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ILCT é uma publicação técnico-científica criada em 1946, originalmente com o nome FELCTIANO. Em setembro de 1958, o seu<br />
nome foi alterado para o atual.<br />
Este exemplar sobreviveu e é um dos nossos portais para o passado, o que representa uma riqueza de história, cultura e<br />
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arvoredoleite.org
REVISTA DO JNSTITUTO DE LATiCíNIOS<br />
CANDIDO TOSTES<br />
DAIRY MAGAZIE PUBLlSHED BIMONTHLY BY THE DAIRY<br />
INSTITUTE CANDIDO TOSTES<br />
fNDICE CONTENT<br />
1. Qualidade microbiológica do leite cr ,u obtido por meio da ordenha manual e mecânica,<br />
na fonte de produção. MicrobiQlogical Quality of Raw Milk Obtained by Manual<br />
and Mechanical Milking at Productió n Place. Costa, L.C.G.; Carvalho, E.P. de &<br />
Carvalho, A.S. da ............. '. 3<br />
2. Prevalência de antibióticos no leite pasteurizado Tipo B e Especial, 3,2% de gordura<br />
consumidos em Belo Horizonte, 1982-83. Prevalence of Antibiotic Residues in<br />
Pasteurize Mi Type B and 3,2% Fat Special, Marketed in Belo Horizonte, Brazil,<br />
1-982-83'. Silva, T.J\P. da & Sena, M.C. de .................•.....•••••.. , .. . .. . 7<br />
3. Métodos de amostragem para avaliação da limpeza e sanificação. Methods of Sam<br />
pling for Cleaning al'ICt,S<br />
4. Métodos atuais 'e modernos para análise Cio leite €i derivados. Modem Methods for<br />
'M<br />
5-. Métodos analíticos atuais na detecção de toxinas microbianas nos alimentos. Mo<br />
dern Analytical Methods for Microb iological Toxin Detection in Foods . Santos, E.C.<br />
dos ............••................•................•...••• , .......•.•.•.... 23<br />
6. Qualidade do leite pasteurizado. Quality of Pasteu rized Milk. Oliveira, J .S. de &<br />
Borges, S.F . . .. . . • . . • . . • . • . . . . . . . • , ........•....•..........•........... : . .. 29<br />
7. Formação de sabor amargo em queijos. The Formation of Bittemess in Cheese. Furtado,<br />
M.M . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . . . 35<br />
8. Tecnologia de fabricação do queijo gorgonzola no Brasil. Gorgonzola Cheese Ma<br />
nufacturing in Brazil. Lourenço, J.P. de M .. : ........•...•.•.• : ...•....•....... 43<br />
9. Aflatoxinas no leite. Aflatoxins in Milk. Sabino, M ........ " ....•......••....... 47<br />
10. Queijos artificiais. Cheese Ana logs. Oliveira, C.S. de ........... . . . . . . . . . . . . . . • 49<br />
11. Parâmetros para a fabricação de queijo minas frescal por meio de ultrafiltração. ,Parameters<br />
for minas frescal cheesemaking by ultrafiltration. Vieira, S.D.A.; Goudebranche'Henry;<br />
Dycruet, P. & Maubois, J.L. ...••...•.......................•... 53<br />
12. Queijo prato - Comparação de fabricação usando leite pasteurizado por sistema de<br />
placas e ejetor de vapor (Nota Prévia). Prato .C<br />
Cheese Making Trials Using HTST Pasteurised and Ejector Heat Treated Milk. '<br />
Ventura, R.F.; Furtado, M.M.; Wolfschoon-Pombo, A.F.; Lourenço, J.P. de M. &<br />
Lima, A . . • . • • . . • . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . . • . • • . . • . . . . . . . . , . . . . • . . . . . . . . . . • . • • , 59<br />
13. Subsídios' para o plano nacional do leite. Propositions for th e Milk National Pro-<br />
gramo Melo, I.J. de .... : .........•......................•......••.•. :! ........ 71<br />
14. Seleções laticinistas mundiais - Série 111. World Dairy News - 33d Serie. Frénsel,<br />
O ....................................................•......•..•...•........<br />
Rev. Inst. Cândido Tostes - Juiz de Fora - Vol. 39 - 1-80 - N. o 235 ....:. Set./O ut. 1984<br />
EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÀRIA DE MINAS GERAIS<br />
Centro de Pesq uisà' e Ensino'<br />
"Instituto de Laticínios Cândido Tostes"<br />
Revista Bimestral<br />
Assinatura anual: Cr$ 5.ÓOO,00<br />
Endereço: Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes<br />
Tel.: 212-2655 - DDD - 032<br />
i Endereço Telegráfico: ESTELAT<br />
Cx. Postal 183 - 36100 Juiz de Fora - Minas Gerais - Brasil<br />
.<br />
Com p osto e im p resso em oH.set p el Esdeva Em p resa Gráfica Ltôa . . CGC 17 .153.081/0001'62 • R. Halfeld,1179 . J. Fora "'"G<br />
digitalizado por<br />
arvoredoleite.org<br />
.
Pág . 2 Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCr<br />
EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GERAIS<br />
- EPAMIG -<br />
DIRETORI/>. EXECUTIVA<br />
Presidente<br />
Miguel José Afonso Neto<br />
Diretor de Operações Técnicas<br />
Alberto Duque Portugal<br />
Diretor de Administração e Finanças .<br />
Asdrubal Teixeira de Souza<br />
ÓRGÃOS COLEGIADOS<br />
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO - COA0<br />
EFETIVOS Dalton . Collares de Araújo Moreira<br />
Arnaldo Rosa Prata<br />
Miguel José Afonso Neto<br />
Afrânio de Avellar Marques Ferreira<br />
Mário Ramos Vilela<br />
Geraldo Gonçalves Carneiro<br />
Egladson João Campos<br />
Jonas Carlos Campos Pereira<br />
Emílio Elias Mouchereck Filho<br />
Paulo Piau Nogueira<br />
SUPLENTES<br />
Laura de Sanctis Viana<br />
Antônio Stocker Barbosa<br />
Maria Inês Leão<br />
Alan F. Wolfschoon-Pombo<br />
Alberto Valentim Munck<br />
Edson Clemente dos Santos<br />
José Jésus de Abreu<br />
Francisco Rafael Ottono Teatini<br />
Mário José Fernandes<br />
Roberto Abramo<br />
CONSELHO FISCAL<br />
EFETIVOS<br />
Emane Ferreira Villela<br />
Jairo Ronan da Silva<br />
Ewaldo Damas da Costa<br />
SUPLENTES<br />
Mário Gomes Carneiro<br />
Ernani Torres Cordeiro<br />
He.loísio Ângelo [)ominitini<br />
Che fe do CEPE/ILCT<br />
Geraldo Gomes Pimenta<br />
Chefe Adjunto do CEPE/IL CT<br />
Edson Clemente dos Santos<br />
Encarregado da Área de Divulgação<br />
Hobbes Albuquerque<br />
COMISSÃO DE REDAÇ ÃO<br />
Múcio Mansur Furtado<br />
Otacílio Lqpes V'1lrgas<br />
Ronaldo Figueiredo Ventura<br />
Hobbes Albuqu,erque Sérgio Casadini Villela<br />
José Mauro de Moraes<br />
Valter Esteves Júnior<br />
EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GERAIS<br />
- EPAMIG -<br />
Re<br />
.<br />
vista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes", n. 1 - 1946 -<br />
JUIZ de Fora, Instituto de Laticínios "Cândido Tostes" , 1946.<br />
v. ilust. 23 em ·<br />
n. 1-19 (1946-48), 27 em, com o nome de Felctiano, n. 20QS (1948-57)<br />
23 em. com o nome de Felctiano.<br />
A partir de setembro 1958, com o nome de Revista do Instituto de<br />
Laticínios "Cândido Tostes".<br />
1. Zootecnia - Brasil - Periódlcos •• 2. Laticínios - Brasil - Periódi<br />
cos.<br />
Empresa de Pesquisa Agropec"uária de Minas Gerais, Juiz de Fóra, MG, ed.<br />
o<br />
.<br />
CDU 636/637(81 )(05)<br />
.<br />
Revista do ILCT 39(235): 3-6 (1984)<br />
QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DO LEITE<br />
CRU OBTIDO POR MEIO DA ORDENHA<br />
MAN UAL E MECÂN ICA, NA FONTE DE<br />
PRODUÇÃO*<br />
Microbiological Quality of Raw Milk Obtained by. Manual<br />
manual.<br />
and Mechanical Milking at Production Plac<br />
Luiz Carlos Gonçalves Costa··<br />
Eliana Pinheiro de Carvalho··<br />
Augusto Silva de Carvalho···<br />
RESU MO - No presente trabalho verificou-se a carga bacteriana do leite bem<br />
como o seu índice de sujidade, obtido em condições de ordenha mànual e<br />
mecânica, na fonte de produção. Os leites obtidos, tanto pela ordenha manual<br />
como pela mecânica, apresentaram contagens elevadas de microrganismos,<br />
principalmente coliformes. As ordenhas manual e mecânica não se diferencia<br />
ram significativamente quanto ao fndice de sujidade do leite. O leite obtido por<br />
ordenha mecânica apresentou valor médio de contagem de microrganismós<br />
coliformes ligeiramente mais elevado do que o obtido por ordenha manual;<br />
Termos para indexixação: Qualidade mícrobiológica do leite cru, ordenha mecânica, ordnhà<br />
ABSTRACT- The present work verified bacteriological contamination.of milk as well as its<br />
impurities index ovtained on manual and mechanical milking at production place.<br />
T:1e milks from manual and mechanical milking presented elevÇlted index of contamination,<br />
mainly coliforms.<br />
80th milk types did not differentiate significantly in relation to impurities indexo<br />
The milk obtained from mechanical milking presented an average coliform contamination<br />
slowly higher than marlUal milking.<br />
Index terms: Raw milk microbiological quality, mechanical milking, manual milking.<br />
1. INTRODUÇÃO<br />
A limpeza efetiva dós recipientes utensílios<br />
e equipamentos usados na ordenha,<br />
o estado sanitário do rebanho e da água<br />
usada na limpeza, conjuntamente com a<br />
limpeza cuidadosa do local e a higiene do<br />
pessoal, são todos fatores de grande importância<br />
para a qualidade do leite.<br />
HUHN et alii (1 0) afirmam que a qualidade<br />
e durabilidade de um produto dependem,<br />
em grande parte, da qualidade da<br />
matéria-prima usada na sué) fabricação.<br />
Segundo os mesmos. autores é pratica<br />
mente impossível melhorar as proprieda<br />
des de um produto derivado, se o número<br />
de microrganismos inicialmente presente<br />
no leite "in natura" é elevado.<br />
BALLARIN (3), define a higiene. do lei<br />
te, como sendo. a sua obtenção mais efi<br />
ciente possível, conservando-o e. transpor<br />
tando-o satisfatoriamente para assegurar<br />
um alimento sadio e higiênico.<br />
A má qualidade do leite cru, reduz o<br />
tempo de vida útil do produto pasteurizado<br />
e dificulta a padronização de produtos<br />
derivados de alta qualidade.<br />
• ;Trabalho apresentado à 39.· Semana do laticlnista -Julho/1983.<br />
•• iProfessores do Depto. de Ciência dos Alimentos da ESAL. C.P. 37 -37.200 -lavras, MG.<br />
••• Professor da Escola de Veterinària da Universidade Federal de Goiàs.<br />
digitalizado por<br />
arvoredoleite.org
1<br />
,<br />
Pág. 4 Setembro/Outubro de 1984 Re vista do IL CT<br />
ABELE (1 ) afirma que as causas de<br />
contaminação do leite pasteurizado são de<br />
várias origens, entretanto muito freqüente<br />
e geralmente ignorada é a presença de uma<br />
grande população de coliformes no leite<br />
cru, cuja destruição através de pasteurização<br />
eficaz, é {:le 99,5%, e ainda permite a<br />
sobrevivência de um número de microrganismos<br />
suficientemente grande para dar<br />
resultado positivo no ensaio. ,<br />
0000 & NEAVE (6), FLORES (7), HOY<br />
LE (9), OLlVER et alii, (12), RANDOLPH<br />
(13), WAITE & SMITH (17), preocupados<br />
com as infecções do úbere da vaca " atribuiram<br />
como causa principal, a falta de<br />
manejo adequado e sobretudo a má higiene<br />
da ordenha, incluindo-se a inadequada<br />
higienização das ordenhadoras mecânicas.<br />
CLAIDON (5), estudando os fatores<br />
que influenciam na condição sanitária das<br />
ordenhadoras mecânicas, mencionou a<br />
importância do estado fisico adequado das<br />
tubulações de borracha e conecção destas<br />
máquinas. Desgastes nas . superfícies fprmam<br />
focos de microrganismos,)nating;'"<br />
veis pelos sanitizantes. ,<br />
THIEL et alii (15) e MAGNUS (11 ) citam<br />
a eficiência da imersão de todas as peças<br />
da ordenhadora em solução bactericida<br />
após a convencional higienização e, que a<br />
imersão deve ser por espaço de tempo adequado.<br />
Os mesmos autores afirmam que o<br />
material poderá ficar em imersão nos intervalos<br />
das ordenhas em uma solução não<br />
corrosiva.<br />
Face ao exposto, e considerando a necessidade<br />
de se obter um produto final de<br />
boa qualidade, o presente trabalho teve<br />
como objetivo verificar a carga bacteriana<br />
do leite e o seu indice de sujidade obtidp<br />
em condição de orden/lamanual e mecâ"<br />
nica, na fonte de produção.<br />
2 . . MATERIAL E MÉTODO:<br />
O trabalho foi realizado no município<br />
de Lavras, situado na regiãô " Sul do Estado<br />
de Minas Gerais. '<br />
Para 'determinar a qualidade higiênica<br />
do leite obtido sob condição de ordenha<br />
manual e mecânica, procedeu-se um I<br />
vantamento de todas as propriedades pro<br />
dutoras de leite no. município. de Lavras,<br />
num total de 230 propriedades, dentre elas<br />
foram sort,eadas ao acaso 69 produtores,<br />
12 dos quais possuiam ordenhadoras me<br />
cânicas. As amostras foram coletadas se<br />
manalmente, imediatamente após a. orde<br />
nha da manhã, no período entre 01 /10/77 a<br />
08/02/78. As coletas foram realizadas uti<br />
lizando-se frascos esterilizados que logo<br />
após eram acondicionados em caixa de<br />
isopor éontendo gelo triturado, e transpor<br />
tado para o laboratório de microbiologia<br />
do DCA da ESAL, em tempo não superior a<br />
uma hora após a ordenha.<br />
Foram realizados os seguintes exames<br />
bacteriológicos: contagem total de mesó<br />
filos e NMP (número mais provável) de<br />
coliformes; prova de lactofiltração através<br />
do filtro de "Minit', para determinar a<br />
sujidade do léite como indicador de higie<br />
ne.<br />
Para os exames bacteriológicos foram<br />
utilizadas as técnicas preconizadas pelo<br />
AMERICAN PUBLlC HEAL TH ASSOCIA<br />
TION - STANDARD METHODS FOR THE<br />
EXAMINATION OF DAIRY PRODUCTS (2)<br />
e para a prova de lactofiltração a técnica<br />
indicada pelo STANDARD METHODS OF<br />
MILK ANAL YSIS (14j.<br />
Foram feita's -a-naITses de variância e<br />
histograma, segundo GOMES (8).<br />
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO:<br />
Pelos resultados do Quadro 1, verifica<br />
-se contagem mais alta de coliformes na<br />
ordenha mecânica, o que não era. esperado.<br />
Por outro lado, vê-se que na ordenha<br />
manual a contagem de mesófilos foi<br />
maior. Observa-se que estes resultados<br />
médios, considerando as caracteristicas<br />
da amostragem, expressam uma contagem<br />
bastante elevada. Presume-se que este lei<br />
te ao ser transporta.do para a indústria,<br />
submetido aos fatores tempo e temperatu<br />
ra possa alcançar contagens muito eleva<br />
das. . ·· ····<br />
Os resultados eXlJressos no Quadro 1<br />
e Figura 1 evidenciam não haver diferen<br />
, ças significativas entredndices de sujidade<br />
do leite ordenhado por ordenha manual e<br />
mecânica.<br />
Observa-se assim, ao contrário do es<br />
perado, que a utilização ,da ordenhadora<br />
mecânica não melhorou significativamente<br />
o indice de sujidade do leite;.<br />
As.ordenhadoras mecânicas; são re<br />
cursos tecnológicos eficientes na obten-.<br />
ção de um leite higiênico, todavia, deman<br />
damo cuidados especiais deJimpeza e sani<br />
tização, pouco assimilado pelo homem do<br />
campo.<br />
s firmas encarregadàs da fabricação<br />
das ordenhadoras, distribuiem instruções<br />
e se preoóúpam com a higiene das máqui:- '<br />
nas. Entretanto; segundo CLAIDON (5) há<br />
detalhes importantes, que passam desper<br />
cebidos por aqueles que, manuseiam as<br />
instalações da ordenhadora. Cita () mesmó,<br />
autor, que as condições físicas das super:-<br />
Re vista do ILCT Se tembro/Outubro. de 1984 P á g. 5<br />
fícies das tubulações de borracha podem apresentaram contagens elevadas de mi-<br />
armazenar resíduos de leite nas ranhuras, crorganismos, principalmente de colifor-<br />
com formação de foco,s microbianos ina- mes.<br />
QUADRO 1 - Re sultados médios do índice de sujidade e dos exames bacte riológicos de<br />
Orde nha<br />
Mecânica<br />
Manual<br />
C.V. (%) 15,28<br />
me sófilos e NMP de coliforme s, em condições de orde nha me cânica e ma<br />
nual, no município de Lavras, de outubro de '1977 a fe ve reiro de 1978.<br />
indice de<br />
sujidade<br />
mg/I<br />
0,28<br />
0,30<br />
Me sófilos<br />
por ml<br />
5,5.101<br />
8,3.10<br />
NMP de Coliformes<br />
por.ml<br />
4<br />
6,1.10 "4<br />
5,8.10 "<br />
tingiveis pelos sanitizantes. A presença de bactérias coliformes po-<br />
Pelos resultados expressos no Quadro de ser considerada como indicadora de<br />
1 comparados com os obtidos por BAR- qualidade do leite.<br />
B ' OSA (4) o qual encontrou 323.000 m . i- - VIEIRA (1 6) cita que os organismos<br />
crorganismos por ml de leit, sem o . s CUI- coliformes prevalecem no esterco do' gado<br />
dados higiênicos e 2.000 mlcrorImos leiteiro e outros animais de granja (tampor<br />
ml, com todos os cuidados hlglemcos, bém nas moscas), no solo {e portanto em<br />
podemos afirmar que ambas as ordenhas muitas fontes de agua) e nos vegetais e<br />
FIGURA 1 - Histograma re presentativo do índice médio de suidade o . le ite no município<br />
de Lavras, obtido através das orde nhas manual e me caOlca, de outubro de<br />
1977 a fe ve reiro de 1978.<br />
-'<br />
.... .<br />
'"<br />
E<br />
'"<br />
!:<br />
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-'<br />
o<br />
0.20<br />
OJO<br />
digitalizado por<br />
MA.NUAL MECÂNICA<br />
arvoredoleite.org<br />
'
Pág. 6 Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCT<br />
sementes, nas rações, forragens e poeiras<br />
, destas. Pode-se analogamente afirmar que<br />
o leite cru, indubitavelmente contaminar<br />
-se-á com bactérias cOliforms, em maior<br />
ou menor grau durante a ordenha.<br />
. .<br />
P0gem.?s evidenciar também a falta de<br />
hlglenlzaçao e sanitização da ordenhado<br />
ra ! como responsável por contaminação do<br />
leite. '<br />
T .<br />
mecanlcas quando nao forem cuidadosa<br />
mente hi . ginizadas . e sanitizadas, poderão<br />
se constl!Ulr em velculos de disseminação<br />
da mamltes. Segundo o mesmo autor a<br />
açao d . o . s bctericidas é eficaz, desde q'ue<br />
sa utlhzaçao seja prescrita com eficiên<br />
cia.<br />
Pelos resultados obtidos, pode-se afir<br />
mar que, na região do Município de Lavras<br />
o produtor não se sensibilizou com a efi<br />
ciênia higiênica da ordenhadora mecâni<br />
ca, VIS , tO que a sua principal preocupação<br />
pa!ece ser substituir apenas· o homem<br />
mao-de-obra especializada, pelo equipa:<br />
mento.<br />
4, CONCLUSÃO:<br />
Os leites obtidos, tanto pela ordenha<br />
manual como pela mecânica, apresenta<br />
ram contagens de microrganismos, princi<br />
palmente coliformes.<br />
. As odenhas manual e mecânica não se<br />
diferenCiam significativamente quanto ao<br />
índice de sujidade do leite.<br />
O leite obtido por ordenha mecânica<br />
aresento valor médio da contagem de<br />
microrganismos coliformes ligeiramente<br />
mais elevado do que a ordenha manual.<br />
ô. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
1. ABE . LE, C.A . .controle dos microrga<br />
Ismos cohformes. Revista do Ins<br />
tlt tO de Laticínios Cândido Tostes.<br />
JUIZ de Fora, 2(1 25):14-1 8 mar/abr<br />
1966.<br />
2. AMERICAN PUBLlC HEAL TH ASSO<br />
CI.A:TION. Standard for the Exami<br />
natlo of Dairy Products. 9a • ed<br />
Washington, p. 10-1 5 1948<br />
3. BALARIN, O. Notas sob;e a biquimi<br />
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12. RIO de Janeiro, 1947.<br />
4. BARBOSA, H.D.C. Higiene do leite na<br />
fonte de prdão. Revista do Insti<br />
tuo de Latlcmlos Cândido Tostes. '<br />
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de Fora, 13(79):16-22, jul/ago.<br />
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ondltlons of milk ma.chine teat-cup<br />
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U.S.A. "linois, Urbana . 36(4)'391-<br />
401 . April, 1953. ' .. .<br />
Inf ? ctlon In dry period. Journal of<br />
Dalry Research. U.S.A. California<br />
Davis, 23(2):204-21 0.'JUI;e. 1956. '<br />
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vi sta do Instituto de Laticínios Cân<br />
dido Tostes. Juiz de Fora, 26(156-<br />
157):12-1 4, nov.ldez. 1971,<br />
8. GOMS, F.P.Curso de Estatistica Ex<br />
penmental. 6. a ed. São Paulo, No<br />
bel, 1976. 430 p.<br />
9. HOYL . E, J.B. ODD;F.H. The detec<br />
tatlO!1 of clinicai mastitis with in-li<br />
ne fllters. Joumal of Dairy Rese<br />
arch. USA, California, Davis, 31 (1 ):<br />
133-1 38. February, 1970.<br />
10. HUHN, S.; HAJOENWURCEL, J.R.;<br />
MOR . AES, J.M.; VARGAS, ' O.L.<br />
Qualldade_[Tlicrobiológica do leite<br />
cru obtido;pbr meio de ordenha ma<br />
nual e mecânica e ao chegar à pla<br />
tf?r . ma. evista do Instituto de La<br />
tlcmlos Candido Tostes. Juiz de Fo<br />
ra, 35(209):3-8, maL /jun. 1980.<br />
11. MAGNUS, . M.P. Limpeza e sanitização<br />
d: .<br />
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PASTEURIZADO TIPO B E ESPECIAL 3,2°.4, DE<br />
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GORDURA CONSUMIDOS EM BELO<br />
, HORIZONTE', 1982-83 *<br />
Prevalence o, Antibiotic Residues in Pasteurized Milk, type<br />
HI . EL (15) cita
Pág. 8 Setembro/Outubro de 1984 Revista do Il CT<br />
Johannesburg (Atrica do Sul). FAGUNDES<br />
(1980) etú.d?u a prevalência de antibióti<br />
cos no le !te·t/po B e tipo C'consumidos em<br />
elo HOrizonte tendo encontrado prevalên<br />
clas de 5,49% e 1,25% respectivamente<br />
BARROS & . PECHES (1981) encontrara<br />
ma prevalencla de antibióticos no leite<br />
tIpO B e n: São Paulo de 15,04% nas análi<br />
ss do le/e dos produtores, de 21 ,25% no<br />
leIte esfrlado (?arro-tanque) e de 21 ,87%<br />
no leIte pasteurizado.<br />
Diversos métodos para detectar resí<br />
duo de antibiti?os no leite foram desen<br />
volvIdos nos ultlmos anos: FOSTE R &<br />
WOODRUFF (1943), SILVERMAN & KOSI<br />
KOWSKI (1952), NEAL & CALBERT (1955)<br />
ARRET & KIKSHBAUM (1959) KOSI <br />
K2WSKI & LEDFORD (1960), IGARASHI et<br />
alll (1961 ), MART at alii (1963), I.D.F.<br />
(197), y AN OS et alii (1975), HUHTANEN<br />
et alll (/977), KAUFMAN (1977), VILELA &<br />
SANTOS (1?2), MESSER et alii (1982) e<br />
outrs md/f/cados. Todavia, não foi con<br />
seg . udo amda um método completamente<br />
aceltavel que possa ser facilmente utiliza<br />
do nas condições de indústria no Brasil.<br />
O reente trabalho objetivou estudar a<br />
p evalenc/a de . resíduos antibióticos no<br />
leIte pasteurizado tipo B e Especial 3 2'%<br />
de Gordra consumidos em Belo Horiion<br />
te e avalla . r comparativamente a sensibili<br />
dad relatIva de quatro métodos para de<br />
tecçao de antibióticos no leite.<br />
Amostras de leite<br />
MATERIAL E Mé TODOS<br />
. Foram colhidos pacotes de 1 000 ml de<br />
leIte pasteurizado tipo B<br />
de<br />
e<br />
Gordura<br />
Espcial<br />
de<br />
3 2'%<br />
três marcas comerciais 'no; supermercados de Belo Horizonte ' num<br />
tot 1 de 96 e . 288, respectivamente. " A colheIta<br />
se realIzou durante 12 meses (abril!<br />
82 a março/83), sendo duas vezes por semana<br />
. . Os . pac ?te foram acondicionados<br />
em calx . a IsotermlCas e conduzidos para o<br />
I boratono d Departamento de TecnologIa<br />
. e Inspeçao de Produtos de Origem<br />
AnImaI da Escola de Veterinária da UFMG.<br />
Métodos<br />
. A presnça ou não de resíduos antibiótIC:0S<br />
no leIte foi detectada<br />
metodos<br />
através<br />
referendados<br />
de três<br />
teste<br />
mundialmente em pesquisa.<br />
e um<br />
Método Cláss<br />
.<br />
ico com<br />
.tro.<br />
disco de<br />
O procedImento<br />
pap el de fiIfoi<br />
aplicado conforme<br />
o STANDARD METHODS FOR THE EXA<br />
MINATION OF DAIRV PRODUCTS (1978).<br />
spensões de esporos de Bacillus sub<br />
tJh (ATCC 6633) foram obtidas dos labo<br />
rato /os Difco. As placas foram incubadas<br />
a 32 C por 12h. Zonas de inibição maiores<br />
do que 13 mm foram consideradas como<br />
teste positivo. Fez-se o controle positivo<br />
(0,05 U.I./ml) e o controle negativo.<br />
M . étoo do T. .C. ou cloreto de 2,3, 5 _<br />
tnten . " tetrazohum.·<br />
o I segundo o H.M.S.O. (1968). Cultura<br />
" flllzda de Streptococcus thermophi/ us<br />
fOI obtIda do Chr. Hansen's Laboratorium<br />
Fez-se o controle.positivo (0,04 U.Uml) <br />
. •<br />
o controle negativo.<br />
Método do DEl VOT EST- P da Gist-Brocades<br />
nv. Os materiais para o teste"Oelvo<br />
test- foram obtios da Bioquímica do<br />
BrasIl SI A (BIOBRAS). O procedimento foi<br />
s:guno AN OS et alii (1975) e as instru<br />
çoes tecnlcas recomendadas pelo fabri<br />
cante. Tabltes nutrientes contendo o bro<br />
n:ocresol purpura como indicador são adi<br />
c/ . oados em ampolas contendo meio agar<br />
solldo semeado com esporos de Bacillus<br />
stea o!hermophi/ us varo calidolactis. Após<br />
a adlçao de 0,1 ml de uma amostra de leite<br />
a a mp ola é incubada em banho-mari<br />
6 . 3-6 C por 2h30'. Na ausência de subs<br />
tanC/as antimicrobianas todo o meio sóli<br />
do se torna amarelo (resultado negativo)<br />
enquant a . pe . rmanência do púrpura d<br />
todo meIo md/ca positividade do teste<br />
Como controle foi utilizada uma ampoI<br />
co . ntendo leite livre de antibióticos. Neste<br />
t?dO o microrganismo tem crescimento<br />
m/b/do a uma' concentração O 005<br />
U.Um/. '<br />
Métoo teste em pesquisa. O procedimen<br />
to fOI baseado na técnica de VILELA &<br />
S!,-NTOS (1981) com algumas modifica<br />
ÇO?s. A cultura do Bacillus stearothermo_<br />
ph" us varo calidolactis foi obtida de uma<br />
ampola do DELVOTEST-P. O conteúdo da<br />
ampola foi transferido para um tubo com<br />
10 ml de caldo triptona (pH + 8,0) e incu<br />
bado a 55°C por 18h. Em seguida foram<br />
efetuadas 3 repicagens, na proporção de<br />
1 %, em cald . o triptona (pH + 8,0) para se<br />
obter um numero de esporos viáveis na<br />
ordem de·10 . UFC/ml, sendo que na últi<br />
ma fez-se slmultanemanete uma repica<br />
gem em a<br />
.<br />
gar tit?na inclinado ("Li +<br />
8,0). O meIo antlblotico foi preparado co<br />
locando-s . 19 ml do caldo triptona com<br />
esp c;> ros VIave/S e 1 porção de uma alça de<br />
platma com os esporos viáveis desenvolvi<br />
dc;>s no agar inclinado, em 100 ml de agar<br />
trJl?t?na. pH + 8,0 (+ 55°C). Em: seguida<br />
adICIonou-se o indicador bromocresol .púr<br />
pura na concentração final de 0,05% e<br />
Revista do ILCT Setl . I;no/Outubro de 1984 Pág. 9<br />
distribuiu-se em 10 placas de Pet: de<br />
110mm dd., para se óbter uma camadc.. de<br />
0,8 - 1,0 mm de espessura. As placas,<br />
depois de solidificadas, foram empacotadas<br />
em sacos plásticos e mantidas na geladeira<br />
( + 5°C) até o uso. No momento da<br />
prática, foram feitas depressões circulares<br />
de 5 mm de diâmetro com um cortador, no<br />
agar da placa, e com uma seringa esterili<br />
zada foi transferido 0,1 ml da amostra de<br />
leite a ser analisada, em duplicata. Simultaneamente<br />
fez-se o controle positivo<br />
(0,008 U.l./ml) e o controle negativo. s<br />
placas foram incubadas a 62 + 1°C e apos<br />
2 horas procedeu-se a leitura. A ausência<br />
de resíduos inibidores permitirá o crescimento<br />
do microrganismo teste, que é indicado<br />
pelo abaixamento do pH edo potencial<br />
de óxido-redução, modificando a cor<br />
violeta do meio para amarela. Por outro<br />
lado, permanecendo um halo violeta ao<br />
redor da depressão, indicará a presença de<br />
concentrações suficientemente altas de<br />
antibiótico, capaz de inibir o crescimento<br />
do microrganismo teste. O diâmetro do<br />
halo será proporcional á concentração de<br />
antibiótico no leite. Foi considerado positivo<br />
um halo violeta.3!' 13 + 1 mm (0,008<br />
U.l.lml).<br />
RESULTADOS E DI SCUSSÃO<br />
Os dados da TAB. I mostram que houve<br />
uma diminuição na prevalência de antibióticos<br />
no leite tipo B e tipo Especial 3,2%<br />
de Gordura, comparado com os resultados<br />
obtidos por FAGUNDES (1 980) que encon<br />
trou uma prevalência de 5,49% e 1,25%<br />
respectivamente.<br />
TABELA I<br />
O leite pasteurizado tipo B apresentou<br />
uma prevalência de 4,16%, um pouco<br />
maior do que o tipo Especial 3,2% de<br />
Gordura. Acredita-se que essa maior incidência<br />
seja, provavelmente, devida ao tratamento<br />
de vacas com mamite durante o<br />
período de lactação sem o cuidado de ordenhá-Ias<br />
separadamente, durante e pelo<br />
menos 72 horas após o tratamento, conforme<br />
recomenda a legislação. do MA-SIPA<br />
(1 977), e além do mais se deve ao fato da<br />
quantidade desse tipo de leite ser mínima<br />
ou seja t 1 % (1; 5.000 I1 dia) em relação<br />
ao leite tipo Especial 3,2% de Gordura.<br />
Logo, a mistura do leite de um produtor<br />
com resíduos de antibióticos irá adulterar<br />
o volume total da produção do dia. Essa<br />
prevalência de 4,16% foi um pouco menor<br />
do que a detectada por FAGUNDES<br />
(1 980) de 5,49%, entretanto, é muito menor,<br />
'discordando dos resultados .obtidos<br />
por BARROS & PERCHES (1 981 ) quando<br />
detectaram uma prevalência de 21 ,87% no<br />
leite pasteurizado tipo B comercializado na<br />
cidade de São Paulo.<br />
Os leites pasteurizados tipo Especial<br />
3,2% de Gordura, apresentaram prevalência<br />
de antibióticos menor do que os achados<br />
por FAGUNDES (1980) que encontrou<br />
1,25% e menor ainda do que os resultados<br />
de MELLO FILHO (1969) que detectou<br />
uma prevalência de resíduos de penicilina<br />
de 1,9% no leite pasteurizado tipo C no<br />
Estado de São Paulo. A marca n. ° 3 apresentou<br />
uma prevalência um pouco maior,<br />
entretanto, essa indústria comercializa<br />
apenas cerca de ± 2% desse tipo de leite<br />
em Belo Horizonte.<br />
Resultados das análises para detecção de resíduos inibidores em 384. pacotes de leite<br />
pasteurizado tipo B e tipo Especial 3,2% de gordura, comercializados em Belo Horizonte,<br />
no períOdo de 12 meses.<br />
MARCA<br />
N."<br />
TJoPO<br />
MÉTODO<br />
Teste em<br />
PREV A-<br />
LENCIA<br />
ClássIco c/disco T.T.C. DELVOTEST-P Pesquisa Total (%)<br />
(+) (-) (+) (-) (+) (-) (+.) (-)<br />
pacoles<br />
B 3<br />
2<br />
4 4<br />
1<br />
1,04<br />
1<br />
O<br />
O 1 95 O<br />
92<br />
2<br />
2<br />
2<br />
2 2<br />
2,08<br />
3<br />
93<br />
96<br />
94<br />
Esp. 3,2% G 96 96 96<br />
Esp. 3,2% C 94 96<br />
92<br />
94 94<br />
96<br />
94<br />
(+) positivo<br />
Esp. 3.2% G O 96 O 96 O 96' O 96 96<br />
(-) negativo<br />
digitalizado por<br />
4,16<br />
0,00<br />
arvoredoleite.org
Pág. 10 Setembro/Outubo de 1984 Revista do ILCT<br />
As prevalências encontradas não dife<br />
rem muito dos trabalhos realizados por<br />
MEARA (1959), KOSIKOWSKI (1960), FAR<br />
RELY (1970) e COOK et alii (1976).<br />
A TABELA " mostra o segundo objetivo<br />
do trabalho qe . !oi avaliar com parativamente<br />
a sensibilidade de três métodos<br />
referendados mundialmente e um método<br />
teste em pesquisa. A sensibilidade será<br />
expr:ssa como sensibilidade relativa em<br />
funçao dos raros resultados de positivida<br />
de detectados no grande volume de amoS<br />
tras analisadas.<br />
Incidência de resíduos de penicT<br />
TABELA 11<br />
do que o acillus " subtilis em 5.200 amos<br />
traz de elte cru comercial analisadas.<br />
O e!?do do T.T.C. detectou residuos<br />
de penicilina em 57,14% das amostras de<br />
leite nas qais foram detectadas penicili<br />
n. pelo metodo DelvotestP. VAN OS et<br />
alll (1 75) concluiram que o B. stearother<br />
moph llus v . ar. calidolactis" é inibido em<br />
concentraçoes de penicilina 0,005 U.I./<br />
ml. Por outro lado, NEAL & CALBERT<br />
(1955) observaram que o Streptococcus<br />
termophilus só é inibido em concentra<br />
çoes de penicilina i! 0,04 U.l.lml.<br />
f os em Bel Hori onte, detecta: I 8 ! t tes s de leites psteuriza!=fos com ercializa<br />
u.? " r?Jldolactls.<br />
METODO<br />
Número de pacotes<br />
detectados positivos<br />
Clássico com disco " 05<br />
(B. subtilis)<br />
T.T.C. 04<br />
(S. thermophilus)<br />
DEL VOTEST-P 07<br />
(B. stearothermophilus)<br />
Test"em pesquisa 06<br />
(B. stearothermophilus)<br />
O método Delvotest-P apresentou uma<br />
sensibilidade de 100% de probabilidade<br />
estatística nos 384 pacotes de leite anali<br />
sados, o que não difere dos achados de<br />
J,?HNON et alii (1977) que comparando<br />
trs meto , dos de detecção de antibióticos<br />
(disco classico, cilindro em placa e Del<br />
votest-P) concluiram que o Delvotest-P al<br />
cançou 9 . 5 de segurança no diagnósticó<br />
para penicIlina. Por outro lado, coincidiu<br />
com os . resultados de FAGUNDES (1980)<br />
que encontrou sensibilidade e especifici<br />
dade ?e . 1 O% de probabilidade estatística<br />
nas dllulçoes de 0,01 , 0,001 , 0,002 e 0,005<br />
U.l.lml para penicilinas.<br />
.o método clássico com disco detectou<br />
reslduos de enicilina em 71 ,42% das<br />
amostra leite nas. quais foram detecta<br />
das penicilina pelo método Delvotest-P.<br />
Esses resultados são próximos aos obti<br />
dos por JOHNSON et ali (1977) quando<br />
detectaram penicilina em 75% de um total<br />
de 588 amostras confirmadas positivas pa<br />
ra? Delvotest-P. GINN et alii (1978) con<br />
cllram que o Bacillus' stearotl'Íermophilus<br />
fOI quatro vezes mais sensível à penicilina<br />
. I IS, . thermophllus e B. stearothermophi-<br />
% de pacotes con- Sensibilidade com %7.<br />
firmados positivos do DELVOTEST-P<br />
1,30 71 ,42<br />
1,04 57,14<br />
1,82 100<br />
1,56 85,71<br />
.o método teste em pesquisa detectou<br />
reslduos de penicilina em 85,71 % das<br />
amostras de leite nas quais foram detec<br />
tadas penicilina pelo método Delvotest-P.<br />
A menor concentração de penicilina detec<br />
tda por este teste estatisticamente signi<br />
ficativo (P 0,05) foi 0,008 U.l.lml. Portan<br />
to, B. stearothermophilus foi bem mais<br />
senslvel do que o B. subtilis que f .<br />
't<br />
. , , OI<br />
m1 o mais senslvel do que o S. thermo-<br />
phtlus.<br />
CONCLUSÕES<br />
. . acordo com as prevalências de an<br />
tlblOtlCOS encontradas neste estudo pode<br />
mos c,9ncluir que está havendo um preo<br />
cupaça maior por parte dos produtores<br />
?O e":lço de Inspeção Federal! MA e da<br />
mdstnas de laticínios na Região de Belo<br />
Honzote. Acreditamos que dessa forma a<br />
mel . hona da qualidade sanitária do leite<br />
sera progressiva e culminará" num maior<br />
consmo e rendimento deste indispensá<br />
vel alimento.<br />
Revista do ILCT Setembro/Outubro de 1984 Pá g. 11 .<br />
Os resultados comparativol? da sensibi<br />
lidade dos quatro testes utilizados nesta<br />
pesquisa, mostram que um número maior<br />
de identificações positivas de resíduos de<br />
peniçilina no leite adulterado, poderiam<br />
ser antecipadas se o método Delvotest-P<br />
fosse utilizado ao contrário dos outros.<br />
Entretanto, a utilização do Delvotest-P a<br />
nivel de plataforma de indústria é inviável<br />
em face do seu elevado custo, por se tra<br />
tar de produto importado. Logo, o método<br />
teste em pesquisa parece ser uma forma<br />
alternativa satisfatória, uma vez que o seu<br />
procedimento é simples de ser conduzido,<br />
essencialmente tão rápido ou mais do que<br />
o Delvotest-P e mais sensivel do que os<br />
métodos freqüentemente utilizados para<br />
detecção de antibióticos no leite (clássico<br />
com disco e T.T.C.). Parece ser também<br />
uma boa prática, para uso de rotina nas<br />
análises de laboratório, para um grande<br />
número de amostras.<br />
Agradecimento<br />
Ao Professor Edson Clemente dos San<br />
tos pela inestimável colaboração prestada<br />
na realização deste trabalho.<br />
SUMMARY<br />
The prevalence of the antibiotic residues<br />
on the pasteurized milk distributed in<br />
Belo Horizonte, Brazil, from April 82 to<br />
March 83, was 4,16% for type B milk<br />
whereas type 3, 2% Fat Special milk was<br />
0% for brand 1, 1,04% for brand 2 and<br />
2,08% for brand 3. These prevalences<br />
showed that improvements have ocurred in<br />
milk quality of the pasteurized milk commercialized<br />
in Belo Horizonte, compared<br />
with the prevalences in 1978. A test method<br />
for detecting antibiotic residues<br />
using Bacil/us stearothermophilus varo calidolactis<br />
was evaluated and compared<br />
with three "o<br />
cial packages of pasteurized milk analyzed<br />
for presence of penicillin, the Bacil/us<br />
subtilis disc assay method detected penicillin<br />
in only 71 ,40% of the milk samples in<br />
which penicillin was detected by the Delvotest-P<br />
method. The Streptococcus thermophilus<br />
T.T.C. method detected penicillin<br />
in only 57,14% of these samples. On<br />
the other hand, the test method detected<br />
penicillin in 85,7% of the milk samples in<br />
which penicillin was detected by the Del-<br />
"votest-P method. The test method was<br />
indicated for detecting penicillin in pasteurized<br />
milk in low concentrations since<br />
0,008 U.I./ml.<br />
digitalizado por<br />
-<br />
.... "-<br />
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MINSTERIO OA AGR.ICUL TUR ' A S .<br />
na de I<br />
Bra<br />
leit: I<br />
- . . . ecreta-<br />
• . nspeçao do Produto Animal<br />
!:: o<br />
:'- 1 m<br />
<br />
para produção dJ<br />
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ça " d<br />
maquinaI automátlcal de e m b· alagem Itda .<br />
9000llh<br />
a arte de<br />
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en ereço telegráfico .pfastlcfoU- • cep Q.4S9G.<br />
?<br />
T<br />
Revista do ILer 39(235): 13-5 (1 984)<br />
MÉTODOS DE AMOSTRAGEM PARA<br />
AVALIAÇÃO DA LIMPEZA E SANIFICAÇÃO *<br />
Methods of Sampling for Cleaning and Sanitization Control<br />
A sanificação que se executa sobre as<br />
superficies de equipamentos, utensilios,<br />
paredes, chão, teto, alimentos ou a desinfecção<br />
dos operários necessita ser avaliada.<br />
A detecção das bactérias que remanescem<br />
nas superfícies e a sua contagem,<br />
comparando-a com idêntica quantificação<br />
feita antes da limpeza ou com a que foi<br />
feita em outra limpeza anterior, permite<br />
que se avalie Objetivamente se se estão<br />
melhorando ou não essas operações higiê-<br />
nicas.<br />
ApóS uma limpeza, quantificando as<br />
bactérias em diversos lugares, se encontrarmos<br />
númerós mais elevados em determinados<br />
pontos, estamos identificando os<br />
pontos mais difíceis de serem limpoS, os<br />
pontos críticos de contaminação, os que<br />
vêm a dar maior contaminação aós alimentos<br />
que contatam com esses pontos;<br />
. Oe posse de todos estes dados de contaminação,<br />
pode-se decidir sobre a conveniência<br />
de se mudàrem os agentes da limpeza<br />
e sanificação ou de se mudarem os<br />
métodos da aplicação doS agentes dos<br />
passos da limpeza.<br />
A amostragem das superfícies é feita<br />
por uma técnica microbiológica que usa<br />
como agentes captadores dos microrganismos<br />
um meio líquido ou meio sólido.<br />
1 _ MétodOS de amostragem pelo uso<br />
de liquido como caJl.!.?dores de bactérias.<br />
1.1. MétodO de zaragatoa<br />
Essa técnica consiste em usarmos um<br />
molde esterilizado qúe delimita uma superfície<br />
a ser amostrada onde se passa um<br />
meio líquido (salina, água peptonada ou<br />
outro líquidO) - com o auxílio de uma<br />
zaragatoa, previamente umldecida nesse<br />
meio de volume determinado.<br />
Cortada a ponta da zaragatoa para dentro<br />
do meio líquido, o conjunto é agitado e<br />
diluído seqoenCialmente, para, flnalmente,<br />
alíquotas de cada diluição serem lan-<br />
Antônio de Melo Serràno··<br />
çadas em placas de petri com um meio<br />
microbiológico conveniente. Feita a incubação<br />
das placas, as colônias que aparecerem<br />
são contadas.<br />
O nÍétodo da zaragatoa é de uso comum<br />
e, para sua execução, não necessita<br />
de recursos laboratoriais além dos comuns.<br />
porque usa diluições, pode ser usado<br />
até quando há número grande de microrganismoS<br />
nas superfícies. A recuperação dos<br />
microrganismos da superfície varia de 52%<br />
a 90% consoante a destreza do analista.<br />
Oeste também depende de se conseguirem<br />
resultados semelhantes para situações<br />
análogas.<br />
O método permite a substituição do<br />
algodão da zaragatoa por alginato de cálcio,<br />
que, dissolvendose no líquido, permite<br />
uma total liberação das bactérias. Se as<br />
contagens a serem esperadas são baixas,<br />
o método. permite a inclusão da filtração<br />
do líquido, após a agitação com a zaragatoa,<br />
com o que se consegue a retenção<br />
doS microrganismos na membrana filtrante<br />
e portanto maiores contagens.<br />
Alguns erros podem ocorrer como conseqOência<br />
de:<br />
_ o ângulo que forma a zaragatoa com<br />
a superfície não ser conveniente e constante;<br />
_ a pressão com que se passa a zaragatoa<br />
não ser a devida;<br />
_ a rotação que a zaragatoa deve sofrer<br />
à volta do seu eixo não ser a mesma<br />
em todas as repetições;<br />
....;. . a extensão e sentido da fricção não<br />
ser a conveniente;<br />
_ a natureza da superfície a seràmostrada<br />
e a inabilidade de se esfregar áreas<br />
semelhantes;<br />
--;<br />
Trabalho apresentado<br />
à 29. a Semana do Laticlnísta - Julho/1983.<br />
Prof. da Faculdade de Engenharia de Alimentos e Agrícola - UNICAMP.<br />
••<br />
digitalizado por<br />
_ má técnica de pipetagem agitação, .<br />
contagem dos microrganismOs, etc.<br />
arvoredoleite.org<br />
.
Pág .. 14<br />
- deficiente saída dos microrganis<br />
mos do algodão para o meio líquido.<br />
1.2. - Método de enxaguamento<br />
Pelo método, um volume determinado<br />
de líquido (salina, água peptonada, etc.) é<br />
agitado sobre uma superfície e depois co<br />
letado. As diluições são pl;:lqueadas e as<br />
placas incubadas. Por fim são contadas as<br />
colônias.<br />
O método é limitado<br />
horizontais<br />
às superfícies<br />
de onde<br />
liquido<br />
se possa<br />
que<br />
receber<br />
antes se<br />
o<br />
aplicou, guns equipamentos<br />
como em al<br />
e<br />
leiros,<br />
utensílios,<br />
em tubos,<br />
em tabu<br />
etc.<br />
É um método simples<br />
ta recursos<br />
que não necessi<br />
sofisticados<br />
Poucos<br />
de laboratórios.<br />
erros podem ocorrer.<br />
Para se obterem maiores que se torna<br />
contagens,<br />
necessário<br />
o<br />
baixas,<br />
em contaminações<br />
POde-se também<br />
Superfície<br />
usar raspagem ou então<br />
da<br />
de<br />
uma<br />
membrana.<br />
filtração em filtro<br />
O uso de enxaguamento permite com<br />
uma<br />
aspersão<br />
recuperação<br />
e aplicações<br />
alta de bactérias<br />
em superfícies _ gulares, porém,<br />
muito<br />
requer<br />
irre<br />
equípamento espe-<br />
cial.<br />
.<br />
2. Métodos de amostragem pelo uso de<br />
substâncias sólidas como captadoras de<br />
bactérias.<br />
2.1. Método das placas RODAC ("Replicate<br />
Organism Direct Agar Contact").<br />
Por este método, o técnico necessita<br />
possuir um tipo especial de placas deno<br />
minadas RODAC. À base das placas, por<br />
fora e à volta do lugar, se põe o meio<br />
sólido; tem um sulco onde se apoia a<br />
tampa. Desta forma, o meio posto na base<br />
da placa até ao bordo, não contata com a<br />
tampa quando esta cobre o meio, porque<br />
ela é mais afta que a base.<br />
E:sse meio tanto pOde ser um ágar se<br />
letivo para determinadas bactérias, como<br />
pode ser um ágar para contagem total.<br />
Para se executar a amostragem contata-se<br />
o ágar da placa com a superfície e, de<br />
pOis de tampá-Ia, incuba-se a olaca.<br />
Este método é de largo uso em alguns<br />
países, não requer diluições, é rápido e<br />
prático, a precisão é excelente e não re<br />
quer equipamento especial. No entanto,<br />
só pOde ser usado para contaminações<br />
que não sejam elevadas e em superfícies<br />
secas e planas. Pela contagem das colô<br />
nias da placa não sabemos se elas pro<br />
vieram de simples células ou de grupos de<br />
células.<br />
Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCT<br />
2.2. Métodos das fatias de áQ.ar.<br />
Este método pode ser executado de<br />
duas formas.<br />
2.2.1. Método da salsicha artificial<br />
Consiste no uso de um meio seletivo<br />
ou não, solidificado no interior de um in<br />
vólucro semelhante ao de uma salsicha.<br />
Para se amostrar uma superfície, asseticamente<br />
retira-se o invólucro da extremi<br />
dade, corta-se o extremo do ágar com uma<br />
faca assética para o refugar e, empunhan<br />
do-se a salsicha, contata-se a superfície<br />
do ágar recém cortado com a superfície a<br />
amostrar. Depois, asseticamente, corta-se<br />
uma fatia que inclue a superfícíe do ágar<br />
citado e depõe-se em placa de Petri co<br />
mum para incubar. Mais do que uma fatia<br />
que tenha contatado com superfície pOde<br />
ser colocada numa mesma placa.<br />
Se o comércío não fornecer esta salsi<br />
cha artífícial, -pode ser fabricada no labora<br />
tório.<br />
2.2.2. Método do ágar-seringa<br />
Um utensílío semelhante a uma seringa<br />
é cHeio com um meio de ágar derretido.<br />
Para a amostragem, ágar solidifícado é<br />
empurrado para fora da seringa,. para con<br />
tactar com a superfícíe. A porção que<br />
contacta com a superfícíe é depois corta<br />
da, colocada numa placa e incubada.<br />
2.3. - Método do ágar colocado dire<br />
tamente sobre as superfícies.<br />
O ágar derretido é colocado sobre uma<br />
superfície, solidifícado e depoís rem,ovido<br />
asseticamente para placas de Petri. Reco<br />
berto esse ágar com uma outra camada de<br />
. cobertura, as placas são incubadas e às<br />
colônías çontadas.<br />
tato<br />
2.4. - Método da fita adesiva de ace<br />
A fita, após ser p'osta em contactocom<br />
a superfície, é cortada e examinada ao microscópio.<br />
O método não distingue entre<br />
células vivas e mortas.<br />
Como processo alternativo as células<br />
da fita pOdem ser. transferidas para ágar<br />
nutriente e inCubado.<br />
PLANIFICAÇÃO DAS AMOSTRAGENS<br />
Na planifícação das amostras é necessário<br />
considerar o que se espera provar.<br />
Deve-se ter em consideração que não há<br />
um método que sírva para todas as situações;<br />
cada método preCisa ser escolhido,<br />
tendo em consideração a natureza, a forma<br />
Revista do ILCT Setembro/Outubro de 1984 Pág. 15<br />
d superfície a amostrar e a densidade da<br />
contaminçãO .<br />
A opçao, pr<br />
método que permita<br />
. .<br />
maior<br />
recupe r; o o nem sem-<br />
: a<br />
s<br />
e tstar são as<br />
açõs que po<br />
<br />
o sa o : a s<br />
erfícies em conseq encl e <br />
ar e saníficar ao· longo do tempo,<br />
o o método deve ser sempre o !l1emo<br />
para<br />
a mesma superfície e a execuçao eve<br />
r sem re análoga, para que, se aparce-<br />
:m conagens diferentes nas placas ;<br />
possa ser atribuído so d '<br />
.<br />
mente as mo I I<br />
ções do processo de limpeza.<br />
O tamanho da área a amostrar tem que<br />
se definir. Para contaminações pequenas a<br />
área deve ser maior.<br />
.<br />
O número de áreas a amostrar convlr<br />
.<br />
a<br />
ue seja o maior, pois podem haver elciualdades<br />
de contaminação na sperfICle.<br />
A escolha das superfícies a amostrar<br />
deve ser decidida e fixada .<br />
.<br />
Naturalmeni<br />
. :<br />
ue se escolherão os locaiS. qye '20ns I<br />
iuem pontos críticos de contammaçao d:<br />
alimentos por causa da sua forma ou pe<br />
dificuldade que há de os limpar.<br />
.<br />
. •<br />
PRODUTOS<br />
A fre Oência da amostragem deende<br />
das conções higiênicas: estabeleCJentos<br />
com problemas higiênicos necessl am<br />
ser amostrados freqOentemente. . •<br />
O método de amostragem, que prev<br />
recuperação de micro!ganimos<br />
.<br />
e a mullão<br />
destes tem que mclUlr no meio<br />
c<br />
scímento 'ínativador do sanifi?nte.<br />
Assim a atividade resídual dos<br />
.<br />
sanJflcantes<br />
das superfícies ser eu trallzada.<br />
.<br />
O tiossulfato de sodlo e um neu t ra 1"_ I<br />
zador satisfatório paa o hípocloreto, <br />
"tween" e a lecitina sao para os ??mpos<br />
tos de amônio quaternário; a lecltma e o<br />
"tween" 80 são inativadores do etanol.<br />
.<br />
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Hi: 183-1 87, 1956.<br />
MAGNUS SOILAX INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.<br />
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Agropecuário traz a tecnologia<br />
apropriada para uma atividade<br />
de grande interesse econômico<br />
e social do setor<br />
agropecuário. Reportagens e<br />
entrevistas trazem delineamentos<br />
importantes para uma tomada de<br />
decisão. Nesta linha de editorial<br />
já foram publicados<br />
diversos números<br />
do Irúonne Agropecuário,<br />
tratando de assuntos da mais<br />
alta relevânciá: cerrados, café,<br />
piscicultura, algodãó, sementes,<br />
conservação de forragens,<br />
recursos naturais, retrospecto<br />
agropecuário, avicultura, soja,<br />
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Revij>ta do ILCT 39(235): 17-22 (1984)<br />
MÉTODOS ATUAIS E MODERNOS PARA<br />
. ANÃLISE DO LEITE E DERIVADOS *<br />
Modern .Methods for Milk and Dairy Products Ana/ysis<br />
Nestes últimos anos, tem-se procurado<br />
desenvolver técnicas de análise de leite e<br />
derivados visando a mecanização e automatização<br />
das operações de análise, e<br />
também da informação, tendo em vista a<br />
obtenção de maior número de análises por<br />
unidade de tempo.<br />
Tanto os métodos de análise química<br />
como bacteriológicos têm sido bastante<br />
estudados visando acelerar as análises.<br />
Nas análises químicas tem-se alguns rápidos,<br />
que permitem analisar grande número<br />
de amostras e que são bastante utilizados.<br />
O "Amido Negro" .;... . para determinação de<br />
proteínas, tendo por princípio a fixação de<br />
corantes em pH 2,3 (9). O "Milko Tester "<br />
- dosa o teor de matéria graxa por turbidimetria<br />
(6). Aparelhos baseando-se no<br />
Infra-vermelho ("Infra-Red Milk Analyser"<br />
e "Milko-Scan") - que determinam a matéria<br />
graxa tendo por princípio a absorção<br />
dos raios infra-vermelhos pelas ligações<br />
éster, e que permitem também determinar<br />
prcteína e lactose (7, 8, 9). A utilização de<br />
método de análise por microondas para<br />
sólidos totais, principalmente em derivados<br />
de leite é bastante promissor (5).<br />
Entretanto, os métodos microbiológicos<br />
de análise de leite são provavelmente<br />
aqueles que têm merecido maior atenção<br />
nos últimos anos, devido à inúmeras dificuldades<br />
encontradas IJOS processos tradicionais.<br />
Os métodos de contagem em placas,<br />
por exemplo, demandam normalmente<br />
grande quantidade de material, bastante<br />
- mão-de-obra, são fatigantes, custosos,<br />
morosos e os resultados não são obtidos<br />
senão após um período de incubação longo,<br />
de 24 horas a alguns dias. O métódo de<br />
Breed é ainda utilizado para certos controles<br />
microbiológicos, no entanto, é difícil<br />
prever sua utilização a longo prazo, não<br />
distingue os microrganismos vivos e mor-<br />
• Conferência apresentada na 29.· Semana do Laticinista .<br />
digitalizado por<br />
Ismael Antonio Bonassi**<br />
tos e a fadiga ocular do operador limita o<br />
número de exames.<br />
Os testes indiretos de avaliação da carga<br />
microbiana do leite, pela utilização de<br />
uma substância em que a coloração varia<br />
entre a forma oxidada e a forma reduzida,<br />
têm sido bastante utilizados, como o teste<br />
de azul de metileno e da resazurina, e<br />
fornecem boa indicação do grau de contaminação<br />
do leite. Entretanto, estes testes<br />
podem ser afetados por fatores estranhos<br />
como leucócitos e leites com mamites.<br />
Além disso, com a difusão da refrigeração<br />
no local de produção, verificou-se que<br />
para leites refrigerados a duração do teste<br />
de azul de metileno é· consideravelmente<br />
aumentada, e os tempos fixados normalmente<br />
precisam ser reavaliados. Isso tem<br />
originado estudo de novas técnicas para<br />
verificar indiretamente a carga microbiana<br />
do leite.<br />
Assim sendo, o controle bacteriológico<br />
do leite e produtos derivados se encontra<br />
no limiar de. transformações importantes.<br />
Os métodos atuais trabalhosos em sua<br />
execução, necessitando de tempo longo<br />
de resposta serão provavelment.e substituidos<br />
por técnicas novas, mais simples de<br />
emprêgo e prazo de espera mais curto.<br />
Estas inovações podem ser assim enumeradas:<br />
1 - MÉTODOS DIRETOS<br />
1.1 - Método cJe contagem em<br />
placas<br />
Encontram-se equipamentos que manipulam<br />
as placas de Petri, procedem a etiquetagem,<br />
colocação do meio, esfriamento<br />
e inoculação automática, podendo-se<br />
atingir o limite de 400 a1000 placas por<br />
hora, conduzindo assim a melhor reorodu-<br />
arvoredoleite.org<br />
••. Professor do Departamento de Tecnologia dos Produtos grop'e uários da Faculdade e Ciências Agronômicas<br />
. do "Campus" de Botucatu _ Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho (unesp) - S.P.
Pág. 18 Setembro/Outubro de 1984 Revisti;! do ILeT<br />
ti!Jilidade . das operações, melhor calibra<br />
çao e maior rapidez.<br />
. Para a contagem dispõe-se de câmara<br />
vdeo que mC?str a caixa em transparên<br />
ca, e, um CIrCUIto eletrônico executa o<br />
sinal para fazer descriminaçâo entre o fun<br />
do clao do meio de cultura e as colônias<br />
qe sao distribuídas como manchas. Ó<br />
numro de colônias pOde ser regístrado<br />
atraves de um contador automático. Nor<br />
malnte nem toda a superfície da plaça<br />
participa da contagem, para evitar os efei<br />
tos de distorção ótica, introduzida pelo<br />
bordo . da placa onde também a superfície<br />
o . meio de cultura não é plana. A super<br />
fl.?le habitualmente levada em considera<br />
çao correspnd 85 a 90% da placa.<br />
Otras tecnlcas, visando diminuir as<br />
qantldades de material necessário, redu<br />
ço do tempo de semeadura e de incuba<br />
çao, foram desenvolvidas:<br />
1.2 - Método dos tubos rolados<br />
(URolI tube count")<br />
s diliç . ões decimais do produto a<br />
analisar sao Introduzidas em pequenos tu<br />
bos ou fracos contendo o meio prevíamente<br />
undldo e depois resfriado a 450C.<br />
Es . tes sao a seguir rolados mecanicamente<br />
ate qu . e . s forme um filme do meio na<br />
superflcle Interna dos tubos. Esta técnica<br />
normalmente é utilizada para anaeróbios<br />
entr . etanto, pOde ser utilizada para miéror <br />
ganlsmos aeróbios, incubando-se os tu<br />
bos em atmosfera normal. Em trabalho<br />
eftuado na Holanda para der;vados de<br />
1lte, encontrou-se coeficiente de. correla<br />
ça;> de 0,92 a 0,97 entre esta técnica e o<br />
metod tradicional de contagem em placas<br />
de Petn.<br />
1.3 - Método de gotas de agar<br />
.<br />
I . nf..roduz-se 1 ml do produto ou das<br />
dlllçoes a serem analisadas em 9 ml de<br />
melO de cultura fundido, e depois resfria<br />
-se a 45°C. Após agitação · adequada as<br />
gotas que' devem ser iguais são depoita<br />
Incubaçao, as colônias são contadas uti<br />
Izano-se de um projetor especial que<br />
ds no fudo da caixa de Petri vazia. Após<br />
permite . amentar a imagem das gotas e<br />
das c% nlas, facilitando assim a. conta<br />
g . em : Os _ principais inconvenientes desta<br />
te . cnlca sao'?e 9ue a observação das colô<br />
IS nas pnmelras diluições é, às vezes,<br />
dlflc . ultada porque se confundem com as<br />
partlculas dos produtos alimentares, e o<br />
Isolmnto das bactérias para sua identifi<br />
caça0 e difícil.<br />
•<br />
1.4 - Método de lâminas imrsas<br />
Consta de lâminas de matéria plástica<br />
recobertas . em cada uma de suas faces, de<br />
u . ou .:nal de um meio de cultura. Sua<br />
utlllzaçao e simples, pois consiste em<br />
<br />
ergulhar esta lâmina nos produtos a ana-<br />
,"Jlsar e ?epois incubá-Ia. Os microrganis<br />
mos retidos pelos meios se desenvolvem e<br />
a compara9ao com as lâminas testemu<br />
nhas prmltem apreciar o número' de mi<br />
crorganls . mo . s contido no produto. Trata-se<br />
d ma tecnlca grosseira, de pequena pre<br />
clsao, . mas que oferece a vantagem de ser<br />
bem slmpls e pode ser utilizada por pes<br />
sas qe na;> possuam conhecimentos de<br />
microbiologia. Foi proposta por autores<br />
francess para a apreciação microbiológi_<br />
ca do leite em fazenda.<br />
1.5 - Técnica espiral (USpiral plate<br />
method")<br />
Consta de um aparelho que erm o<br />
efetuar a contagem utilizando-se ge a Ite<br />
nas uma placa de Petri sem<br />
. pe<br />
d ralizar a série de d ;" uiçõe e S!d t ade<br />
media ,de um estilete, é semeado u n e; <br />
queno volume do produto a a I '<br />
superf" d<br />
p <br />
na Isar na<br />
ICle a placa de Petri o qual é d<br />
dObrad na forma de uma ePiral, de c<br />
cen . traao decrescente, do centro para a<br />
f.efena. s colônias se desenvolvem na<br />
In a da Inoculação, sendo éonfusa no<br />
centro da placa, mas seu númer d'<br />
. .<br />
progressiv . amnte a medida que e ;:<br />
ma da . penfena. Conhecendo-se o volume<br />
?eposJta9° sobre cada setor da linha de<br />
noculaçao, contam-se as colônias de um<br />
eterminado setor, e relaciona-o com o<br />
'ue semeado. Permite a contagem des<br />
até g um B:s centeas de microrganismos<br />
microrganismos por gra<br />
necessidade de di! . . ma, sem<br />
método permite eC:ia a, sostra . . Este<br />
material e segundo CA ITEAU {4<br />
s tan<br />
. clal<br />
.<br />
de<br />
) f<br />
• pela A O A<br />
OI<br />
C<br />
aceito<br />
,:e de produtos alimentares e I<br />
. . . • como tecnica ofic' I<br />
1.6 - Téc!1/ca das microcolônias<br />
ot<br />
A técnicas . que foram descritas até<br />
este Item, p;rmltem aredução da quantidade<br />
do meio e de material utilizado, en<br />
treta!1to o tempo de resposta permanece<br />
relatlva'!1nte.'ongo. Pára tornar mais rápi<br />
da a analise e possível enumerar as célu<br />
la, antes . 9ue se tornem colônias verda<br />
deIras e vlslveis. Segundo esta técnica a<br />
suspensão é incorporada a uma fina caa-<br />
Revista do ILCT Setembro/Outubro de 1984 . P. 19<br />
da de meio de cultura vertida sobre uma<br />
lâmina, e recoberta com uma lamínula.<br />
Após algumas horas de incubação, as cé<br />
lulas viáveis formarão microcolônias, que<br />
poderão ser observadas, com ajuda de um<br />
microprocessador de contraste de fase. A<br />
cultura pode ser feita igualmente sobre<br />
membrana filtrante. Esta é depositada al<br />
gumas horas sobre um meio nutritivo e<br />
depois observada ao microscópio. Com a<br />
finalidade de facilitar a observação, as co<br />
lônias poderão ser coloridas com safrani<br />
na ou azul de metileno.<br />
1.7 - Técnica DEFT (;'Direct epifluores<br />
cent filler technique")<br />
Trata-se de um método publicado no<br />
inicio de 1980, por pesquisadores ingle<br />
ses, e que efetua a contagem microscópica<br />
após filtração do leite.<br />
A amostra de leite é tratada com um<br />
detergente não iônico (Triton X 100), e com<br />
uma enzima proteolítica (tripsina), durante<br />
10 minutos a 50°C. No decorrer deste tra<br />
tamento as células somáticas são rompi<br />
das, e os glóbulos graxos, como as protei<br />
nas, são dispersados, de modo que uma<br />
filtração em membrana é possível sem'bloquear<br />
os poros do filtro. A. filtração é efe<br />
tuada sobre um filtro de membrana de poli<br />
carbonato, seguindo-se urna lavagem com<br />
Triton X 100. As bactérias retiradas no<br />
filtro são tratadas com um corante fluores<br />
cente (acridina-Iaranja) misturada com Tinopal<br />
AN para permitir uma imagem mais<br />
nítida ao exame microscópico. A seguir o<br />
filtro é lavado com tampão citrato/hidró<br />
xido de sódío e etanol.<br />
O exame do filtro é feito com um mi<br />
croscópio epifluorescente, que permite a<br />
contagem das bactérias sob a incidência<br />
de raios ultravioletas. As bactérias retira<br />
das no filtro são coloridas com acridina<br />
-laranja, e emitem em seguida uma luz<br />
fluorescente vermelho-alaranjada (caso se<br />
encontrem no estado ativo) ou verde (estado<br />
inativo). Somente as bactérias verme<br />
lho-alaranjadas, ou seja, ativas devem ser<br />
contadas.<br />
Todo o processo pode ser realizado em<br />
cerca de 30 minutos, e os resultados obti<br />
dos por PEITIPHER (12) demonstra.ram<br />
boa correlação (r = 0,91 ) entre a técnica<br />
DEFT e a contagem em placas, para leite<br />
contendo entre 104 a 105 u.f.c. /ml. Entre<br />
tanto, para valores acima de 106 u.f.c./ml<br />
o método de placas apresentou valores su<br />
periores ao teste DEFT.<br />
digitalizado por<br />
As maiores. dificuldades encontradas<br />
para este método são: a preparação da<br />
amostra necessita manipulação bem delicada,<br />
e parece haver dificuldades para<br />
colocar diferentes laboratórios no mesmo<br />
comprimento de onda, podendo originar<br />
resultados diferentes. Para automatizar a<br />
contagem, sistemas de análise vídeo, po<br />
dem ser acoplados para analisar a imagem<br />
fornecida pelo microscópio.<br />
1.8 - Bactoscan<br />
Trata-se também de um método direto<br />
para contagem de bactérias, proposto pela<br />
firma dinamarquesa Foss Electric.<br />
O leite a 40°C, é tratado com um reati<br />
vo que provoca destruição das células. so<br />
máticas e dispersão da caseína. Após este<br />
tratamento, a mistura é submetida à cen<br />
trifugação utilizando-se .uma solução de<br />
sacarose e dextrana. No decorrer da centri<br />
fugação (45.000 rpm) a solução de dex<br />
trana se coloca junto à parede, e no in<br />
terior desta camada, se forma um filme<br />
da solução de sacarose. O leite passa do<br />
interior para o exterior, e as bactérias são<br />
absorvidas pela camada de sacarose; o<br />
filme de dextrana tem por função impedir a<br />
passagem das bactérias, de modo que fi<br />
quem retidas na camada de sacarose. O<br />
restante do leite, entre outros a matéria<br />
graxa e a caseína, passa por esta camada e<br />
é descartado.<br />
Após a centrifugação, a sacarose e a<br />
dextrana, que contêm as bactérias, são<br />
tratadas com proteinase para eliminar<br />
eventuais restos de células somáticas e<br />
proteínas. As bactérias são coloridas de<br />
acridina-Iaranja e contadas. Para a conta<br />
gem, o filme da suspensão bacteriana é<br />
depositado sobre um disco em rotação, e<br />
as bactérias coloridas de laranja são con<br />
tadas automaticamente em um microscó<br />
pio. As impulsões fluorescentes captadas<br />
pelo microscópio são transformadas em<br />
impulsões eletrônicas, contadas e regis<br />
tradas.<br />
Trabalho realizado comparando-se este<br />
método com a contagem em placas, com<br />
228 amostras, forneceu o coeficiente de<br />
correlação de 0,88 para a quantidade de<br />
10 3 a 105 u.f.c./ml.<br />
2 - MÉTODOS INDIRETOS<br />
2.1 - Impedãncia<br />
Embora tenha-se conhecimento desta<br />
técnica desde o início deste século; so<br />
mente nestes últimos anos, com o desen<br />
arvoredoleite.org<br />
volvimento de circuitos integrados e de<br />
.
Pág. 20 Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCT<br />
!nformática é que este método se ton;ou<br />
rnteressante.<br />
. Durante e . u crescimento, os microrganlsmo<br />
modIfIcam a composição química<br />
do meIo. Ocorre, metabolização dos subs<br />
tratos, transformando-os em substâncias<br />
menores, de carga elétrica m,ais e/e,vada,<br />
que conduzem ao aumento da condutivi<br />
dae. Esta _ alteração, em função do tempo<br />
?e rncbaao, pr:lVoca um abaixamento da<br />
Imedancla que e então registrada. Quanto<br />
maor a crga microbiana inicial do leite,<br />
maIor sera a mudança da impedância no<br />
decorrer da incubação.<br />
. Na prática, a medida da impedância é<br />
feIta por um aparelho chamado de Bacto<br />
meter, havendo no momento 2 tipos: Bac<br />
tometer 32, que permite analisar 32 amos<br />
tras de cada vez, e o Bactometer modelo<br />
10 com o qual se analisam 128 amostras<br />
sImultaneamente. A capacidade deste últi<br />
mo, pode ser aumentada a 512 amostras<br />
graças aos módulos complementares.<br />
O . controle do leite cru por impedância,<br />
permIte . atu _ almente a medida direta da<br />
contamrnaçao bacteriana em 12 horas para<br />
cerca de 103 u.f.c./ml e de 7 horas, para<br />
1 5 u.f.c./ml, com coeficiente de correla<br />
çao e 9,70 a 0,88 em relação ao método<br />
padrao de contagem em placas. No mo<br />
n:eto não . há ainda muitos artigos dispo<br />
nlve!s reltlvos a este método, e algumas<br />
pa:tlculandades precisam ser ainda pes<br />
qU/sadas como: influência da matéria graxa,<br />
d teor da matéria seca, inibidores de<br />
cescl .""! ento, etc. Entretanto, devido á<br />
sl'!lpllcldade da operação poderá vir a ser<br />
utIlizado em análises de rotina, ou empre<br />
gao . pra outros fiins como detecção de<br />
antlblotlc?s . ou medicação de atividade de<br />
cult ,ras latlcas para leites fermentados e<br />
queIJos.<br />
2.2 - Determinação do Piruvato<br />
. O leite contém os elementos necessá<br />
nos para o crescimento das bactérias co<br />
":l?: lactose, matéria graxa e matéria protel?a<br />
.<br />
.<br />
Sob a ação de sistemas enzimáticos<br />
prop/O , das bactérias, ocorrem reações<br />
d gllcollse, de proteólise e de lipólise. O<br />
plruvato ? c pa um papel central neste sis<br />
temB.! pOIS e uma substância chave d'estas<br />
reaçoes.<br />
Para determiação do piruvato, recorre- '<br />
-se a uma . reaçao enzimática que utiliza<br />
lact . ato-dehldrogenase. Em presença desta<br />
enzl, em'p'H 7,6, o piruvato é convertido<br />
em aCldo latlco, o hidrogênio necessário'<br />
par sta reação provém da coezima dinu<br />
cleotldo de nicotinamida-adenina · (NADH<br />
'<br />
-+:. H + ) que sofre oxidação. A concentra<br />
çao de NAf?H no decorrer da reação, pode<br />
ser determrnda em colorímetro medindo:<br />
-se a absorçao em 340 nm, ou em fluorí<br />
metro com filtro primário de 355 nm e filtro<br />
se?undário de 485 nm. Esta concentração<br />
é lO,:'ersamente correlacionada à concen<br />
traça0 de piruvato.<br />
A amostr:age""! é menos delicada que a<br />
contgem mlcroblana, o piruvato é solúvel<br />
o leIte e conseqOentemente melhor repar<br />
tIdo que as bactérias. de modo que uma<br />
amstra representativa é mais facilmente<br />
obtIda. A conservação química das amos<br />
tras, pela aição do ácido tricloroacético à<br />
c0.ncetraçao de 10%, pOde ser efetuada<br />
ate 6 dIas antes da análise. Além do mais<br />
esta substância não é decomposta pelo<br />
tratamentos térmicos.<br />
. .<br />
Em leite refrigerado, obteve-se um coe<br />
fIcIente de correlção de 0,7; comparando<br />
-se a conc _ entraçao de piruvato, com o má<br />
tdo padrao. Entretanto, para leite não re<br />
fngerado o coeficiente sesitua entre O 3 a<br />
0,5. Segundo BOSSUYT (3) em trablho<br />
efetuao na Ale . manha, o autor, questiona<br />
este met?o pOIS embora seja bem defini<br />
da a poslçao central do piruvato, a quanti<br />
ade formada varia segundo a flora bacte<br />
nana p..resente também o período de con<br />
servaçao do leIte.<br />
2.3 - Determinação do amoníaco<br />
Outros metabólitos bacterianos foram<br />
também considerados, com a finalidade de<br />
estabelecer ma eventual correlação entre<br />
a concentraçao do metabólito, e a ativida<br />
de ou número de bactérias.<br />
. Entre estes encontra-se o amoníaco<br />
livre, . que povém da decomposição das<br />
'proternas. A concentração de amoníaco<br />
no entanto, depende da composição d<br />
flora microbiana, pois os microrganismos<br />
proteolíticos têm atuação bem mais impor<br />
tante que os demais. Além do mais a<br />
pro!eólise pOde também ser provocada por<br />
enzl/ !l as originárias do leite, proporcionan<br />
do dIferença no teor de amoníaco.<br />
2.4 - Teste Limu/us ou L.A.L.<br />
. Em 1956 ?onstatou-se que o sangue de<br />
("Limu/us amaebocyte Iysate")<br />
Llmu/us pOhphemus (artrópodo que vive<br />
na cost? Iste d América do Norte) coagu<br />
lav apos rnfecçao com bactérias Gram-ne<br />
g:atlvas. Esta observação, foi o ponto ini<br />
CIaI para desenvolvimento deste teste pa<br />
ra detect r as bactérias Gram-negativs.<br />
O reativo para o teste Limulus é comer-<br />
Revista do ILCT Setembro/Outubro de 1984 Pág. 21<br />
cializado na forma liofilizada desde 1971 ,<br />
por algumas firmas especializadas. Foi<br />
utilizado inicialmente na área médica, e a<br />
partir de 1981 em exames bacteriológicos<br />
para leite e derivados, segundo técnica<br />
adaptada por pesquisadores alemães. Os<br />
resultados publicados até o momento são<br />
raros, mas prometedores. SUDI (10) en<br />
controu coeficiente de correlação de 0,97<br />
ao comparar este método com o método<br />
padrão. Trata-se de um método de bastante<br />
sensibilidade, podendo-se detectar<br />
até 500 bactérias por ml de leite; e a con<br />
taminação de qualquer dos utensílios utili<br />
zados pode provocar distorção do resulta<br />
do.<br />
2.5 - Determinação de ATP<br />
(Trll08lato de adenosina)<br />
Uma das particularidades da ATP é que<br />
está presente exclusivamente nos organis<br />
mos vivos. Se por exemplo o metabolismo<br />
das bactérias é paralisado, a ATP desaparece<br />
rapidamente. A particularidade mais<br />
importante, no entanto, é que a sua con<br />
centração na célula é relativamente cons<br />
tante, em um mesmo grupo de organismos<br />
(bactérias, leveduras ou células somáticas).<br />
Esta constatação constitui a base da<br />
ATP-metria, para se ter uma idéia não<br />
somente qualitativa, mas também quantitativa<br />
da biomassa.<br />
Para a determinação da ATP utiliza-se<br />
da bioluminescência, empregando-se luciferina-Iuciferase<br />
(substrato de enzima +<br />
enzima), que é extraída de um coleóptero,<br />
e comercializada sob a forma liofilizada.<br />
Em presença desta substância, de ATP, e<br />
de ions magnésio, há formação de um<br />
complexo, que em presença de oxigênio se<br />
decompõe em luciferina oxidada, adenosina<br />
monofosfato (AMP), CO2 e fotons. Esta<br />
reação é utilizada para determinação de<br />
ATP; a iluminação produzida no decorrer<br />
da ,reação é registrada por um fotômetro,<br />
sendo proporcional à concentração de<br />
ATP.<br />
. O leite, além da população bacteriana<br />
ccin!iminante, contém também outros<br />
compostos que possuem ATP: células somáticas<br />
provenientes da vaca, leucócitos,<br />
células epiteliais e outros. Assim sendo,<br />
para conservar a proporcional idade de bactérias<br />
em relação ao teor de ATP, tem-se<br />
que eliminá-los por dois meios possíveis:<br />
a) eliminação por fi/tração seletiva; b) extração<br />
específica de ATP das células somáticas,<br />
e degradação antes de se efetuar<br />
a dosagem da ATP bacteriana.<br />
Trabalhos efetuados por pesquisadores<br />
belgas, constataram coeficiente de corre-<br />
digitalizado por<br />
lação de 0,93 entre este método e o padrão<br />
de contagem em placas, para amostras de<br />
leite contendo 105 a 107 colônias/ml. En<br />
tretanto, os resultados não foram satisfa<br />
tórios para leIte contendo menos de 105<br />
colônias/ml; podendo ser consequência<br />
de duas causas possíveis: a) a repetibili<br />
dade para a contagem bacteriana é menor<br />
nesta faixa, ou b) devido a resíduos de ATP<br />
das células somáticas, que não foram to<br />
talmente eliminados, e que poderiam in<br />
fluir nos resultados, mais intensamente<br />
nesta faixa.<br />
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA<br />
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destiné au,dôsage en série de la ma<br />
tiere grasse du lait. Le Lait 50:233-56,<br />
1970.<br />
7. GRAPPIN, R.; JEUNET, R. Essais de<br />
I'appareil "MilkoScan 300" utilisé<br />
pour le dosage en série de la matie<br />
re grasse et des protéines du lait. Le<br />
Lait 56(558):498-520, 1976.<br />
8. GRAPPIN, R.; JEUNET, R. Facteurs<br />
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Milk Analyser" et Gerber). Le Lait<br />
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(974):37-43, 1983.<br />
13. QUESNEAU, R. La luminescente.<br />
Technique Laitiere (974):49-59, 1983.<br />
NOSSA CAPA<br />
14. QUESNEAU, R .<br />
.<br />
La mesure de I'impedance.<br />
TechO/que Laitiere (974)·62<br />
64, 1983.<br />
No encerramento da 29. a Semana do Lar . . .<br />
. . -<br />
15. SUO!<br />
' .<br />
!. Le test Limulus. Technique<br />
Leltlere (974):19-28, 1983.<br />
ICJnlsta, que se realizou em julho de 1983<br />
a Empresa de Pesquisa Agropecuária d e M . Jn as Gerais - EPAMIG, ofereceu coquetel<br />
de QUEIJOS & VINHOS aos particiPante<br />
d<br />
'<br />
' s o certame<br />
N uma grande mesa redonda no centr o do salao, estavam bem distribuidas<br />
variedades de queijos fabricados o pa. IS, em meio . a flores e frutas nacionais, num<br />
belíssimo arranjo.<br />
Ao redor desta mesa, várias barra uinh a<br />
.<br />
mentadas, expunham fatias dos mesm!<br />
de madelr , caprichosamente orna-<br />
queiJos , para maior facilidade dos degustadores,<br />
conforme se vê na foto · d a capa e na reproduçao<br />
_<br />
desta página<br />
.<br />
Tudo isto acompanhado de v h<br />
o Ima qualidade - tinto, branco<br />
e rose<br />
-:<br />
- alem de refrigerantes e água min e I . .<br />
FOI uma festa inesquecível ao som de 1 t mUSlca, e os convidados aproveitaram<br />
para dançar, em meio á Iegria q ue contagiava a todos.<br />
.<br />
E assim terminou a 29 . a S emana do L a r ICJnI . ? ta, que teve como temá "A<br />
QULlOAOE DO LEITE E SEUS DERIVADOS" , promolda p : 'a Secretaria de Estado da<br />
Agncultura de Minas Gerais, pela EPAMIG-e<br />
?ecretana NaCIOnal de Abastecimento -<br />
SNA8, de 18 a 22 de julho de 1983 ,no I nstltuto de Lacinios Cândido Tostes".<br />
• • lO os nacionais de T<br />
_ .<br />
.<br />
.<br />
.<br />
! "<br />
Revista do ILCT 39(235): 23-5 (1984)<br />
MÉTODOS ANALíTICOS ATUAIS NA<br />
DETECÇÃO DE TOXINAS MICROBIANAS<br />
NOS ALIMENTOS*<br />
Modern Analytical Methods for Microbiological Toxin<br />
Intoxicações Alimentares EstafiloCócicas<br />
As intoxicações aÚmentares causadas<br />
pela ingestão de alimentos que contêm<br />
exotoxinas pre-formadas autêntic"as (enterotoxinas)<br />
de S. aureus são comuns devido<br />
á multiplicação no trato intestinal de estirpes<br />
de S. aureus produtores de coagulase<br />
e termonuclease. Já foram identificados<br />
seis tipos diferentes de toxinas designa<br />
das pelas letras A, 8, C, O, E e F.<br />
Ainda se prescindem de técnicas práticas<br />
e sensíveis na detecção destas toxinas,<br />
apesar de terem sido preparados an:"<br />
tisoros específicos para todas as toxinas,<br />
Detection in Foods<br />
" com exceção da F. Também, duas enterotoxinas<br />
tipo C foram classificadas em C 1 e<br />
C 2· Os métodos utilizadoS se classificam<br />
em três categorias:<br />
1. Métodos biológicos - usam ani-<br />
mais de laboratório (macaco, gato) e o<br />
próprio homem.<br />
2. Métodos indiretos - relacionam a<br />
presença de enterotoxinas com produtos<br />
estafilocócicos como a nuclease termo-re<br />
sistente e a coagulase.<br />
3. Métodos imun.ológicos - nestas<br />
técnicas são purificadas as toxinas e produzidos<br />
os anticorpos específicos para a<br />
adaptação de análises imunológicas de en<br />
terotoxinas em meios de cultura e alimen<br />
tos. Entre estes métodos são usados: di<br />
fusão em gel simples,. difusão em gel du<br />
plo; anticorpoS fluorescentes, inibição da<br />
hemaglutinação, hemaglutinação passiva<br />
inversa, aglutinação de látex, a eletroimu<br />
nodifusão, a radioimunoavaliação da fase<br />
sólida .<br />
Edson Clemente dos Santos·'<br />
Intoxicação Alimentar por<br />
Clostridium botulinum<br />
A forma dramática como se manifesta<br />
o botulismo, apesar de considerada doen<br />
ça rara, torna esta enfermidade uma das<br />
intoxicações mais temidas pela sua eleva<br />
da mortalidade e característica letal.<br />
O botulismo humano ocorre pela inges<br />
tão de toxinas.pre-constituídas produzidas<br />
no mínimo por 4 doS 7 tipos sorológicos<br />
de C. botulinum: A, 8, E e F. Ainda exis<br />
tem notificações recentes de alguns tipos<br />
de botulismo causados por infecções de<br />
feridas. Estas toxinas são destruídas pelo<br />
calor, e no caso de toxinas E, a sua expo<br />
sição á tripsina pode reforçar sua toxici-<br />
dade.<br />
O risco do botulismo nas indústrias de<br />
alimentos enlatados e conservas tem exigido<br />
fórmlJlas e técnicas higiênicas, me<br />
lhor seleção de matéria-prima, controle do<br />
pH do produto final e o criterioso acompa<br />
nhamento no processamento industrial,<br />
pelO perigo dessa enfermidadepara o con<br />
sumidor e destruição da boa imagem da<br />
indústria. Para isto, novas técnicas de<br />
conservação e tecnologia dos alimentos,<br />
envase a vácuo e a liofilização foram as<br />
alternativas criadas pelas indústrias, além<br />
do melhor controle microbiológico, da cur<br />
va de resistência térmica e temperatura<br />
ótima de esterilização, associada ao pH de<br />
cada alimento enlatado.<br />
Atualmente são raros os casoS de noti-<br />
ficação . botulínica devido ao éonsumo de<br />
alimentos processadOS comercialmente,<br />
graças ao avanço tecnológico na elabora-<br />
• Trabalho apresentada à 2.9." Semana do Laticlnista - Julho/1983 .<br />
• • ?rol. da EV-UFMG e Diretor Técnico do DPET-EPAMIG.<br />
digitalizado por<br />
arvoredoleite.org
Pág. 24 Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCT<br />
ção dos produtos alimentares, técnicas de<br />
tratamento térmico, controle de embalagens<br />
e avaliação de qualidade sanitária.<br />
Porém, ainda persistem surtos epidêmicos<br />
esporádicos devido ao consumo de conservas<br />
artesanais de preparo doméstico .<br />
.<br />
Para detectar as toxinas botulínicas<br />
são usados métodos biológicos e sorológicos.<br />
- Métodos biológicos: a prova de toxi<br />
cidade em ratos é o método biológico mais<br />
sensivel, porém ainda imperfeito para a<br />
análise de alimentos, devido à mortalidade<br />
não específica. A prova intraperiton€1al em<br />
ratos é lenta e só se usa para análises<br />
quantitativas em grande número de animais.<br />
O teste mais usado em ratos se<br />
baseia no logaritmo de tempo letal (morte)<br />
que tem uma relação linear com o logaritmo<br />
da DL50, já tendo sido preparadas<br />
curvas padrões para as toxinas A, B, E e F<br />
(Sakagushi, comunicação pessoal).<br />
Métodos sorológicos: nestes métodos<br />
utilizam-se antissoros contra . células e to-<br />
xinas de C. botulinum.<br />
A técnica de antissoros imunofluorescentes<br />
foi adaptada para a · detecção de<br />
células de C. botulinum. Esta técnica não<br />
distingue os diversos tipos de células pro<br />
teoliticas A, B e F pois outros clostrídeos<br />
compartilham antígenos comuns servindo<br />
porém para o exame presuntivo destas cé<br />
lulas botulinicas em alimentos e amostras<br />
patológicas. Portanto, estas provas podem<br />
ser complementadas pela avaliação de to<br />
xinas e cultivos para a confirmação do<br />
diagnóstico. Outros métodos sorológicos<br />
adaptados para a detecção de toxinas de<br />
C. botulinum são a difusão gelatinosa em<br />
lâminas, a difusão gelatinosa capilar, a<br />
hemaglutinação passiva inversa, a eletro<br />
imunodifusão, anticorpos fluorescentes e<br />
a radioimuno avaliação.<br />
Os métodos soro lógicos para detectar<br />
toxinas de C. botulinum se baseiam no<br />
uso de anticorpos produzidos pelas toxi<br />
nas parcialmente purificadas, atualmente<br />
já melhorada a técnica para evitar reações<br />
cruzadas com a purificação destas toxinas.<br />
Intoxicação Alimentar por<br />
Clostridium perfringens<br />
_<br />
Esta !ntoxicação é causada pela inges<br />
tao de alimentos contaminados com gran<br />
de número de células tipo A de C. perfrin<br />
gens. O tipo C é também outra única<br />
stipe responsável pelas infecções intes<br />
tmls no homem, porém a intoxicação<br />
maIs rara e mais grave é a do tipo A.<br />
A enterotoxina é produzida durante a<br />
esporulação das células e se libera no<br />
meio através da lise de esporângios. Os<br />
sintomas são observados pela ingestão de<br />
enterotoxinas pré-formadas nos alimentos<br />
ou acidentalmente pela liberação de toxinã<br />
no intestino. Neste caso, as células vegetativas,<br />
consumidas nos alimentos, esporulam<br />
no intestino e liberam a toxina.<br />
O diagnóstico se baseia na enumeração<br />
de grande número de células tipo A de<br />
C. perfringens no alimento e nas fezes.<br />
A detecção da toxina por métodos sorológicos<br />
depende da purificação de toxinas<br />
e disponibilidade de antissoros específicos.<br />
Os métodos mais usados são hemaglutinação<br />
passiva inversa Ef'a dos anticorpos<br />
fluorescentes para a reação específica<br />
com a enterotoxina nas fezes.<br />
Intoxicação Alimentar pelo<br />
Bacillus cereus<br />
As intoxicações alimentares incnmlnando<br />
o B. cereus têm aumentado bastante,<br />
alcançando na Hungria o 3. o lugar<br />
em importância nos surtos epidêmicos por<br />
ingestão de alimentos, o mesmo ocorren<br />
do em outros países europeus.<br />
A doença pode ser causada ' pelas toxinas<br />
pré-formadas nos alimentos, porém o<br />
diagnóstico mais usado é pela presença de<br />
grande número de células (106/g) nos alimentos.<br />
Os filtrados de cultivos de B.<br />
. cereus exibem atividades hemolíticas letais<br />
para ratos, comprovadas pelo acúmulo<br />
de fluido no segmento ilíaco (ligadura) de<br />
coelho, assim como pela atividade dermonecrótica<br />
na pele de coelho das índias que<br />
parece idêntica mas difere da atividade ·:<br />
hemolitica e da lecitinase C; A identidade<br />
letal ainda não foi comprovada.<br />
A nova atividade enterotóxica se verifica<br />
durante a fase exponencial de crescimento<br />
do B. cereus, ainda dependendo de<br />
pesquisas para comprovação.<br />
Intoxicação Alimentar Oriunda de<br />
Bactérias Diversas<br />
As bactérias gram negativas como Salmonella,<br />
Shigella, E. coli, V. parahaemolyticus<br />
e V. cholera são as outras causas<br />
principais de intoxicações alimentares.<br />
Destas bactérias algumas produzem exotoxinas<br />
porém não se sabe se as toxinas<br />
pré-secretadas nos alimentos são a causa<br />
da intoxicação. Portanto, o diagnóstico se<br />
faz pela identificação das bactérias nos<br />
alimentos e nas fezes dos pacientes. A<br />
técnica do segmento ligado do ilíaco de<br />
coelho tem sido usada para investigar a<br />
capacidade das bactérias de produzir substâncias<br />
que induzem ao acúmulo de· fluido.<br />
Revista do ILCr Setembro/Outubro de 1984 Pág. 25<br />
Esta indicação perm.ite deduzir que estas<br />
substâncias poderiam provocar diarréia no<br />
homem. Assim, têm sido comprovadas<br />
enterotoxinas de estirpes de E. coli, V.<br />
cholera e V. parahaemolyticus.<br />
Algumas bactérias, como os bacilos do<br />
gênero Proteus, podem de . sdobrar p las<br />
enzimas os alimentos produzindo ammas<br />
a partir de aminoácidos causando intoxi<br />
cações alimentares. As técnicas para diag<br />
nosticar estas aminas estão sendo aprimoradas.<br />
Alguns Proteus causam a reação<br />
com aminas secundárias liberando as ni<br />
trosaminas nos alimentos, consideradas<br />
poderosos agentes carcionogênicos.<br />
Conclusão<br />
Apesar de serem limitados os nosSOS<br />
conhecimentos na área de identificação e<br />
caracterização de toxinas microbianas, po<br />
de-se reconhecer a falta de notificações e<br />
dados estatísticos disponíveis para uma<br />
avaliação perfeita da importância das ente<br />
rotoxinas na saúde pública. Há omissão de<br />
informações, falta de serviços organizados<br />
em saúde animal e humana, laboratórios<br />
não aparelhados e mesmo deficiência dos<br />
métodos de diagnóstico para a detecção<br />
de toxinas em grande escala.<br />
Pode-se afirmar que as toxinas de C.<br />
botulinum e as enterotoxinas. estafilocóci<br />
cas pré-constituídas nos alimentos cau<br />
sam estas intoxicações, mas não se defi<br />
niu ainda se as outras toxinas microbianas<br />
têm a mesma específica ação pré-formada<br />
nos alimentos.<br />
Os métodos de diagnóstico usando-se<br />
animais de laboratório são excelentes ape<br />
sar de anti-econômicos. Por isto, preconi<br />
za-se maior esforço da pesquisa para in<br />
vestigar mais profundamente os métodos<br />
de diagnóstico indireto e presuntivo, além<br />
do aprimoramento das técnicas de purifi<br />
cação e detecção das toxinas pelos mé<br />
todos sorológicos.<br />
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PREÇO DO LEITE<br />
MERCADO<br />
Tudo indica que a SEAP deverá conceder novo au<br />
mento no preço do leite, no final do prõxiniõ<br />
mês . O percentual de aumento deverã ser inferior<br />
ao es tabelecido no mês de Setembro último.<br />
CONSUMO DE LlcTEOS<br />
Pesquisa da Unicamp constataram que leite e d<br />
rivados tiveram. consumo drasticamente reduzido ,<br />
passando de 147 g/dia para 104,2 g/dia, com r<br />
dução de 29% no perIodo analisado O consumo de<br />
leite por pessoa em 1978 foi de 103 litros! ano<br />
e tudo indica que chegará' em dezembro 'deste ano<br />
com diminuição de 30%, ou seja, 72 litros/ano.<br />
A.C. Nillsen, comparando o primeiro seesre<br />
deste ano com igual período de 83, constatou r<br />
dução do consumo de 17% nO leite condensado ,<br />
5% no leite em pó , 2% em púdins , gelatinas e<br />
flans • •<br />
ALTERA Ç15ES NO MERCADO<br />
Uma parte do leite em pó distribuido pela LBA -<br />
no Espírito Santo _poderá ser substituída por o..!!,<br />
tra alimento, devido ao alto custo do _ pro.duto.<br />
CONSELHO INTERMINISTERrAL DE PREÇOS<br />
1.-) Processo CIP n9 3410/84, autoriza as Empr<br />
saS produtoras de leite Longa Vida (um:) a pr!.<br />
ticarem, 'a partir de 06.10.84, os preços de ve.!!.<br />
da seguintes: Salvador Cr$ 988; Recife Cr$1.090;<br />
For taleza Cr$ 1.136; Be19 Horizonte/Distrito Fe<br />
deral Cr$ 1.219 ; Rio de Janeiro! são Paulo e C<br />
ritiba Cr$ 1.155; Porto Alegre Cr$ 988.<br />
2.-) Processo CIP n9 '4419!84 autoriza as Empre<br />
saa produtoras de leite em pô a· reajstarem, a<br />
partir de 06 .10.84, sobre os preços praticados,<br />
no máximo. os percetuais seguintes :<br />
36% para o integral e 34% para o desnatado.<br />
CODIGO<br />
INFORMA ÇOES DIVERSAS<br />
ANÁLISE DE MERCADO<br />
Todos os produtos estão oferecidos . e os pre<br />
ços que vinham sendo praticados não estão re<br />
sistindo a essa pressão de vendas , que exis<br />
e porqu. as Empresas evitam fazer es toques:<br />
A expectativa ê de que esta situação perdure<br />
ate ser anunciado novo preço do leite para<br />
Dêzêmbr .<br />
PREÇOS NO ,VAREJO<br />
DIEESE apresentou para Outubro as altas se<br />
guintes: leite (25 ,7%) ; leite em pô (18,3%)":<br />
A FIPE para Outubro apresentou 31,7% para<br />
lei te e derivados: O IEA apresentou para Ou<br />
tubro a variação média dê 29,4% nos preços<br />
dos laticínios distribuida qa forma seguinte:<br />
leite "B" (34,9%) , leite "E" (33,8%>" , leite<br />
em pó (11,8%) , manteiga (33,8%) , queijos<br />
nas (18,1%) e prato (31;1%) .<br />
mi -<br />
PRODUÇÃO DE LEITE<br />
A seca,.qe há mais de 30 dias vinha preoc<br />
panda os pcuarists de várias regiõs , esta<br />
terminando sem causar grandes danos as pas ta<br />
gens , uma ez que . cAmeçaram as . chuvas permI<br />
tin'do sua recuperação . Com isso; "embora com<br />
atraso, a produção deverã aumentar comO .e de<br />
se esperar nesta epoca do ano .<br />
FALtNCIAS E CONCORDTAS<br />
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INFORMATIVO DA BOLSA DE LATICINIOS : Distribuição gratuita ãs Empresas, Associações ,<br />
Entidades Públicas e Particulares . Edi tado sob direção e responsabilidade de PAULO SILVESTRINI.<br />
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- Porque: . au.menta 10 a 30% a sua Produção<br />
de queIJo tIpO frescal, prato ou outros.<br />
-gr::'OCê não joga fora o soro, um rsíduo<br />
-roque o permeado da Ultrafiltração é rico em<br />
ac ose, que pode ser aproveitada através da<br />
O<br />
smose Reversa Reginox.<br />
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eqUlpamntos<br />
e a tecnologia Tri-Clover/<br />
B<br />
.v. / RegInox.<br />
COMPROVE OS RESULTADOS<br />
UNIDADE PILOTO CONSUL TF 'N S O O S U p C'!-ç !,DO l1.M TESTE COM A N •<br />
C<br />
OSSA<br />
@ ú'@
Pág. 30 Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILcr<br />
sistema de abastecimento de leite. Sendo<br />
o leite uma das substâncias- naturais mais<br />
pereciveis, desde -os primórdios da sua<br />
utilização pelo homem têm sido descobertas<br />
várias formas de conservá-lo para ser<br />
utilizado como alimento num máior período<br />
de vida útil possível. Conforme foi destacado,<br />
os contaminantes microbiológicos<br />
são os principais agentes responsáveis<br />
pela deterioração da qualidade do leite;<br />
nesse sentido os processos de preservação<br />
visam, de uma maneira direta ou indireta,<br />
combater esses agentes.<br />
Principais Problemas do Nosso<br />
Sistema de Abastecimento<br />
A nosso ver, os principais problemas<br />
relacionados com as dificuldades que temos<br />
enfrentado com a qualidade do leite .<br />
pasteurizado ao atingir a mesa do consumidor,<br />
se agrupam em dois campos, um<br />
político ou de estratégia governamental e<br />
outro tecnológico, destacando-se nos seguintes<br />
fatores:<br />
a - Compreensão deficitária no que<br />
diz respeito aos conhecimentos técnico<br />
-científicos do mecanismo e importância<br />
dos contaminantes microbiológicos na<br />
conservação do leite em toda a sua trajetória<br />
até á mesa do consumidor. Em gerai,<br />
adotamos conceitos empíricos mistu<br />
rados com padrões rígidos importados de<br />
países onde a tecnologia é bem mais avan<br />
çada. Para agravar essa contradição e tal<br />
vez como conseqüência, o nosso sistema<br />
de controle de qualidade é dficitário tanto<br />
em termos de facilidades laboratoriais<br />
como no emprego das técnicas analíticas e<br />
na interpretação dos resultados.<br />
b - Deficiências tecnológicas no set.or<br />
de produção; principalmente no que diz<br />
respeito aos cuidados higiênico-sanitários<br />
e no incentivo para instalações compatí<br />
veis com o nível do produtor e desenvolvi<br />
mento da região. Por outro lado, o produ<br />
tor não é recompensado de modo a esti<br />
mulá-lo a melhorar, progressivamente, a<br />
qualidage do leite.<br />
c - Deficiência no setor industrial, ao<br />
lado de instalações relativamente moder<br />
nas e adequadas encontramos grandes deficiências<br />
no contole de qualidade e no<br />
controle do processamento. Com raras<br />
exceções, é nessa fase que se verifica a<br />
maior parcela de culpa pela má qualidade<br />
do leite pasteurizado encontrado no nosso<br />
comércio: Como exemplo desse fato, po<br />
demos analisar o caso do leite tipo B, o<br />
qual, em nome de uma melhor qualidade,<br />
se reveste de uma série de exigências<br />
normativas, no entanto ao chegar - nas<br />
mãos do consumidor a única diferença efetivamente<br />
detectada está no preço mais<br />
alto, enquanto que os fatores de qualidade,<br />
principalmente em termos de conservação,<br />
se equiparam aos do leite Especial.<br />
As informações tecnológicas já existentes<br />
na literatura nos permitem afirmar que, se<br />
fossem aproveitados todos os recursos<br />
instalados em nome do leite tipo B, esse<br />
produto deveria alcançar um período de<br />
vida útil de sete a dez dias, sendo que,<br />
destes, pelo menos cinco dias de conservação<br />
no refrigerador residencial deveriam<br />
ser esperados.<br />
d - Ponto de estrangulamento evidenciado<br />
na distribuição e comercialização do<br />
leite; por um lado devido é!0 valor comerciai<br />
ou margem de lucro, por outro la<br />
.. do pela falta de um sistema eficiente de<br />
fiscalização do produto nos pontos de<br />
venda ao consumidor, O leite é um produto<br />
relativamente fácil de ser fiscalizado no<br />
comércio uma vez qe as amostras são relativamente<br />
homogêneas e de um efeito- rElpresentativo<br />
bastante grande,· isto é, uma<br />
amostra representada por uma embalagem<br />
de um litro de leite geralmente reflete a<br />
qualidade de milhares de outros saquinhos<br />
provenientes da mesma partida. Há também<br />
a vantagem de encontrarmos métodos<br />
analíticos bastante precisos e relativamente<br />
simples, os quais fornecem uma<br />
idéia bastante clara da qualidade do produto<br />
e permitem algumas conclusões a<br />
respeito das possíveis falhas ou responsáveis<br />
pela deterioração da qualidade. So<br />
mos de opinião que, somente quando ím<br />
plantarmos um sistema racional de fisca<br />
lização do leite por amostragem no ponto<br />
final da comercialização, poderemos efici<br />
entemente questionar e responsabilizar os<br />
diversos segmentos pela melhoria da qua<br />
lidade do leite a começar pelo sistema de<br />
distribuição e comercialização, o qual se<br />
ria responsabilizado pela manutenção da<br />
qualidade do leite tal qual ele sai dos es<br />
tabelecimentos industriais. Dentro do<br />
mesmo princípio, a indústria seria respon<br />
sável por manter a qualidade do leite que<br />
recebe do produtor; finalmente então po<br />
deríamos estimular e exigir uma progres<br />
siva melhoria na q'ualidade do leite obtido<br />
pelo produtor. Esse sistema devidamente<br />
integrado permitiria então a fixação de<br />
padrões mínimos de qualidade a serem<br />
exigidos tanto a nível do produtor como no<br />
produto final a ser adquirido pelo consu<br />
midor.<br />
Com a intenção de ilustrar com resul<br />
tados de pesquisa os comentários em rela-<br />
Revista do ILCr Setembro/Outubro de 1984 Pág. 31<br />
ção à qualidade do leite pasteurizado, são<br />
apresentados a seguir resultados de con<br />
tagem da flora microbiana global e do tes<br />
te de fosfatase obtidos de amostras de<br />
leite coletadas ' ao acaso em estabeleci<br />
mentos que normalmente vendem leite ao<br />
consumidor na cidade de Campinas - SP<br />
e algumas cidades vizinhas.<br />
Conforme pode ser verificado nos Qua<br />
dros 1 e 2, as contagens microbianas são<br />
bastante variáveis dentro de uma mesma<br />
marca comercial e, de uma forma bem<br />
mais acentuada de uma marca para outra.<br />
É importante ntar que praticamente não<br />
há diferença entre os resultados obtidos<br />
com os leites tipo B e Especial, havendo<br />
inclusive um valor médio mais alto em<br />
duas das três principais marcas de leite<br />
tipo B apresentadas. Outro aspecto muito<br />
importante sob o ponto de vista da saúde<br />
pública é o fato de algumas amostras,<br />
inslusive de leite tipo B, apresentarem<br />
resultados positivos nó teste de fosfatase,<br />
indicando possíveis deficiências na pas<br />
teurização, ou posterior mistura com leite<br />
cru.<br />
No Quadro 3, podemos ter uma indic _ a<br />
ção bastante clara d rp , ida deteioraçao<br />
na qualidade microblologlca do leite pas<br />
·teurizado tanto no tipo B como no Espe<br />
-cial, ao ;er armazenado por até 48 horas<br />
em refrigerador doméstico. De um mod?<br />
geral as contagens atingiram valore CIma<br />
de um milhão, e nessas condlçoes<br />
quando o leite não chega a coagular á<br />
uma sensível depreciação no sabor, faCil<br />
mente detectada pelo consumidor.<br />
Em resumo, podemos concluir , que a<br />
situação não é tão alarmante como fizeram<br />
crer os noticiários, no início deste ano,<br />
principalmente se considerarmos que exis<br />
tem situações muito piores em outros pr<br />
dutos alimentícios. Entretanto, tecnologi<br />
camente falando, uma substancial melho<br />
ria na qualidade do leite poderia ser facilmente<br />
obtida se discutíssemos o assun<br />
to despidos das armaduras políticas e dos<br />
interesses puramente econômicos evidenciados<br />
em certos grupos de intermediá<br />
QUADRO 1 - Resultado do teste de fosfatase e contagem global em microrganismos por<br />
rios.<br />
ml no leite pasteurizado tipo Especial.<br />
Marcas Comerciais<br />
Amostras 111<br />
I<br />
* 11<br />
*<br />
Fosfatase<br />
1<br />
2<br />
3<br />
4<br />
5<br />
13 x 103<br />
1,6 x 1 03<br />
4,5 x 103<br />
0,2x103<br />
10 x 103<br />
30 X 103<br />
54 x10 3<br />
50 x 103<br />
48 X 103<br />
30 x 103<br />
4x 103<br />
4(, x 10 3<br />
50 X 103<br />
30 x103<br />
25 X 103<br />
+<br />
-<br />
-<br />
+<br />
-<br />
6 30 X 103 130x103<br />
7<br />
8<br />
190 x 103<br />
12x103<br />
120x103<br />
220 x 10<br />
9 50 X 103 12x 10<br />
10 33 x 103 260 x 10<br />
Média<br />
34,4 x 10" 95,4 X 103 29,8 x103<br />
• Os resultados do teste de fdsfatase foram todos egativos.<br />
digitalizado por<br />
arvoredoleite.org
Pág. 32<br />
Amostras<br />
1<br />
2<br />
3<br />
4<br />
5<br />
6<br />
7<br />
8<br />
9<br />
10<br />
Média<br />
I<br />
.<br />
90 X103<br />
270 X 103<br />
1,5x103<br />
81 x 103<br />
15 X 103<br />
10x103<br />
14 X 103<br />
12x103<br />
220 x 103<br />
80 X 103<br />
79,4 x 10<br />
Setembro/Outubro de 1984<br />
Marcas Comerciais<br />
I<br />
"<br />
.<br />
1,5X103<br />
0,4 X 103<br />
25 x 103<br />
16 X 103<br />
40 x103<br />
45 x103<br />
45 x 103<br />
25 x 103<br />
14x103<br />
11 x103<br />
22,3 x 10<br />
111<br />
.<br />
8 X 103<br />
8x 103<br />
90 X 103<br />
50 x.103<br />
40 X 103<br />
2x103<br />
17 x 103<br />
6 x 103<br />
75 x 103<br />
25 x 103<br />
32,1 x 10<br />
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E, certamente, o equipamento de pasteurização é<br />
uma das mais importantes.<br />
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fabr r a<br />
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' .<br />
Pág. 36 Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCr<br />
ção ao sabor amargo (escala de O (in<br />
.<br />
ete) a _6 .0 (fortemente amargo). Os r::<br />
a os sao apresentados no Quadro l'<br />
QUADRO 1 Ef 't d<br />
pH do Leite<br />
6.56<br />
6.38<br />
6.25<br />
Estes resultados além de<br />
que o abaixamento do pH . dem?ns!rar<br />
In fI uencla dlre-<br />
" n e na quantidade de coalho retida<br />
. tame t<br />
-<br />
- e. o o pH do leite na ret ençao do coalho e formação do sab or amargo no<br />
queijo Gouda*<br />
• STADHOUDERS e HUP (1975)<br />
Cultura<br />
%<br />
Teor de Coalho no<br />
Queijo ( p'l/kg)<br />
280<br />
380<br />
500<br />
pH<br />
Inoculação Soro no Na massa<br />
ponto pós-<br />
-prensagem<br />
Teor médio<br />
Rápida (N) 1.5 6.48 5.54<br />
Rápida (N) 1.0 6.51 5.66<br />
Lenta (18) 1.0 6.52 5.85<br />
Lenta (18) 0.6 6.57 6.02<br />
* STADHOUDERS e HUP (1975)<br />
Graduaço do sabor amargo após<br />
maturaçao de:<br />
6 Semanas 17 Semanas<br />
0.6<br />
1.0<br />
1.7<br />
Teor médio<br />
de coalho<br />
no queijo<br />
( fl.llkg)<br />
298<br />
275<br />
265<br />
228<br />
1.5<br />
1.3<br />
2.0<br />
d.<br />
qraduação sabor amar-<br />
go após maturação (1)<br />
6 17<br />
semanas semanas<br />
1.50 2.08<br />
1.33 1.51<br />
0.90 1.05<br />
0.79 1.02<br />
(1 ) Graduação de O a 6 (fortemente amargo)<br />
Revista do ILCr<br />
de parte proteolíticos e termoresistentes<br />
com potencial capacidade de degradação<br />
da caseina em peptideos menores) e pH<br />
mais baixo, com direta influência na retenção<br />
de coalho pela coalhada. Portanto, a<br />
qualidade bacteriológica do leite é importante<br />
quando se deseja combater o sabor<br />
amargo nos queijos. A mesma atenção deverá<br />
ser dada à pré-maturação do leite com<br />
cultura lática já adicionada, ou ao uso<br />
indiscriminado de percentagens elevadas<br />
de inoculação do fermento no leite.<br />
A acidificação afeta sensivelmente a<br />
dessoragem gradual que ocorre durante a<br />
elaboração de um queijo, ou seja, a modificação<br />
da estrutura do grão de coalhada,<br />
pela formação de lactatos, solúveis. aumenta<br />
sua porosidade, seja pela perda de<br />
cálcio, seja pela alteração da capacidade<br />
de retenção de água pela caseína, em decorrência<br />
da neutralização progressiva de<br />
sua carga elétrica. STADHOUDERS (1 962)<br />
indica que as moléculas de enzimas do<br />
coalho são grandes e eletricamente carregadas<br />
e, por isso, a sua difusão do grão de<br />
coalhada para o soro durante a elaboração<br />
é mais demorada que aquela da lactose.<br />
Dai, qualquer modificação do processo<br />
visando aceleração da obtenção do ponto<br />
(maior eficiência da dessoragem e lavagem<br />
dos grãos) faz aumentar a retenção de coalho<br />
no queijo, independente mesmo de seu<br />
teor de umidade.<br />
A pasteurização do leite parece afetar<br />
também a taxa de retenção do coalho pela<br />
coalhada e a formação do sabor amargo. O<br />
aquecimento do leite a temperaturas elevadas<br />
provoca modificações estruturais a<br />
nível da caseína e precipita parte das chamadas<br />
proteínas solúveis, aumentando a<br />
capacidade de retenção de água pela coalhada.<br />
Além disso, enzimas proteolíticas<br />
são inativadas e a maior parte da flora<br />
natural do lelte é eliminada. Estes fatores,<br />
somados ao fato de se observar maíor<br />
retenção de coalho quando se utiliza leite<br />
pasteurizado, permitiram chegar-se á con<br />
clusão de que quanto maior o grau de<br />
Setembro/Outubro de 1984<br />
digitalizado por<br />
Pág. 37<br />
aquecimento, maior a probabilidade de<br />
aparecimento do sabor amargo no prodUto.<br />
Observando o fenômeno na elaboração<br />
de queijo Cheddar, os neozelandeses<br />
LAWRENCE e GILLES (1969) constataram<br />
que o uso de leite que tenha sofrido aquecimento<br />
menos severo permitiria a um<br />
grande número de bactériás. sobreviverem<br />
no leite o que seria comparaoo. á mistura<br />
de uma cultura "não-amarga"" á Qutra sabidamente<br />
"amarga", recurso que ".se tem<br />
demonstrado válido no combate ao p'FOble<br />
ma. Em um expe,imento citado por GRA.W<br />
FOO (1976) demonstrou-se que, quanêsto<br />
o leIte era pasteurizado a 73°C/15 segun<br />
dos, encontrava-se aproximadamente duas<br />
vezes mais coalho no queijo que no caso<br />
de outro queijo feito com "leite cru ou<br />
aquecido a 65°C/15 segundOS. Em um ra<br />
balho ainda mais copclusivo, STAOHOU<br />
OERS e HUP (1 975) compararam queijos<br />
Gouda fabricados com leite pasteurizado á<br />
740C/10 segundOS e á 82°C/10 segundos.<br />
O segundo apresentou 21 % a mais de re<br />
tenção de coalho e a intensidade do sabor<br />
amargo foi quase 3 vezes superior á obser<br />
vada no queijo feito com leite menos aque-<br />
cido.<br />
No casO de queijos em cuja elaboração<br />
a massa é submetida a aquecimento, é<br />
importante citar que o grau de aquecimen<br />
to afetará a capacidade de retenção do<br />
coalho na coalhada, assim como o desen<br />
volvimento da cultura lática. Foi levantada<br />
por LOWRIE et ai (1972) a hipótese de que<br />
a utilização de temperaturas mais eleva<br />
das no aquecimento da massa inibiria mais<br />
as culturas ditas "amargas" que as "não<br />
-amargas", afetando sensivelmente a po<br />
pulação da primeira, reduzindo ou elimi<br />
nando a eventual formação de sabor amar<br />
go no queijo. Esta hipótese foi posterior<br />
mente constatada por STAOHOUDERS e<br />
HUP (1975), ao elaborarem queijo Gouda<br />
usando culturas "amargas" e "não-amar<br />
gas", e submetendo-os á diferentes tem<br />
peraturas de cozimento, durante a fabrica<br />
ção conforme apresentado no Quadro 3.<br />
arvoredoleite.org
Pág. 38 Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCT<br />
QUADRO 3 - Efeito da temperatura de cozimento n<br />
Temperatura<br />
Cozimento (0C)<br />
-<br />
31<br />
38<br />
ro de bactérias láticas'<br />
-<br />
Cultura, HP (amarga)<br />
Após 6 hs.<br />
2.6<br />
0.9<br />
• STADHOUDERS e HUP (1975)<br />
Os . resultados demonstram que o nú-<br />
e o final de bactérias láticas é reduzido<br />
aSlcame!1te na mesma proporção em am-<br />
bas as cepas !'amarga" e "não-amarga"<br />
quando sofrem efeito do aquec'lmento n' o '<br />
cesso e cozimento da massa. Os mes-<br />
. _ ..<br />
a fabncaçao do queIJo Gouda no núme-<br />
Número de Bactérias Láticas ( ... X10 9 /g)<br />
Após 24 hs.<br />
pro d çao se . I d<br />
os autores demonstraram em outro ex e-<br />
2.1<br />
0.9<br />
Cultura E8 (não-amarga)<br />
Após 6 hs.<br />
2.1<br />
1.2<br />
Após 24 hs.<br />
1.2<br />
0.8<br />
bsic .<br />
amente o mesmo,<br />
n<br />
porém a 35°C<br />
: lnUI o teor residual<br />
di<br />
de coalho e a inte -<br />
n-<br />
sldade do sabor amargo. Por outro I<br />
t:mperaturas de 36.5 e 380C h'<br />
Imento que se a cultura lática 'é inibida m ao f: i :: r f<br />
e pe:atrs mais elevadas de cozimento<br />
a ImlnUlçao ou não-formação do :sabo <br />
a<br />
tor<br />
.<br />
rei9ual de coalho na coalha<br />
a ao<br />
amargo, no queijo, pode estar li d<br />
a, qu<br />
dIminUI a m<br />
.<br />
edida que ,se eleva a te' m er<br />
a:<br />
.<br />
ado, a<br />
' a uma redu-<br />
nSlve . a carga bacteriana d'<br />
IO assim a prOdução de ev nti<br />
os. Portanto, com relação<br />
, emperatura de cozimento<br />
abos !atores devem ser levados<br />
' slderaçao.<br />
, em con-<br />
DO ponto de vista prático, este efeito<br />
da t<br />
emperatura de' cozimento na rete ' - '<br />
tura de c oZlmento<br />
P de<br />
como<br />
coalho e'<br />
é d . ex t remamente<br />
no , importante<br />
Quadro<br />
'<br />
4:<br />
,<br />
emonstrado<br />
QUADRO 4 _ , Efeito d a t emperatura de cozimento '<br />
, ,<br />
.<br />
nçao<br />
pOI. faz c?m que determinados tipos d <br />
queIJos sejam mais p opensos a apresen-<br />
coalho e ' sabor amargo do queijo GO :o<br />
d mero de bactérias láticas, teor de<br />
Temperatura de Nero de ' Baé térias<br />
COZimento (OC) Lahcas ( • ••<br />
·X10 9 /g)<br />
após 6 hs após 24 hs<br />
33,5<br />
1.0<br />
35.0<br />
1.6<br />
1.1<br />
36.5<br />
1.5<br />
0.53<br />
38.0 ' 0.31<br />
0.28<br />
0.27<br />
* STADHOUDERS e HUP (1975)<br />
Efetivamente ao<br />
'<br />
aum<br />
no número t<br />
ecresclmo<br />
t I d<br />
tores<br />
o<br />
ponderam<br />
queIJo. Os auentre<br />
33 5 e 350C que ' para uma<br />
. diferença<br />
o numero de bactérias é<br />
temperatura<br />
e<br />
cor; esponde u %0 d graual . da<br />
teor residual O e<br />
d! CO<br />
al c rias I!icas e no.<br />
Teor de Coalho do Gradução do sabo'r amar-<br />
, Queijo (A I/kg) go apos maturação (1)<br />
350<br />
315<br />
270<br />
230<br />
6 semanas 4 meses<br />
2.3<br />
2.9<br />
1.3<br />
2.2<br />
1.1 1 .5<br />
0.9 1.0<br />
(1) de O a 6.0 (fortement a:<br />
tar o defeito de sabor<br />
Considere-se<br />
am'ar ,go que<br />
por<br />
outros.<br />
exem I<br />
normais o as<br />
de<br />
tperaturas<br />
cozimento<br />
Cheddar e Emmental qU :IJos Gouda,<br />
52°C, respectivament O e sao 34, 38 e<br />
nestes queijos após 6 . teor d ,<br />
coalho<br />
semanas, e de 230,<br />
'<br />
•<br />
Revista do ILCT Setembro/Outubro de 1984 Pág. 39<br />
160 e 30J,u I kg , respectivamente. Obviamente<br />
o papel do coalho com relação ao<br />
sabor amargo, é muito mais importante<br />
para o Gouda que para o Emmental. Den<br />
tro deste raciocínio a usual falta de pa<br />
drões na fabricação de queijo Prato, aliada<br />
ao uso irregular de coalho e de leite de má<br />
qualidade bacteriológica, podem explicar<br />
o eventual aparecimento do defeito neste<br />
queijo.<br />
Outro fator a ser considerado é o teor<br />
de sal dos queijos, e mais precisamente, o<br />
teor de sal relativo á umidade do produto.<br />
Como regra geral, sabe-se que o desenvolvimento<br />
de sabor amargo é inibido por um<br />
aumento na concentração de NaCI do queijo<br />
(STADHOUDERS, 1969; CRAWFORD,<br />
1976; LAWRENCE e GILLES, 1969; STA<br />
DHOUDERS e HUP, 1975). A atividade do<br />
coalho em relação á paracaseina tem seu<br />
ponto máximo em concentração de sal na<br />
umidade entre 2,5 e 4,0%, e a atividade<br />
diminui rapidamente em caso de maiores<br />
elevações da concentração (STADHOU<br />
DERS, 1962). De acordo com LAWRENCE<br />
e GILLES (1969), a concentração de sal no<br />
queijo provavelmente controla a formação<br />
de sabor amargo por sua influência na atividade<br />
do coalho e das proteinases bacterianas.<br />
Os mesmos autores citam ainda<br />
que queijo Cheddar fabricado com a cultura<br />
lática "amarga", HP geralmente não<br />
apresentava sabor amargo quando o teor<br />
de sal na umidade era ' superior a 4,90%,<br />
mas quase sem exceção apresentava o<br />
problema quando este teor era inferior a<br />
4,3% , independentemente do pH do queijo.<br />
STADHOUDERS e HUP (1975) observaram<br />
que o aparecimento de sabor amar<br />
go e muito menos freqüente no queijo<br />
Edam (;I: 6.0% sal na umidade) do que no<br />
queijo Gouda (:f; 4,8% na umidade). Conforme<br />
foi discutido anteriormente, a fração<br />
fi da casei na seria a principal precursora<br />
dos peptídeos amargos em queijos e a<br />
hidrólise dessa fração é inibida por altas<br />
concentrações de sal (STANDHOUDERS e<br />
HUP, 1975; STADHOUDERS, 1979; SULLI<br />
VAN e JAGO, 1972).<br />
OUTROS FATORES A CONSIDERAR<br />
O tipo de coalho a ser usado na fabricação<br />
de queijos deve ser cuidadosamente<br />
escolhido, porque se encontra no mercado<br />
uma grande variedade de diferentes marcas<br />
e com diferentes origens. Deve ser<br />
dada especial atenção. aos coagulantes de<br />
origem microbiana, normalmente produzidos<br />
a partir de fungos como Mucor mihei,<br />
Mucor pusillus e Endothia parasitica. De<br />
acordo com ALAIS (1975), as enzimas coa-<br />
digitalizado por<br />
gulantes ,de origem fúngica possuem<br />
maior atividade proteolítica que as do coalho<br />
de origem animal e o uso de coagu<br />
lantes microbianos pode aumentar o risço<br />
do aparecimento de sabor amargo no quei<br />
jo. De acordo com KOSIKOWSKI (1978),<br />
os coagulantes microbianos têm sido co<br />
mercialmente empregados e muitas vezes<br />
com sucesso, mas, assim mesmo, reco<br />
menda que seu uso seja feito em base<br />
experimental, antes' de uma adoção defini<br />
tiva.<br />
Também deve ser considerado o teor de<br />
pepsina presente no coalho, juntamente<br />
com a renina. A pepsina possui maior ati<br />
vidade proteolitica do que a renina (ALAIS,<br />
1975; SCOTT, 1979) e, na produção do<br />
coalho de origem bovina, a idade do ani<br />
maI influencia decisivamente no teor des<br />
sas enzimas no produto final. Conforme<br />
citado por SCOTT (1979), o extrato de be<br />
zerros novos apresenta 94% de renina e<br />
6% de pepsina, porém esta proporção<br />
inverte-se quando a extração é feita de<br />
bovinos adultos. Segundo o mesmo autor,<br />
quase 75% dos queijos elaborados nos<br />
E.U.A. em 1967 foram feitos 'com uso de<br />
coalho contendo 50% de renina bovina de<br />
50% de pepsina de origem suina. Esta<br />
proporção pode não ser a mesma existen<br />
te no Brasil, o que eventualmente pode<br />
trazer problemas pelo uso de doses excessivas<br />
de coalho. Acontece que a pepsina<br />
suina perde quase toda atividade coagulante<br />
se o pH do' leite for superior a 6,6<br />
(ALAIS, 1975). o que é bastante comum.<br />
Nesse caso, quando se tem um coalho<br />
com alta porcentagem dessa enzima, po<br />
de-se inadvertidamente aumentar a dose<br />
para se obter a coagulaçao em tempo regular<br />
e, por conseqüência, obter um queijo<br />
com elevado teor de pepsina, no qual a<br />
decomposição protéica se fará mais rapidamente,<br />
podendo aumentar assim o risco<br />
do sabor amargo. Daí a importância de se<br />
conhecer a atividade coagulante real do<br />
coalho a se empregar, através de testes de<br />
laboratório, usando-se leite fresco e coa<br />
lho de boa procedência. '<br />
Outros fatores podem levar á formação<br />
do sabor amargo em queijos, tal a complexidade<br />
do problema, O uso excessivo<br />
de nitrato de sódio na prevenção de estufamento<br />
tardio tem sido apontado, na prática,<br />
como causador de sabor amargo em<br />
queijos. De acordo com STADHOUDERS e<br />
HUP (1975). até mesmo a temperatura de<br />
, l11aturação está ligada ao problema, pois<br />
os autores observaram que queijo Gouda<br />
maturado a temperaturas mais elevadas<br />
apresentava maior incidência de sabor<br />
amargo.<br />
arvoredoleite.org
Pág. 40<br />
PREVENÇÃO DO SABOR AMARGO<br />
Os resultados de importantes trabalhos<br />
de pesquisa realizados no mundo, nas últimas<br />
décadas, foram discutidos aqui e<br />
permitem ver a complexidade da formação<br />
do sabor amargo em queijos. O problema<br />
está ligado a causas muito variadas e é<br />
ainda afetado por fatores indiretos e nem<br />
sempre evidentes ao fabricante de queijos.<br />
É importante reiterar que o queijo Gouda,<br />
junto ao Cheddar, tem sido um alvo particular<br />
dessas pesquisas e as conclusões a<br />
respeito podem ser transportadas com· raras<br />
exceções, para o Queijo Prato, cuja<br />
tecnologia guarda grande semelhança com<br />
o queijo holandês. Com base nos dados<br />
levantados neste trabalho, enumeram-se,<br />
a seguir, algumas medidas qe poderiam<br />
ser tomadas, isoladas ou em conjunto, no<br />
sentidC' de prevenir a formação do sabor<br />
amargo em queijos:<br />
- utilizar sempre que possível, leite<br />
de boa qualidade bacteriológica, especialmente<br />
leite fresco que tenha sofrido o<br />
mínimo de acidificação (controle do pH).<br />
- evitar o super-aquecimento do leite<br />
na pasteurização, procurando se limitar<br />
aos parâmetros tradicionalmente adotados<br />
no sistema HTST (73°C/15 segundOS).<br />
- só empregar culturas láticas reconhecidamente<br />
sem aptidão para a forma<br />
'ção de peptídeos amargos, durante a maturação<br />
do queijo. Em caso de maior espe<br />
cificidade, recomenda-se aInda a seleção<br />
de culturas com baixa atividade proteolí<br />
tica !"a{3 -caseína.<br />
- observar bem a atividade da cultura<br />
làtica, se é do tipo "lenta" ou "rápida".<br />
Quando se trabalhar coflí culturas muito<br />
ativas, aplicar a temperatura de cozimento<br />
(se for o caso) mais elevada possível den<br />
tro do processo normal de fabricação.<br />
- limitar ao màximo possível a quan<br />
tidade de cultura lática e coalho adiciona<br />
da ao leite.<br />
- evitar qualquer modificação na<br />
composição da cultura lática a nível de<br />
laboratório, só submetendo-a a repicagens<br />
estritamente necessàrias.<br />
- se possível, utilizar a temperatura<br />
mais elevada, dentro da recomendada, pa<br />
ra a coagulação do leite, o que permitiria<br />
reduzir a quantidade de coalho usada.<br />
- selecionar rigorosamente o tipo de<br />
coalho a empregar, sendo conhecidos o<br />
seu teor de pepsina e a sua atividade coa<br />
gulante real.<br />
- usar, com reserva, os coagulantes<br />
de origem microbiana e, se possivel, li<br />
mitar seu emprego à fabricação de queijos<br />
frescais ou de curta maturação.<br />
Setembro/Outubro de 1984 Revista do .ILCT<br />
. - evitar acidificação excessiva da<br />
massa após fabricação (pH< 4,95), espe<br />
cialmente em se tratando de queijo com<br />
baixo teor de sal na umidade.<br />
- ajustar o teor de sal do queijo ao<br />
nível mais elevado possível, que seja compatível<br />
com as características organolépticas<br />
do queijo.<br />
- na avaliação sensorial de um queijo,<br />
observar o seu' tempo de maturação,<br />
porque certos tipos de sabor amargo ten<br />
dem a desaparecer, à medida que prossegue<br />
a maturação.<br />
- procurar manter a umidade do queijo<br />
no nível mais baixo permitido por suas<br />
características físico-químicas e organolépticas,<br />
porquanto .altos teores de umidade<br />
estimulam a' degradação protéica no<br />
queijo.<br />
- evitar maturar o queijo a temperaturas<br />
muito elevadas.<br />
SUMMARY<br />
Many cheese varíeties, sueh as Cheddar<br />
and Gouda Cheese, are susceptible to<br />
form bitterness during ripening. The pro<br />
blem has been studied but so far it is not<br />
quite well understood. Researehers throu<br />
ght the world nave fl)fmulated tl"leories to<br />
explain the role of rennet and starters in<br />
the formation of bitter taste in cheeses. It<br />
is known that both of them could produce<br />
bitter substanees derivated trom casein<br />
breakdown, but their acUon is strongly<br />
affected by other parameters such as pas<br />
teurization temperature, eooking tempera<br />
ture during manufacture, moisture and salt<br />
content in the cheese, among others. In<br />
this review of literature the author deals<br />
with these points in order to make them<br />
t;leaÍ'er to teehnicians working in lhe area.<br />
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Companhia Industrial e Comercial Brasileira de Produtos Alimentares<br />
Piuiiiiiilii<br />
. . .<br />
. . . e vem o trem.<br />
E, na mesma linha,<br />
em sentido contrário,<br />
vem. outro trem.<br />
Dentro dos trens,<br />
sacolejando sobre os<br />
dormentes e trilhos<br />
vem a vida.<br />
Vem a esperança.<br />
A vontade de chegar.<br />
O desejo do encontro.<br />
Juventino Luz,<br />
guarda-freios,<br />
sai calmamente da<br />
sua guarita, com<br />
lanterna e alavanca.<br />
Ele sabe o que pode<br />
acontecer se não fizer<br />
o seu trabalho mas<br />
ainda assim, não se '<br />
afoba. Introduz a<br />
alavanca entre os<br />
trilhos e repete aquilo<br />
que vem fazendo há<br />
quase 30 anos:<br />
desvia as linhas.<br />
Os trens passam.<br />
Cada um rumo ao<br />
seu destino.<br />
E lá se vão, levando<br />
a vida e os<br />
sentimentos.<br />
Gente.<br />
o maior<br />
valor<br />
davida.<br />
'<br />
Revista do ILCT 39(235): 43-5 (1984)<br />
TECNOLOGIA DE FABRICAÇÃO DO QUEIJO<br />
( INTRODUÇÃO<br />
GORGONZOLA NO BRASIL *<br />
Gorgonzola Cheese Manufacturing in Brazil<br />
Os queijos que apresentam massa mo<br />
fada no interior devido ao desenvolvimento<br />
do Penicillium glaucum são denominados<br />
"queijos mofados" ou "queijos azuis".<br />
São fabricados em vários países (Quadro<br />
1) e entre eles o queijo mais conhecido é o<br />
Roquefort que apresenta a característica<br />
particular de ser fabricado com leite de<br />
ovelha.<br />
Nome do queijo<br />
Roquefort<br />
Bleu D'Auvergne<br />
Blue Cheese<br />
Danablu<br />
Stilton<br />
Gorgonzola<br />
João Pedro de Magalhães Lourenço Neto·'<br />
gumas colocações a respeito dos tipos de<br />
mofo disponíveis no mercado. O Centro<br />
Sperimental dei Latte (Milano-Itália), ca<br />
racterizou os diferentes tipos de Penicil<br />
lium e assim, em função do tipo de mofo<br />
utilizado, pode-se, dentro de uma técnica<br />
de elaboração, distinguir quatro tipos dife<br />
rentes de Gorgonzola.<br />
Diferentes Tipos de Queijo GÇ)rgonzola<br />
1. Doce Cremoso:<br />
- Penicillium NO-C (Novara Claro)<br />
QUADRO 1 - Queijos mofados de diversas origens<br />
Tipo de leite<br />
No Brasil, o consumo de queijos de<br />
massa mofada tem aumentado e conseqüentemente<br />
o interesse por parte das indústrias<br />
na elaboração destes queijos, aumenta<br />
com intensidade.<br />
A melhor opção é sem dúvida o célebre<br />
queijo italianao Gorgonzola, elaborado<br />
Leite de ovelha<br />
Leite de vaca<br />
Leite de vaca<br />
Leite de vaca<br />
Leite de vaca<br />
Leite de vaca<br />
com leite de vaca. O Gorgonzola tem sua<br />
origem no Vale do PÓ e apresenta as<br />
seguintes características: massa macia,<br />
crua, gorda, de cor branca matizada pelo .<br />
desenvolvimento de mofo. Seu sabor é li<br />
geiramente picante e à gordura no extrato<br />
seco é no mínimo 48%.<br />
TECNOLOGIA DE FABRICAÇÃO<br />
Antes de abordar a tecnologia de fabricação·<br />
propriamente dita, serão · feitas al-<br />
. : Trabalho apresentado à 2.' Semana do laticinlsta - Julho/1983.<br />
EPAMIG-OPET/ lLCT - Rua Tenente Freitas, 116 - 36.100 - Juiz de Fora - MG:<br />
digitalizado por<br />
País de origem<br />
França<br />
França<br />
U.S.A.<br />
Dinamarca<br />
Inglaterra<br />
Itália<br />
Leve crescimento de mofos de cor<br />
verde claro<br />
Sabor pouco pronunciado<br />
Maturação ligeiramente retardada<br />
2. Ligeiramente Picante:<br />
Penicillium NO.N (Novara Normal)<br />
Maior crescimento de mofos de cor<br />
verde mais escuro<br />
Sabor mais pronunciado<br />
Maturação ligeiramente mais acelerada<br />
3. Picante:<br />
Penicillium PV (Pavia)<br />
Forte crescimento de mofos de cor<br />
verde brilhante<br />
Sabor e aroma bastante pronunciados<br />
Maturação mais acelerada<br />
arvoredoleite.org
Pág. 44<br />
4. Muito Picante:<br />
Penicillium BS (Brescia)<br />
Crescimento abundante de mofos<br />
de cor verde escuro<br />
Sabor e aroma fortemente pronunciados<br />
Maturação bastante acelerada.<br />
Cada uma destas espécies possue características<br />
de proteólise bastante evidentes,<br />
suficientes para satisfazer todas as<br />
exigências possíveis dos fabricantes em<br />
função do seu mercado consumidor.<br />
Preparo do Leite<br />
Após a padronização da gordura (3,4 a<br />
3,5%) e pasteurização (HTST), o leite é<br />
resfriado a 30°C e adicionado de fermento<br />
lático. A quantidade de fermento a adició<br />
nar é calculada para elevar a acidez do leite<br />
de 1 ,5 a 2,0°0. Após a adição do fermento<br />
adiciona-se o mofo. A quantidade de mof<br />
a ser usada depende da sua própria ativi<br />
dade e de fatores tais como a temperatura<br />
e a umidade relativa do ar na câmara de<br />
maturação, a disponibilidade de oxigênio<br />
na massa e o pH da massa. Como refe<br />
rêcia 1,0 g de mofo (P.roqueforti-CB<br />
Wlesby) para cada 1.000 litros de leite.<br />
Adiciona-se o coalho em dose normal (2 5<br />
g/100 I de leite).<br />
Fermento Lático Usado<br />
1. S. -lactis<br />
S. cr.emods<br />
*2. S. thermophiJIus<br />
L. bulgaricus<br />
* A acidez das culturas deve se encontrar<br />
sempre entre 100° e 120°0.<br />
A adição de uma pequena porcentagem<br />
(0,05%) de uma cultura de S. diacetiJactis,<br />
auxilia o crescimento do mofo no interior<br />
do queijo. Com a produção de gás, estes<br />
microrganismos podem promover uma<br />
abertura maior na massa.<br />
Coagulação e Corte da Coalhada<br />
A coagulação deve ser obtida em 15 a<br />
20 minutos. Verificada a firmeza da coalhada,<br />
procede-se o corte de modo a obter<br />
grãos com 3 a 4 cm de aresta. -A seguir<br />
deixa-se a massa em repouso durante 5<br />
minutos. Durante o repouso há uma des<br />
soragem espontânea, o grão se contrai e<br />
fica mais firme; evitando assim maiores<br />
perdas de gordura e proteina durante a<br />
mexedura . e tmbém para diminuir a ruptura<br />
excessiva e desigual desses grãos.<br />
Mexedura e Dessoragem Inicial<br />
Após o repouso, faz-se uma mexedura<br />
lenta, com duração de 5 minutos. A dimi-<br />
Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCT<br />
'<br />
nuição do tamanho dos grãos neste mo<br />
mento é perfeitamente normal, até mesmo<br />
deejável. Passado o período de agitação,<br />
deixa-se a massa em repouso novamente<br />
por cerca de 10 minutos. A acidez do soro<br />
após este repouso, deve ser de 12 5 <br />
14,0°0.<br />
A retirada de um volume de soro do<br />
tanque, facilita os trabálhos de remoção<br />
da massa para a tela, onde se processa a<br />
dessoragem inicial. Esta tela, nada mais é<br />
do que um estrado forrado com nailon<br />
coberto eventualmente com um pano.<br />
Após o transporte para o estrado a<br />
massa é então deixada a dessorar até que<br />
adquira uma consistência firme para a en<br />
formagem.<br />
Enformagem, Salga na Massa e<br />
Dessoragem Final<br />
Para a enformagem, colocam-se camadas<br />
alternadas de massa e sal. A quantidade<br />
de sal não deve exceder a 1 ,O kg para<br />
cada 100 litros de leite. A fim de obter um<br />
queijo maior, o que facilita a reunião dos<br />
fatores favoráveis ao desenvolvimento do<br />
Penicillium, utilizam-se duas formas para<br />
cada queijo. Uma delas, é completamente<br />
cheia, enquanto que a outra recebe massa<br />
somente até a metade. Passados cerca<br />
de 5 (cinco) minutos, vira-se a forma de<br />
maior volume de massa sobre a que contém<br />
menor volume; efetua-se uma segunda<br />
viragem após 30 (trinta) minutos e a<br />
seguir, com intervalos de 1 (uma) hora,<br />
efetuam-se mais três viragens.<br />
Por um período de 24 (vinte e quatro)<br />
horas os queijos fícam numa sala com<br />
temperatura de 20° + 1 °C para dessoragem<br />
final. Com 1 (um) dia de idade, o pH do<br />
queijo deve ser de 5,2.<br />
Salga do Queijo<br />
Após 24 (vinte e quatro) horas da enformagem,<br />
os queijos devem ser novamente<br />
virados e aí inicia-se a salga a seco,<br />
utilizando-se, para tal, sal fino. Durante 4 a<br />
5 dias, esfrega-se sal na superfície dos<br />
queijos observando-se o cuídado de vírá<br />
-los todos os dias e Bntes de iniciar a<br />
salga, remove-se a camada viscosa que se<br />
forma sobre a superficie dos queiios. Esta<br />
salga deve ser realizada a uma temperatura<br />
-<br />
de 22° .;t PC.<br />
_<br />
Maturação<br />
A maturação compreende três fases<br />
distintas:<br />
a) Secagem;<br />
b) Maturação propriamente dita;<br />
c) Conservação.<br />
a) Secagem: Efetua-se em local ventilado<br />
a uma temperatura compreendida entre<br />
'<br />
'<br />
Revista do ILCT Setembro/Outubro de 1984 Pág.45<br />
10 a 15°C e umidade relativa do ar _ (U.R.A.}<br />
de 80%. Esta fase tem uma duraçao de 7 a<br />
10 dias_<br />
b} Maturação Propriamente Dita: E _ fe<br />
tua-se a uma temperatura compre . endlda<br />
entre 5 a 7°C e U. R.A. de 90% . Apo 15 a<br />
20 dias os queijos são perfura?o . s, _ a flm ?e<br />
promover a penetração de oXlg?", . o no 10-<br />
terior dos mesmos, o que constituI m dos<br />
fatores indispensáveis para o cr.esclme:nto<br />
do Penicillium. Deve-se obsear o cda<br />
do de se raspar a superfície dos queiJos,<br />
onde normalmente se desenvolvem al<br />
gumas bactérias contaminante, qu fatal<br />
mente se-rão carreadas para o mtenor dos.<br />
queijos pelas agulhas e certamente causa-<br />
rão problemas.<br />
Nesta · fase, deve-se efetuar um cntro<br />
le rigoroso da temperatra e . da . u Idade<br />
da câmara, a fim de eVitar dlsturblos na<br />
atividade microbiana, seja com uma tem<br />
peratura muito baixa, ou muito elevada, ou<br />
mesmo o vedamento dos orifícios com<br />
uma temperatura demasiadamente eleva-<br />
da.<br />
A maturação termina 60 (sessenta) dias<br />
após a fabricação. Neste mometo, a ms<br />
sa do queijo sé apresenta maCia, c0 !f1 10-<br />
tensa e extensa ram ificação do crescimen<br />
to do mofo, sabor ligeiramente picante e<br />
crosta rosada. O Quadro 2 mosta a com<br />
posição do queijo após maturaçao.<br />
c) Estocagem: Caso o produto não seja<br />
imediatamente comercializado poe ser<br />
estocado a baixa temperatura (2-4 C) por<br />
algum tempo.<br />
A título de ilustração ·0 Esquema 1<br />
demonstra as várias etapas da fabricação<br />
do queijo Gorgonzola.<br />
·QUADRO 2 _ Composição média do<br />
Constituintes<br />
queijo Gorgonzola ' .<br />
Gordura . .. , . . . • . . . . . . . . . . . . . . . ,<br />
Umidade . . . . . . . . . · . • · · · · • · · · · · .<br />
Proteína . . . . . . . . . · · · · · · · · · · · · • .<br />
Sal . .......................... .<br />
Outros . . ....... · · · · · • · · · · · · · · · .<br />
(% )<br />
30<br />
43<br />
21<br />
2-3<br />
03<br />
digitalizado por<br />
Esquema 1<br />
. -Fabricação do Queijo Gorgonzola<br />
Pasteurizaç.ão e Padronização do Leite<br />
!<br />
Adição da Cultura Lática<br />
!<br />
Adição do Mofo<br />
Coagulação<br />
Corte da Coalhada<br />
Del'lsoraaem Inicial<br />
<br />
Enformagem e Salga na Massa<br />
BIBLIOGRAFIA<br />
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Dessoragem Final<br />
Salga a Seco<br />
Maturação<br />
Embalagem<br />
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arvoredoleite.org
Revista do ILCT 39(235): 47-8 (1984)<br />
AFLATOXINAS NO lEITE *<br />
Alguns fungos são capazes de produzir<br />
metabólitos secundários que são tóxicos e<br />
às vezes carcinogênicos aos animais.<br />
Estes fungos são chamados fungos<br />
toxigênicos e os metabólitos são denominados<br />
micotoxinas.<br />
Entre as principais micotoxinas, de interesse<br />
no campo alimentício, temos: aflatoxina,<br />
patulina, oChatoxina, citrinina, esterigmatocistina<br />
e outras.<br />
Deste a primeira identificação de aflatoxina<br />
81 em 1960, pelo menos 15 outros<br />
aflatoxinas e seus derivados já foram isolados.<br />
Entre elás, aflatoxinas 81 , 82, G1 e<br />
G2 são as mais comuns.<br />
CONDIÇÕES FAVORÁVEIS Á<br />
CONTAMINAÇÃO POR MICOTOXINAS<br />
Afla toxins in Milk<br />
São 4 os fatores que determinam a<br />
produção de toxinas por fungos e conseqüentemente,<br />
a contaminação de produtos<br />
por estas toxinas.<br />
a) Toxigenicidade dos Fungos<br />
Há diferenças entre as espécies de fungos<br />
produtores da mesma toxina em sua<br />
habilidade de produzi-Ia.<br />
Ex.: Aspergillus parasiticus é geralmente<br />
mais forte produtor de aflatoxinas<br />
do que Aspergillus flavus e parece que<br />
todas as cepas de Aspergillus parasiticus<br />
conhecidas são produtoras de 4 aflatoxinas<br />
(81 , 82, G1 e G2) enquanto que as<br />
cepas de Aspergillus flavus, geralmente<br />
produzem somente 2 aflatoxinas (81 e 82).<br />
As cepas dentro .da mesma espécie<br />
, também têm diferença em toxigenicidade.<br />
b) Substrato (tipo de levedura)<br />
Alguns produtos são mais susceptíveis<br />
à contaminação por certos tipos de micotoxinas<br />
do que os outros.<br />
c) Umidade<br />
.0 conteúdo mínimo de umidade de produtos<br />
necessários para crescimento de<br />
Aspergillus flavus é aquele em equilíbrio<br />
com 85% de umidade relativa do ar.<br />
A secagem posterior não afeta o teor de<br />
Myrna Sabino"<br />
aflatoxina já produzido, pois ela resiste às<br />
condições de secagem e até mesmo ao<br />
processo de torração.<br />
AFLATOXINAS<br />
Aflatoxina é um metabólito derivado da<br />
difurano cumarina. É considerada como<br />
responsável por lesões hepáticas de natureza<br />
cancerigena, que se manifestam em<br />
animais alimentados com farelo de amendoim<br />
principalmente. Aflatoxina 82 é produto<br />
da redução catalítica da 81 .<br />
Em 1964, alguns pesquisadores descobriram<br />
que diversos animáis alimentados<br />
com rações contendo AF81 , excretavam<br />
em seu leite compostos estruturalmente<br />
relacionados com · AF81 formadas pelas<br />
aflatoxinas cancerigenas e denominaram<br />
aflatoxina M (milk toxin), M1 e M2.<br />
Em 1966, Dulton e col. isolaram 2<br />
aflatoxinas adicionais, uma de fluorescência<br />
azul e outra de fluorescência verde, de<br />
cultura de Aspergillus flavus, que são respectivamente<br />
82a e G2a. Estas 2 últimas<br />
são as menos tóxicas do grupo.<br />
LIMITES DE TOLERÃNCIA<br />
No 8rasil já foram elaboradas as normas<br />
gerais sobre tolerância de aflatoxinas:<br />
Resol. 34/76 da CNNPA que corresponde a<br />
30,u,g/Kg (ppb).<br />
AFLATOXINA M1<br />
Posterior à descoberta das aflatoxinas,<br />
descobriu-se que diversos animais alimentados<br />
com rações contendo AF81 , excretavam<br />
em seu IHe, compostos estruturalmente<br />
relacionados com AF81 que induziam<br />
lesões hepáticas em peruzinhos,<br />
idênticas àquelas formadas pela própria<br />
AF81 .<br />
Os autores denominaram toxinas do<br />
leite (MILK TOXINS) e, mais tarde, identificaram<br />
como AFM.<br />
Este fator tóxico no leite de vacas não é<br />
destruido pela pasteurização ou pela desi<br />
dratação .<br />
• Trabalho apresentado na 29. a Semana do Latlclnista - Julho/1983.<br />
•• Instituto Adolfo Luiz - São Paulo.<br />
digitalizado por<br />
arvoredoleite.org
Pág. 48<br />
Gado, Cabra: alimentos contendo<br />
AFB1 , seu leite contém AFM.<br />
VACA: a relação é linear; entre quanti<br />
dade de AFB1 . ingerida diariamente e a<br />
quantidade de AFM1 no leite, indicando<br />
que cerca de 1,5% de AFB1 é excretado<br />
como metabólito M1.<br />
O mais alto nível de AFM1 em leite<br />
comercial excede 1 01.L g 1/, mas nos países<br />
onde a qualidade de produtos lácteos é<br />
extremamen _ te controlada, níveis de O, 1fL . 1 I<br />
ou menos sao comuns.<br />
A primeira noticia de AFM1 em leite<br />
comercial foi em 1968 na África do Sul.<br />
Alemanha: 03 avaliações foram detec<br />
tadas AFM1 :<br />
1.1972 - 5% de 166 amostras de leite<br />
continham 0,07 a 0,2/-fgl/;<br />
2. 1974 - continham O 02 a O 4f.Lgl/<br />
em 62% de 120 amostras doletads men:<br />
sal mente por um período de um ano e<br />
meio;<br />
.<br />
3. amostras foram coletadas nas fazen<br />
das durante os meses de fevereiro e abril<br />
quando o gado se alimenta de rações es-<br />
.<br />
Setembro/Outubro de 1984<br />
.<br />
Revista do ILeT<br />
tocadas. 90% de 419 amostras continham<br />
AFM1_a níveis entre 0,05 a 0,54fL91/.<br />
IRA: 973, 50% de 30 amostras analisa<br />
das contmham AFM1 de 50 a 500 g/kg<br />
1974, .57% de 37 amostras continha;"<br />
50 a 250fL.g/kg.<br />
USA: 1974 :- foi feit.ma pesquisa em<br />
produ!os de leite (requeIJao, leite desnata<br />
do (p
Pág. 50 Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCT<br />
<br />
Água<br />
Gordura '<br />
Sabor<br />
Co r<br />
FABRICAÇÃO DE QUEIJOS ARTIFICIAIS<br />
-1" Caseinato ou<br />
Sa l (Na Cl )<br />
-M1 stura -<br />
i<br />
Pr,oce ssamen to<br />
FatiaS BI0COS<br />
Emb}1a'g em<br />
Estocagem<br />
- F igura<br />
De acordo om figura n. o i, a primei<br />
ra fa . se de . fabncaçao consiste na mistura<br />
dos 1!19edlente secos como o caseinato<br />
d . e clclO ou . sodio, sal, sais fundentes,<br />
vltll!lna e minerais. Em geral, estes ma<br />
tenals sao adicionados ao misturador de<br />
onde sã enviados ao local de cozimento<br />
pneuatlCamete. No cozedor os demais<br />
Igredlentes sao adicionados. As condi<br />
çoes d . e processo são em geral idênticas<br />
aos modos uilizados para a fabricação<br />
de queiJos fundidos. Os queijos artificiais<br />
pOdem ser encontrados na forma de fatias<br />
blocos ou granulado.<br />
Nos Estadc;>s Unidos, os tipos mais co<br />
muns de queijos artificiais por ordem de<br />
'<br />
n9 1-<br />
,<br />
. Fund<br />
ente<br />
" .' Vi taminas<br />
, ,<br />
Minera i s<br />
,<br />
caseína<br />
importância são: _ Mozarela, American, Romano<br />
ou parmesao ralado, queijo Creme,<br />
Provolone e Suiço.<br />
Valor Nutritivo<br />
( Os q!Jeijos artificiais podem, em teoria,<br />
er fabncados com o mesmo valor nutri<br />
tlO . do produtos naturais. No caso da<br />
utlhzaçao de proteína lática ao mesmo ní<br />
vel encontrado no produto natural o<br />
P.E . . . (Protein Efficiency Ratio) e vlor<br />
n . utntlvo d pae protéica podem ser consldrados<br />
Iguais. Acredita-se que a utili<br />
zaçao de gorduras e óleos não saturados<br />
ofereçam certos benefícios à saúde. O<br />
Revista do ILCT Setembro/Outubro de 1984 Pág. 51<br />
nível de colesterol nos queijos artíficiais preço da matéria graxa e protéica, espe-<br />
fabricados sem a adição de gordura animal ra-se que estes produtos continuem a<br />
é praticamente zero. Em termos de mine- crescer em volume no mercado norte ame-<br />
rais e vitaminas, os queijos artificiais po- ricano. Pesquisas realizadas nestes prodem<br />
ser fortificados à níveis superiores dutos Sb concentradas principalme!1te nl:?<br />
àqueles encontrados nos queijos naturais. aprimommento do sabor, o qual ainda e<br />
A tabela abaixo compara o valor nutri- -visivelmente inferior aos queijos naturais . .<br />
tivo de, queijos artificiais e naturais: A possibilidade da utilização de outras<br />
Queijo<br />
Componente<br />
Calorias<br />
Proteínas<br />
Carboidratos<br />
Gordura<br />
Aplicação e Futuro dos<br />
" Queijos Artificiais<br />
VALOR NUTRITIVO<br />
(Por 28,3 grama de Jjroduto)<br />
Mozarella<br />
-<br />
Natural Artificial Natural ' Artificial<br />
. Funddo<br />
110<br />
6<br />
1<br />
9<br />
Apenas uma pequena quantidade dos<br />
queijos artificiais produzidos nos Estados<br />
Unidos são comercializados a granel. A<br />
maioria dos produtos fabricados são ven<br />
didos como ingredientes para utilização<br />
em diferentes produtos alimentícios, tais<br />
como pizzas, molhos e mais recentemente<br />
no preparo de alimentos étnicos enlatados<br />
e congelados.<br />
O programa de merenda escolar tem<br />
utilizado os queijos artificiais em combinação<br />
com os queijos naturais na proporção<br />
de 40:60 por cento respectivamente.<br />
Sob o ponto de vista de funcionalidade,<br />
os queijos artificiais têm demonstrado<br />
conclusiva superioridade sobre os queijos<br />
'naturais. Somado ao .baixo custo de produção<br />
devido principalmente ao menor<br />
100<br />
7<br />
1<br />
7<br />
digitalizado por<br />
90<br />
7<br />
1<br />
6<br />
90<br />
7<br />
1<br />
6<br />
proteínas, tais como proteínas de, origem<br />
vegetal, tem sido outra área bastante explorada<br />
pelos pesquisadores de queijos artificiais.<br />
A proteína de soja destaca-se<br />
como a mais promissora substituta da pro-'<br />
teína lática.<br />
Referências<br />
1. Me Cormick, R.D. - 1983 - "Cheese<br />
analogs have many applications in prepared<br />
foods industry". Prepared Foods.<br />
(May) pg. 137.<br />
2. Miller, D.E. - 1968 - "Role of Dairy<br />
Substitutes". J. Dairy Science, VaI. 51 ,<br />
N°. 8. , "<br />
3. Siapantas, L.G. 1979 -:-' ,'Cheese Substitutes<br />
in the United States". The Milk<br />
Industry, pg. 20.<br />
4. Vakaleris, D.G. - "Cheese Substitutes:<br />
Threat ar' opportunity? 1979. Dairy<br />
Field - pg. 94-1. '<br />
arvoredoleite.org
kJ máquinas BRASKOP.<br />
,<br />
envosam qualquer<br />
produto rqulcb<br />
pastoso ou<br />
'<br />
granulado<br />
Iogurte, . Oemes<br />
[):)ces fv10nteigÓ<br />
,<br />
etes, Geléias '<br />
ua, Sucos,<br />
Temperos, etc ...<br />
'<br />
Podendoserenvoso:ios<br />
em copocidades de'<br />
10 g (mlnl-porção) a .<br />
5OO g.<br />
QJoIquer que<br />
seja o seu produto<br />
consuffe.nos<br />
soIicIIondo '<br />
nossos catálogos.<br />
'<br />
Revista do ILCT 39(235): 53-8 (1 984)<br />
PARÂMETROS PARA A FABRICAÇÃO DE<br />
QUEIJO MINAS fRESCAL POR MEIO DE<br />
UL TRAFIL TRAÇÃO<br />
Parameters for Minas Frescal Cheesemaking by<br />
U/tra filtra tion .<br />
Sebastião Duarte Ãlvares Vieira*<br />
Henry Goudedranche**<br />
Paul Ducruet* *<br />
Jean Louis Maubois**<br />
RESUMO O presente trabalho teve como objetivo definir as çondições de<br />
obtenção do prequeijo, os parâmetros de sua transformação em queijos, de<br />
precisar as características dos produtos c:':tidos, de obter os elementos<br />
técnicos próprios que permitam uma avaliação do custo beneficio de acordo<br />
com o protocolo proposto. Os resultados obtidos mostraram que através da<br />
ultrafiltração obtêm-se queijos do tipo Minas Frescal de características orgM-<br />
. lépticas desejáveís e coagulados diretamente nas embalagens de comercializa<br />
INTRODUÇÃO<br />
ção. Dependendo da composição do leite trabalhado, o ren'dimento deverá ser<br />
aproximadamente de 17 a 19 kg de queijo por 10 kg de leite.<br />
O queijo Minas Frescal é um queijo<br />
nacional com um teor de umidade em<br />
torno de 59%, comparável aos queijos<br />
franceses de massa mole. A sua produção<br />
aumentou rapidamente nos últimos anos.<br />
De 8.296 toneladas em 1979, ela atingiu<br />
23.367 toneladas em 1981 (Anônimo,<br />
1982). É consumido em todo o território<br />
nacional. Geralmente acompanhando so<br />
bremesas como doce de leite, goiabada,<br />
bananada, etc. Apresenta-se sob a forma<br />
de um cilindro plano, de massa fresca, li<br />
geiramente salgado, com um gosto lático<br />
pouco pronunciado,. O queijo Minas Fres<br />
cal não é definido nos textos de regula<br />
mentação, por isto, ele é encontrado com<br />
peso; composição e qualidade bastante<br />
variáveis.<br />
.<br />
O consumo crescente deste tipo de<br />
queijo levou a estudar uma tecnologia in<br />
dustrial de fabricação que produzisse um<br />
queijo que apresentasse as características<br />
organolépticas desejadas pelo consumi<br />
dor, ou seja, de composição, qualidade e<br />
peso homogêneos e com o preço o mais<br />
baixo possível. Tomando-se por base es<br />
tas múltiplas exigências optou-se pela es<br />
colha da técnica de ultrafiltração proposta<br />
por MAUBOIS et alli (1 969) .<br />
Como foi constatado para os queijos<br />
tipo Camembert ou de massa fresca lisa<br />
(MAUBOIS, 1978), a transformaçl>'"I em<br />
queijos do tipo "Minas Frescal" dos préqueijos<br />
obtidos, durante os ensaios preliminares,<br />
pela ultrafiltração do leite ."1. pH<br />
6,7 conduziu a produtos bastante át;idos<br />
no plano degustativo. Para reduzir esta<br />
acidez e obter aquela procurada, diferentes<br />
soluções tecnológicas podem ser colocadas<br />
em prática:<br />
_ Abaixamento da mineralização, ·ou<br />
seja, do poder tampão da fase aquosa dos<br />
préqueijos, pela eliminação, na ultrafiltra<br />
ção, dos sais de cálcio solubilizados por<br />
acidificação lática elou por troca com o<br />
sódio ao nível das caseínas, como foi pro<br />
posto por BRULÉ et ai (1974).<br />
_ Inibição da acidificação numà fase<br />
determinada de fàbricação pelo resfria<br />
mento da massa, mas com o risbo de uma<br />
retomada da atividade dos fermentos láti<br />
cos; ou então eliminação parcial da lacto<br />
se do prequeijo pela diafiltração, técnica<br />
utilizada na fabricação de queijos de mas<br />
sa semi-dura (GOUDEDRANCHE et ai,<br />
1980).<br />
Foi finalmente esta última solução que<br />
se utilizou, em razão da facilidade de seu<br />
emprego, de sua viabilidade e das garan-<br />
• Pesquisador da EPAMIG/CEPEIILCT - Rua Tenente Freitas, 116 - 36100 - Juiz de Fora - Minas Gerais -<br />
Brasil •<br />
digitalizado por<br />
arvoredoleite.org<br />
•• Laboratoire de Technologie Laitiere - I.N.R.A .• 65. rue de Saint-Brieuc - 35042 Rennes Gedex.<br />
.
Il<br />
Pág. 54 Setembro/Outubro de 1984<br />
---- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -<br />
tias do tempo de comf3rcialização que ela<br />
oferecia.<br />
MATERIAL E MÉTODOS<br />
1 - Material de ultrafiltração:<br />
Os ensaios de ultrafiltração foram realizados<br />
em um equipamento S.F.E.C. (Societé<br />
de Fabrication des Eléments Catalytiques<br />
- 84.500 BolJéne - França) constituído<br />
de dois estágios em série. O pri<br />
meiro estágio era composto de dois módulos<br />
S 150 de superfície unitária de 3,4m<br />
formando um anel; a recirculação dentro<br />
deste anel era assegurada por uma bomba<br />
centrífuga. O segundo estágio era composto<br />
de dois módulos S 37 de superfície<br />
unitária de 0,8 m .também formando um<br />
anel; a recirculação nesse segundo estágio<br />
era feita pOf uma bomba volumétrica<br />
de capacidade variável. O conjunto do<br />
equipamento era alimentado Dor uma bomba<br />
volumétrica de capacidade variável.<br />
As membranas utilizadas eram membranas<br />
Carbosep à base de zircone com<br />
suporte de carbono-grafite. Seu poder de<br />
corte se situava entre 60.000 - 70.000 A.<br />
2 - Condições de Fabricação:<br />
, - Leite Utilizado:<br />
Leite de alta mistura com um teor de<br />
gordura ajustado para 3,4 ...:-. 3,51; aquecido<br />
a 80°C; por quinze segundos. O leite<br />
era mantido, antes do ensaio, a 4°C por<br />
uma noite. As quantidades utilizadas variavam<br />
de 470 - 500 litros. .<br />
- Ultrafiltração:<br />
O leite foi aquecido a 50°C e colocado<br />
em contacto com as membranas. Quando<br />
o fator de concentração, volume inicial do<br />
leite/volume do retentado) atingia o valor<br />
três (FC = 3), realizava-se a diafiltração,<br />
pela adição de água à 50°C do retentado. O<br />
volume de água adicionada era de 1,1 vezes<br />
.ó volume do retentado com FC = 3.<br />
Após a adição da água a ultrafiltração<br />
prosseguia até a obtenção dos fatores de<br />
concentração procurados (FC = 5 a 6).<br />
A limpeza do equipamento era real.izada<br />
como indicado por GOUDEDRANCHE<br />
et aI (1980).<br />
- Transformação dos Prequeijos Líquidos:<br />
O retentado obtido no final da ultr'afil- .<br />
tração foi resfriado a 32°C, adicionado de<br />
Revista do ILCT<br />
2% (p/p) de fermento lático mesofílico' e<br />
mantido a essa temperatura durante noventa<br />
a centoe vinte minutos. De acordo<br />
com o teor de sal procurado adicionou-se<br />
1,6 a 2,00% (p/p) de sal seoo. Após uma<br />
enérgica agitação, a fim de repartir. todo o<br />
sal, adicionou-se o coalho na razão de<br />
20 ml para cada 100 kg de prequeijo.<br />
O prequeijo cuidadosamente agitado<br />
, foi colocado em copos de plástico (copos<br />
comerciais utilizados para queijos de mas<br />
sa fresca) de capacidade de 250 gramas.<br />
Em seguida, foram resfriados a 22°C e<br />
mantidos a esta temperatura por 14 horas.<br />
Findo este período os queijos foram para<br />
uma câmara fria 7 t 2°C. .<br />
3 - Métodos de Análises:<br />
O teor em matéria seca (MS) do leite,<br />
do prequeijo e do queijo foi determinado<br />
por dessecação a.102°C durante sete ho<br />
ras. O teor em proteínas (X x 6,38) foi de<br />
terminado através de um aparelho "Auto<br />
-analisador Technicon 11". O pH foi medido<br />
a 0,02 unidades de pH através de um apa<br />
relho "Tacussel Minisis 5000". O teor em<br />
matéria gorda (MG) do leite, do prequeijo e<br />
do queijo foi determinado pelos métodos<br />
ácido-bitirométrico de Gerber e Van Gulic. ,<br />
Os teores em matérias minerais (cin<br />
zas) foram déterminados de acordo com o<br />
método A.O.A.C. (1945). A determi,nação<br />
dos teores de cálcio foi realizada por ab<br />
sorção atômica em um aparelho Techtron<br />
AA 1200 de acordo com BRULE et alii<br />
1974) : A aC!dez dos retentados e dos.qu,ei<br />
JOS fOI medida sobre uma mistura obtida<br />
após dispersão (omnimixer Sorvall) de dez<br />
gramas do retentado ou queijo em 90 gra<br />
mas de água destilada, pela Viragem da<br />
fenolftaleína em presença de hidróxido de<br />
sódio N/9.<br />
RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />
Desempenho da Ultrafiltração:<br />
O Quaqro 1 indica a vazão média de<br />
permeação observada durante as duas fa<br />
ses de ultrafiltração.<br />
Os resultados obtidos são bastante<br />
próximos dos obtidos anteriormente com<br />
equipamento de um só anel (GOUDE<br />
DRANCHE et alii, 1980). Para tratar 470 e<br />
500 litros de leite requer 75' a 83 mínutos'<br />
a vazão média do ultrafiltrado foi de ,43 4<br />
litros de leite tratados por hora'e p'or met;o<br />
quadrado de superfície da membrana.<br />
• Cultras láticas colocadas graciosamente a nossa disposição pelos laboratórios G. Roger _ B.P. 20 _ n260 la<br />
Ferte-sous-Jouarre - França.<br />
.<br />
Revista do ILCT Setembro/Outubro de 1984 Pág. 55<br />
o<br />
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.-\00<br />
N'N<br />
co<br />
Composição dos Produtos Durante a<br />
Ultrafiltração:<br />
No Quadro 2 são colocadas as carac<br />
terísticas analíticas dos leites submetidos<br />
à ultrafiltração e dos produtOS obtidos. Os<br />
teores em matéria seca (MS) e proteínas<br />
totais (N x 6,38) variam respectivamente<br />
'<br />
...<br />
<br />
N<br />
Cf)<br />
C"l<br />
o C"l N<br />
(I)<br />
"I'<br />
digitalizado por<br />
d e 36,7 a 41 ,9 g/kg e de 147 a 171 g/kg<br />
P<br />
ç<br />
O,<br />
ara os retentados que tenham uma rela<br />
ão gordura/ extrato seco proxima ' de<br />
50. Os teores em 'matéria seca dos pereados<br />
médios, ficaram próximo de 42<br />
m<br />
g<br />
f<br />
c álcio dos permeados ficaram entre 0,20 e<br />
0, 22 g/kg, o que corresponde aos resultad<br />
/kg, em razão da diafiltr . ação realizada no<br />
ator de concentração tres. Os teores em<br />
fi<br />
d<br />
e<br />
t<br />
ç<br />
os obtidos por BRULE et ai (1974), le<br />
vando em conta a diluição durante a dia<br />
Itração (relação cálcio do permeado não<br />
iluído/cálcio do leite = 0,26). Durante os<br />
nsaios preliminares realizados sem diafi!<br />
ração verificou-se igualmente que a adl<br />
ão d 0,5% (p/p) de cloret de_sódio ão<br />
provocava uma desminerallzaçao notvel<br />
d<br />
os retentados obtidos ao pH 6,7 do leite.<br />
O cálcio solubilizado, do permeado obtido<br />
urante os ensaios, representava 26 a 27%<br />
d<br />
do cálcio do leite.<br />
Parâmetros de Transformação do Pre<br />
queiJo:<br />
- Salga do Retentado:<br />
Diferentes énsaios demonstraram que<br />
o gosto ligeiramente salgado; era obtido<br />
pela adição do retentado, de 1,6% de sal<br />
(<br />
f<br />
p/p). Nos ensaios o sal foi adicionado<br />
sob a forma de sal. seco. Industrialmente,<br />
seria mais conveniente adicioná-lo sob a<br />
o'rmá· de uma salmoura saturada, o, que<br />
facilitaria a mistura e permitiria a dosa<br />
gem continua. Neste caso, a diluição cau<br />
sada pela adição. da salmoura deverá ser<br />
compensada pela obtenção de um retentado<br />
ligeiramente mais concentrado porul<br />
trafiltr'ação. Por exemplo, a adição de uma<br />
salmoura a 25% nec.essitaria a obtenção<br />
de um retentado a 39,4% da matéria'seca<br />
para que a misturél tenha um tec:í em subs-<br />
tância seca iaual a.38%.<br />
- Acidificação do Prequeijo:<br />
A salga utilizada diminuia fórtementé a<br />
atividade acidificante das culturas láticas,<br />
os valores desejados do pH não eramatin<br />
gidos no momento de refrigeração dos<br />
queijos, quando o sal; culturas láticas, e<br />
coalho eram adicionados ao retentado, ao<br />
mesmo tempo. Por isto,' uma primeira fase<br />
de,acidificação durante 2 horas a 30oq foi<br />
utilizada sem a presença de sal para obter<br />
uma velocidade de abaixamento de pH sa<br />
tisfatória. Esta maneira de operar não deverá<br />
acarretar problemas particulares nas<br />
condições industriais; com efeito, uma<br />
descontinuidade do processo de transfor<br />
mação do leite em queijo Minas Frescal<br />
será i nevjtável entre as operações de ultra-<br />
'<br />
arvoredoleite.org<br />
filtração e de enformagem.<br />
.<br />
.
Pág. 56 Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCT<br />
/.<br />
f-<br />
Data do<br />
Ensaio<br />
21 .12.82<br />
_ .. -. -<br />
28.12.82<br />
06.01.83<br />
.<br />
QUADRO 2<br />
COMPOSIÇÃO DOS .<br />
LEITES, RETENTADOS E PERME<br />
-. ,-<br />
'--<br />
Leite<br />
Produto<br />
Retentado na<br />
Diluição<br />
Retentado Final<br />
.. Permeado Médio<br />
Leite.<br />
Retentado na<br />
Diluição<br />
Retentado final 1<br />
Retentado Final 2<br />
Retentado Final 3<br />
- Permeado Médio<br />
Leite<br />
. Retentado na<br />
Diluição<br />
Retentado Final 1<br />
Retentado Fina'2<br />
Permeado Médio<br />
- Caractenstlcas dos Queijos Obtidos:<br />
. A composição de dois queijos ue sa<br />
a a no Quadro 3.<br />
df Estes<br />
I erem<br />
dois<br />
s<br />
produtos<br />
. omete<br />
por<br />
no nível<br />
ultraf/ltraçao<br />
de concentra ão<br />
A firmeza o"tl'm<br />
. IJO IpO mas Frescal foi aquela obtida<br />
ara um teor de matéria<br />
a entre<br />
seca<br />
37,4<br />
compreendi-<br />
e 39,2%<br />
dura<br />
com<br />
no extrato<br />
a reia ç ão<br />
seco<br />
gor <br />
subst"<br />
de O<br />
ancla<br />
.<br />
, 50 . U<br />
seca<br />
m teor<br />
superior<br />
em<br />
um a 39 5o/c<br />
firmeza f<br />
_<br />
muito elevada o ° u .<br />
ere<br />
t '/ t ca d çao de um tratamento térmo o ' n a o a 70 r<br />
°<br />
C por um m' t . .<br />
/ . sf em as exigências pré-fixadas stá in:<br />
<br />
que" r M'<br />
. a para um<br />
:ia u (A d 9 n 7) fabric 0 0 dg r ij<br />
tura próxima d"<br />
' conduz a uma .<br />
tex-<br />
. e . uma massa cremosa portanto, maceltavel<br />
e<br />
Ja do. para o· produto desa-:<br />
A acidez gustativa ótima foi óbÚda<br />
/ g! m nte<br />
<br />
superior Ou<br />
a 5,1, ou seJao<br />
oram obtidos quando<br />
teor<br />
o<br />
de<br />
abaixamento Ict?se dos<br />
d<br />
.<br />
retentados foi realiza<br />
<br />
o por d/a/ltração nas condições<br />
s indica-<br />
. no cP/tulo Material<br />
d/af!!traçao<br />
e Métodos<br />
menos<br />
U<br />
intensa condui ma<br />
queIJos com gosto ácido desagradáv' a<br />
apresentano teor residual em lactose. e<br />
quado o pH de estocagem foi i I<br />
f<br />
. stes valores de pH e de acidez<br />
ríst S q d uelJo apresentando as caracte-<br />
Icas escritas no Quadro 3 tinh<br />
gosto fresco, pouco pronunciado d a a<br />
ç<br />
Ms<br />
g.kg<br />
118,1<br />
-<br />
'--.<br />
Proteínas<br />
31 ,3<br />
249 85,4<br />
403 151<br />
42,2 2,0<br />
117,0 28,1<br />
248 91 ,5<br />
367 147,5<br />
397 160<br />
41 9 1 71<br />
-. 42,1 2,04<br />
117,3 31-;2'<br />
248 90,5<br />
371 150<br />
391 163<br />
41 ,7 2,03<br />
ADOS<br />
MG<br />
g.kg<br />
34,7<br />
• "_O •<br />
104,5<br />
197<br />
-<br />
.. 35,0<br />
-<br />
189<br />
200<br />
220<br />
_.-- -<br />
Ca<br />
g.kg<br />
1,12<br />
2,85<br />
5,24<br />
0.21<br />
1,14<br />
-<br />
4;91<br />
-<br />
5,25<br />
f-.O, 20_<br />
34 1,17<br />
'.1 12 -<br />
187 5,05<br />
- 0,22 !<br />
<br />
--<br />
195 5,32<br />
os se!s dias de conservação. Após o séti<br />
mo dIa, seu aroma se acentuava arale<br />
lamente a uma certa solubilização d mas-<br />
d S' que se tornava perceptivel no décimo<br />
la de conservação.<br />
- Determinação dos rendimentos:<br />
me 9s<br />
queijos 'obtidos antes do resfria-'<br />
n o apresentavam-se sob a forma d<br />
gel homogêneo sobre o qual surgia e u<br />
pequen . quantidade de soro (4 a 6 grama<br />
por que'Jos de 250 g). Após o resfriamen<br />
to, ste soro era reabsorvido pelo el O<br />
ren!meto da tranSformação do lee ' em<br />
queIJo fOI, por conseqüência, o rendimen<br />
to da !ase de ultrafiltração aumentado das<br />
quan , tldades adicionadas: culturas láticas<br />
e sa .<br />
Representando:<br />
L = quant!dade de leite em quilos'<br />
E = quantIdade de água adiciona ' da em<br />
kg;<br />
P = quant!dade de permeado em kg;<br />
R = quantIdade de retentado em kg'<br />
I = teor em matéria seca ao leite e por<br />
centagem;<br />
p = teor em matéria seca do leite em por<br />
centagem;<br />
r = teor em matéria seca do retentado'<br />
f = fator de diluição volumétrica do ;e<br />
tentao no momento da diafiltração'<br />
quantdade de água de diafiltração;<br />
quantIdade de retentado.<br />
I<br />
,<br />
Revista do ILCT Setembro/Outubro de 1984 Pág. 57<br />
x = fator de concentração do retentado<br />
no momento da diafiltração.<br />
Pode-se escrever:<br />
L + E = P + R (1)<br />
E = ..b. . f (2)<br />
X<br />
L • I = (P • p) + ( R • r) (3)<br />
A resolução destas três equações permite<br />
exprimir o rendimento da operação de<br />
ultrafiltração com a diafiltração.<br />
R = L (I - p) - L . f • P (4)<br />
r p (r _ p)<br />
A expressão será mais simples, no<br />
caso de processar somente a ultrafiltração,<br />
sendo f igual a zero.<br />
R = L (I - p) (5)<br />
r - p<br />
Neste trabalho: X = 3, f = 1,1 e<br />
L = 100 a equação (4) permite calcular o<br />
rendimento em retentado para cada 100 kg<br />
de leite trabalhado:<br />
R = 100 I - 136,66 P (6)<br />
r - p<br />
Os resultados obtidos na aplicaçãó da.<br />
equação (6) estão indicados no Quadro' 4.<br />
Para obter o rendimento em queijo, basta<br />
multiplicar o rendimento em retentado pelo<br />
coeficiente 1,036, considerando a adição<br />
de 12% de fermento lático, e 1,6% de<br />
sal. Os resultados obtidos figuram no qua<br />
dro 4.<br />
Dependendo do leite utilizado, 17,3 a<br />
18,9 kg de queijo foram obtidos à partir de<br />
100 kg de leite. Estes. índices devem ser<br />
considerados como máximos, pois não<br />
consideram as perdas de contactos no<br />
equipamento de ultrafiltração nos tanques<br />
de maturação e equipamentos de dosa-<br />
. gemo Mas a experiência prova (HANSEN,<br />
1977) que estas perdas de contactos são<br />
mínimas.<br />
CONCLUSÃO<br />
.<br />
Os resultados ,apresentados mostram<br />
que é possível preparar com a ajuda de<br />
uma tecnologia incluindo a ultrafiltração<br />
sobre membrana, queijos do tipo Minas<br />
Frescal, apresentando as características<br />
organolépticas desejáveis e coagulado di-<br />
digitalizado por<br />
retamente nas embalagens de comercialização.<br />
Por isto, um rendimento de transformação<br />
máximo pode ser esperado como<br />
é o caso do queijo Feta obtido pelo processo<br />
MMV (HANSEN, 1977). Dependendo<br />
da composição do leite trabalhado, ste<br />
rendimento deverá ser aproximadamente<br />
de 17 a 19 kg de queijo por 100 kg de leite,<br />
Além das conseqüências econômicas<br />
oriundas deste rendimento elevado, o<br />
acondicionamento do queijo diretamente<br />
nas embalagens de comercialização traria<br />
uma garantia higiênica suplementar para o<br />
consumidor, suprimido o rico de contaminação<br />
devido à manipulação e um provável<br />
aumento da vida útil de. prateleira em<br />
relação aos produtos existentes atualmente.<br />
A técnica desenvolvida neste estudo<br />
(Fig. 1) se presta para uma completa au<br />
tomatização. Ela pode igualmente servir de<br />
base para obtenção de outros queijos latino-americanos.<br />
SUMMARY<br />
The present work was undertaken in<br />
order no determine the conditions lor the<br />
obtention 01 a precheese, the parameters<br />
to convert it into cheese, to determine the<br />
prodiJcts ma in characteristics and to eva<br />
luate as well the costs 01 manulacturing<br />
according to the suggested melhod. The<br />
results showed Ihat by means-ol ullrafillra<br />
tion a good quality Minas Frescal cheese<br />
can be obtained. The yield could reach up<br />
lo 17 or 19 kg 01 cheese per 100 kg 01 milk.<br />
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MAUBO/S<br />
à<br />
. , .<br />
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memrane dans I'industrie fromagé<br />
re<br />
I ' . XX. ,?ongrés Inlernational de lai-<br />
e e l r T ,e.<br />
ec nlque lO ST.<br />
h Pa:,s 1978. Conférence Science<br />
.<br />
QUADRO 4<br />
QUADRO 3<br />
COMPOSICÃO DOS QUE<br />
.<br />
Queijo I<br />
MS % 37,4<br />
Proteínas % 14,6<br />
MG % 18,2<br />
MG/MS 0,49<br />
lactose % 0,00<br />
Cinzas % 3,03<br />
Cálcio % 0,52<br />
Cloretos (NaCl ) % 1,64<br />
pH (unidades) 5,10<br />
Acidez °0 146<br />
RENDIMENTOS EM RETENTADO E QUEI JO<br />
IJOS -<br />
Queijo !I<br />
Data do<br />
Ensaio<br />
Leite Leite Retentado Rendimento<br />
kg p. 100 kg leite<br />
MS<br />
g.kg<br />
Proteínas MG MS Proteínas<br />
21.12<br />
28.12<br />
06.01<br />
FIG.l<br />
39,2<br />
15,8<br />
20,1<br />
0,51<br />
0,07<br />
--<br />
3,14<br />
0,52<br />
1,60<br />
5,17<br />
138<br />
g.kg g.kg g.kg MG Em Em<br />
118,1 31 ,3 34,7<br />
117,0 28,1 25,0 367<br />
." 147,5<br />
" "<br />
397 " 160<br />
.. ..<br />
I<br />
117,3 31 .,2 34,0 371 150<br />
"<br />
ESQUE<br />
.. ..<br />
: -<br />
403 151<br />
-<br />
g.k9. g.kg Retentado Queijo<br />
41 9 171 220<br />
197 16,8 17,4<br />
189<br />
200<br />
18,3<br />
16,7<br />
.18,9<br />
'17,3<br />
187<br />
15,8<br />
18,3<br />
16,4<br />
18,9<br />
391 163 195 17,3 17,9<br />
P MA D FARICAÇAO DE NOVO QUEIJO TIPO "MINAS FRESCAL"<br />
adronlzaçao do leite<br />
Gordura = 3 ' 5%<br />
oh<br />
Termização à 800C + 15 sego<br />
Ullrafiltração à 5055°C<br />
Com diafiltração:<br />
J.<br />
Relenlado (39-40% ES<br />
16-17% Prot.<br />
o 19,5-20,5% Gord.<br />
. '<br />
Resfriado à 30°C<br />
..,<br />
Ad" IClonado de 2% de fermento látlco e<br />
Maturado por 2 horas.<br />
Adicionao de 7% de salmoura satúrada e<br />
de 20 ml de coalho 1/10.000 para cada . 100 kg<br />
de retenlfdo.<br />
Acondici. nl:!do em embalagem de comercialização<br />
Maturadq 15 horas à temperatura ambienle .<br />
Resfriad à 10°C<br />
Estocad8 à 5-10°C.<br />
Permeado diaflltrado .= 1,9% ES.<br />
Revista do ILe T 39(235): 59-70 (1984)<br />
QUEIJ'O PRATO - COMPARAÇÃO DE<br />
FABRICAÇÃO USANDO LEITE<br />
PASTEU RIZADO POR SISTEMA DE PLACAS E<br />
EJETOR DE VAPOR (Nota Prévia) i'<br />
Pra to Cheese - A comparison between cheese making<br />
tria/s using HTST pasteurised and steam ejector<br />
INTRODUÇÃO<br />
A fabricação de queijos da família<br />
Prato é realizada no Brasil por dois<br />
processos de pasteurização de leite<br />
_ Placas e Ejetor de vapor. O proces<br />
so maisdifundido é o de Placas (aque<br />
cimento indireto), mas em pequenas<br />
e médias indústrias de queijo é muito<br />
empregado o Ejetor de Vapor (aqueci- '<br />
mento direto).<br />
A literatura não descreve experi-<br />
ências comparando queijos do tipo<br />
Prato fabricados usando leite pasteu<br />
rizado por esses dois sistemas. Con<br />
heat treated milk.<br />
tudo, é do conhecimento do meio in<br />
dustrial, que os 'q ueijos fabricados<br />
com leite tratado pelo Ejetor de Va<br />
por apresentam características sen<br />
soriais e rendimento superiores aos<br />
tratados pelo de Placas. .<br />
MATERIAL E MÉTODOS<br />
Usou-se leite cru coletado na Se<br />
ção rndustrial do CEPE/ILCT. Para<br />
.<br />
Ronaldo F. Ventura··<br />
Múcio Mansur Furtado··<br />
Alan Frederick Wolfschoon-pombo··<br />
João Pedro de Magalhães Lourenço Neto··<br />
Achson de Lima···<br />
que o leite usado na pasteurização<br />
por Ejetor de Vapor fosse o mesmo<br />
tratado pelo sistema de placas, adap<br />
tou-se uma derivação que dividia o<br />
leite cru, entre os dois sistemas; As<br />
condições de temperatura e de tempo<br />
de retenção foram as mesmas para os<br />
dois casos.<br />
Os queijos Prato foram fabricados<br />
em tanques de parede dupla retangu<br />
lares e semelhantes. Utilizou.-se<br />
quantidade de leite em peso real de<br />
100 kg. Isso porque o leite tratado<br />
pelo Ejetor de Vapor, devido á dilui<br />
ção ocorrida, .era corrigido para seu<br />
peso real. Determinouse a dilúição<br />
do leite tratado pelo Ejetor de Vapor<br />
rapidamente, usando-se a diferença<br />
entre as determinações do teor de<br />
Gordura e variaçãO no ponto crioscó-<br />
pico.<br />
• Trabal r.o apresentada na 29. a Semana do Laticinista Julho/1983.<br />
Os processos de. fabricação dos<br />
queijos são idênticos assim como as<br />
quantidades dos constituintes utiliza<br />
dos: 1,5 litro de fermento (1,5%),<br />
50 ml de Cloreto de Cálcio (0,05%);<br />
•• pesquisador da EPAMIG/CEPEJlLCT _ Rua Tenente Freitas, 116 - 36100 - Juiz de Fora - Minas Gerais<br />
••• Técnico dó CEPE/lLCT<br />
digitalizado por<br />
.<br />
. .<br />
arvoredoleite.org
Pág. 60 Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCT<br />
2,5 g de coalho em pó (0,0025% e<br />
10 ml de corante Urucum líquido<br />
(0,010%). .<br />
As variáveis de fabricação foram<br />
anotadas em fichas apropriadas,<br />
(Figs. 1 e 2). Analisaram-se aspectos<br />
físico-químicos do leite cru, do pasteurizado,<br />
do soro de fabricação de<br />
queijo no corte e no ponto da coalhada.<br />
Utilizaram-se fichas apropriadas<br />
(Fig. 3) onde estão listados os parâmetros<br />
analisados.<br />
Os queijos também foram anal.isados<br />
logo após a prensagem, após a<br />
salga e após 30 dias de cura, seguindo<br />
os parâmetros listados na ficha<br />
(Fig. 4).<br />
RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />
Avaliação da Pasteurização:'<br />
O leite pasteurizado pelo sistema<br />
de Placas atingiu temperaturas de 74<br />
a 75°C e tempo de retenção entre 15<br />
e 20 segundos, sendo esse último<br />
dado não verifieado experimentalmente.<br />
O leite pasteurizado pelo sistema<br />
de Ejetar de Vapor atingiu tempera<br />
turas entre 72 e 75°C, com tempo de<br />
retenção entre 20 24 segundos como<br />
indicam os dados da Tabela 1.<br />
Avaliação do leite e Soro:<br />
Segundo os resultados (Fig. 5),<br />
observa-se que houve sensível redu<br />
ção da acidez do leite tratado pelo<br />
Ejetar de Vapor, sendo da ordem de<br />
2. ° e 3. ° Dornic.<br />
O teor de gordura da amostra de<br />
leite tratado pelo Ejetar de Vapor S.o:<br />
fre um decréscimo em conseqüência<br />
da diluição do leite (Fig. 6). Um fato<br />
bastante interessante ocorre quando<br />
se comparam os teores de gordura do<br />
soro dos queijos: .observa-se uma di<br />
ferença muito acentuada, podendo<br />
-se deduzir que a perda de'gordura é<br />
muito menor que nos queijos fabrica<br />
dos com o leite tratado pelo Ejetar de<br />
Vapor.<br />
Avaliação dos Queijos:<br />
Com relação ao período de coagulação,<br />
verifica-se que, no caso do leite<br />
tratado com Ejetar de Vapor, ocorre<br />
um ligeiro aumento, como demonstra<br />
a Fig. 7. Com relação ao aspecto da<br />
coalhada, a originada desse leite é<br />
mais brilhante e frágil do que a resultante<br />
do leite tratado por Placas.<br />
Por isso, os queijos fabricados com<br />
leite tratado pelo Ejetar de Vapor,<br />
sofreram modificação de processamento<br />
- a coalhada ficou em repouso<br />
por 10 minutos após o corte antes da<br />
primeira mexedura.<br />
Um aspecto muito importante se<br />
refere' ao aumento de rendimento da<br />
fabricação de queijos usando leite<br />
tratado com Ejetar de Vapor como se<br />
evidencia na Figura 8. Os testes de<br />
monstram que o rendimento é me<br />
lhor, quando se espera 10 minutos<br />
após o corte para iniciar a agitação da<br />
coalhada.<br />
.<br />
Esse aumento de rendimento já<br />
se evidenciava quando da análise do<br />
soro dos queijos, criando-se a hipótese<br />
de que os queijos originados do<br />
leite pasteurizado pelo Ejetar de Vapor<br />
teriam teores de gordura maiores.<br />
Isto em parte é verdade, como<br />
demonstram os resultados da Figura<br />
9. Entretanto, a composição dos queijos<br />
não indicou variação elevada entre<br />
os produtos fa bricados pelos dois<br />
processos (Fig. '9).<br />
CONCLUSÃO<br />
É evidente o aumento de rendimento<br />
do queijo Prato fabricado com<br />
leite pasteurizado pelo Ejetar: de Vapor<br />
e como não ocorre variação sensível<br />
de composição, conclui-se que o<br />
aumento de rendimento é devido ao<br />
maior aproveitamento de todos ' os<br />
constit,uintes do leite. Admite-se que<br />
Revista do ILCT<br />
o processo de pasteurização usano<br />
E"etor de Vapor, reduza o taman o<br />
ds glóbulos de gordura fazendo com<br />
que haja maior retenço dos .emâ<br />
na coalhada, e que a mtensl a e<br />
Ensal·<br />
os<br />
Pressão Ibj/pol<br />
Setembro/Outubro de 1984<br />
Tabela 1 Parâmetros I<br />
Temperatura ·C<br />
Caldeira Ejetor Cru Pasto Past. 2<br />
90 50 26<br />
Pág. 61<br />
trata mento térmico permite tambm<br />
a retenção das soroproteínas parCial<br />
mente desnaturadas e complexadas<br />
com as caseí nas.<br />
físicos de pasteurização do lelle.<br />
Resfriamento<br />
Tempo de<br />
Retenção (S)<br />
Vazão<br />
l/h<br />
1<br />
74 72<br />
72<br />
30<br />
32<br />
21<br />
20<br />
2<br />
3<br />
4<br />
5<br />
6<br />
100<br />
95<br />
90<br />
45<br />
45<br />
45<br />
1 8<br />
12<br />
26<br />
74<br />
74<br />
75<br />
72<br />
73<br />
75<br />
74<br />
32<br />
32<br />
32<br />
21<br />
24<br />
22<br />
847<br />
1.280<br />
7<br />
8<br />
9<br />
10<br />
110 40<br />
20 75<br />
75<br />
76<br />
74<br />
74<br />
74<br />
20<br />
1.404<br />
1.152<br />
90 50 30 74<br />
90<br />
50<br />
100 40 26 75<br />
60 26<br />
18<br />
50<br />
120<br />
100<br />
72 34 21<br />
17 74 21<br />
30<br />
31 23<br />
Queijos Prato fabriC:dos pelos sistemas de Pasteurização por Placas (A) e por Ejetar de<br />
Vapor (B)<br />
digitalizado por<br />
33<br />
32<br />
B<br />
24<br />
1.227<br />
1.038<br />
1.175<br />
1.173<br />
1.107<br />
.... .,.<br />
arvoredoleite.org<br />
-
Pág. 62<br />
PRESSÃO DE VA POR DA<br />
EXPERllNCIA<br />
CAt-DEIRk;- • • • • • • • • • • • • • 1<br />
VA RIACÃO DE PRESSÃO<br />
Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCT<br />
Figura 1 - Ficha do Ejetor de Vapor<br />
I<br />
DATA I I I<br />
PRESSÃO DE VAPOR<br />
DO EJETOR • • • • • • • • •<br />
DA CALDEIRA • • • • • • • • • • • • • L- _____ L-___________ -:-. _ __ <br />
TEMPERATURA DO LEITE CRU<br />
TEMPERATURA TI .(APÓS<br />
EJETOR ). • • • • • • • • • • • • • •<br />
TEMPERATURA DE RESFR'I - r<br />
AMENTO DO LEITE o o • o • • o o • _<br />
TEMPO DE RETENCÃ " ••••• (<br />
I·<br />
--- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -<br />
----__ L-__________________ ___<br />
------ ---- ---------------- --<br />
QUANTIDADE INICIAL DE LEITE o • QUANTIDADE FINAL DE LEITE<br />
INICIO DO- PROCESSO . ... . ..<br />
POSICÃO DO BICO DO<br />
EJETOR • • • • • • o .... . 0 . ..<br />
VAZÃO DE LEITE . _ • • o • • • • [<br />
POSICÃO_ DA VÁLVULA .1<br />
DE VAZAO • • • • • • o • • o . 0 0 o . _<br />
I _____ --J TÉRMINO 00 PROCESSO o'' .. ...<br />
...<br />
[ _____ ---1<br />
----__ L-__________________ _<br />
'-----__ -L ____ __ <br />
J<br />
Revista do ILCT Setembro/Outubro de 194<br />
TEMPO lllin.<br />
Figura 2 - Ficha de Fabricação de Queijo Prato<br />
FICHA DE FABRICACÃO DE QUEIJO PRATO<br />
PROCE.S SO ...<br />
EXPERI Ê NCIA 11..-____ --'<br />
.- - .. , " .<br />
I J I<br />
-<br />
-<br />
I<br />
<br />
LEITE<br />
FERMENTO<br />
1 __ ---'<br />
Quantidade Acidez pH Tem peratUtll "Iogardura<br />
I J<br />
llÓ Ql) L..ElIE<br />
CaCI<br />
Total (-I latão =<br />
COALHO<br />
CORANTE 22 LATAO<br />
FLOCULACÃO Acidez Ta manha do arã o<br />
pH<br />
Corte<br />
19 MEXEDURA<br />
RET. DE SORO<br />
I . .<br />
Agua Adlc.<br />
MASSA<br />
2 NEXEDURA<br />
Ponto<br />
Quantidade<br />
PRENSAGEM !!l TANQUE<br />
Enformagem I<br />
I<br />
Unidades<br />
I<br />
I<br />
I<br />
QUEIJO A<br />
QUEIJO B<br />
digitalizado por<br />
" "'O I· I<br />
I<br />
Te mperatura Sal<br />
I I<br />
Acidez pH Tempo tota r mino<br />
Pressão<br />
I Peso<br />
Forma Tatallk2 Rend. IIkll<br />
I "I I<br />
Pela anl4l1 Peso Depoil Perda<br />
! I I<br />
I I<br />
I<br />
]<br />
I<br />
Peso após<br />
aallla<br />
0/0<br />
I<br />
I I<br />
arvoredoleite.org
Pág. 64<br />
pH<br />
EXPERIENCIA<br />
ACIDEZ<br />
FOSFATASE<br />
PEROXIDASE<br />
GORDURA<br />
Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILeT<br />
Figura 3 - Ficha de Análise de Leite e Soro<br />
LEITE<br />
DATA<br />
SORO NO CORTE SORO NO PONTO<br />
CRU PAST. EJETOR PAST PLACAS EJETOR PLACAS EJETOR PLACAS<br />
---- - - - - -------- - - - - - - - - - - - - - - - - --<br />
- - - - - 1- - - - - - - - - -<br />
- - - - - - - - 1- - -<br />
-- -1 -- -<br />
INDlCE 09 PONTO I- _ _ _ _ e- _ _ _ _ _ _ I- _ _ _ _ _ _ _ _ I- _ _<br />
CRIOSCOPICO<br />
SÓLIDOS TOTAIS<br />
LACTOSE<br />
PROTE(NA TOTAL<br />
1 -- - --- - - - - _ _ I- _ _ _ _ _ -<br />
- - ---- 1- - - - - - - -I- --'-<br />
--I----<br />
PROTEíNA SOLÚVE I- - - - - - - - - - - - - - -- --- - - -<br />
CASEINA<br />
NPN<br />
NSP<br />
- - - - - I-<br />
% DESNATuRACÃO e- - - - - - - - -<br />
- - - - - - - - - -<br />
I- --..,. - - - - - - - _ _ _ _ _ _ _<br />
_ _ _ _ _ _ _ _ _ _<br />
e- - - -- - - - - - 1--- - - - - ,-.. -- - ---<br />
e- --- -------- _ _ _ _ _ _ _ - - --- -- - - - - - -<br />
pH<br />
Revista do ILqT<br />
ACIDEZ<br />
SAL<br />
EXPERIENCI<br />
UMIDADE<br />
GORDURA<br />
íNDICE DÓ PONTO<br />
CRIOSCÓPICO<br />
SÓLIDOS TOTAIS<br />
LACTOSE<br />
PROTEíNA TOTAL<br />
Setembro/Outubro de 1984 Pág. 65<br />
Figura 4 - Ficha de Análise de Queijo<br />
QUEIJO FRESCO<br />
PLACAS EJETOR<br />
e- - - - -<br />
PROTEíNA SOLÚVEL I- - - - -<br />
CASEíNA<br />
NPN<br />
NSP<br />
./. DESNATURACÃO<br />
- - - - - - - - - -<br />
e- - -- -- ---- -<br />
_ .!- - --<br />
QUEIJO<br />
PLACAS<br />
DATA<br />
PÓS SALGA<br />
EJETOR<br />
QUEI JO<br />
PLACAS<br />
CURADO<br />
EJETOR<br />
- - - --<br />
------1-- - ---- --- -<br />
- - - - - - - ---- - - -- - - - - - -<br />
- - - - - - - - - - -e- - - - - - - - - - - - - - - - - I- - - - -<br />
- - -I- - - - - -<br />
- - - - - 1- - - - - - - - - - - - - - - -I- - - - -<br />
I- ------ - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -<br />
- - - - - - --- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - --<br />
- - - - - - - - - - - e- - - - - -" - - - - - - - - - - - - - - -<br />
digitalizado por<br />
.:... _ - - - -<br />
- -1--- - -<br />
- - - - -<br />
arvoredoleite.org
Pág. 66<br />
Figura 5<br />
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19<br />
18<br />
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N<br />
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Pág. 68 Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCT<br />
Figura 7 - Tempo de coagulação do leite nas duas fabricações.<br />
130<br />
120<br />
PL - Queijo fabricado com leite pasteurizado pelo sistema de placas<br />
Ej - Queijo fabricado com leite pasteurizado pelo sistema ejetor de vapor<br />
o ilO ... Ej<br />
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20<br />
10<br />
2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />
ensaios<br />
OPI<br />
Revista do ILCT Setembro/Outubro de 1984 Pág. 69<br />
Figura 8 -<br />
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7.5<br />
7.0<br />
Rendimento industrial do queijo segundo o processo de pasteurização do leite.<br />
PL - Queijo fabricado com leite pasteurizado pelo sistema de placas<br />
Ej - Queijo fabricado com leite pasteurizado pelo sistema de ejetor de<br />
vapor.<br />
2 3 " 5 6 7 8 9 10<br />
ensaios<br />
digitalizado por<br />
8PI<br />
Â. Er<br />
arvoredoleite.org
Pág. 70<br />
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30<br />
20<br />
10<br />
I:gura 9 -<br />
Compõsição dos queijos Prato.<br />
Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCT<br />
Ej - Queijo fabricado com leite pasteurizado pelo sistema ejetor de vapor<br />
PL - Queijo fabricado com leite pasteurizado pelo sistema de placas.<br />
2 3 4 6 7 8<br />
) umidade<br />
Á •• Ej<br />
.6.00 PI<br />
,.,... ._, ) gordura<br />
9 10<br />
ensaios<br />
) proteína<br />
Revista do ILCT 39(235): 71-4 (1984)<br />
SUBsíDIOS PARA O PLANO NACIONAL DO<br />
LEITE *<br />
I - INTRODUÇÃO<br />
Propositions for the Milk National program<br />
É fundamental que o Sindicato da Indústria<br />
de Laticínios de Minas Gerais se<br />
manifeste quando se cuida de projetos<br />
para o Plano Nacional do Leite.<br />
O sindicato reune 155· empresas, das<br />
quais 130 pequenas e médias, o que não<br />
ocorre em nenhum outro Estado brasileiro,<br />
cuja indústria está concentrada em menor<br />
número de empresas de maior porte.<br />
A questão do leite, em Minas, assume<br />
aspectos sociais significativos por ser o<br />
Estado o maior produtor de leite e qeriva<br />
dos, com 30% da produção nacional de<br />
leite, 50% de leite em pó, 37% de manteiga<br />
e 48% de queijo produzido no País.<br />
Não se tem notícia da data em que se<br />
iniciou a produção de queijo branco no<br />
Nordeste brasileiro, mas se sabe que Sá<br />
Fortes, na Mantiqueira, já se interessava<br />
pela produção de queijO desde 1980, e que<br />
no Censo Agrícola de 1919/1920 regístrou<br />
-se em Minas uma produção de leite 6<br />
vezes superior à de São Paulo.<br />
Social, históriéa, e economicamente, a<br />
questão do leite é relevante para o Estado<br />
de Minas Gerais e para o Sindicato, não<br />
podendo os mineiros se alhearem à discussão<br />
de um hipotético Plano Nacional<br />
do Leite.<br />
11 - PROJETOS CONHECIDOS<br />
A CBCL - Confederação Brasileira de<br />
Cooperativas de Leite - tem sua proposta<br />
para formulação de uma política leiteira<br />
nacional, que se pode resumir no estabelecimento<br />
de preços em função da qualidade<br />
do leite, reajustados segundo determinado<br />
índice oficial, em duas ou três<br />
vezes por ano, com maior diferencial entre<br />
leite indústria e de consumo;· sugere mais<br />
incentivo à pesquisa, assistência técnica,<br />
crédito rual somente através de cooperativas,<br />
campanhas publicitárias de aumento<br />
de consumo, aplicação do uso do leite nos<br />
digitalizado por<br />
Ivo Jacques de. Melo·.<br />
programas sociais do Governo, melhor piano<br />
de estocagem de produtos lácteos e<br />
interesse pelo comércio de exportação de<br />
derivados. É básico, em sua proposta, que<br />
a política seja cóordenada pelo Conselho<br />
Nacional de Leite e Derivados. Já a Sociedade<br />
Nacional de Agricultura-SNA apresehta<br />
o seu Plano· Nacional do Leite, de<br />
características bem mais estat.izantes,<br />
mais protecionistas e privilegiando Cooperativas<br />
de leite de consumo. O seu plano<br />
define o produtor de leite, obrigandoo a<br />
vários registros; define a forma de processamento<br />
do leite, obrigando o setor de<br />
comercialização e industrialização ã compra<br />
do leite; define os tipos de leite, estabelecendo<br />
áreas· próprias para prodúção<br />
de leite de consumo e leite da indústria;<br />
estabelece exigências para produção de<br />
cada tipo de. leite; sugere o pagamento do<br />
leite por qualidade, dentró de critérios que<br />
expressa, como número de pontos e prêmio<br />
castigo; sugere a manútenção do preço<br />
leal; abole ·o segundo percursos, mas,<br />
em seguida, o readmite; marca uma só<br />
data para o pagamento do leite; define<br />
centro consumidor; a:caba com o leite excesso;<br />
dá tratamento creditício especifico<br />
às Cooperativas; fixa crédito rotativo para<br />
o produtor; planeja estocagem apenas de<br />
leite em pó.<br />
A indústria mineira concorda, em p;;irte,<br />
com a proposta da CBCL e tem muito<br />
pouco de comum com a proposta da SNA,<br />
como veremos.<br />
111 - IMPORTÃNCIA DO LEITE É·<br />
DERIVADOS<br />
• Trabalho apresentado na 29. a Semana do·Laticinlsta - Julho de 1983.<br />
•• Presidente do Sindicato das Indústrias de Laticinlos do Eslado de Minas Gerais.<br />
A nenhum de nós, industriais, produto<br />
res, técnicos e órgãos de Governo, é per<br />
mitido duvidar da necessidade de se con<br />
sumirem leite e derivados, para a alimen<br />
tação e saúde. Muito menos será permitido<br />
ignorar que o consumo brasileiro está mui<br />
to baixo: entre 1/3 e 1/2 do mínimo in-<br />
arvoredoleite.org
ág. 72 Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCT<br />
dispensável, segundo critérios internacio<br />
nais. A grosso modo, a disponibilidade<br />
considerando a produção registrada · e <br />
não registrada no Ministério da Agricultu<br />
ra, deve ser de menos de 300 ml por ha<br />
bitante/ dia.<br />
A estatística da morte, segundo o Antiário<br />
de Mortalidade do Ministério de Saúde,<br />
para o ano · de 1980, é comovente.<br />
Morreram 750 mil pessoas; 21 4 mil eram<br />
crianças entre O e 4 anos; dessas 100 mil<br />
por doenças infecto-contagiosas, parasitárias<br />
e doenças do período péri-natal, mas<br />
sempre associadas à subnutrição; e 20 mil.<br />
morreram por sub-nutrição isolada, isto é,<br />
fome total.<br />
Ninguém pode asseverar que o baixo<br />
consumo de leite é responsável por esse<br />
quadro, mas sim que a elevação de consu<br />
mo de leite e derivados reduz esse quadro<br />
de sub-nutrição.<br />
IV - A POLíTICA ATUAL<br />
É importante assinalar, ao explicitarmos<br />
a atual política do Governo, que,<br />
quanto menor for sua intervenção direta e<br />
quanto mais eficiente for a ação do Governo,<br />
melhor será para o setor.<br />
No momento, a interferência se f az<br />
pela política de preços para leite, pela inspeção<br />
federal Via M,A. e pela estocagem<br />
da C.F.P. Além disso, registram-se a ação<br />
do I.N.A.E., Instituto Nacional de Assistência<br />
ao Educando, e o crédito rural.<br />
A política de preços de hoje e a mesm.a<br />
que adotara o Dr. Júlio César Martíns<br />
ex-Secretário Especial de Abastecimento <br />
Preços. Os preços são conferidos de sorte<br />
que a produção seja idêntica ao consumo<br />
c0r:t um pouco de excesso na safra, qu<br />
se a estocado para desova na entre-safra.<br />
FOI desenvolvida aqui, no Instituto Cândi<br />
do Tostes, durante o VII Congresso Na<br />
cional de Laticínios, e o seu pronuncia<br />
mento consta do documento final expedi<br />
do.<br />
. É evidente que essa política de preços<br />
manténi o baixo nível de consumo.<br />
Entendo que a inspeção, nem sempre<br />
adequada à realidade de nossa indústria, é<br />
fator de desenvolvimento do segmento. O<br />
consumidor brasileiro deve ao. Serviço de<br />
Inspeção Federal a boa qualidade do leite<br />
consumido no· País, a diversificação dos<br />
. produtos derivados, a padronização da embalagem,<br />
entre tantOs bens; a indústria<br />
tem a dever à exigência do M.A. o atual<br />
estágio de progresso em que se encontra.<br />
A qualidade do leite brasileiro, na pro<br />
dução, é inferior ao produto de países<br />
mais desenvolvidos. No entanto, pelo pro-<br />
. cesso d . e seeção, filtração, centrifugação,<br />
pasteunzaçao e refrigeração, o leite do<br />
País está em condições boas de consumo<br />
no momento de sua saída da usina d<br />
beneficiamento. Não se justifica, de forma<br />
alguma, a campanha espúria e difamatória<br />
que se fez contra o produto, no princípio<br />
do ano, e que tanto dano trouxe à indústria<br />
e ao consumidor.<br />
Comissão de Financiamento da Produçao-CFP<br />
cumpre bem o financiamento<br />
de leite em pó, queijo e manteiga, para<br />
estocagem na safra e venda na entre-safra<br />
e o meca io garante o fluxo dos produ<br />
tos de latlclnloS e beneficia a indústria, o<br />
produtor e o consumidor. Verbas e valores<br />
necessários, melhor época de disponibili- .<br />
dde de ret rno dos recursos, preços bá<br />
SICOS _ e reais de financiamento, são as<br />
questoes que precisam ser equacionadas,<br />
para o melhor funcionamento da CPF.<br />
Na safra 1982/1983, ocorreu, com o<br />
financiamento de leite em pó, um desajuste<br />
cujos resultados estamos sentindo hoje,<br />
quando temos pouco leite em pó para<br />
reidratação. A indústria de laticínios mineira<br />
propôs estocagem de 9.500 t de leite<br />
em pó, a CFP concedeu verba para se<br />
estocarem 5.600 t e por falta de matéria-prima,<br />
não se estocaram 4.000 t. .<br />
Há que se divulgar a iniciativa do<br />
I.N.A.E. - Instituto Nacional de Assistência<br />
ao Educando, do MEC, de melhorar a<br />
alimentação do estudante primário, mediante<br />
o . fornecimento de leite líquido pasteurizélQq,<br />
adquirido na fonte produtora.<br />
Trata-se de medida que atende à área de<br />
produção e evita ao Governo a importação<br />
c/e leite em pó, para seus projetos sociais.<br />
E necessário que o fornecimento, que hoje<br />
só é permitido às Cooperativas, seja estendido<br />
fambém à indústria de capital privado.<br />
Ainda mais que os recursos, em parte<br />
são originários do Finsocial, a que se su :<br />
jeita a indústria, somente, isenta estando<br />
a cooperativa de contribuir.<br />
A política de crédito ruralí já denunciada<br />
pela FAEMG, é amplamente destinada<br />
à agricultura, em prejuízo da pecuária.<br />
Em razão dísso, Minas Gerais, Estado de<br />
vocação pecuária, que participava, em<br />
1972, de 12,79% de todo o crédito rural,<br />
passou a 6,5% do total em 1982. Em 72, a<br />
pecuária mineira tinha 46% do total dos<br />
financiamentos ·e em 82, apenas 16%,<br />
ficando a agricultura com 54% em 72 e<br />
84% em 82.<br />
Revista do ILCT Setembro/Outubro de 1984 Pág. 73<br />
v - INDÚSTRIA VERSUS COOPERATIVA<br />
o difen3nciamento de trato da empresa<br />
de capital cooperativo, em desfavor da<br />
indústria de capital privado, está sendo<br />
levado a ponto de se prever o desinteresse<br />
do capital privado pelo setor e conseqüentemente<br />
a necessidade de os produtores<br />
destinarem maiores recursos na comercialização<br />
e industrialização do leite,<br />
descapitalizando o arco de produção.<br />
Tanto o capital urbano quanto o capital<br />
rural devem ser estimulados nos investimentos<br />
da agro-indústria leiteira, para seu<br />
fortalecimento.<br />
Assim, questões. como taxas de juros,<br />
legislação fiscal, contribuições sociais<br />
(Finsocial e Pis, especialmente) e outras<br />
devem fixar critérios idênticos para o setor,<br />
para que receba maior fluxo de capital.<br />
VI - COMPLEXO URBAO·INDUSTRIAL<br />
A estrutura econômica atual privilegia<br />
o complexo urbano-industrial, com destinação<br />
de amplos recursos para setores<br />
considerados prioritários, até por mentalidade<br />
urbana da sociedade brasileira. A<br />
infra-estrutura de produção de alimentos<br />
está relegada à sua própria sorte, embora<br />
tenha significado econômico e social sem<br />
par. Apesar de relegadas à segundo plano,<br />
a agricultura e a pecuária ainda são a maior<br />
fonte de exportação brasileira, além de<br />
abastecer, com pleno sucesso, o amplo<br />
mercado interno brasileiro.<br />
O País, além disso, tem perspectiva ·<br />
animadora para a agropecuária, pelo conhecimentos<br />
estratificado por gerações na<br />
produção de alimentos, por seu solo variado,<br />
água disponível em todo o território,<br />
sol durante o ano inteiro e clima adequado<br />
a qualquer tipo de cultura.<br />
VII - A QUESTÃO DO ICM<br />
A tributação do l.é.M. sobre o leite; via<br />
convênio 07 /77, além de ser o marco iniciaI<br />
da decadência da indústria laticinista<br />
do Estado de. Minas, tem se tornado desde<br />
1977 em permanente fonte de desencontro<br />
entre o fisco e a indústria mineira.<br />
Inconformados com a política tributária<br />
estabelec . ida pelo convênio 07, os industriais<br />
recorreram à ação judicial, por considerarem<br />
inconstitucional a nova figura de<br />
"diferimento", que isenta o leite líquido na<br />
compra e obriga o industrial a pagar o ICM<br />
do leite líquido na venda, além de seu<br />
próprio imposto.<br />
. Apesar de bem fundamentada a ação, o<br />
Supremo Tribunal Federal decidiu pela<br />
digitalizado por<br />
constitucionalidade do Convênio, em decorrência<br />
de que quase uma ce·ntena de<br />
empresas se viram devedoras de elevadas<br />
quantias ao fisco mineiro e obrigadas a<br />
acertar sua dívida, com parcelamentos altamente<br />
prejudiciais à sua situação econômico-financeira.<br />
Ainda bem · essa porção da indústria<br />
mineira não acertava a contenda com o<br />
fisco estadual, o outro segmento, das cooperativas<br />
indústrias que exportam leite<br />
para o Estado do Rio de Janeiro, está se<br />
submetendo ao rigor da ação do fisco, eis<br />
que também a saída do leite líquido não<br />
empacotado para fora do Estado está obrigada<br />
ao pagamento do ICM, pela figura<br />
jurídica de "diferimento", criada pelo Convênio<br />
07/77.<br />
Simples e unilateralmente, o Governo<br />
do Rjo de Janeiro, desde 1981 , se nega a<br />
cumprir o Convênio que assinara em 1977,<br />
embora anteriormente cumprira e embora<br />
o Estado de. São Paulo o cumpra desde sua<br />
implantação.<br />
Não recebendo o imposto do Governo<br />
do Estado do Rio, que é o verdadeiro devedor,<br />
quer o Governo de Minas receber<br />
ora da usina exportadora de leite, ora dos<br />
entrepostos importadores sediados no Rio<br />
de Janeiro, não dispondo nem uma e nem<br />
os outros de recursos para indenizar o<br />
Estado de Minas, porque o Governo Federal<br />
não permite a inclusão dó ICM no preço<br />
final de venda e muito menos admite que o<br />
valor seja cobrado ao produtor do leite, o<br />
que seria, na verdade, mais uma calamidade<br />
a afetar o ramo de produção de leite.<br />
Nada resta à indústria, mais uma vez,<br />
senão recorrer à Justiça, na esperança de<br />
que o absurdo da pretensão do fisco dos<br />
dois Estados seja compreendido pelo Supremo<br />
Tribunal Federal, como reconhece o<br />
próprio Secretário da Fazenda do Rio de<br />
Janeiro, o Dr. César Maia, que no mês de<br />
maio último, o declarou à imprensa de seu<br />
Estado; e como confirma o ex-Secretário<br />
mineiro, D. Márcio Garçia Vilela, que diz<br />
textualmente, na paleslra sobre "A Questão<br />
da Oportunidade de Nova Reforma Tri-.<br />
butária".<br />
"Tenha-se mais em consideração<br />
que a Lei Complementar n. o 24/75 abriga<br />
impropriedades inaceitáveis. Além<br />
de atribuir amplos e discutíveis poderes<br />
legislativos a um plenário constituído<br />
de agentes políticos do Executivo<br />
- o CONFAZ - subtraiu, por usurpação,<br />
competência legislativa remanescente<br />
dos Estados, extrapolando flagrantemente<br />
o permissivo constitucional<br />
em que se assenta, ao tratar, em<br />
arvoredoleite.org
Pág. 74 Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCT<br />
seu artigo 10, de outros institutos de<br />
Direito Tributário estranhos àquele a<br />
que se referiu expressamente o constituinte,<br />
qual seja o da isenção."<br />
VIII - SUBsiDIO PARA O LEITE<br />
o controvertido subsídio para o leite<br />
tem sido, liminarmente, alijado como solução,<br />
por ser inflacionário e por beneficiar<br />
toda a classe de consumidores, quer<br />
os de poder aquisitivo alto, quer os de<br />
baixa renda.<br />
Na verdade nenhum tipo de subsídio<br />
(crédito à expqrtação ou à agricultura, importação<br />
de trigo, petróleo ou às empresas<br />
estatais) tem o valor social daquele que<br />
seria concedido à produção de leite e deri-<br />
vados. ,<br />
Todo e qualquer subsídio reduz a inflação<br />
se a fonte de recursos está no orça<br />
mento fiscal e, se a fonte de meios é,<br />
como no caso brasileiro, a emissão de<br />
moeda ou empréstimos internos ou exter<br />
nos, evidentemente o subsídio eleva a<br />
inflação.<br />
É importarite assinalar que o subsídio,<br />
apenas para o consumo das classes de<br />
renda baixa, é injusto e Se torna em ins<br />
trumento de favoritismos. Deve ser banca<br />
do, pagoí pelas classes mais ricas e bene<br />
ficiar a toda a população consumidora de<br />
leite e derivados, sejam ricos ou pobres.<br />
IX - PLANO NACIONAL DO LEITE<br />
A esta altura, delineiam-se as retasbá<br />
sicas para o Plano Nacional do Leite. A<br />
curto prazo, parece conveniente<br />
- manter a política de preços de leite, de<br />
sorte que não sejam reduzidos os níveis<br />
de consumo de leite e derivados, através<br />
da indexação, desculpem"me o termo,<br />
dos preços do leite ao salário mí<br />
nimo., Penso, cumpulsando a série de<br />
dados divulgados pela Cândido Tostes,<br />
que q salário mínimo deve corresponder<br />
a qualquer cousa como 400 litros de<br />
leite, em nível do produtor. Essa constante<br />
sempre permite melhor fluxo entre<br />
a produção e consumo;<br />
- melhorar a atuação ·da Companhia ou<br />
Comissão de Financiamento da Produ<br />
ção, com recursos em volumes ade<br />
quados, disponíveis, recolhidos em<br />
épocas propícias e base real de valor;<br />
- adequar o Serviço de Inspeção Federal<br />
à realidade brasileira, admitindo-se<br />
equipamentos, construções, instala<br />
ções e tecnologia,já testada, segundo<br />
a possibilidade econômica da empresa,<br />
especialmente da micro, pequena e média<br />
organizações;<br />
- estender as comprar do Instituto Nacional<br />
de Assistência ao Educando tam<br />
bém à pequena e média empresa de ca<br />
pital privado e não somente às Coope<br />
rativas;<br />
- dar tratamento fiscal e creditício priori<br />
tário e idêntico à cooperativas e indús<br />
'trias;<br />
- revogar os Convênios 07/77 e 15/83,<br />
retornado o "status quo" anterior e res<br />
tabelecendo a cobrança do ICM em to<br />
do' o setor, leite líquido e leite destina<br />
da à industrialização, com o crédito<br />
--presumido de 90% para o produtor de<br />
leite;<br />
- reduzir ào mínimo necessário a ínterfe<br />
rência direta do Governo; simplificando<br />
portarias de preços e demais exigências<br />
burocráticas;<br />
- destinar maiores recursos para finan<br />
ciamento da pecuária, tanto para reten<br />
ção de fêmeas, quanto para aquisição<br />
de touros, recuperação de pastagens,<br />
melhoria de sanidade do rebanho e<br />
construção de cercas, silos, capíneiras,<br />
estábulos e aquisição de equipamen<br />
tos;<br />
- conceder tratamento idêntico ao leite<br />
destinado à indústria e ao consumo,<br />
considerando a uniformidade de custos<br />
de produção e igualdade de valor social<br />
do consumo do leite ou de seus deriva<br />
dos;<br />
- aplicar a legislação trabalhista e previ<br />
denciária no campo, de forma idêntica<br />
ao que ocorre com o trabalhador urba<br />
no;<br />
- manter as cláusulas proibitivas de im<br />
portação de derivados de países da<br />
América Latina;<br />
A médio prazo, estabelecer projeto pa<br />
ra o setor que vísa a elevar o consumo .de<br />
leite e derivadol?, equacionando questões<br />
rurais, como<br />
- baixa produtividade do rebanho;<br />
- habitação popular;<br />
- estradas vicinais e transportes;<br />
- ensino primário e profissionalizante;<br />
- lazer;<br />
- eletrificação;<br />
- saúde;<br />
ao mesmo tempo que sejam equacionados<br />
o financiamento para ampliação de parque<br />
(Conclui na pág. 80)<br />
Revista do ILCT 39(235): 75-80 (1984)<br />
SELEÇÕES LATICINISTAS MUNDIAIS<br />
1 - Como um país, incontestavelmente<br />
da mais elevada projeção laticinista<br />
mundial como a República Federal da Alemanha,<br />
' se preocupa com a qualiade de<br />
seus produtos alimentares, produzidos no<br />
país, se pode constatar da ?onstante evolução<br />
da cooperação neste Importante setor<br />
entre a CMA, isto é, a "SOCIEDADE<br />
CENTRAL DE MARKETING DA ECONO<br />
MIA AGRÁRIA ALEMÃ" e a muito cpnhecida<br />
DLG - SOCIEDADE ALEMA DE<br />
AGRICULTURA. A DLG examina e testa<br />
intensivamente, enquanto a CMA se o?upa<br />
intensamente com os trabalhos relaCionados<br />
com a marca de qualidade. A DLG<br />
continua com os seus já amplamente renomados<br />
concursos e premiações, enquanto<br />
os produtos premiados também recebem a<br />
MARCA DE QUALIDADE DA CMA. Para<br />
poder atingir esta marca, os interssados<br />
devem ter participado durante dOIs anos<br />
seguidos, no mínimo, nos concrsos da<br />
DLG. As severas regulamentaçoes e a<br />
grande concorrência existents, to:na<br />
uma eventual premiação de Importancla<br />
ímpar perante o consumidor. Como os produtos,<br />
portadores desses certificados-símbolos<br />
de qualidade, realmente r:presentam<br />
uma garantia da melhor qualidade, a<br />
sua procura e preferência pelo consmid_or<br />
se tornam decisivas para a sua aceltaçao<br />
no mercado.(1 )<br />
2 - Nada menos de 16 antibióticos<br />
podem ser determinados rapidamente no<br />
leite por um processo apresentad na Ale:<br />
manha (R.F.) a baixo custo, variando la<br />
entre Cr$ 24,00 e 250,00, dependendo do<br />
procedimento e da finalidade.(1 )<br />
3 -,- 53 usinas e fábricas de laticínios<br />
do Estado de Hessen da Alemanha (R.F.)<br />
participaram em 1982 dos concursos lá<br />
realizados pela DLG (Sociedade Alemã de<br />
Agricultura), citada sob. 1. Foram apresentados<br />
280 produtos, dos quais foram<br />
premiados 239 ou sejam 85,4%.<br />
A premiação foi a seguinte:<br />
Grande Prêmio 138 = 49,3%<br />
SÉRIE XXXIII *<br />
World Dairy News - 33d Serie<br />
digitalizado por<br />
• Trabalho apresentado na 29. a Semana do Laticinista.<br />
•• Técnico em Laticinios H.C. do ILCT.<br />
OUo Frensel* *<br />
Medalha de Prata 70 = 25,0%<br />
Medalha de Bronze 31 = 11,1%<br />
Estes concursos não são obrigatórios,<br />
mas, como se pode constatar pela quan<br />
tidade de concorrentes e os . esforço . s<br />
(quasi 50% na primeira categoria) reali<br />
zados pro todos os interessados em garan<br />
tir a melhor qualidade, muita ênfase . é<br />
dada à sua elevada significação promoclo<br />
nal.(1 )<br />
4 - Nada menos de quatro anos trans<br />
correram, antes que a conhecida fábric de<br />
máquinas holandesas STORK consegUisse<br />
terminar os debates em torno ?o . aumento<br />
da capacidade de duas das mais Importan<br />
tes usinas de leite da MI?R MILK OOD<br />
CO. em Cairo e Alexandria. Os 'proJeos,<br />
ora terminados, resultarão na qumtpllc _ a<br />
ção da usina de Cairo e na qua . drupllcaç . ao<br />
da fábrica em Alexandria. A usa de alro<br />
manipula atualmente 12,5 milhoes de Itros<br />
anuais. De acordo com o contrato, !mal<br />
mente, assinado, a STORK se obriga a<br />
realizar o programa previst? no pro de 2<br />
(dois) anos. Assim sob . a VISt Vigilante d . a<br />
"Esfinge" a STORK tera ensejO paa re . allzar<br />
um projeto monumental, para na dizer<br />
piramidal. Naturalmente a pro?uçao d<br />
leite tanto de vaca, como de bufala, tera<br />
iguai progresso para a satisfação do pro<br />
dutor e cio consumidor.(1 )<br />
5 - Uma sociedade privada, na Alema<br />
nha (R. F.) Que possui a complicada den?<br />
minação de "Utersuchungsring Molkerel<br />
-produkte-Importe eV" ou seja "Anel d ,<br />
Exame de Produtos Lácteos Imoados<br />
tem a seu cargo a análise qualitativa de<br />
uns 1.000 (hum mil) produtos e arcas<br />
lácteas importados pelos seus associados.<br />
A sua atuação teve resultados :xcelentes,<br />
reduzindo a um mínimo eventual reclama<br />
ções e garantindo a boa qualdad do . s<br />
produtos, de acordo com a legllaao VI<br />
gente. O produto ímportado . mais I . mpor<br />
tante é o queijo nos seus variados . tIP?S e<br />
marcas dos países da C.E.E. prlnclpal-<br />
arvoredoleite.org
Pág. 76 Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCT<br />
mente. A sua atuação tem sido reciproca- .<br />
mente valiosa.(1)<br />
. 6 - "Marketing para Lacticinistas" não<br />
e, certamente, nenhuma novidade mas<br />
apesar disso, merecedora de maio aten:<br />
çao : Aparentemente as duas atividades _<br />
a tecmca e a comercial - parecem ser<br />
separadas, mas no correr dos anos e na<br />
promoção individual de caoa um na sua<br />
esfera, se tora patente a grande valia que<br />
, em u , als amplo conhecimento do<br />
marketlng nas atividades lacticinistas<br />
embora a especialização seja necessária <br />
altamente conveniente. O desconhecimen<br />
to . d . a parte comercial ou a limitação her<br />
metICa . de uma atividade pOde dificultar em<br />
determinadas ocasiões ou oportunidades<br />
o bO!f1 andmento dos serviços ou a pro<br />
moça? do Interessado. Certamente já há<br />
um umero de técnicos em lactiçínios que<br />
realizaram urry ?urso . d administração em<br />
grande benefIcIo propno e das empresas<br />
nas quais realizall) as suas atividades. En<br />
tre s . ursos que representam notáveis<br />
Poslbllldades se destacam, sem contes<br />
taçao, os da Fundação Getúlio Vargas<br />
sempre amla , ente divulgadas. Entretan:<br />
to, o que e. marketing"? Nada melhor<br />
nem mais claro, do que a respeito descre:<br />
ve um verdadeiro mestre, como Aurélio<br />
Buaque de Holanda Ferreira: Marketing:<br />
C . onJunto de estudos e medidas que pro<br />
veem estrtegicamente o lançamento e a<br />
sustentaçao de um produto ou serviço no<br />
:rcado conumidor, garantindo o bom<br />
eXlto comercIaI. da iniciativa. A palavra<br />
conrresponente em português, porém, de<br />
pouco us, e mercadologia. Perguntamos,<br />
p:>r qe nao se usa esta palavra? Será que<br />
nao soa bem? Os palavrões, contudo, pa<br />
rece que sôam bem em português ao<br />
menos as peças que se vê e ouv em<br />
nosso cinema e no teatro ... (1 )<br />
! - Leit de . ?abra, desidratado, não é<br />
?<br />
Vldade, pOIS, Ja está sendo fabricado na<br />
emnh!'l (A.F.) e na França. Entretanto<br />
uma fabnca na França acaba de lançar leit<br />
de cabra, desidratado, em forma de table<br />
tes _e obter um ·primeiro pedido de expor<br />
taç . ao de 1 OO . t para a China Continental. Na<br />
C?hln!'l este tIpO de leite de cabra se des- .<br />
tina a merenda escolar nos lugares onde.a<br />
falta d_e água potável não facilita ' a desi<br />
drataçao do produto em pó.(1 )<br />
. :-. Entre as milhares de PUblicações<br />
lactlÇ!lnlstas, disseminadas anualmente<br />
; todo o mundo, desejamos citar o "Anu<br />
ano da Economia Leiteira Alemã" que é<br />
uma pblicação compacta de 500 páginas<br />
POSSUI 10.000 citações, entre elas nad<br />
menos de 6.000 endereços. Inclui: todas<br />
as empresas lacticinistas, suas filiais no<br />
es d . os gerentes e técnicos laticinitas,.<br />
inclusIve endereços,. telefones e telex. na<br />
Aemanha (R.F.) - Austria - Bélgica _ .<br />
Dlnaarca - França - Grécia - Irlanda<br />
- Itall - Luxemburgo - Noruega - Paí<br />
ses BaIXOS - . Reino Unido e Suiça; os<br />
enereços de odas as organizações centraIs<br />
; estaduaIs, bem como associações e<br />
autnddes; Conselhos de Administração,<br />
Gerncls e endereços de associados, or<br />
ganlzaçoes profissionais na área federal e<br />
estdual, !ncusive conselheiros, enge<br />
nhelr,?s e teclo; Institutos de Pesquisa<br />
nlno Lactlclnlsta e as estatísticas lac<br />
tlClnlStS da República Federal Alemã e da<br />
Comumdade . Eonômica Européia, desde<br />
976/1977 ate, Inclusive, 1981 /1982. Tudo<br />
ISSO (em alemão) num volume de excelente<br />
encadernação e impressão, pos apenas<br />
M 2.50 ou Cr$ 5.700,00 (lá), equivalente<br />
a 26 . litros de leite na Alemanha (A.F.) ou<br />
;u..}ltros de leite "B" ou 40 litros de leite<br />
"Especial" aqui.(1 )<br />
. 9 - . C?uase todos os estabelecimentos<br />
Industnals de lactinínios têm sérios pro<br />
blemas com a conservação dos pisos em .<br />
quase todos os setores. A grande varieda<br />
d de material empregado nestes pisos<br />
na apreseta resisitência adequada num<br />
penodo maIor ou menor. Entretanto o em<br />
prego de resinas sintéticas de silicatos pa<br />
ree resolver esta importante questão,<br />
p.olS el . as podem ser graduadas para baixa<br />
vlscosldde, permitindo uma ótima im<br />
pregaçao. Um aditivo de endurecimento<br />
p.:rmlte uma grande variação de acelera<br />
çao_ e oferce uma maior garantia de utili<br />
zaçao. Alem disso essas resinas têm a<br />
faculdade de endurecer mesmo a -1QoC<br />
mntendo per!etamente as condições quí:<br />
mlca e mecamcas. Esta resistência nos<br />
de als roduos se limita a + 10° ou<br />
12 C : Alem dISSO as resinas de silicato<br />
mantem as suas qualidades de resistência<br />
memo após muitos anos, permitind<br />
quaIsquer rearos com perfeição. Enfim<br />
as suas qualidades reais são tantas qU<br />
bem merecem ser seriamente considera<br />
das, tanto na projeção de novas fábricas<br />
como na reforma de !ábricas existentes.(1 ;<br />
10 - A obtençao de leite higiênico<br />
mesmo com ordenha mecânica continu<br />
sendo uma utopia. Certamente é possível<br />
tornar quase estril a ordenhadeira, mas<br />
restam o ar mblental, as mãos do orde<br />
nhador e o ubere e as têtas. Mesmo um<br />
ordenhao . r de saúde comprovada e hábi<br />
tos de hIgIene, depende do ambiente como<br />
também o úbere e as têtas. Uma ' lim<br />
peza adequada, tanto das mãos do orde-<br />
-<br />
Revista do ILCT Setembro/Outubro de 1984 Pág.'77<br />
nhador, como do úbere e das têtas, em<br />
ambiente higiênico, cetamente, já são uma<br />
importante contribuição para a ordenha de<br />
leite higiênico. Há, contudo, a considerar<br />
os impecilhos representados pelo ar, pelo<br />
ambiente, pela movimentação dos homens<br />
e dos animais. Uma importante contribui<br />
ção para uma grande aproximação de con<br />
dições altamente satisfatórias foi a irmm<br />
ção de toalhas de papel, impregnadas de<br />
desinfetante apropriado, de material adequado<br />
e descartáveis. Uma toalha para<br />
cada úbere, eis a sOlução. Esta toalha desinfeta<br />
simultanemanete o úbere, as têtas<br />
e as mãos do ordenhador. Usada uma única<br />
vez para cada úbere e logo descartada,<br />
representa, realmente, uma grande<br />
contribuição para a obtenção de leite higiênico.<br />
Milagres não se conseguem, mas<br />
com boa vontade, não será difícil chegar<br />
bem próximo da finalidade desejada. Não<br />
ignoramos; porém, que tudo isso é muito<br />
utópico também, pois, exige a existência<br />
de condições locais adequadas, razão por<br />
que aqui no Brasil temos três leites: A, B e<br />
C, enql!anto que nos demais países so<br />
mente há um leite. Em muitos países nem<br />
existe um plural para leite ... (1 )<br />
11 - Apesar das inegáveis vantagens<br />
da embalagem descartável também para o<br />
leite a ser adquirido pelo consumidor, es<br />
pecialmente na Europa, não só se mantém<br />
a garrafa de vidro (na Inglaterra, por exem<br />
plo), mas também se nota a volta da ven<br />
da a granel ao consumidor que traz a sua<br />
embalagem particular (também garrafas,<br />
etc.). Os dispositivos para a distribuição<br />
de leite por este sistema são cada vez mais<br />
sofisticados, notadamente em virtude das<br />
eXigências das autoridades competentes.<br />
Assim, nos varejos, ficam instalados con<br />
juntos em aço inoxidável, providos de ins<br />
talações frigoríficas que mantêm o. leite<br />
em 4°C, protegido de qualquer possibili<br />
dade de contaminações. Se o vasilhame do<br />
consumidor e os cui'dados do mesmo no<br />
transporte também são tão cuidadosos,<br />
evidentemente ficam aos cuidados dele<br />
mesmo. Os dispositivos de enchimento no<br />
varejo são higiênicos, como também os<br />
cuidados com o tanque do leite. Do ponto<br />
de vista teórico tudo, parece, pois, exce<br />
lente, tal como aqui no Rio de Janeiro e<br />
alhures ha 50 anos, quando tínhamos as<br />
"vacas leiteiras", latões isotérmicos para<br />
venda de leite com torneira medidora e<br />
outras "cositas" mais. Nunca nos pareceu<br />
que a economia na embalagem era mesmo<br />
compensada pela economia na higiene.<br />
Em todo o caso é curioso notar estas on<br />
das de tradicionalismo e de economia mal<br />
digitalizado por<br />
dirigida. As vezes há surtos de saudosis<br />
mo que lembram as garrafas e até as vacas<br />
dos estábulos até urbanos. A arte, sem<br />
dúvida, merece a nossa saudade, mas a<br />
economia ... , assim, lembra a porcaria.<br />
12 - É bem conhecida a transformação<br />
no consumo de queijo na República Fede<br />
ral da Alemanha. Enquanto, por exemplo,<br />
em 1960 o consumo médio por habitante<br />
era de 4,5 kg de queijo de coalho e de<br />
2,5 kg de queijos frescais, já em 1981 estas<br />
cifras tinham passado para, respectiva<br />
mente, 7,9 kg e 6,2 kg. É notável o au<br />
mento no consumo de queijos frescais.<br />
Continua a preferência pelos queijos Em<br />
mental, Camembert e Edam. Há, contudo,<br />
uma série de novos tipos os quais, por<br />
tanto, não reduziram o consumo tradicional<br />
dos tipos mencionados, mas serviram<br />
para contribuir para o aumento do consu<br />
mo geral. Também a variação na forma de<br />
consumo, contribuiu muito para á seu au<br />
mento, tais como o uso do queijo em<br />
molhos, saladas, sufflés, etc.(2)<br />
13 - Pesquisas internacionais, nota<br />
damente aquelas realizadas ou promovi<br />
das pela FAO e WHO, mostram tremenda<br />
situação da sub e má-nutrição em inú<br />
meros países do assim chamado Terceiro<br />
Mundo. Simultaneamente elas chamam<br />
atenção'para a correlação entre a insufici<br />
ência alimentar e as condições de saúde,<br />
inclusive redução no crescimento e capacidade<br />
produtiva do indivíduo. Justamente<br />
nas proteínas é que se encontra o maior<br />
balanço negativo. O fato do consumo ser<br />
mais de 80% vegetal, conduz a outros sé<br />
rios problemas.<br />
As proteínas do leite comparadas com<br />
outras fontes protéicas, fornecem a maior<br />
contribuição de aminoácidos essenciais;<br />
1/2 litro de leite de vaca é o suficiente para<br />
a alimentação de um ser humano adulto,<br />
embora seja necessário um litro para tam<br />
bém satisfazer a necessidade em metioni<br />
na. A insuficiência de Iisina, proporciona<br />
da pelos grãos, será, pois, complementa<br />
da fartamente com pequeno volume de<br />
leite, resolvendo este sério aspecto da in<br />
suficiência alimentar nos citados países.<br />
Em resumo, não oferece dúvida alguma<br />
que a solução reside no abastecimento<br />
adequado de leite, seja líquido de produ<br />
ção própria, ou desidratado, importado ou<br />
não.(2)<br />
14 - Em Cork, capital da República da<br />
Irlanda do Sul, já se encontra em funcio<br />
namento, há pouco mais de um ano, numa<br />
fábrica de leite em pó, uma instalação para<br />
a produção de álcool potável, fino, ex<br />
arvoredoleite.org<br />
traído de :soro de queijo. A sua capacidade
Pág. 78 Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCT<br />
por dia de 24 horas é de 546:.000 Iitos.<br />
Este álcool se destina á produçao de gm e<br />
vodca. Sem dúvida ainda luta com uma<br />
série de problemas, sobressaindo O· da<br />
disposição das águas residuais, . cu!o vo!u<br />
me diário, como se pode deduzir, e mUito<br />
grande. Contudo, com o aperfeiçoamento<br />
da técnica da ultra e hiperfiltração, espe<br />
ra-se vencer também estes óbices em pra<br />
zo aceitável.(2)<br />
15 Como se não bastassem os 400<br />
(ou mais) queijos lá existentes em todo o<br />
mundo. ·a Inglaterra, após 200 anos, resolveu<br />
lançar em grande estilo um queijo de<br />
pasta mole e com mofo nobre, uma espécie<br />
de "Camembert" com o nome de<br />
"L YMESWOLO". A sua preparação e lançamento<br />
no mercado inglês, depois, no<br />
europeu. consumiu nada menos de três<br />
anos e um custo.de três milhões de libras<br />
esterlinas ou sejam cerca de Cr$<br />
2.400.000.000.00! Este é o custo da fábrica<br />
em Somerset. Outros cinco milhões de<br />
libras esterlinas (Cr$ 4 bilhões) serão empregados<br />
na promoção e marketing.(2)<br />
16 -Um sistema de determinação simultânea<br />
de temperatura e umidade em<br />
diversos pontos de uma câmara frigorífica,<br />
permite constatar as condições da mesma.<br />
São pesquisadas três câmaras climatizadas<br />
para estocagem e cura de queijos no<br />
sentido de se obterem recomendações para<br />
condições mais efetivas para estas finalidades.(2)<br />
17 - Um conjunto pneumático para<br />
ordenha no campo. aonde não houver energia<br />
elétrica disponivel. é a última novidade.<br />
O manejo é simples e fácil. Havendo<br />
necessidade de bombear o leite para um<br />
depósito de refrigeração ou de transporte.<br />
uma bomba simples e de fácil manejo<br />
permite este serviço com rapidez. A limpeza<br />
é fácil. não havendo perigo de contaminação<br />
em nenhum componente.(2)<br />
18 - A manteiga é mesmo a melhor!<br />
Isso até os · margarineiros sabem muito<br />
bem. pois. na Alemanha (R.F.). aliás em<br />
Berlim. uma nova marca de margarina acaba<br />
de ser lançada em caminhos que somente<br />
podem ser considerados. como<br />
amanteigafos. Não vamos indicar a marca.<br />
mas podemos informá-Ia verbalmente. Co<br />
meça com a embalagem que é igual a da<br />
manteiga. Na promoção se usam "slogans"<br />
e termos que lembram as reais qua<br />
. lidades da manteiga. Por exemplo; "Este<br />
paladar resiste a qualquer comparação".<br />
Ora, isso só se pode atribuir à uma manteiga.<br />
Até aqueles pacotinhos de 20g que<br />
encontramos nos aviões, trens e outros<br />
lugares, ·estão imitando exatamente as<br />
usadas pela manteiga até mesmo aqui no<br />
Brasil.(2)<br />
19 - 12 projetos de melhoria estrutural<br />
da manipulação do leite na Alemanha<br />
(R.F.) foram fomentados pelo Fundo Agrário<br />
Europeu Setor Execução.· Em fins de<br />
1982 foram autorizados investimentos no<br />
total de OM 9,9 milhões (Cr$ 1.600 milhões).<br />
O valor total dos 12 projetos importa<br />
em OM 49 milhões (Cr$ 8.500 milhões).<br />
Em todos os projetos se trata de<br />
queijarias.(2)<br />
20 - O julgamento de qualidade e respectiva<br />
concessão de prêmios, na Alema<br />
nha (R.F.) é realizado pela OIG (Oeutsche<br />
Landwirtschafts Gesellschaft) ou seja a<br />
Sociedade Alemã de Agricultura. Em recente<br />
certame ao qual concorreram 17 indústrias<br />
de lacticínios, previamente selecionadas,<br />
bem como os respectivos fabri<br />
cantes de embalagens, com 42 embalagens<br />
diversas, foram premiados 15 com<br />
"excelente" - 16 com "bom" e 9 sem designação.<br />
O prêmio inclui tanto o produto,<br />
como a embalagem. No julgamento são<br />
considerados a apresentação, o estado no·'<br />
varejo, a forma e facilidade de abertura, a<br />
atratividade, a colóração, a apresentação<br />
gráfica. O time dos jUlgadores se compõem<br />
de autoridades na matéria, tais como<br />
gráficos, "designers", tecnólogos em<br />
embalagem, técnicos em lacticínios e ju<br />
ristas.(2)<br />
21 - Um cidadão inglês, técnico em<br />
lacticínios. vinha colecionando há mais de<br />
40 anos tudo quanto se usou e usa na<br />
distribuição de leite, desde fins do séCUlO<br />
passado. incluindo meios de transporte,<br />
vasilhame. utensílios. fechos, etc. Uma<br />
associação de classe dos lacticínios, resolveu<br />
instalar este material num museu,<br />
adredemente organizado para este fim, entregando-o<br />
ao homem que teve esta notá<br />
vel idéia. Existem iniciativas semelhantes<br />
em outros países. como já temos relatado.<br />
Trata-se de uma idéia interessante e digna<br />
de ser imitada.(3)<br />
22 - O popular "pub", tradicional bar<br />
no qual os inglêses se encontram para um<br />
bom bate-papo e refrigério de suas gar<br />
gantas. acaba .de aderir à promoção do<br />
"beba mais leite". Calculado um consumo<br />
semanal de 80 litros por estabelecimento,<br />
após experiências com dispositivos ade<br />
quados para encher o leite em copos des<br />
cartáveis, foram instalados em · mais de<br />
1.000 "pubs" em todo o pais, tais varejos<br />
com perfeito êxito, notadamente no verão.<br />
Uma das inaugurações foi prestigiada pelo<br />
próprio Ministro da Agricultura, conforme<br />
ampla divulgação.(3)<br />
.<br />
Revista do ILCT Setembro/Outubro de 1984 Pág. 79<br />
23 - O leite é uma substância única,<br />
quanto à sua composição nutricional, já<br />
que é um alimento quase completo. De<br />
fato o leite é a única substância elaborada<br />
pela natureza para o seu uso como<br />
alimento. Todas as outras substâncias<br />
possuem uma função primária biológica,<br />
seja para manter o crescimento ou para a<br />
sobrevivência ou para a proliferação. A<br />
singularidade do leite não é, entretanto,<br />
relacionada apenas à sua finalidade nutricional.<br />
O leite também contém uma quantidade<br />
de componentes bactericidas. O<br />
maior interesse nesses componentes tem<br />
sido focalizado nas imunoglobulinas as<br />
quais representam um papel vital no sistema<br />
de imuno-defesa nos mamíferos que<br />
não possuem uma transferência placental<br />
de imunoglobulinas. Em adição às imunoglobulinas,<br />
o leite também possui um número<br />
não especificado de agentes antimicrobianos<br />
que consquistaram. crescente<br />
interesse nos últimos anos. Um deles é o<br />
sistema de lactoperoxidase da tiocinato<br />
-hidrogeno-peroxidase. (LPS). Este sistema<br />
não somente se encontra presente no<br />
leite, mas também na saliva aonde se<br />
admite ele seja um importante componente<br />
da defesa da mucosa. Um crescente<br />
conhecimento do mecanismo básico desse<br />
sistema, resuftou do estudo do uso da<br />
LPS para o retardamento do crescimento<br />
bacteriano no leite cru. Uma importante<br />
publicação sumariza os conhecimentos<br />
atuais do mecanismo básico deste sistema<br />
e o seu uso prático na conservação do<br />
leite. Atenção especial é dada para a sua<br />
aplicação em países em desenvolvimento<br />
ou em qualquer parte aonde o resfriamento<br />
do leite cru não seja possível durante a<br />
coleta e estocagem. O método do LPS<br />
oferece melhores condições do que o uso<br />
da peroxidase e outros processos de alta<br />
concentração. O seu efeito anti-bacteriano<br />
é muito mais efetivo. É de fácil uso e oferece<br />
as melhores possibilidade para evitar<br />
quaisquer abusos.<br />
.<br />
Apesar de intransigentes defensores da<br />
pureza do leite, atrevemo-nos em fazer a<br />
presente comunicação. Não se trata de<br />
defesa do atual e abusivamente praticado<br />
emprego da peroxidase química ou seja da<br />
água oxigenada simplesmente.(4)<br />
24 - Analisando o mercado lácteo<br />
norte-americano, constata-se que o leite<br />
fluido, especialmente o integral, se encontra<br />
em constante declínio. Melhoria se espera<br />
no mercado de queijo e iogurte, cuja<br />
tendência é de crescimento. "Ice cream" e<br />
produtos lácteos congeados se mantêm,<br />
digitalizado por<br />
acompanhando contudo o crescimento populacional.(5)<br />
25 - Fertilizar as terras deve ser um<br />
imperativo para todo e qualquer agricultor<br />
ou pecuarista. É uma exigência inevitável<br />
se se quizer obter bons resultados e rendimentos<br />
nas pastagens, plantações, etc.,<br />
declara um agrônomo do Uruguai. Lá uma<br />
granja com 40 vacas leiteiras produz 110<br />
toneladas de excremento animal que contém<br />
apreciáveis quantidades de fÓljforo,<br />
nitrogênio e potássio, equivalentes à<br />
1.150 kg de superfosfato, 1.200 kg de uréia<br />
e 930 kg de cloreto de potássio.<br />
O valor equivalente em cruzeiros não<br />
deixa de ser apreciável e, certamente, poderosa<br />
contribuição para a redução dos<br />
custos da granja.(6)<br />
26 - No primeiro semestre de 1982 a<br />
Argentina exportou para 22 países:<br />
3.532 t queijos<br />
926 t manteiga<br />
9.541 t leite em pó<br />
1.304 t caseína<br />
30 t doce de leite<br />
120 t leite condensado(7)<br />
27 - Ultrafiltração é um processo de<br />
filtração de membrana que pode ser empregado<br />
na indústria de lacticínios para<br />
concentrar e extrair sólidos do leite e do<br />
sôró. Neste processo as proteínas do sôro<br />
são concentradas com um simultâneo aumento<br />
da porcentagem de lactose. As pro-<br />
" teínas concentradas do sôro podem então<br />
ser desidratadas e usadas como ingrediente<br />
ou aditivo funcional em produtos alimentares<br />
animais e/ou humanos, inclusive<br />
em misturas de alimentos concentrados,<br />
ice-cream. rão e cereais. A incorporação<br />
de sólido', do sôro em produtos<br />
lácteos existenles é de particular vantagem<br />
para a inch'í'stria de lácticínios, incrementando<br />
o seu rendimento, como no uso<br />
de leite ultrafiltrado na fabricação de queijos<br />
e na redução dos excedentes de sôro.<br />
Os empregos locais dos sólidos do sôro,<br />
também podem atender, de certa maneira,<br />
ao decréscimo geral na produção de leite<br />
na indústria, estendendo o volume do leite<br />
disponível para a industrialização. A finalidade<br />
primária de um projeto foi, no caso<br />
em discussão, a incorporação do concentrado<br />
de sôro de queijo Cheddar (CWPC)<br />
em iogurte, substituindo, assim, os sólijos<br />
do leite denatado por sólidos do sôro e<br />
evitando o custo da desidratação do concentrado<br />
da proteína do sôro de queijo. No<br />
mesmo trabalho são examinados os efeitos<br />
sobre o CWPC do desenvolvimento e<br />
da produção de ácido pelo S. thermophilus<br />
arvoredoleite.org
Pág . 80 Setembro/Outubro de 1984 Revista do ILCT<br />
, TS2 e L. helveticus LB1 em leite desnata<br />
do.(8)<br />
. 28 - Num excelente artigo o fabricante<br />
de aparelhos de controle FAXHOLM expõ . e<br />
a origem e o desenvolvimento do pasteurl<br />
zador de placas e a sua suprema influên<br />
cia' sobre a pasteurização do leite (e de<br />
outros liquidos alimentares). É um artigo<br />
longo e muito bem fundamentado que pretendemos<br />
oferecer aos leitores do "Bole<br />
tim do Leite" em próxima edição. Constam<br />
'desse artigo informações sobre exigências<br />
em matéria de pasteurização em outros<br />
paises e relatando os resultados benéficos .<br />
obtidos. Torna-se, assim, este trabalho de<br />
grande atualidade.(9)<br />
29 - Outro artigo de grande atualidade<br />
é de autoria do nosso confrade Robert<br />
Hansen, da Dinamarca, intitulado "Ao<br />
futuro com Um novo tipo de leite". Trata<br />
-se do estudo e da apresentação do leite,<br />
evoluido numa combinação de pasteuriza<br />
ção e estérilização. O resultado será um<br />
leite com o conhecido paladar natural do<br />
leite pasteurizado, mas enriquecido com<br />
as vantagens do já bem conhecido leite<br />
"longa vida". Aguardem também este sensacional<br />
trabalho em próxima publicação<br />
do "Boletim do Leite".(9)<br />
30 -'- Em Seleções passadas tínhamos<br />
o costume de finalizar com o último nú<br />
mero, isto é o presente 30, com alguma<br />
comunicação mais ou menos humorística,<br />
(Conciusão da pág. 74)<br />
industrial ,Iaticinista, financíamento . da<br />
compra da matéria-prima, com o restabelecimento<br />
da NPR, e a criação de infra-estrutura<br />
para exportar excedentes de , derivados.<br />
Caberia até mesmo o estudo do subsídio<br />
para leite e derivados, a médio prazo,<br />
restando, como etapa final, a liberação . de<br />
preços·.<br />
x - CONCLUSÃO<br />
Sei quanto é .difícil e penosa a lida<br />
diária do produtor de leite, que se vem<br />
a fim de suavisar as pesadas comunicações<br />
técnico-econômicas anteriores. 29<br />
afinal de contas! Não vamos fazer exatamente<br />
isso desta vez, m'as, transcrever<br />
algumas considerações do nosso confrade '<br />
Alceu Feijó no "Jornal NH". de Novo Hamburgo<br />
(RS) a respeito da recente tão inoportuna,<br />
quão desacertada, campanha<br />
contra o leite de consumo, infelizmente,<br />
ainda na memória de todos os presentes.<br />
Depois de historiar com muita realidade a<br />
produção e o tratamento do leite até o seu<br />
consumo, rebate cQm muito humor e mesmo<br />
irreverência as injustas acusações levantadas,<br />
repelindo a possível presença de<br />
"germes fecais" e perguntando, finalmente,<br />
com o título de seu artigo, "por onde<br />
entrou o cócô" ... (10)<br />
REFERÊNCIAS<br />
1) Deutsche Milchwirtschaft.<br />
2) Deutsche Molkerei Zeitung.<br />
3) Milk Industry.<br />
4) Kieler Milchwirtschaftliche Forschungsberichte.<br />
5) Dairy Field.<br />
6) Revista "CONAPROLE".<br />
7) La Ind ustria Lechera.<br />
8) The Austral ian Journal of Dairy Tech-<br />
-<br />
nology.<br />
9) North European Dairy Journal.<br />
10) Jornal NH.<br />
descapitalizando desde a constituição da<br />
primeira C.E.L., Comissão Executiva , do<br />
Leite, na década de 40 e o início da intervenção<br />
estatal no setor leiteiro. Sei das<br />
agruras do consumidor que, a cada dia, se<br />
obriga a reduzir o consumo de alimentos<br />
importantes, como leite e derivados. Mantenho<br />
viva, no entanto, a esperança de<br />
que, um dia; algúem que detenha parcela<br />
de poder consiga imprimir ao setor uma<br />
política justa que reconheça o mérito social<br />
da produção de leite e derivados e que<br />
tenha, como Objetivo, melhorar a qualidade<br />
de alimentação e saúde do povo brasileiro.<br />
desnatadeira MSB 130 da<br />
estfalia Separator éfabricada com<br />
.l mais moderna tecnologia do<br />
mundo. O que faz dela a mais<br />
avançada do Brasil. Por isso esta<br />
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