fator de diluição volumétrica do ;e­<br />

tentao no momento da diafiltração'<br />

quantdade de água de diafiltração;<br />

quantIdade de retentado.<br />

I<br />

,<br />

Revista do ILCT Setembro/Outubro de 1984 Pág. 57<br />

x = fator de concentração do retentado<br />

no momento da diafiltração.<br />

Pode-se escrever:<br />

L + E = P + R (1)<br />

E = ..b. . f (2)<br />

X<br />

L • I = (P • p) + ( R • r) (3)<br />

A resolução destas três equações permite<br />

exprimir o rendimento da operação de<br />

ultrafiltração com a diafiltração.<br />

R = L (I - p) - L . f • P (4)<br />

r p (r _ p)<br />

A expressão será mais simples, no<br />

caso de processar somente a ultrafiltração,<br />

sendo f igual a zero.<br />

R = L (I - p) (5)<br />

r - p<br />

Neste trabalho: X = 3, f = 1,1 e<br />

L = 100 a equação (4) permite calcular o<br />

rendimento em retentado para cada 100 kg<br />

de leite trabalhado:<br />

R = 100 I - 136,66 P (6)<br />

r - p<br />

Os resultados obtidos na aplicaçãó da.<br />

equação (6) estão indicados no Quadro' 4.<br />

Para obter o rendimento em queijo, basta<br />

multiplicar o rendimento em retentado pelo<br />

coeficiente 1,036, considerando a adição<br />

de 12% de fermento lático, e 1,6% de<br />

sal. Os resultados obtidos figuram no qua­<br />

dro 4.<br />

Dependendo do leite utilizado, 17,3 a<br />

18,9 kg de queijo foram obtidos à partir de<br />

100 kg de leite. Estes. índices devem ser<br />

considerados como máximos, pois não<br />

consideram as perdas de contactos no<br />

equipamento de ultrafiltração nos tanques<br />

de maturação e equipamentos de dosa-<br />

. gemo Mas a experiência prova (HANSEN,<br />

1977) que estas perdas de contactos são<br />

mínimas.<br />

CONCLUSÃO<br />

.<br />

Os resultados ,apresentados mostram<br />

que é possível preparar com a ajuda de<br />

uma tecnologia incluindo a ultrafiltração<br />

sobre membrana, queijos do tipo Minas<br />

Frescal, apresentando as características<br />

organolépticas desejáveis e coagulado di-<br />

digitalizado por<br />

retamente nas embalagens de comercialização.<br />

Por isto, um rendimento de transformação<br />

máximo pode ser esperado como<br />

é o caso do queijo Feta obtido pelo processo<br />

MMV (HANSEN, 1977). Dependendo<br />

da composição do leite trabalhado, ste<br />

rendimento deverá ser aproximadamente<br />

de 17 a 19 kg de queijo por 100 kg de leite,<br />

Além das conseqüências econômicas<br />

oriundas deste rendimento elevado, o<br />

acondicionamento do queijo diretamente<br />

nas embalagens de comercialização traria<br />

uma garantia higiênica suplementar para o<br />

consumidor, suprimido o rico de contaminação<br />

devido à manipulação e um provável<br />

aumento da vida útil de. prateleira em<br />

relação aos produtos existentes atualmente.<br />

A técnica desenvolvida neste estudo<br />

(Fig. 1) se presta para uma completa au­<br />

tomatização. Ela pode igualmente servir de<br />

base para obtenção de outros queijos latino-americanos.<br />

SUMMARY<br />

The present work was undertaken in<br />

order no determine the conditions lor the<br />

obtention 01 a precheese, the parameters<br />

to convert it into cheese, to determine the<br />

prodiJcts ma in characteristics and to eva­<br />

luate as well the costs 01 manulacturing<br />

according to the suggested melhod. The<br />

results showed Ihat by means-ol ullrafillra­<br />

tion a good quality Minas Frescal cheese<br />

can be obtained. The yield could reach up<br />

lo 17 or 19 kg 01 cheese per 100 kg 01 milk.<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

Anôninl'o: Secretaria Nacional de Abastecimento/Ministério<br />

da Agricultura, 23-<br />

11, 1982.<br />

ACTON G.H. "The Determination of lacto­<br />

se in cheese". Auslrallan Joumal 01 Dalry<br />

Technology. (1977), 9,111.<br />

BRULE, G.; MAU BOIS, J.L. and FAU­<br />

QUANT, 'J. Etude de la teneur en mi­<br />

néraux des produits obtenus lors de<br />

I'ultraliltration du lalt sur membrane.<br />

Le Lalt, (1974), 539, 540, 600-61 5.<br />

arvoredoleite.org<br />

.


Pág.58 Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCT<br />

GOUOEORANCHE, H. ; MAU BOIS J L '<br />

OUCRUET, P. el HAHAUT M U ' 1'/:<br />

.<br />

I i o f Ih . nes<br />

for m a k" mg seml-hard cheeses. Desali-<br />

.,<br />

, . I Iza-<br />

n o e new mineral UF membra<br />

nalion (1980), 35, 243-258.<br />

HANSEN. R. FeIa cheese produclion by<br />

uflrafiflralion. Nordeuropalsk MeJerl­<br />

-Tldsskrlfts (1977), n. o 9.<br />

MAU BOIS, J.L.; MOCQUOT, G. el VAS­<br />

SAL, L. Procêdê de Iraltmenl du lalt el<br />

de . sous-prodUlts lalliérs. Brevel Fran­<br />

çals. n. o 2.052 121 1960<br />

MAUBO/S<br />

à<br />

. , .<br />

' J.L. Aplicalion des lechniques<br />

memrane dans I'industrie fromagé<br />

re<br />

I ' . XX. ,?ongrés Inlernational de lai-<br />

e e l r T ,e.<br />

ec nlque lO ST.<br />

h Pa:,s 1978. Conférence Science<br />

.<br />

QUADRO 4<br />

QUADRO 3<br />

COMPOSICÃO DOS QUE<br />

.<br />

Queijo I<br />

MS % 37,4<br />

Proteínas % 14,6<br />

MG % 18,2<br />

MG/MS 0,49<br />

lactose % 0,00<br />

Cinzas % 3,03<br />

Cálcio % 0,52<br />

Cloretos (NaCl ) % 1,64<br />

pH (unidades) 5,10<br />

Acidez °0 146<br />

RENDIMENTOS EM RETENTADO E QUEI JO<br />

IJOS -<br />

Queijo !I<br />

Data do<br />

Ensaio<br />

Leite Leite Retentado Rendimento<br />

kg p. 100 kg leite<br />

MS<br />

g.kg<br />

Proteínas MG MS Proteínas<br />

21.12<br />

28.12<br />

06.01<br />

FIG.l<br />

39,2<br />

15,8<br />

20,1<br />

0,51<br />

0,07<br />

--<br />

3,14<br />

0,52<br />

1,60<br />

5,17<br />

138<br />

g.kg g.kg g.kg MG Em Em<br />

118,1 31 ,3 34,7<br />

117,0 28,1 25,0 367<br />

." 147,5<br />

" "<br />

397 " 160<br />

.. ..<br />

I<br />

117,3 31 .,2 34,0 371 150<br />

"<br />

ESQUE<br />

.. ..<br />

: -<br />

403 151<br />

-<br />

g.k9. g.kg Retentado Queijo<br />

41 9 171 220<br />

197 16,8 17,4<br />

189<br />

200<br />

18,3<br />

16,7<br />

.18,9<br />

'17,3<br />

187<br />

15,8<br />

18,3<br />

16,4<br />

18,9<br />

391 163 195 17,3 17,9<br />

P MA D FARICAÇAO DE NOVO QUEIJO TIPO "MINAS FRESCAL"<br />

adronlzaçao do leite<br />

Gordura = 3 ' 5%<br />

oh<br />

Termização à 800C + 15 sego<br />

Ullrafiltração à 5055°C<br />

Com diafiltração:<br />

J.<br />

Relenlado (39-40% ES<br />

16-17% Prot.<br />

o 19,5-20,5% Gord.<br />

. '<br />

Resfriado à 30°C<br />

..,<br />

Ad" IClonado de 2% de fermento látlco e<br />

Maturado por 2 horas.<br />

Adicionao de 7% de salmoura satúrada e<br />

de 20 ml de coalho 1/10.000 para cada . 100 kg<br />

de retenlfdo.<br />

Acondici. nl:!do em embalagem de comercialização<br />

Maturadq 15 horas à temperatura ambienle .<br />

Resfriad à 10°C<br />

Estocad8 à 5-10°C.<br />

Permeado diaflltrado .= 1,9% ES.<br />

Revista do ILe T 39(235): 59-70 (1984)<br />

QUEIJ'O PRATO - COMPARAÇÃO DE<br />

FABRICAÇÃO USANDO LEITE<br />

PASTEU RIZADO POR SISTEMA DE PLACAS E<br />

EJETOR DE VAPOR (Nota Prévia) i'<br />

Pra to Cheese - A comparison between cheese making<br />

tria/s using HTST pasteurised and steam ejector<br />

INTRODUÇÃO<br />

A fabricação de queijos da família<br />

Prato é realizada no Brasil por dois<br />

processos de pasteurização de leite<br />

_ Placas e Ejetor de vapor. O proces­<br />

so maisdifundido é o de Placas (aque­<br />

cimento indireto), mas em pequenas<br />

e médias indústrias de queijo é muito<br />

empregado o Ejetor de Vapor (aqueci- '<br />

mento direto).<br />

A literatura não descreve experi-<br />

ências comparando queijos do tipo<br />

Prato fabricados usando leite pasteu­<br />

rizado por esses dois sistemas. Con­<br />

heat treated milk.<br />

tudo, é do conhecimento do meio in­<br />

dustrial, que os 'q ueijos fabricados<br />

com leite tratado pelo Ejetor de Va­<br />

por apresentam características sen­<br />

soriais e rendimento superiores aos<br />

tratados pelo de Placas. .<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

Usou-se leite cru coletado na Se­<br />

ção rndustrial do CEPE/ILCT. Para<br />

.<br />

Ronaldo F. Ventura··<br />

Múcio Mansur Furtado··<br />

Alan Frederick Wolfschoon-pombo··<br />

João Pedro de Magalhães Lourenço Neto··<br />

Achson de Lima···<br />

que o leite usado na pasteurização<br />

por Ejetor de Vapor fosse o mesmo<br />

tratado pelo sistema de placas, adap­<br />

tou-se uma derivação que dividia o<br />

leite cru, entre os dois sistemas; As<br />

condições de temperatura e de tempo<br />

de retenção foram as mesmas para os<br />

dois casos.<br />

Os queijos Prato foram fabricados<br />

em tanques de parede dupla retangu­<br />

lares e semelhantes. Utilizou.-se<br />

quantidade de leite em peso real de<br />

100 kg. Isso porque o leite tratado<br />

pelo Ejetor de Vapor, devido á dilui­<br />

ção ocorrida, .era corrigido para seu<br />

peso real. Determinouse a dilúição<br />

do leite tratado pelo Ejetor de Vapor<br />

rapidamente, usando-se a diferença<br />

entre as determinações do teor de<br />

Gordura e variaçãO no ponto crioscó-<br />

pico.<br />

• Trabal r.o apresentada na 29. a Semana do Laticinista Julho/1983.<br />

Os processos de. fabricação dos<br />

queijos são idênticos assim como as<br />

quantidades dos constituintes utiliza­<br />

dos: 1,5 litro de fermento (1,5%),<br />

50 ml de Cloreto de Cálcio (0,05%);<br />

•• pesquisador da EPAMIG/CEPEJlLCT _ Rua Tenente Freitas, 116 - 36100 - Juiz de Fora - Minas Gerais<br />

••• Técnico dó CEPE/lLCT<br />

digitalizado por<br />

.<br />

. .<br />

arvoredoleite.org


Pág. 60 Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCT<br />

2,5 g de coalho em pó (0,0025% e<br />

10 ml de corante Urucum líquido<br />

(0,010%). .<br />

As variáveis de fabricação foram<br />

anotadas em fichas apropriadas,<br />

(Figs. 1 e 2). Analisaram-se aspectos<br />

físico-químicos do leite cru, do pasteurizado,<br />

do soro de fabricação de<br />

queijo no corte e no ponto da coalhada.<br />

Utilizaram-se fichas apropriadas<br />

(Fig. 3) onde estão listados os parâmetros<br />

analisados.<br />

Os queijos também foram anal.isados<br />

logo após a prensagem, após a<br />

salga e após 30 dias de cura, seguindo<br />

os parâmetros listados na ficha<br />

(Fig. 4).<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Avaliação da Pasteurização:'<br />

O leite pasteurizado pelo sistema<br />

de Placas atingiu temperaturas de 74<br />

a 75°C e tempo de retenção entre 15<br />

e 20 segundos, sendo esse último<br />

dado não verifieado experimentalmente.<br />

O leite pasteurizado pelo sistema<br />

de Ejetar de Vapor atingiu tempera­<br />

turas entre 72 e 75°C, com tempo de<br />

retenção entre 20 24 segundos como<br />

indicam os dados da Tabela 1.<br />

Avaliação do leite e Soro:<br />

Segundo os resultados (Fig. 5),<br />

observa-se que houve sensível redu­<br />

ção da acidez do leite tratado pelo<br />

Ejetar de Vapor, sendo da ordem de<br />

2. ° e 3. ° Dornic.<br />

O teor de gordura da amostra de<br />

leite tratado pelo Ejetar de Vapor S.o:<br />

fre um decréscimo em conseqüência<br />

da diluição do leite (Fig. 6). Um fato<br />

bastante interessante ocorre quando<br />

se comparam os teores de gordura do<br />

soro dos queijos: .observa-se uma di­<br />

ferença muito acentuada, podendo­<br />

-se deduzir que a perda de'gordura é<br />

muito menor que nos queijos fabrica­<br />

dos com o leite tratado pelo Ejetar de<br />

Vapor.<br />

Avaliação dos Queijos:<br />

Com relação ao período de coagulação,<br />

verifica-se que, no caso do leite<br />

tratado com Ejetar de Vapor, ocorre<br />

um ligeiro aumento, como demonstra<br />

a Fig. 7. Com relação ao aspecto da<br />

coalhada, a originada desse leite é<br />

mais brilhante e frágil do que a resultante<br />

do leite tratado por Placas.<br />

Por isso, os queijos fabricados com<br />

leite tratado pelo Ejetar de Vapor,<br />

sofreram modificação de processamento<br />

- a coalhada ficou em repouso<br />

por 10 minutos após o corte antes da<br />

primeira mexedura.<br />

Um aspecto muito importante se<br />

refere' ao aumento de rendimento da<br />

fabricação de queijos usando leite<br />

tratado com Ejetar de Vapor como se<br />

evidencia na Figura 8. Os testes de­<br />

monstram que o rendimento é me­<br />

lhor, quando se espera 10 minutos<br />

após o corte para iniciar a agitação da<br />

coalhada.<br />

.<br />

Esse aumento de rendimento já<br />

se evidenciava quando da análise do<br />

soro dos queijos, criando-se a hipótese<br />

de que os queijos originados do<br />

leite pasteurizado pelo Ejetar de Vapor<br />

teriam teores de gordura maiores.<br />

Isto em parte é verdade, como<br />

demonstram os resultados da Figura<br />

9. Entretanto, a composição dos queijos<br />

não indicou variação elevada entre<br />

os produtos fa bricados pelos dois<br />

processos (Fig. '9).<br />

CONCLUSÃO<br />

É evidente o aumento de rendimento<br />

do queijo Prato fabricado com<br />

leite pasteurizado pelo Ejetar: de Vapor<br />

e como não ocorre variação sensível<br />

de composição, conclui-se que o<br />

aumento de rendimento é devido ao<br />

maior aproveitamento de todos ' os<br />

constit,uintes do leite. Admite-se que<br />

Revista do ILCT<br />

o processo de pasteurização usano<br />

E"etor de Vapor, reduza o taman o<br />

ds glóbulos de gordura fazendo com<br />

que haja maior retenço dos .emâ<br />

na coalhada, e que a mtensl a e<br />

Ensal·<br />

os<br />

Pressão Ibj/pol<br />

Setembro/Outubro de 1984<br />

Tabela 1 Parâmetros I<br />

Temperatura ·C<br />

Caldeira Ejetor Cru Pasto Past. 2<br />

90 50 26<br />

Pág. 61<br />

trata mento térmico permite tambm<br />

a retenção das soroproteínas parCial­<br />

mente desnaturadas e complexadas<br />

com as caseí nas.<br />

físicos de pasteurização do lelle.<br />

Resfriamento<br />

Tempo de<br />

Retenção (S)<br />

Vazão<br />

l/h<br />

1<br />

74 72<br />

72<br />

30<br />

32<br />

21<br />

20<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

100<br />

95<br />

90<br />

45<br />

45<br />

45<br />

1 8<br />

12<br />

26<br />

74<br />

74<br />

75<br />

72<br />

73<br />

75<br />

74<br />

32<br />

32<br />

32<br />

21<br />

24<br />

22<br />

847<br />

1.280<br />

7<br />

8<br />

9<br />

10<br />

110 40<br />

20 75<br />

75<br />

76<br />

74<br />

74<br />

74<br />

20<br />

1.404<br />

1.152<br />

90 50 30 74<br />

90<br />

50<br />

100 40 26 75<br />

60 26<br />

18<br />

50<br />

120<br />

100<br />

72 34 21<br />

17 74 21<br />

30<br />

31 23<br />

Queijos Prato fabriC:dos pelos sistemas de Pasteurização por Placas (A) e por Ejetar de<br />

Vapor (B)<br />

digitalizado por<br />

33<br />

32<br />

B<br />

24<br />

1.227<br />

1.038<br />

1.175<br />

1.173<br />

1.107<br />

.... .,.<br />

arvoredoleite.org<br />

-


Pág. 62<br />

PRESSÃO DE VA POR DA<br />

EXPERllNCIA<br />

CAt-DEIRk;- • • • • • • • • • • • • • 1<br />

VA RIACÃO DE PRESSÃO<br />

Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCT<br />

Figura 1 - Ficha do Ejetor de Vapor<br />

I<br />

DATA I I I<br />

PRESSÃO DE VAPOR<br />

DO EJETOR • • • • • • • • •<br />

DA CALDEIRA • • • • • • • • • • • • • L- _____ L-___________ -:-. _ __ <br />

TEMPERATURA DO LEITE CRU<br />

TEMPERATURA TI .(APÓS<br />

EJETOR ). • • • • • • • • • • • • • •<br />

TEMPERATURA DE RESFR'I - r<br />

AMENTO DO LEITE o o • o • • o o • _<br />

TEMPO DE RETENCÃ " ••••• (<br />

I·<br />

--- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -<br />

----__ L-__________________ ___<br />

------ ---- ---------------- --<br />

QUANTIDADE INICIAL DE LEITE o • QUANTIDADE FINAL DE LEITE<br />

INICIO DO- PROCESSO . ... . ..<br />

POSICÃO DO BICO DO<br />

EJETOR • • • • • • o .... . 0 . ..<br />

VAZÃO DE LEITE . _ • • o • • • • [<br />

POSICÃO_ DA VÁLVULA .1<br />

DE VAZAO • • • • • • o • • o . 0 0 o . _<br />

I _____ --J TÉRMINO 00 PROCESSO o'' .. ...<br />

...<br />

[ _____ ---1<br />

----__ L-__________________ _<br />

'-----__ -L ____ __ <br />

J<br />

Revista do ILCT Setembro/Outubro de 194<br />

TEMPO lllin.<br />

Figura 2 - Ficha de Fabricação de Queijo Prato<br />

FICHA DE FABRICACÃO DE QUEIJO PRATO<br />

PROCE.S SO ...<br />

EXPERI Ê NCIA 11..-____ --'<br />

.- - .. , " .<br />

I J I<br />

-<br />

-<br />

I<br />

<br />

LEITE<br />

FERMENTO<br />

1 __ ---'<br />

Quantidade Acidez pH Tem peratUtll "Iogardura<br />

I J<br />

llÓ Ql) L..ElIE<br />

CaCI<br />

Total (-I latão =<br />

COALHO<br />

CORANTE 22 LATAO<br />

FLOCULACÃO Acidez Ta manha do arã o<br />

pH<br />

Corte<br />

19 MEXEDURA<br />

RET. DE SORO<br />

I . .<br />

Agua Adlc.<br />

MASSA<br />

2 NEXEDURA<br />

Ponto<br />

Quantidade<br />

PRENSAGEM !!l TANQUE<br />

Enformagem I<br />

I<br />

Unidades<br />

I<br />

I<br />

I<br />

QUEIJO A<br />

QUEIJO B<br />

digitalizado por<br />

" "'O I· I<br />

I<br />

Te mperatura Sal<br />

I I<br />

Acidez pH Tempo tota r mino<br />

Pressão<br />

I Peso<br />

Forma Tatallk2 Rend. IIkll<br />

I "I I<br />

Pela anl4l1 Peso Depoil Perda<br />

! I I<br />

I I<br />

I<br />

]<br />

I<br />

Peso após<br />

aallla<br />

0/0<br />

I<br />

I I<br />

arvoredoleite.org


Pág. 64<br />

pH<br />

EXPERIENCIA<br />

ACIDEZ<br />

FOSFATASE<br />

PEROXIDASE<br />

GORDURA<br />

Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILeT<br />

Figura 3 - Ficha de Análise de Leite e Soro<br />

LEITE<br />

DATA<br />

SORO NO CORTE SORO NO PONTO<br />

CRU PAST. EJETOR PAST PLACAS EJETOR PLACAS EJETOR PLACAS<br />

---- - - - - -------- - - - - - - - - - - - - - - - - --<br />

- - - - - 1- - - - - - - - - -<br />

- - - - - - - - 1- - -<br />

-- -1 -- -<br />

INDlCE 09 PONTO I- _ _ _ _ e- _ _ _ _ _ _ I- _ _ _ _ _ _ _ _ I- _ _<br />

CRIOSCOPICO<br />

SÓLIDOS TOTAIS<br />

LACTOSE<br />

PROTE(NA TOTAL<br />

1 -- - --- - - - - _ _ I- _ _ _ _ _ -<br />

- - ---- 1- - - - - - - -I- --'-<br />

--I----<br />

PROTEíNA SOLÚVE I- - - - - - - - - - - - - - -- --- - - -<br />

CASEINA<br />

NPN<br />

NSP<br />

- - - - - I-<br />

% DESNATuRACÃO e- - - - - - - - -<br />

- - - - - - - - - -<br />

I- --..,. - - - - - - - _ _ _ _ _ _ _<br />

_ _ _ _ _ _ _ _ _ _<br />

e- - - -- - - - - - 1--- - - - - ,-.. -- - ---<br />

e- --- -------- _ _ _ _ _ _ _ - - --- -- - - - - - -<br />

pH<br />

Revista do ILqT<br />

ACIDEZ<br />

SAL<br />

EXPERIENCI<br />

UMIDADE<br />

GORDURA<br />

íNDICE DÓ PONTO<br />

CRIOSCÓPICO<br />

SÓLIDOS TOTAIS<br />

LACTOSE<br />

PROTEíNA TOTAL<br />

Setembro/Outubro de 1984 Pág. 65<br />

Figura 4 - Ficha de Análise de Queijo<br />

QUEIJO FRESCO<br />

PLACAS EJETOR<br />

e- - - - -<br />

PROTEíNA SOLÚVEL I- - - - -<br />

CASEíNA<br />

NPN<br />

NSP<br />

./. DESNATURACÃO<br />

- - - - - - - - - -<br />

e- - -- -- ---- -<br />

_ .!- - --<br />

QUEIJO<br />

PLACAS<br />

DATA<br />

PÓS SALGA<br />

EJETOR<br />

QUEI JO<br />

PLACAS<br />

CURADO<br />

EJETOR<br />

- - - --<br />

------1-- - ---- --- -<br />

- - - - - - - ---- - - -- - - - - - -<br />

- - - - - - - - - - -e- - - - - - - - - - - - - - - - - I- - - - -<br />

- - -I- - - - - -<br />

- - - - - 1- - - - - - - - - - - - - - - -I- - - - -<br />

I- ------ - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -<br />

- - - - - - --- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - --<br />

- - - - - - - - - - - e- - - - - -" - - - - - - - - - - - - - - -<br />

digitalizado por<br />

.:... _ - - - -<br />

- -1--- - -<br />

- - - - -<br />

arvoredoleite.org


Pág. 66<br />

Figura 5<br />

... o<br />

c<br />

o<br />

"'CJ<br />

19<br />

18<br />

o 17<br />

N<br />

IJJ<br />

O<br />

Ü<br />


Pág. 68 Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCT<br />

Figura 7 - Tempo de coagulação do leite nas duas fabricações.<br />

130<br />

120<br />

PL - Queijo fabricado com leite pasteurizado pelo sistema de placas<br />

Ej - Queijo fabricado com leite pasteurizado pelo sistema ejetor de vapor<br />

o ilO ... Ej<br />

E<br />

o<br />

'a lOO<br />

E<br />

::J<br />

c><br />

c 90<br />

o<br />

u<br />

CP<br />

"'ti 80<br />

o<br />

Q.<br />

E<br />

{! 70'<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

ensaios<br />

OPI<br />

Revista do ILCT Setembro/Outubro de 1984 Pág. 69<br />

Figura 8 -<br />

?fl 9, 5<br />

g.<br />

CP<br />

::J<br />

ti"<br />

CP<br />

"'ti<br />

c><br />

<br />

c<br />

CI)<br />

...<br />

CP<br />

-0Qj<br />

9,0<br />

CP 8.5<br />

"'ti<br />

li)<br />

o<br />

...<br />

::<br />

8.0<br />

z<br />

W<br />

:E<br />

Õ<br />

z<br />

w<br />

o::<br />

7.5<br />

7.0<br />

Rendimento industrial do queijo segundo o processo de pasteurização do leite.<br />

PL - Queijo fabricado com leite pasteurizado pelo sistema de placas<br />

Ej - Queijo fabricado com leite pasteurizado pelo sistema de ejetor de<br />

vapor.<br />

2 3 " 5 6 7 8 9 10<br />

ensaios<br />

digitalizado por<br />

8PI<br />

Â. Er<br />

arvoredoleite.org


Pág. 70<br />

50<br />

"#<br />

.2- 40<br />

<br />

O<br />

o<br />

'1:1<br />

o<br />

Ig<br />

U.<br />

til<br />

o<br />

Q.<br />

E<br />

o<br />

o<br />

30<br />

20<br />

10<br />

I:gura 9 -<br />

Compõsição dos queijos Prato.<br />

Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCT<br />

Ej - Queijo fabricado com leite pasteurizado pelo sistema ejetor de vapor<br />

PL - Queijo fabricado com leite pasteurizado pelo sistema de placas.<br />

2 3 4 6 7 8<br />

) umidade<br />

Á •• Ej<br />

.6.00 PI<br />

,.,... ._, ) gordura<br />

9 10<br />

ensaios<br />

) proteína<br />

Revista do ILCT 39(235): 71-4 (1984)<br />

SUBsíDIOS PARA O PLANO NACIONAL DO<br />

LEITE *<br />

I - INTRODUÇÃO<br />

Propositions for the Milk National program<br />

É fundamental que o Sindicato da Indústria<br />

de Laticínios de Minas Gerais se<br />

manifeste quando se cuida de projetos<br />

para o Plano Nacional do Leite.<br />

O sindicato reune 155· empresas, das<br />

quais 130 pequenas e médias, o que não<br />

ocorre em nenhum outro Estado brasileiro,<br />

cuja indústria está concentrada em menor<br />

número de empresas de maior porte.<br />

A questão do leite, em Minas, assume<br />

aspectos sociais significativos por ser o<br />

Estado o maior produtor de leite e qeriva<br />

dos, com 30% da produção nacional de<br />

leite, 50% de leite em pó, 37% de manteiga<br />

e 48% de queijo produzido no País.<br />

Não se tem notícia da data em que se<br />

iniciou a produção de queijo branco no<br />

Nordeste brasileiro, mas se sabe que Sá<br />

Fortes, na Mantiqueira, já se interessava<br />

pela produção de queijO desde 1980, e que<br />

no Censo Agrícola de 1919/1920 regístrou­<br />

-se em Minas uma produção de leite 6<br />

vezes superior à de São Paulo.<br />

Social, históriéa, e economicamente, a<br />

questão do leite é relevante para o Estado<br />

de Minas Gerais e para o Sindicato, não<br />

podendo os mineiros se alhearem à discussão<br />

de um hipotético Plano Nacional<br />

do Leite.<br />

11 - PROJETOS CONHECIDOS<br />

A CBCL - Confederação Brasileira de<br />

Cooperativas de Leite - tem sua proposta<br />

para formulação de uma política leiteira<br />

nacional, que se pode resumir no estabelecimento<br />

de preços em função da qualidade<br />

do leite, reajustados segundo determinado<br />

índice oficial, em duas ou três<br />

vezes por ano, com maior diferencial entre<br />

leite indústria e de consumo;· sugere mais<br />

incentivo à pesquisa, assistência técnica,<br />

crédito rual somente através de cooperativas,<br />

campanhas publicitárias de aumento<br />

de consumo, aplicação do uso do leite nos<br />

digitalizado por<br />

Ivo Jacques de. Melo·.<br />

programas sociais do Governo, melhor piano<br />

de estocagem de produtos lácteos e<br />

interesse pelo comércio de exportação de<br />

derivados. É básico, em sua proposta, que<br />

a política seja cóordenada pelo Conselho<br />

Nacional de Leite e Derivados. Já a Sociedade<br />

Nacional de Agricultura-SNA apresehta<br />

o seu Plano· Nacional do Leite, de<br />

características bem mais estat.izantes,<br />

mais protecionistas e privilegiando Cooperativas<br />

de leite de consumo. O seu plano<br />

define o produtor de leite, obrigandoo a<br />

vários registros; define a forma de processamento<br />

do leite, obrigando o setor de<br />

comercialização e industrialização ã compra<br />

do leite; define os tipos de leite, estabelecendo<br />

áreas· próprias para prodúção<br />

de leite de consumo e leite da indústria;<br />

estabelece exigências para produção de<br />

cada tipo de. leite; sugere o pagamento do<br />

leite por qualidade, dentró de critérios que<br />

expressa, como número de pontos e prêmio<br />

castigo; sugere a manútenção do preço<br />

leal; abole ·o segundo percursos, mas,<br />

em seguida, o readmite; marca uma só<br />

data para o pagamento do leite; define<br />

centro consumidor; a:caba com o leite excesso;<br />

dá tratamento creditício especifico<br />

às Cooperativas; fixa crédito rotativo para<br />

o produtor; planeja estocagem apenas de<br />

leite em pó.<br />

A indústria mineira concorda, em p;;irte,<br />

com a proposta da CBCL e tem muito<br />

pouco de comum com a proposta da SNA,<br />

como veremos.<br />

111 - IMPORTÃNCIA DO LEITE É·<br />

DERIVADOS<br />

• Trabalho apresentado na 29. a Semana do·Laticinlsta - Julho de 1983.<br />

•• Presidente do Sindicato das Indústrias de Laticinlos do Eslado de Minas Gerais.<br />

A nenhum de nós, industriais, produto­<br />

res, técnicos e órgãos de Governo, é per­<br />

mitido duvidar da necessidade de se con­<br />

sumirem leite e derivados, para a alimen­<br />

tação e saúde. Muito menos será permitido<br />

ignorar que o consumo brasileiro está mui­<br />

to baixo: entre 1/3 e 1/2 do mínimo in-<br />

arvoredoleite.org


ág. 72 Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCT<br />

dispensável, segundo critérios internacio­<br />

nais. A grosso modo, a disponibilidade<br />

considerando a produção registrada · e <br />

não registrada no Ministério da Agricultu­<br />

ra, deve ser de menos de 300 ml por ha­<br />

bitante/ dia.<br />

A estatística da morte, segundo o Antiário<br />

de Mortalidade do Ministério de Saúde,<br />

para o ano · de 1980, é comovente.<br />

Morreram 750 mil pessoas; 21 4 mil eram<br />

crianças entre O e 4 anos; dessas 100 mil<br />

por doenças infecto-contagiosas, parasitárias<br />

e doenças do período péri-natal, mas<br />

sempre associadas à subnutrição; e 20 mil.<br />

morreram por sub-nutrição isolada, isto é,<br />

fome total.<br />

Ninguém pode asseverar que o baixo<br />

consumo de leite é responsável por esse<br />

quadro, mas sim que a elevação de consu­<br />

mo de leite e derivados reduz esse quadro<br />

de sub-nutrição.<br />

IV - A POLíTICA ATUAL<br />

É importante assinalar, ao explicitarmos<br />

a atual política do Governo, que,<br />

quanto menor for sua intervenção direta e<br />

quanto mais eficiente for a ação do Governo,<br />

melhor será para o setor.<br />

No momento, a interferência se f az<br />

pela política de preços para leite, pela inspeção<br />

federal Via M,A. e pela estocagem<br />

da C.F.P. Além disso, registram-se a ação<br />

do I.N.A.E., Instituto Nacional de Assistência<br />

ao Educando, e o crédito rural.<br />

A política de preços de hoje e a mesm.a<br />

que adotara o Dr. Júlio César Martíns<br />

ex-Secretário Especial de Abastecimento <br />

Preços. Os preços são conferidos de sorte<br />

que a produção seja idêntica ao consumo<br />

c0r:t um pouco de excesso na safra, qu<br />

se a estocado para desova na entre-safra.<br />

FOI desenvolvida aqui, no Instituto Cândi­<br />

do Tostes, durante o VII Congresso Na­<br />

cional de Laticínios, e o seu pronuncia­<br />

mento consta do documento final expedi­<br />

do.<br />

. É evidente que essa política de preços<br />

manténi o baixo nível de consumo.<br />

Entendo que a inspeção, nem sempre<br />

adequada à realidade de nossa indústria, é<br />

fator de desenvolvimento do segmento. O<br />

consumidor brasileiro deve ao. Serviço de<br />

Inspeção Federal a boa qualidade do leite<br />

consumido no· País, a diversificação dos<br />

. produtos derivados, a padronização da embalagem,<br />

entre tantOs bens; a indústria<br />

tem a dever à exigência do M.A. o atual<br />

estágio de progresso em que se encontra.<br />

A qualidade do leite brasileiro, na pro­<br />

dução, é inferior ao produto de países<br />

mais desenvolvidos. No entanto, pelo pro-<br />

. cesso d . e seeção, filtração, centrifugação,<br />

pasteunzaçao e refrigeração, o leite do<br />

País está em condições boas de consumo<br />

no momento de sua saída da usina d<br />

beneficiamento. Não se justifica, de forma<br />

alguma, a campanha espúria e difamatória<br />

que se fez contra o produto, no princípio<br />

do ano, e que tanto dano trouxe à indústria<br />

e ao consumidor.<br />

Comissão de Financiamento da Produçao-CFP<br />

cumpre bem o financiamento<br />

de leite em pó, queijo e manteiga, para<br />

estocagem na safra e venda na entre-safra<br />

e o meca io garante o fluxo dos produ­<br />

tos de latlclnloS e beneficia a indústria, o<br />

produtor e o consumidor. Verbas e valores<br />

necessários, melhor época de disponibili- .<br />

dde de ret rno dos recursos, preços bá­<br />

SICOS _ e reais de financiamento, são as<br />

questoes que precisam ser equacionadas,<br />

para o melhor funcionamento da CPF.<br />

Na safra 1982/1983, ocorreu, com o<br />

financiamento de leite em pó, um desajuste<br />

cujos resultados estamos sentindo hoje,<br />

quando temos pouco leite em pó para<br />

reidratação. A indústria de laticínios mineira<br />

propôs estocagem de 9.500 t de leite<br />

em pó, a CFP concedeu verba para se<br />

estocarem 5.600 t e por falta de matéria-prima,<br />

não se estocaram 4.000 t. .<br />

Há que se divulgar a iniciativa do<br />

I.N.A.E. - Instituto Nacional de Assistência<br />

ao Educando, do MEC, de melhorar a<br />

alimentação do estudante primário, mediante<br />

o . fornecimento de leite líquido pasteurizélQq,<br />

adquirido na fonte produtora.<br />

Trata-se de medida que atende à área de<br />

produção e evita ao Governo a importação<br />

c/e leite em pó, para seus projetos sociais.<br />

E necessário que o fornecimento, que hoje<br />

só é permitido às Cooperativas, seja estendido<br />

fambém à indústria de capital privado.<br />

Ainda mais que os recursos, em parte<br />

são originários do Finsocial, a que se su :<br />

jeita a indústria, somente, isenta estando<br />

a cooperativa de contribuir.<br />

A política de crédito ruralí já denunciada<br />

pela FAEMG, é amplamente destinada<br />

à agricultura, em prejuízo da pecuária.<br />

Em razão dísso, Minas Gerais, Estado de<br />

vocação pecuária, que participava, em<br />

1972, de 12,79% de todo o crédito rural,<br />

passou a 6,5% do total em 1982. Em 72, a<br />

pecuária mineira tinha 46% do total dos<br />

financiamentos ·e em 82, apenas 16%,<br />

ficando a agricultura com 54% em 72 e<br />

84% em 82.<br />

Revista do ILCT Setembro/Outubro de 1984 Pág. 73<br />

v - INDÚSTRIA VERSUS COOPERATIVA<br />

o difen3nciamento de trato da empresa<br />

de capital cooperativo, em desfavor da<br />

indústria de capital privado, está sendo<br />

levado a ponto de se prever o desinteresse<br />

do capital privado pelo setor e conseqüentemente<br />

a necessidade de os produtores<br />

destinarem maiores recursos na comercialização<br />

e industrialização do leite,<br />

descapitalizando o arco de produção.<br />

Tanto o capital urbano quanto o capital<br />

rural devem ser estimulados nos investimentos<br />

da agro-indústria leiteira, para seu<br />

fortalecimento.<br />

Assim, questões. como taxas de juros,<br />

legislação fiscal, contribuições sociais<br />

(Finsocial e Pis, especialmente) e outras<br />

devem fixar critérios idênticos para o setor,<br />

para que receba maior fluxo de capital.<br />

VI - COMPLEXO URBAO·INDUSTRIAL<br />

A estrutura econômica atual privilegia<br />

o complexo urbano-industrial, com destinação<br />

de amplos recursos para setores<br />

considerados prioritários, até por mentalidade<br />

urbana da sociedade brasileira. A<br />

infra-estrutura de produção de alimentos<br />

está relegada à sua própria sorte, embora<br />

tenha significado econômico e social sem<br />

par. Apesar de relegadas à segundo plano,<br />

a agricultura e a pecuária ainda são a maior<br />

fonte de exportação brasileira, além de<br />

abastecer, com pleno sucesso, o amplo<br />

mercado interno brasileiro.<br />

O País, além disso, tem perspectiva ·<br />

animadora para a agropecuária, pelo conhecimentos<br />

estratificado por gerações na<br />

produção de alimentos, por seu solo variado,<br />

água disponível em todo o território,<br />

sol durante o ano inteiro e clima adequado<br />

a qualquer tipo de cultura.<br />

VII - A QUESTÃO DO ICM<br />

A tributação do l.é.M. sobre o leite; via<br />

convênio 07 /77, além de ser o marco iniciaI<br />

da decadência da indústria laticinista<br />

do Estado de. Minas, tem se tornado desde<br />

1977 em permanente fonte de desencontro<br />

entre o fisco e a indústria mineira.<br />

Inconformados com a política tributária<br />

estabelec . ida pelo convênio 07, os industriais<br />

recorreram à ação judicial, por considerarem<br />

inconstitucional a nova figura de<br />

"diferimento", que isenta o leite líquido na<br />

compra e obriga o industrial a pagar o ICM<br />

do leite líquido na venda, além de seu<br />

próprio imposto.<br />

. Apesar de bem fundamentada a ação, o<br />

Supremo Tribunal Federal decidiu pela<br />

digitalizado por<br />

constitucionalidade do Convênio, em decorrência<br />

de que quase uma ce·ntena de<br />

empresas se viram devedoras de elevadas<br />

quantias ao fisco mineiro e obrigadas a<br />

acertar sua dívida, com parcelamentos altamente<br />

prejudiciais à sua situação econômico-financeira.<br />

Ainda bem · essa porção da indústria<br />

mineira não acertava a contenda com o<br />

fisco estadual, o outro segmento, das cooperativas<br />

indústrias que exportam leite<br />

para o Estado do Rio de Janeiro, está se<br />

submetendo ao rigor da ação do fisco, eis<br />

que também a saída do leite líquido não<br />

empacotado para fora do Estado está obrigada<br />

ao pagamento do ICM, pela figura<br />

jurídica de "diferimento", criada pelo Convênio<br />

07/77.<br />

Simples e unilateralmente, o Governo<br />

do Rjo de Janeiro, desde 1981 , se nega a<br />

cumprir o Convênio que assinara em 1977,<br />

embora anteriormente cumprira e embora<br />

o Estado de. São Paulo o cumpra desde sua<br />

implantação.<br />

Não recebendo o imposto do Governo<br />

do Estado do Rio, que é o verdadeiro devedor,<br />

quer o Governo de Minas receber<br />

ora da usina exportadora de leite, ora dos<br />

entrepostos importadores sediados no Rio<br />

de Janeiro, não dispondo nem uma e nem<br />

os outros de recursos para indenizar o<br />

Estado de Minas, porque o Governo Federal<br />

não permite a inclusão dó ICM no preço<br />

final de venda e muito menos admite que o<br />

valor seja cobrado ao produtor do leite, o<br />

que seria, na verdade, mais uma calamidade<br />

a afetar o ramo de produção de leite.<br />

Nada resta à indústria, mais uma vez,<br />

senão recorrer à Justiça, na esperança de<br />

que o absurdo da pretensão do fisco dos<br />

dois Estados seja compreendido pelo Supremo<br />

Tribunal Federal, como reconhece o<br />

próprio Secretário da Fazenda do Rio de<br />

Janeiro, o Dr. César Maia, que no mês de<br />

maio último, o declarou à imprensa de seu<br />

Estado; e como confirma o ex-Secretário<br />

mineiro, D. Márcio Garçia Vilela, que diz<br />

textualmente, na paleslra sobre "A Questão<br />

da Oportunidade de Nova Reforma Tri-.<br />

butária".<br />

"Tenha-se mais em consideração<br />

que a Lei Complementar n. o 24/75 abriga<br />

impropriedades inaceitáveis. Além<br />

de atribuir amplos e discutíveis poderes<br />

legislativos a um plenário constituído<br />

de agentes políticos do Executivo<br />

- o CONFAZ - subtraiu, por usurpação,<br />

competência legislativa remanescente<br />

dos Estados, extrapolando flagrantemente<br />

o permissivo constitucional<br />

em que se assenta, ao tratar, em<br />

arvoredoleite.org


Pág. 74 Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCT<br />

seu artigo 10, de outros institutos de<br />

Direito Tributário estranhos àquele a<br />

que se referiu expressamente o constituinte,<br />

qual seja o da isenção."<br />

VIII - SUBsiDIO PARA O LEITE<br />

o controvertido subsídio para o leite<br />

tem sido, liminarmente, alijado como solução,<br />

por ser inflacionário e por beneficiar<br />

toda a classe de consumidores, quer<br />

os de poder aquisitivo alto, quer os de<br />

baixa renda.<br />

Na verdade nenhum tipo de subsídio<br />

(crédito à expqrtação ou à agricultura, importação<br />

de trigo, petróleo ou às empresas<br />

estatais) tem o valor social daquele que<br />

seria concedido à produção de leite e deri-<br />

vados. ,<br />

Todo e qualquer subsídio reduz a inflação<br />

se a fonte de recursos está no orça<br />

mento fiscal e, se a fonte de meios é,<br />

como no caso brasileiro, a emissão de<br />

moeda ou empréstimos internos ou exter­<br />

nos, evidentemente o subsídio eleva a<br />

inflação.<br />

É importarite assinalar que o subsídio,<br />

apenas para o consumo das classes de<br />

renda baixa, é injusto e Se torna em ins­<br />

trumento de favoritismos. Deve ser banca­<br />

do, pagoí pelas classes mais ricas e bene­<br />

ficiar a toda a população consumidora de<br />

leite e derivados, sejam ricos ou pobres.<br />

IX - PLANO NACIONAL DO LEITE<br />

A esta altura, delineiam-se as retasbá<br />

sicas para o Plano Nacional do Leite. A<br />

curto prazo, parece conveniente<br />

- manter a política de preços de leite, de<br />

sorte que não sejam reduzidos os níveis<br />

de consumo de leite e derivados, através<br />

da indexação, desculpem"me o termo,<br />

dos preços do leite ao salário mí­<br />

nimo., Penso, cumpulsando a série de<br />

dados divulgados pela Cândido Tostes,<br />

que q salário mínimo deve corresponder<br />

a qualquer cousa como 400 litros de<br />

leite, em nível do produtor. Essa constante<br />

sempre permite melhor fluxo entre<br />

a produção e consumo;<br />

- melhorar a atuação ·da Companhia ou<br />

Comissão de Financiamento da Produ­<br />

ção, com recursos em volumes ade­<br />

quados, disponíveis, recolhidos em<br />

épocas propícias e base real de valor;<br />

- adequar o Serviço de Inspeção Federal<br />

à realidade brasileira, admitindo-se<br />

equipamentos, construções, instala­<br />

ções e tecnologia,já testada, segundo<br />

a possibilidade econômica da empresa,<br />

especialmente da micro, pequena e média<br />

organizações;<br />

- estender as comprar do Instituto Nacional<br />

de Assistência ao Educando tam­<br />

bém à pequena e média empresa de ca­<br />

pital privado e não somente às Coope­<br />

rativas;<br />

- dar tratamento fiscal e creditício priori­<br />

tário e idêntico à cooperativas e indús­<br />

'trias;<br />

- revogar os Convênios 07/77 e 15/83,<br />

retornado o "status quo" anterior e res­<br />

tabelecendo a cobrança do ICM em to­<br />

do' o setor, leite líquido e leite destina­<br />

da à industrialização, com o crédito<br />

--presumido de 90% para o produtor de<br />

leite;<br />

- reduzir ào mínimo necessário a ínterfe­<br />

rência direta do Governo; simplificando<br />

portarias de preços e demais exigências<br />

burocráticas;<br />

- destinar maiores recursos para finan­<br />

ciamento da pecuária, tanto para reten­<br />

ção de fêmeas, quanto para aquisição<br />

de touros, recuperação de pastagens,<br />

melhoria de sanidade do rebanho e<br />

construção de cercas, silos, capíneiras,<br />

estábulos e aquisição de equipamen­<br />

tos;<br />

- conceder tratamento idêntico ao leite<br />

destinado à indústria e ao consumo,<br />

considerando a uniformidade de custos<br />

de produção e igualdade de valor social<br />

do consumo do leite ou de seus deriva­<br />

dos;<br />

- aplicar a legislação trabalhista e previ­<br />

denciária no campo, de forma idêntica<br />

ao que ocorre com o trabalhador urba­<br />

no;<br />

- manter as cláusulas proibitivas de im­<br />

portação de derivados de países da<br />

América Latina;<br />

A médio prazo, estabelecer projeto pa­<br />

ra o setor que vísa a elevar o consumo .de<br />

leite e derivadol?, equacionando questões<br />

rurais, como<br />

- baixa produtividade do rebanho;<br />

- habitação popular;<br />

- estradas vicinais e transportes;<br />

- ensino primário e profissionalizante;<br />

- lazer;<br />

- eletrificação;<br />

- saúde;<br />

ao mesmo tempo que sejam equacionados<br />

o financiamento para ampliação de parque<br />

(Conclui na pág. 80)<br />

Revista do ILCT 39(235): 75-80 (1984)<br />

SELEÇÕES LATICINISTAS MUNDIAIS<br />

1 - Como um país, incontestavelmente<br />

da mais elevada projeção laticinista<br />

mundial como a República Federal da Alemanha,<br />

' se preocupa com a qualiade de<br />

seus produtos alimentares, produzidos no<br />

país, se pode constatar da ?onstante evolução<br />

da cooperação neste Importante setor<br />

entre a CMA, isto é, a "SOCIEDADE<br />

CENTRAL DE MARKETING DA ECONO­<br />

MIA AGRÁRIA ALEMÃ" e a muito cpnhecida<br />

DLG - SOCIEDADE ALEMA DE<br />

AGRICULTURA. A DLG examina e testa<br />

intensivamente, enquanto a CMA se o?upa<br />

intensamente com os trabalhos relaCionados<br />

com a marca de qualidade. A DLG<br />

continua com os seus já amplamente renomados<br />

concursos e premiações, enquanto<br />

os produtos premiados também recebem a<br />

MARCA DE QUALIDADE DA CMA. Para<br />

poder atingir esta marca, os interssados<br />

devem ter participado durante dOIs anos<br />

seguidos, no mínimo, nos concrsos da<br />

DLG. As severas regulamentaçoes e a<br />

grande concorrência existents, to:na<br />

uma eventual premiação de Importancla<br />

ímpar perante o consumidor. Como os produtos,<br />

portadores desses certificados-símbolos<br />

de qualidade, realmente r:presentam<br />

uma garantia da melhor qualidade, a<br />

sua procura e preferência pelo consmid_or<br />

se tornam decisivas para a sua aceltaçao<br />

no mercado.(1 )<br />

2 - Nada menos de 16 antibióticos<br />

podem ser determinados rapidamente no<br />

leite por um processo apresentad na Ale:<br />

manha (R.F.) a baixo custo, variando la<br />

entre Cr$ 24,00 e 250,00, dependendo do<br />

procedimento e da finalidade.(1 )<br />

3 -,- 53 usinas e fábricas de laticínios<br />

do Estado de Hessen da Alemanha (R.F.)<br />

participaram em 1982 dos concursos lá<br />

realizados pela DLG (Sociedade Alemã de<br />

Agricultura), citada sob. 1. Foram apresentados<br />

280 produtos, dos quais foram<br />

premiados 239 ou sejam 85,4%.<br />

A premiação foi a seguinte:<br />

Grande Prêmio 138 = 49,3%<br />

SÉRIE XXXIII *<br />

World Dairy News - 33d Serie<br />

digitalizado por<br />

• Trabalho apresentado na 29. a Semana do Laticinista.<br />

•• Técnico em Laticinios H.C. do ILCT.<br />

OUo Frensel* *<br />

Medalha de Prata 70 = 25,0%<br />

Medalha de Bronze 31 = 11,1%<br />

Estes concursos não são obrigatórios,<br />

mas, como se pode constatar pela quan­<br />

tidade de concorrentes e os . esforço . s<br />

(quasi 50% na primeira categoria) reali­<br />

zados pro todos os interessados em garan­<br />

tir a melhor qualidade, muita ênfase . é<br />

dada à sua elevada significação promoclo­<br />

nal.(1 )<br />

4 - Nada menos de quatro anos trans­<br />

correram, antes que a conhecida fábric de<br />

máquinas holandesas STORK consegUisse<br />

terminar os debates em torno ?o . aumento<br />

da capacidade de duas das mais Importan­<br />

tes usinas de leite da MI?R MILK OOD<br />

CO. em Cairo e Alexandria. Os 'proJeos,<br />

ora terminados, resultarão na qumtpllc _ a­<br />

ção da usina de Cairo e na qua . drupllcaç . ao<br />

da fábrica em Alexandria. A usa de alro<br />

manipula atualmente 12,5 milhoes de Itros<br />

anuais. De acordo com o contrato, !mal­<br />

mente, assinado, a STORK se obriga a<br />

realizar o programa previst? no pro de 2<br />

(dois) anos. Assim sob . a VISt Vigilante d . a<br />

"Esfinge" a STORK tera ensejO paa re . allzar<br />

um projeto monumental, para na dizer<br />

piramidal. Naturalmente a pro?uçao d<br />

leite tanto de vaca, como de bufala, tera<br />

iguai progresso para a satisfação do pro­<br />

dutor e cio consumidor.(1 )<br />

5 - Uma sociedade privada, na Alema­<br />

nha (R. F.) Que possui a complicada den?­<br />

minação de "Utersuchungsring Molkerel­<br />

-produkte-Importe eV" ou seja "Anel d ,<br />

Exame de Produtos Lácteos Imoados<br />

tem a seu cargo a análise qualitativa de<br />

uns 1.000 (hum mil) produtos e arcas<br />

lácteas importados pelos seus associados.<br />

A sua atuação teve resultados :xcelentes,<br />

reduzindo a um mínimo eventual reclama­<br />

ções e garantindo a boa qualdad do . s<br />

produtos, de acordo com a legllaao VI­<br />

gente. O produto ímportado . mais I . mpor­<br />

tante é o queijo nos seus variados . tIP?S e<br />

marcas dos países da C.E.E. prlnclpal-<br />

arvoredoleite.org


Pág. 76 Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCT<br />

mente. A sua atuação tem sido reciproca- .<br />

mente valiosa.(1)<br />

. 6 - "Marketing para Lacticinistas" não<br />

e, certamente, nenhuma novidade mas<br />

apesar disso, merecedora de maio aten:<br />

çao : Aparentemente as duas atividades _<br />

a tecmca e a comercial - parecem ser<br />

separadas, mas no correr dos anos e na<br />

promoção individual de caoa um na sua<br />

esfera, se tora patente a grande valia que<br />

, em u , als amplo conhecimento do<br />

marketlng nas atividades lacticinistas<br />

embora a especialização seja necessária <br />

altamente conveniente. O desconhecimen­<br />

to . d . a parte comercial ou a limitação her­<br />

metICa . de uma atividade pOde dificultar em<br />

determinadas ocasiões ou oportunidades<br />

o bO!f1 andmento dos serviços ou a pro­<br />

moça? do Interessado. Certamente já há<br />

um umero de técnicos em lactiçínios que<br />

realizaram urry ?urso . d administração em<br />

grande benefIcIo propno e das empresas<br />

nas quais realizall) as suas atividades. En­<br />

tre s . ursos que representam notáveis<br />

Poslbllldades se destacam, sem contes­<br />

taçao, os da Fundação Getúlio Vargas<br />

sempre amla , ente divulgadas. Entretan:<br />

to, o que e. marketing"? Nada melhor<br />

nem mais claro, do que a respeito descre:<br />

ve um verdadeiro mestre, como Aurélio<br />

Buaque de Holanda Ferreira: Marketing:<br />

C . onJunto de estudos e medidas que pro­<br />

veem estrtegicamente o lançamento e a<br />

sustentaçao de um produto ou serviço no<br />

:rcado conumidor, garantindo o bom<br />

eXlto comercIaI. da iniciativa. A palavra<br />

conrresponente em português, porém, de<br />

pouco us, e mercadologia. Perguntamos,<br />

p:>r qe nao se usa esta palavra? Será que<br />

nao soa bem? Os palavrões, contudo, pa­<br />

rece que sôam bem em português ao<br />

menos as peças que se vê e ouv em<br />

nosso cinema e no teatro ... (1 )<br />

! - Leit de . ?abra, desidratado, não é<br />

?<br />

Vldade, pOIS, Ja está sendo fabricado na<br />

emnh!'l (A.F.) e na França. Entretanto<br />

uma fabnca na França acaba de lançar leit<br />

de cabra, desidratado, em forma de table­<br />

tes _e obter um ·primeiro pedido de expor­<br />

taç . ao de 1 OO . t para a China Continental. Na<br />

C?hln!'l este tIpO de leite de cabra se des- .<br />

tina a merenda escolar nos lugares onde.a<br />

falta d_e água potável não facilita ' a desi­<br />

drataçao do produto em pó.(1 )<br />

. :-. Entre as milhares de PUblicações<br />

lactlÇ!lnlstas, disseminadas anualmente<br />

; todo o mundo, desejamos citar o "Anu<br />

ano da Economia Leiteira Alemã" que é<br />

uma pblicação compacta de 500 páginas<br />

POSSUI 10.000 citações, entre elas nad<br />

menos de 6.000 endereços. Inclui: todas<br />

as empresas lacticinistas, suas filiais no­<br />

es d . os gerentes e técnicos laticinitas,.<br />

inclusIve endereços,. telefones e telex. na<br />

Aemanha (R.F.) - Austria - Bélgica _ .<br />

Dlnaarca - França - Grécia - Irlanda<br />

- Itall - Luxemburgo - Noruega - Paí­<br />

ses BaIXOS - . Reino Unido e Suiça; os<br />

enereços de odas as organizações centraIs<br />

; estaduaIs, bem como associações e<br />

autnddes; Conselhos de Administração,<br />

Gerncls e endereços de associados, or­<br />

ganlzaçoes profissionais na área federal e<br />

estdual, !ncusive conselheiros, enge­<br />

nhelr,?s e teclo; Institutos de Pesquisa<br />

nlno Lactlclnlsta e as estatísticas lac­<br />

tlClnlStS da República Federal Alemã e da<br />

Comumdade . Eonômica Européia, desde<br />

976/1977 ate, Inclusive, 1981 /1982. Tudo<br />

ISSO (em alemão) num volume de excelente<br />

encadernação e impressão, pos apenas<br />

M 2.50 ou Cr$ 5.700,00 (lá), equivalente<br />

a 26 . litros de leite na Alemanha (A.F.) ou<br />

;u..}ltros de leite "B" ou 40 litros de leite<br />

"Especial" aqui.(1 )<br />

. 9 - . C?uase todos os estabelecimentos<br />

Industnals de lactinínios têm sérios pro­<br />

blemas com a conservação dos pisos em .<br />

quase todos os setores. A grande varieda­<br />

d de material empregado nestes pisos<br />

na apreseta resisitência adequada num<br />

penodo maIor ou menor. Entretanto o em­<br />

prego de resinas sintéticas de silicatos pa­<br />

ree resolver esta importante questão,<br />

p.olS el . as podem ser graduadas para baixa<br />

vlscosldde, permitindo uma ótima im­<br />

pregaçao. Um aditivo de endurecimento<br />

p.:rmlte uma grande variação de acelera­<br />

çao_ e oferce uma maior garantia de utili­<br />

zaçao. Alem disso essas resinas têm a<br />

faculdade de endurecer mesmo a -1QoC<br />

mntendo per!etamente as condições quí:<br />

mlca e mecamcas. Esta resistência nos<br />

de als roduos se limita a + 10° ou<br />

12 C : Alem dISSO as resinas de silicato<br />

mantem as suas qualidades de resistência<br />

memo após muitos anos, permitind<br />

quaIsquer rearos com perfeição. Enfim<br />

as suas qualidades reais são tantas qU<br />

bem merecem ser seriamente considera­<br />

das, tanto na projeção de novas fábricas<br />

como na reforma de !ábricas existentes.(1 ;<br />

10 - A obtençao de leite higiênico<br />

mesmo com ordenha mecânica continu<br />

sendo uma utopia. Certamente é possível<br />

tornar quase estril a ordenhadeira, mas<br />

restam o ar mblental, as mãos do orde­<br />

nhador e o ubere e as têtas. Mesmo um<br />

ordenhao . r de saúde comprovada e hábi­<br />

tos de hIgIene, depende do ambiente como<br />

também o úbere e as têtas. Uma ' lim­<br />

peza adequada, tanto das mãos do orde-<br />

-<br />

Revista do ILCT Setembro/Outubro de 1984 Pág.'77<br />

nhador, como do úbere e das têtas, em<br />

ambiente higiênico, cetamente, já são uma<br />

importante contribuição para a ordenha de<br />

leite higiênico. Há, contudo, a considerar<br />

os impecilhos representados pelo ar, pelo<br />

ambiente, pela movimentação dos homens<br />

e dos animais. Uma importante contribui­<br />

ção para uma grande aproximação de con­<br />

dições altamente satisfatórias foi a irmm­<br />

ção de toalhas de papel, impregnadas de<br />

desinfetante apropriado, de material adequado<br />

e descartáveis. Uma toalha para<br />

cada úbere, eis a sOlução. Esta toalha desinfeta<br />

simultanemanete o úbere, as têtas<br />

e as mãos do ordenhador. Usada uma única<br />

vez para cada úbere e logo descartada,<br />

representa, realmente, uma grande<br />

contribuição para a obtenção de leite higiênico.<br />

Milagres não se conseguem, mas<br />

com boa vontade, não será difícil chegar<br />

bem próximo da finalidade desejada. Não<br />

ignoramos; porém, que tudo isso é muito<br />

utópico também, pois, exige a existência<br />

de condições locais adequadas, razão por­<br />

que aqui no Brasil temos três leites: A, B e<br />

C, enql!anto que nos demais países so­<br />

mente há um leite. Em muitos países nem<br />

existe um plural para leite ... (1 )<br />

11 - Apesar das inegáveis vantagens<br />

da embalagem descartável também para o<br />

leite a ser adquirido pelo consumidor, es­<br />

pecialmente na Europa, não só se mantém<br />

a garrafa de vidro (na Inglaterra, por exem­<br />

plo), mas também se nota a volta da ven­<br />

da a granel ao consumidor que traz a sua<br />

embalagem particular (também garrafas,<br />

etc.). Os dispositivos para a distribuição<br />

de leite por este sistema são cada vez mais<br />

sofisticados, notadamente em virtude das<br />

eXigências das autoridades competentes.<br />

Assim, nos varejos, ficam instalados con­<br />

juntos em aço inoxidável, providos de ins­<br />

talações frigoríficas que mantêm o. leite<br />

em 4°C, protegido de qualquer possibili­<br />

dade de contaminações. Se o vasilhame do<br />

consumidor e os cui'dados do mesmo no<br />

transporte também são tão cuidadosos,<br />

evidentemente ficam aos cuidados dele<br />

mesmo. Os dispositivos de enchimento no<br />

varejo são higiênicos, como também os<br />

cuidados com o tanque do leite. Do ponto<br />

de vista teórico tudo, parece, pois, exce­<br />

lente, tal como aqui no Rio de Janeiro e<br />

alhures ha 50 anos, quando tínhamos as<br />

"vacas leiteiras", latões isotérmicos para<br />

venda de leite com torneira medidora e<br />

outras "cositas" mais. Nunca nos pareceu<br />

que a economia na embalagem era mesmo<br />

compensada pela economia na higiene.<br />

Em todo o caso é curioso notar estas on­<br />

das de tradicionalismo e de economia mal<br />

digitalizado por<br />

dirigida. As vezes há surtos de saudosis­<br />

mo que lembram as garrafas e até as vacas<br />

dos estábulos até urbanos. A arte, sem<br />

dúvida, merece a nossa saudade, mas a<br />

economia ... , assim, lembra a porcaria.<br />

12 - É bem conhecida a transformação<br />

no consumo de queijo na República Fede­<br />

ral da Alemanha. Enquanto, por exemplo,<br />

em 1960 o consumo médio por habitante<br />

era de 4,5 kg de queijo de coalho e de<br />

2,5 kg de queijos frescais, já em 1981 estas<br />

cifras tinham passado para, respectiva­<br />

mente, 7,9 kg e 6,2 kg. É notável o au­<br />

mento no consumo de queijos frescais.<br />

Continua a preferência pelos queijos Em­<br />

mental, Camembert e Edam. Há, contudo,<br />

uma série de novos tipos os quais, por­<br />

tanto, não reduziram o consumo tradicional<br />

dos tipos mencionados, mas serviram<br />

para contribuir para o aumento do consu­<br />

mo geral. Também a variação na forma de<br />

consumo, contribuiu muito para á seu au­<br />

mento, tais como o uso do queijo em<br />

molhos, saladas, sufflés, etc.(2)<br />

13 - Pesquisas internacionais, nota­<br />

damente aquelas realizadas ou promovi­<br />

das pela FAO e WHO, mostram tremenda<br />

situação da sub e má-nutrição em inú­<br />

meros países do assim chamado Terceiro<br />

Mundo. Simultaneamente elas chamam<br />

atenção'para a correlação entre a insufici­<br />

ência alimentar e as condições de saúde,<br />

inclusive redução no crescimento e capacidade<br />

produtiva do indivíduo. Justamente<br />

nas proteínas é que se encontra o maior<br />

balanço negativo. O fato do consumo ser<br />

mais de 80% vegetal, conduz a outros sé­<br />

rios problemas.<br />

As proteínas do leite comparadas com<br />

outras fontes protéicas, fornecem a maior<br />

contribuição de aminoácidos essenciais;<br />

1/2 litro de leite de vaca é o suficiente para<br />

a alimentação de um ser humano adulto,<br />

embora seja necessário um litro para tam­<br />

bém satisfazer a necessidade em metioni­<br />

na. A insuficiência de Iisina, proporciona­<br />

da pelos grãos, será, pois, complementa­<br />

da fartamente com pequeno volume de<br />

leite, resolvendo este sério aspecto da in­<br />

suficiência alimentar nos citados países.<br />

Em resumo, não oferece dúvida alguma<br />

que a solução reside no abastecimento<br />

adequado de leite, seja líquido de produ­<br />

ção própria, ou desidratado, importado ou<br />

não.(2)<br />

14 - Em Cork, capital da República da<br />

Irlanda do Sul, já se encontra em funcio­<br />

namento, há pouco mais de um ano, numa<br />

fábrica de leite em pó, uma instalação para<br />

a produção de álcool potável, fino, ex­<br />

arvoredoleite.org<br />

traído de :soro de queijo. A sua capacidade


Pág. 78 Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCT<br />

por dia de 24 horas é de 546:.000 Iitos.<br />

Este álcool se destina á produçao de gm e<br />

vodca. Sem dúvida ainda luta com uma<br />

série de problemas, sobressaindo O· da<br />

disposição das águas residuais, . cu!o vo!u­<br />

me diário, como se pode deduzir, e mUito<br />

grande. Contudo, com o aperfeiçoamento<br />

da técnica da ultra e hiperfiltração, espe­<br />

ra-se vencer também estes óbices em pra­<br />

zo aceitável.(2)<br />

15 Como se não bastassem os 400<br />

(ou mais) queijos lá existentes em todo o<br />

mundo. ·a Inglaterra, após 200 anos, resolveu<br />

lançar em grande estilo um queijo de<br />

pasta mole e com mofo nobre, uma espécie<br />

de "Camembert" com o nome de<br />

"L YMESWOLO". A sua preparação e lançamento<br />

no mercado inglês, depois, no<br />

europeu. consumiu nada menos de três<br />

anos e um custo.de três milhões de libras<br />

esterlinas ou sejam cerca de Cr$<br />

2.400.000.000.00! Este é o custo da fábrica<br />

em Somerset. Outros cinco milhões de<br />

libras esterlinas (Cr$ 4 bilhões) serão empregados<br />

na promoção e marketing.(2)<br />

16 -Um sistema de determinação simultânea<br />

de temperatura e umidade em<br />

diversos pontos de uma câmara frigorífica,<br />

permite constatar as condições da mesma.<br />

São pesquisadas três câmaras climatizadas<br />

para estocagem e cura de queijos no<br />

sentido de se obterem recomendações para<br />

condições mais efetivas para estas finalidades.(2)<br />

17 - Um conjunto pneumático para<br />

ordenha no campo. aonde não houver energia<br />

elétrica disponivel. é a última novidade.<br />

O manejo é simples e fácil. Havendo<br />

necessidade de bombear o leite para um<br />

depósito de refrigeração ou de transporte.<br />

uma bomba simples e de fácil manejo<br />

permite este serviço com rapidez. A limpeza<br />

é fácil. não havendo perigo de contaminação<br />

em nenhum componente.(2)<br />

18 - A manteiga é mesmo a melhor!<br />

Isso até os · margarineiros sabem muito<br />

bem. pois. na Alemanha (R.F.). aliás em<br />

Berlim. uma nova marca de margarina acaba<br />

de ser lançada em caminhos que somente<br />

podem ser considerados. como<br />

amanteigafos. Não vamos indicar a marca.<br />

mas podemos informá-Ia verbalmente. Co­<br />

meça com a embalagem que é igual a da<br />

manteiga. Na promoção se usam "slogans"<br />

e termos que lembram as reais qua­<br />

. lidades da manteiga. Por exemplo; "Este<br />

paladar resiste a qualquer comparação".<br />

Ora, isso só se pode atribuir à uma manteiga.<br />

Até aqueles pacotinhos de 20g que<br />

encontramos nos aviões, trens e outros<br />

lugares, ·estão imitando exatamente as<br />

usadas pela manteiga até mesmo aqui no<br />

Brasil.(2)<br />

19 - 12 projetos de melhoria estrutural<br />

da manipulação do leite na Alemanha<br />

(R.F.) foram fomentados pelo Fundo Agrário<br />

Europeu Setor Execução.· Em fins de<br />

1982 foram autorizados investimentos no<br />

total de OM 9,9 milhões (Cr$ 1.600 milhões).<br />

O valor total dos 12 projetos importa<br />

em OM 49 milhões (Cr$ 8.500 milhões).<br />

Em todos os projetos se trata de<br />

queijarias.(2)<br />

20 - O julgamento de qualidade e respectiva<br />

concessão de prêmios, na Alema­<br />

nha (R.F.) é realizado pela OIG (Oeutsche<br />

Landwirtschafts Gesellschaft) ou seja a<br />

Sociedade Alemã de Agricultura. Em recente<br />

certame ao qual concorreram 17 indústrias<br />

de lacticínios, previamente selecionadas,<br />

bem como os respectivos fabri<br />

cantes de embalagens, com 42 embalagens<br />

diversas, foram premiados 15 com<br />

"excelente" - 16 com "bom" e 9 sem designação.<br />

O prêmio inclui tanto o produto,<br />

como a embalagem. No julgamento são<br />

considerados a apresentação, o estado no·'<br />

varejo, a forma e facilidade de abertura, a<br />

atratividade, a colóração, a apresentação<br />

gráfica. O time dos jUlgadores se compõem<br />

de autoridades na matéria, tais como<br />

gráficos, "designers", tecnólogos em<br />

embalagem, técnicos em lacticínios e ju­<br />

ristas.(2)<br />

21 - Um cidadão inglês, técnico em<br />

lacticínios. vinha colecionando há mais de<br />

40 anos tudo quanto se usou e usa na<br />

distribuição de leite, desde fins do séCUlO<br />

passado. incluindo meios de transporte,<br />

vasilhame. utensílios. fechos, etc. Uma<br />

associação de classe dos lacticínios, resolveu<br />

instalar este material num museu,<br />

adredemente organizado para este fim, entregando-o<br />

ao homem que teve esta notá­<br />

vel idéia. Existem iniciativas semelhantes<br />

em outros países. como já temos relatado.<br />

Trata-se de uma idéia interessante e digna<br />

de ser imitada.(3)<br />

22 - O popular "pub", tradicional bar<br />

no qual os inglêses se encontram para um<br />

bom bate-papo e refrigério de suas gar­<br />

gantas. acaba .de aderir à promoção do<br />

"beba mais leite". Calculado um consumo<br />

semanal de 80 litros por estabelecimento,<br />

após experiências com dispositivos ade­<br />

quados para encher o leite em copos des­<br />

cartáveis, foram instalados em · mais de<br />

1.000 "pubs" em todo o pais, tais varejos<br />

com perfeito êxito, notadamente no verão.<br />

Uma das inaugurações foi prestigiada pelo<br />

próprio Ministro da Agricultura, conforme<br />

ampla divulgação.(3)<br />

.<br />

Revista do ILCT Setembro/Outubro de 1984 Pág. 79<br />

23 - O leite é uma substância única,<br />

quanto à sua composição nutricional, já<br />

que é um alimento quase completo. De<br />

fato o leite é a única substância elaborada<br />

pela natureza para o seu uso como<br />

alimento. Todas as outras substâncias<br />

possuem uma função primária biológica,<br />

seja para manter o crescimento ou para a<br />

sobrevivência ou para a proliferação. A<br />

singularidade do leite não é, entretanto,<br />

relacionada apenas à sua finalidade nutricional.<br />

O leite também contém uma quantidade<br />

de componentes bactericidas. O<br />

maior interesse nesses componentes tem<br />

sido focalizado nas imunoglobulinas as<br />

quais representam um papel vital no sistema<br />

de imuno-defesa nos mamíferos que<br />

não possuem uma transferência placental<br />

de imunoglobulinas. Em adição às imunoglobulinas,<br />

o leite também possui um número<br />

não especificado de agentes antimicrobianos<br />

que consquistaram. crescente<br />

interesse nos últimos anos. Um deles é o<br />

sistema de lactoperoxidase da tiocinato­<br />

-hidrogeno-peroxidase. (LPS). Este sistema<br />

não somente se encontra presente no<br />

leite, mas também na saliva aonde se<br />

admite ele seja um importante componente<br />

da defesa da mucosa. Um crescente<br />

conhecimento do mecanismo básico desse<br />

sistema, resuftou do estudo do uso da<br />

LPS para o retardamento do crescimento<br />

bacteriano no leite cru. Uma importante<br />

publicação sumariza os conhecimentos<br />

atuais do mecanismo básico deste sistema<br />

e o seu uso prático na conservação do<br />

leite. Atenção especial é dada para a sua<br />

aplicação em países em desenvolvimento<br />

ou em qualquer parte aonde o resfriamento<br />

do leite cru não seja possível durante a<br />

coleta e estocagem. O método do LPS<br />

oferece melhores condições do que o uso<br />

da peroxidase e outros processos de alta<br />

concentração. O seu efeito anti-bacteriano<br />

é muito mais efetivo. É de fácil uso e oferece<br />

as melhores possibilidade para evitar<br />

quaisquer abusos.<br />

.<br />

Apesar de intransigentes defensores da<br />

pureza do leite, atrevemo-nos em fazer a<br />

presente comunicação. Não se trata de<br />

defesa do atual e abusivamente praticado<br />

emprego da peroxidase química ou seja da<br />

água oxigenada simplesmente.(4)<br />

24 - Analisando o mercado lácteo<br />

norte-americano, constata-se que o leite<br />

fluido, especialmente o integral, se encontra<br />

em constante declínio. Melhoria se espera<br />

no mercado de queijo e iogurte, cuja<br />

tendência é de crescimento. "Ice cream" e<br />

produtos lácteos congeados se mantêm,<br />

digitalizado por<br />

acompanhando contudo o crescimento populacional.(5)<br />

25 - Fertilizar as terras deve ser um<br />

imperativo para todo e qualquer agricultor<br />

ou pecuarista. É uma exigência inevitável<br />

se se quizer obter bons resultados e rendimentos<br />

nas pastagens, plantações, etc.,<br />

declara um agrônomo do Uruguai. Lá uma<br />

granja com 40 vacas leiteiras produz 110<br />

toneladas de excremento animal que contém<br />

apreciáveis quantidades de fÓljforo,<br />

nitrogênio e potássio, equivalentes à<br />

1.150 kg de superfosfato, 1.200 kg de uréia<br />

e 930 kg de cloreto de potássio.<br />

O valor equivalente em cruzeiros não<br />

deixa de ser apreciável e, certamente, poderosa<br />

contribuição para a redução dos<br />

custos da granja.(6)<br />

26 - No primeiro semestre de 1982 a<br />

Argentina exportou para 22 países:<br />

3.532 t queijos<br />

926 t manteiga<br />

9.541 t leite em pó<br />

1.304 t caseína<br />

30 t doce de leite<br />

120 t leite condensado(7)<br />

27 - Ultrafiltração é um processo de<br />

filtração de membrana que pode ser empregado<br />

na indústria de lacticínios para<br />

concentrar e extrair sólidos do leite e do<br />

sôró. Neste processo as proteínas do sôro<br />

são concentradas com um simultâneo aumento<br />

da porcentagem de lactose. As pro-<br />

" teínas concentradas do sôro podem então<br />

ser desidratadas e usadas como ingrediente<br />

ou aditivo funcional em produtos alimentares<br />

animais e/ou humanos, inclusive<br />

em misturas de alimentos concentrados,<br />

ice-cream. rão e cereais. A incorporação<br />

de sólido', do sôro em produtos<br />

lácteos existenles é de particular vantagem<br />

para a inch'í'stria de lácticínios, incrementando<br />

o seu rendimento, como no uso<br />

de leite ultrafiltrado na fabricação de queijos<br />

e na redução dos excedentes de sôro.<br />

Os empregos locais dos sólidos do sôro,<br />

também podem atender, de certa maneira,<br />

ao decréscimo geral na produção de leite<br />

na indústria, estendendo o volume do leite<br />

disponível para a industrialização. A finalidade<br />

primária de um projeto foi, no caso<br />

em discussão, a incorporação do concentrado<br />

de sôro de queijo Cheddar (CWPC)<br />

em iogurte, substituindo, assim, os sólijos<br />

do leite denatado por sólidos do sôro e<br />

evitando o custo da desidratação do concentrado<br />

da proteína do sôro de queijo. No<br />

mesmo trabalho são examinados os efeitos<br />

sobre o CWPC do desenvolvimento e<br />

da produção de ácido pelo S. thermophilus<br />

arvoredoleite.org


Pág . 80 Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCT<br />

, TS2 e L. helveticus LB1 em leite desnata­<br />

do.(8)<br />

. 28 - Num excelente artigo o fabricante<br />

de aparelhos de controle FAXHOLM expõ . e<br />

a origem e o desenvolvimento do pasteurl­<br />

zador de placas e a sua suprema influên­<br />

cia' sobre a pasteurização do leite (e de<br />

outros liquidos alimentares). É um artigo<br />

longo e muito bem fundamentado que pretendemos<br />

oferecer aos leitores do "Bole­<br />

tim do Leite" em próxima edição. Constam<br />

'desse artigo informações sobre exigências<br />

em matéria de pasteurização em outros<br />

paises e relatando os resultados benéficos .<br />

obtidos. Torna-se, assim, este trabalho de<br />

grande atualidade.(9)<br />

29 - Outro artigo de grande atualidade<br />

é de autoria do nosso confrade Robert<br />

Hansen, da Dinamarca, intitulado "Ao<br />

futuro com Um novo tipo de leite". Trata­<br />

-se do estudo e da apresentação do leite,<br />

evoluido numa combinação de pasteuriza­<br />

ção e estérilização. O resultado será um<br />

leite com o conhecido paladar natural do<br />

leite pasteurizado, mas enriquecido com<br />

as vantagens do já bem conhecido leite<br />

"longa vida". Aguardem também este sensacional<br />

trabalho em próxima publicação<br />

do "Boletim do Leite".(9)<br />

30 -'- Em Seleções passadas tínhamos<br />

o costume de finalizar com o último nú­<br />

mero, isto é o presente 30, com alguma<br />

comunicação mais ou menos humorística,<br />

(Conciusão da pág. 74)<br />

industrial ,Iaticinista, financíamento . da<br />

compra da matéria-prima, com o restabelecimento<br />

da NPR, e a criação de infra-estrutura<br />

para exportar excedentes de , derivados.<br />

Caberia até mesmo o estudo do subsídio<br />

para leite e derivados, a médio prazo,<br />

restando, como etapa final, a liberação . de<br />

preços·.<br />

x - CONCLUSÃO<br />

Sei quanto é .difícil e penosa a lida<br />

diária do produtor de leite, que se vem<br />

a fim de suavisar as pesadas comunicações<br />

técnico-econômicas anteriores. 29<br />

afinal de contas! Não vamos fazer exatamente<br />

isso desta vez, m'as, transcrever<br />

algumas considerações do nosso confrade '<br />

Alceu Feijó no "Jornal NH". de Novo Hamburgo<br />

(RS) a respeito da recente tão inoportuna,<br />

quão desacertada, campanha<br />

contra o leite de consumo, infelizmente,<br />

ainda na memória de todos os presentes.<br />

Depois de historiar com muita realidade a<br />

produção e o tratamento do leite até o seu<br />

consumo, rebate cQm muito humor e mesmo<br />

irreverência as injustas acusações levantadas,<br />

repelindo a possível presença de<br />

"germes fecais" e perguntando, finalmente,<br />

com o título de seu artigo, "por onde<br />

entrou o cócô" ... (10)<br />

REFERÊNCIAS<br />

1) Deutsche Milchwirtschaft.<br />

2) Deutsche Molkerei Zeitung.<br />

3) Milk Industry.<br />

4) Kieler Milchwirtschaftliche Forschungsberichte.<br />

5) Dairy Field.<br />

6) Revista "CONAPROLE".<br />

7) La Ind ustria Lechera.<br />

8) The Austral ian Journal of Dairy Tech-<br />

-<br />

nology.<br />

9) North European Dairy Journal.<br />

10) Jornal NH.<br />

descapitalizando desde a constituição da<br />

primeira C.E.L., Comissão Executiva , do<br />

Leite, na década de 40 e o início da intervenção<br />

estatal no setor leiteiro. Sei das<br />

agruras do consumidor que, a cada dia, se<br />

obriga a reduzir o consumo de alimentos<br />

importantes, como leite e derivados. Mantenho<br />

viva, no entanto, a esperança de<br />

que, um dia; algúem que detenha parcela<br />

de poder consiga imprimir ao setor uma<br />

política justa que reconheça o mérito social<br />

da produção de leite e derivados e que<br />

tenha, como Objetivo, melhorar a qualidade<br />

de alimentação e saúde do povo brasileiro.<br />

desnatadeira MSB 130 da<br />

estfalia Separator éfabricada com<br />

.l mais moderna tecnologia do<br />

mundo. O que faz dela a mais<br />

avançada do Brasil. Por isso esta<br />

'desnatadeira vale por duas.<br />

• Sistema "softstream": proporciona<br />

, :0 mais alto grau de desnate<br />

• Não tem gaxetas nem selos<br />

mecânicos no tambor<br />

WESrfA1JA<br />

SEPARATOR<br />

digitalizado por<br />

• Acoplamento hidráulico Voith<br />

• Motor elétrico comum<br />

e Limpeza CIP, que dispensa<br />

desmontagem e montagem diária<br />

• Totalmente revestida em aço<br />

inoxidável.<br />

Se você quiser saber mais sobre a<br />

eficiência da desnatadeira<br />

MSB 130, é só procurar a Westfalia<br />

Separator .<br />

arvoredoleite.org

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!