Edição 35 - Revista Algomais

Centenário
2009 celebra
o Dom da Paz
HOMENAGEM | Instituto pretende realizar
ações no decorrer do ano que relembrem
os feitos do religioso. Para virar realidade,
programação depende de verba
Por Marcella Sampaio
“Tinha tudo para não
dar certo... Ele era
nordestino, mirradinho,
pequeno, simples e de
fala mansa... Para ele se
poderia imaginar uma vida
comum, igual a tantas
outras dessa sofrida e
incompreendida região,
do grande país, Brasil”
Marieta Borges
Mas, a cada atitude pensada e repensada
em suas vigílias diárias, Dom Helder
conquistava a confiança da sociedade. Os
pensamentos transmitidos nos discursos ultrapassaram
os limites da Igreja. Hoje, quase
10 anos após sua morte, preparativos e
homenagens estão sendo organizados para
comemorar, no próximo dia 7 de fevereiro, o
centenário de vida do religioso que ficou conhecido
como o Dom da Paz.
Como nada para ele foi fácil, assim
continua sendo para conseguir montar uma
programação em sua homenagem. Incessantemente
a equipe do Instituto Dom Helder
Camara se empenha para divulgar todo
22 > > fevereiro
o trabalho por ele deixado, já que boa parte
ainda encontra-se inédita. Mas a falta de
verbas e incentivos coloca em risco o que
foi planejado.
Apesar do período relativamente curto
após a morte dele, a diretoria já sente que
os pensamentos do Dom estão caindo no esquecimento.
Para que as novas gerações não
deixem de conhecê-lo, foi programada uma
ação para cada mês do ano do centenário de
maneira que a população possa relembrar os
feitos do religioso.
O projeto da forma como foi concebido
não seguirá em frente, pois o lançamento
das Obras Completas e de um Memorial
em sua homenagem já está comprometido.
Apenas seis volumes poderão ser divulgados
neste mês. Já o tão sonhado Memorial
composto pela igreja das Fronteiras, casamuseu,
espaço cultural com exposição permanente
e o Centro de Documentação Helder
Camara (Cedohc) não será totalmente
inaugurado no centenário. Até então, a
diretoria do Idehc não obteve recursos
para a execução do projeto que contempla
o espaço cultural, orçado em
pouco mais de R$ 800 mil.
Várias promessas já foram obtidas,
mas poucas foram concretizadas.
Das instâncias públicas, apenas
a Prefeitura do Recife e os Correios
efetivaram interesse. Uma escultura
em homenagem ao poeta Dom Helder