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MODELAGEM HIDROLÓGICA CHUVA-VAZÃO E ... - UFRJ

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superfície terrestre e a atmosfera. A humanidade sempre soube se beneficiar dos eventos<br />

que envolvem o ciclo hidrológico, mas, ao mesmo tempo, também é vítima freqüente de<br />

suas variações quantitativas e qualitativas, em diferentes locais e ao longo do tempo.<br />

As grandes civilizações surgiram, de certa forma, por causa da fixação de tribos<br />

nômades, que se estabeleceram em um determinado local. O fator decisivo para que<br />

essas tribos pudessem criar raízes num local foi a possibilidade de desenvolver a<br />

agricultura, pois toda civilização precisa de dois recursos básicos para se desenvolver:<br />

água e terra. Portanto, havendo água em abundância, existiria terra fértil, de forma que o<br />

homem poderia plantar, colher, criar animais e, podendo controlar a produção de<br />

comida, não teria necessidade de se mudar continuamente.<br />

As civilizações mais adiantadas da Antiguidade floresceram em torno da água, elemento<br />

imprescindível não só para o abastecimento de água doce, mas também para a<br />

agricultura, o comércio, o transporte e os sistemas de defesa. Civilizações como o<br />

Império Romano, a civilização Egípcia, o Império Veneziano e a Dinastia dos Omeyas<br />

basearam sua fundação na facilidade de acesso à água, oferecendo a suas populações um<br />

meio de sobrevivência e de expansão.<br />

Mesmo não conhecendo detalhadamente a origem da água e o funcionamento dos<br />

fenômenos naturais, as civilizações antigas puderam explorar os recursos hídricos<br />

através de projetos de irrigação, como os do Egito e Mesopotâmia, dos aquedutos para<br />

abastecimento de água e irrigação, como construídos pelos romanos, e do controle de<br />

inundações, como concebido pelos chineses.<br />

Somente a partir do século XV, com Leonardo da Vinci e Bernard Palissy, o ciclo<br />

hidrológico passou a ser melhor compreendido. A dificuldade era aceitar que a<br />

precipitação tinha um volume maior que a vazão e que os rios são mantidos perenes<br />

pelo retardamento do escoamento do subsolo. Pierre Perrault, no século XVII (1608-<br />

1680), analisou os componentes da relação precipitação-vazão, ou seja, a precipitação, a<br />

evaporação e a infiltração da bacia do rio Sena, e comparou essas grandezas com<br />

medições de vazão realizadas por Edmé Mariotte, constatando que as vazões eram<br />

apenas cerca de 16% da precipitação.<br />

No século XIX, iniciam-se, de um lado, as medições sistemáticas de precipitações e<br />

vazão e, de outro, o desenvolvimento teórico e experimental da hidráulica. Nos Estados<br />

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