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Qual a perspectiva das PCH para futuro? - CERPCH - Unifei

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perda de seu valor, maior será sua liquidez.<br />

Assim, a moeda é o ativo de liquidez absoluta.<br />

Conforme Jorion, o risco de liquidez assume<br />

duas formas distintas porém intimamente<br />

relaciona<strong>das</strong>: risco de liquidez de ativos<br />

ou de mercado e risco de liquidez de funding<br />

ou de fluxo de caixa. O primeiro deles<br />

surge quando uma transação não pode ser<br />

conduzida aos preços vigentes de mercado<br />

devido ao fato de que o volume envolvido<br />

ser muito elevado em relação aos volumes<br />

normalmente transacionados e varia de<br />

acordo com os tipos de ativos, mercados<br />

em que são negociados e ao longo do tempo<br />

em função <strong>das</strong> condições de mercado. Já<br />

o risco de liquidez de fluxo de caixa está relacionado<br />

com o surgimento de dificuldades<br />

<strong>para</strong> cumprir com as obrigações contrata<strong>das</strong><br />

nas datas previstas. Estas dificuldades<br />

podem levar a liquidações antecipa<strong>das</strong><br />

e desordena<strong>das</strong> de ativos aumentando<br />

a exposição ao risco de liquidez de mercado.<br />

(Cf. JORION: 2000, 17 – 18)<br />

No programa PROINFA, onde a<br />

ELETROBRÁS é a responsável pelo pagamento<br />

da energia contratada a um preço<br />

pré-fixado, o risco de liquidez de mercado<br />

pode ser desconsiderado, já que o volume a<br />

ser transacionado está garantido pelo contrato.<br />

O risco de liquidez de fluxo de caixa,<br />

está relacionado à incapacidade da Eletrobrás<br />

não cumprir suas obrigações nas datas<br />

previstas. Esse risco também é desprezível,<br />

levando-se em conta que a Eletrobrás<br />

historicamente tem cumprido suas obrigações<br />

nas datas previstas, portanto possui<br />

um risco muito baixo, podendo ser considerado<br />

desprezível também.<br />

1.1.2. Riscos Legal :<br />

O risco legal está relacionado a possíveis<br />

per<strong>das</strong> quando um contrato não pode ser<br />

legalmente am<strong>para</strong>do. Pode-se incluir aqui<br />

riscos de per<strong>das</strong> por documentação insuficiente,<br />

insolvência, ilegalidade, falta de representatividade<br />

e/ou autoridade por parte<br />

de um negociador, etc.<br />

Os riscos legais são controlados por meio<br />

de políticas desenvolvi<strong>das</strong> pelo departamento<br />

jurídico da instituição em conjunto<br />

com os gerentes de risco. A instituição deve<br />

se assegurar que acordo entre contrapartes<br />

pode ser cumprido antes que o negócio<br />

seja consumado.<br />

Com o PROINFA, instituído por lei, esse<br />

risco legal pode ser considerado desprezível.<br />

Visto que legalmente, a instituição está<br />

completamente am<strong>para</strong>da.<br />

1.1.3. Riscos de Crédito :<br />

O Risco de Crédito está associado às<br />

possíveis per<strong>das</strong> que o credor tenha caso o<br />

devedor (contraparte) não honre com os seus<br />

compromissos.<br />

O histórico <strong>das</strong> instituições financeiras<br />

demonstra que o risco de crédito é, de longe,<br />

muito mais importante que o risco de<br />

mercado.<br />

Como a emissão de papéis da Eletrobrás,<br />

que tem a classificação local “AA” indicada<br />

pela Standard & Poor's ( fonte :<br />

http://www.acionista.com.br/home/invest<br />

imentos/120805_fidc), considera-se que a<br />

capacidade de honrar compromissos financeiros<br />

da empresa seja muito elevada. Ainda,<br />

mesmo que num pior cenário imaginável,<br />

a Eletrobrás não cumpra suas obrigações<br />

o empreendedor poderá vender sua<br />

energia no mercado. Para efeito de gestão<br />

de risco, vamos considerar desprezível o risco<br />

de crédito.<br />

1.1.4. Riscos de Mercado :<br />

O risco de mercado é oriundo de movimentos<br />

nos níveis ou nas volatilidades dos<br />

preços de mercado do ativo em análise.<br />

Imagine um investidor que compra por<br />

cerca de $ 75 uma parte de um título norteamericano,<br />

com a promessa de receber 6%<br />

ao ano no prazo de cinco anos, quando então<br />

vai receber $ 100. Se no dia seguinte o<br />

juro subir <strong>para</strong> 7%, este mesmo título estará<br />

valendo no mercado cerca de $ 71. Ou seja:<br />

do dia <strong>para</strong> a noite perdeu dinheiro, se<br />

precisar vender o título, porque o juro mudou.<br />

Pode até não haver dúvi<strong>das</strong> de que o<br />

governo americano vai pagar suas dívi<strong>das</strong>,<br />

mas há o risco de per<strong>das</strong> por alterações no<br />

mercado. Ou seja, mesmo sendo desconsiderado<br />

o risco de crédito, há a possibilidade<br />

de per<strong>das</strong> devido ao risco de mercado.<br />

Portanto, o risco de mercado está relacionado<br />

com o preço de venda da energia<br />

gerada, que se comportam como a taxa de<br />

juros do exemplo acima, variando de acordo<br />

com condições de mercado. Esse preço<br />

tem apresentado uma alta volatilidade no<br />

mercado de curto prazo, devido as condições<br />

de oferta e demanda de energia, as<br />

quais variaram desde racionamento de<br />

energia, a excesso de oferta no inicio da década<br />

atual no Brasil.<br />

A volatilidade dos preços de geração é<br />

um dos principais elementos que elevam a<br />

taxa de risco <strong>para</strong> os investimentos em<br />

energia nova. De acordo com o grau do armazenamento<br />

dos principais reservatórios<br />

do país e a tentativa de criação de um mercado<br />

spot <strong>para</strong> a energia, foi criado um<br />

grau de incerteza na projeção de estimativas<br />

<strong>para</strong> o preço da geração de energia. Resultado<br />

deste modelo é que em menos de<br />

um ano (2001) o preço do MWh caiu de R$<br />

600,00 <strong>para</strong> R$ 4,00. Com este nível de variação,<br />

como é possível atrair investimentos<br />

de longo prazo? Somente recursos financeiros<br />

mais propensos a assumir maiores<br />

riscos, capitais do tipo especulativos, te-<br />

riam interesse em participar deste mercado.<br />

O grande problema é a grande volatilidade<br />

dos preços no "spot", que mudam semanalmente.<br />

Se hoje o megawatt no curto<br />

prazo custa menos de um terço do preço<br />

praticado pela distribuidora, na época do racionamento,<br />

onde havia escassez, os preços<br />

no curto prazo chegaram a R$ 684 o<br />

MWh - mais de 10 vezes o preço da concessionária,<br />

em alguns casos. As figuras 1e2<br />

do anexo ilustram a volatilidade do mercado<br />

spot em alguns períodos.<br />

Como se observa, essa volatilidade<br />

acentuada é um fator de risco de mercado<br />

que gera incertezas ao investidor. Com o<br />

PROINFA, em que se tem um valor prédeterminado<br />

do preço da energia durante<br />

os 20 anos de contrato, essa volatilidade<br />

não existe mais, e o investidor passa a ter<br />

uma certeza quanto aos seus recebimentos<br />

<strong>futuro</strong>s. Tem-se então, uma proteção integral<br />

quanto aos riscos de exposição ao mercado<br />

de curto prazo.<br />

1.1.5. Risco Operacional :<br />

Os riscos operacionais relacionam-se<br />

às per<strong>das</strong> inespera<strong>das</strong> de uma instituição,<br />

em virtude de seus sistemas, práticas e medi<strong>das</strong><br />

de controle serem incapazes de resistir<br />

a erros humanos, à infra-estrutura de<br />

apoio danificada, a falha de modelagem, de<br />

serviços ou de produtos, e a mudanças no<br />

ambiente empresarial.<br />

Numa usina hidrelétrica, o risco de seu<br />

sistema não funcionar como esperado, tem<br />

relação, além dos elementos acimas citados,<br />

às caracteristicas hidrológicas locais<br />

(risco hidrológico).<br />

No Brasil, temos um sistema predominantemente<br />

hidráulico, que são projetados<br />

<strong>para</strong> atender o mercado sob condições hidrológicas<br />

desfavoráveis, que ocorrem esporadicamente.<br />

Como consequência, na<br />

maior parte do tempo há sobra de energia,<br />

o que implica em custos marginais muito<br />

baixos. Observa-se assim que o custo marginal<br />

é fortamente relacionada às vazões<br />

afluentes aos reservatórios e seus níveis.<br />

No contrato do PROINFA, a energia contrata<br />

é a energia assegurada da usina, calculada<br />

pela ANEEL. A energia assegurada<br />

do Sistema Interligado Nacional (SIN) é a<br />

máxima energia que pode ser ofertada considerando<br />

um risco prefixado de não atendimento<br />

da demanda (atualmente 5%), obtida<br />

através de simulações da operação do<br />

sistema, utilizando séries sintéticas de vazões<br />

e despachando as usinas termelétricas<br />

de acordo com uma política ótima de<br />

operação. A energia assegurada de uma usina<br />

hidrelétrica é obtida pelo rateio da energia<br />

assegurada do sistema pela energia firme<br />

de cada usina. No caso <strong>das</strong> <strong>PCH</strong>s, que<br />

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