Pauline Stone - A Astrologia do Karma.pdf - Agricultura Celeste
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pessoa e os alheios. Durante o processo de ajuste, inevitavelmente surgem problemas,<br />
sen<strong>do</strong> a projeção o mais comum. No estágio em que o poder de percepção ainda não<br />
está de to<strong>do</strong> apura<strong>do</strong>, podemos acreditar que estamos cientes das emoções e<br />
motivações <strong>do</strong>s outros, quan<strong>do</strong> na realidade estamos totalmente equivoca<strong>do</strong>s. Caímos<br />
num padrão onde se supõe que alguém reage de determinada maneira a uma situação<br />
simplesmente porque aquela seria a nossa reação. Quan<strong>do</strong> projetamos sem querer as<br />
nossas respostas nos outros, estamos sujeitos a incorrer em falsas interpretações e em<br />
confusões, além de nos torturarmos desnecessariamente sentin<strong>do</strong> compaixão<br />
descabida.<br />
Em outros casos, podemos avaliar os sentimentos alheios com razoável<br />
precisão, mas nos identificamos tanto com eles que chegamos a perder a noção da<br />
nossa identidade. No pior <strong>do</strong>s casos, há o risco de ser "toma<strong>do</strong>" por emoções alheias,<br />
o que leva, às vezes, a distúrbios psicológicos. Entretanto, o mais provável é que a<br />
excessiva identificação com os problemas <strong>do</strong>s outros se manifeste como uma<br />
tendência ao martírio e a sentimentos irracionais de culpa. O aumento da<br />
sensibilidade ao sofrimento que percebemos à nossa volta e a dificuldade em definir<br />
os limites <strong>do</strong> envolvimento pessoal podem fazer com que nos sintamos responsáveis<br />
pela <strong>do</strong>r sentida pelos outros, o que se faz acompanhar de uma irresistível vontade de<br />
correr em seu auxílio.<br />
Em muitos casos, a idéia de que a <strong>do</strong>r aparentemente sobrevém sem explicação<br />
alguma provoca obsessão pelo sofrimento humano e incapacidade de se desvencilhar<br />
<strong>do</strong> senso de culpa pessoal. Nesse caso, às vezes ajuda lembrar a lei jupiteriana de<br />
causa e efeito e entender que a vida sempre segue leis claramente definidas. Também<br />
ajuda lembrar o conceito saturnino segun<strong>do</strong> o qual cada um é pessoalmente<br />
responsável por si mesmo. Não podemos servir de anteparo para o karma <strong>do</strong>s outros<br />
nem viver a vida deles.<br />
O desprendimento uraniano faz-se necessário para impedir o mergulho total nos<br />
sentimentos <strong>do</strong>s outros. Embora possa parecer contraditório, não é possível amar os<br />
outros de verdade antes de tomar distância deles — pois o amor universal se distribui<br />
igualmente pelo to<strong>do</strong>. O apreço uraniano pelo valor de cada um também ajuda a<br />
impedir que as pessoas se martirizem. Uma característica comum aos mártires é sua<br />
falta de consciência <strong>do</strong> valor que têm como pessoas; devi<strong>do</strong> ao sentimento de falta de<br />
valor pessoal, eles têm uma tendência a se <strong>do</strong>arem de graça. Um forte senso de<br />
identidade diminui a possibilidade de as pessoas se transformarem em capacho <strong>do</strong>s<br />
outros.<br />
O engano, talvez o mais notório <strong>do</strong>s traços associa<strong>do</strong>s a Netuno, representa<br />
outro subproduto <strong>do</strong> processo de sintonização com esse planeta. Num contato com os<br />
outros, já não se leva em conta exclusivamente o ponto de vista pessoal,<br />
consideran<strong>do</strong>-se também a possível reação da outra pessoa. Quan<strong>do</strong> se antecipa a<br />
provável reação <strong>do</strong>s outros ao que dizemos ou fazemos, podemos acabar (em geral<br />
subconscientemente) adaptan<strong>do</strong> ou modifican<strong>do</strong> nossas inclinações instintivas<br />
conforme a reação esperada. Às vezes, há uma motivação altruísta por trás <strong>do</strong><br />
"engano", ou seja, deixamos de emitir nossa verdadeira opinião em função de uma<br />
autêntica preocupação com o bem-estar <strong>do</strong>s outros, mas na maioria das vezes a<br />
motivação é o desejo de se proteger. Nesse caso, a crescente capacidade de<br />
identificação com os outros é usada pura e simplesmente em benefício próprio.