12.05.2013 Views

Johan Huizinga ea crítica da cultura contemporânea - Curso de ...

Johan Huizinga ea crítica da cultura contemporânea - Curso de ...

Johan Huizinga ea crítica da cultura contemporânea - Curso de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

1. JOHAN HUIZINGA: UMA PEQUENA APRESENTAÇÃO<br />

<strong>Johan</strong> <strong>Huizinga</strong> nasceu em Groningen, na Holan<strong>da</strong>, no ano <strong>de</strong> 1872. Filho <strong>de</strong> Dirk<br />

<strong>Huizinga</strong>, um professor <strong>de</strong> fisiologia, e Jacoba Tonkens, sua formação pessoal foi marca<strong>da</strong><br />

pela influência <strong>de</strong> preceitos cristãos. Sua família fazia parte <strong>de</strong> uma extensa linha <strong>de</strong><br />

anabatistas e isso po<strong>de</strong> ser atestado pela opção <strong>de</strong> seu pai por entrar num seminário. Opção<br />

essa que não foi leva<strong>da</strong> a termo por questões <strong>de</strong> consciência, mas que esteve presente na<br />

forma como ele havia escolhido educar seus filhos. Esses preceitos cristão, como argumenta<br />

Werner Kaegi, que estiveram presentes na formação <strong>de</strong> <strong>Huizinga</strong>, o dotaram <strong>de</strong> uma certa<br />

sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> para captar o que acontece no interior <strong>de</strong> si e dos outros. Essa sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> para<br />

perceber essa “voz interior”, para prestar atenção aos sentimentos que são inerentes à<br />

condição humana, esteve presente no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> seu engenho histórico. Esse<br />

elemento religioso, que se torna mais presente em sua maturi<strong>da</strong><strong>de</strong>, também esteve presente na<br />

forma como <strong>Huizinga</strong> compreen<strong>de</strong>u a <strong>cultura</strong> <strong>de</strong> seu tempo e como ele apreen<strong>de</strong>u a<br />

experiência <strong>de</strong> estar vivendo num mundo que ele acreditava em colapso. 4<br />

Seus primeiros estudos <strong>de</strong>ram-se no Ginásio municipal <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Groningen. No<br />

ano <strong>de</strong> 1891 ele ingressou na Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sta mesma ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, começando seus estudos em<br />

línguas indo-germânicas. Nesses primeiros momentos não era o estudo <strong>da</strong> história que lhe<br />

provocava paixão, mas sim, as formas lingüísticas. E foram elas que o levaram, através <strong>de</strong><br />

suas formas e <strong>de</strong> suas mu<strong>da</strong>nças, a se aproximar <strong>da</strong> história, mas nesse momento sempre <strong>de</strong><br />

uma forma secundária. Esse mesmo interesse, que mais tar<strong>de</strong> se transformou em cultivo <strong>da</strong><br />

lingüística compara<strong>da</strong>, o levou ao estudo <strong>da</strong>s “<strong>cultura</strong>s primitivas”. <strong>Huizinga</strong> mesmo confessa<br />

que a Cultura primitiva <strong>de</strong> Taylor, nesse primeiro momento <strong>de</strong> sua trajetória, teve uma<br />

importância significativa na sua formação. E mesmo em seu livro <strong>de</strong> 1938, Homo Lu<strong>de</strong>ns, é<br />

possível, segundo alguns estudiosos <strong>da</strong> obra huizinguiana, perceber a presença <strong>de</strong> certos<br />

elementos <strong>de</strong>sse livro <strong>de</strong> Taylor. 5<br />

Foram os interesses lingüísticos que o atraíram e o conduziram à Alemanha, durante<br />

um semestre, ao círculo dos jovens gramáticos <strong>de</strong> Leipzig. <strong>Huizinga</strong>, então, estudou<br />

lingüística na Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Leipzig, on<strong>de</strong> escreveu sua tese sobre as línguas indo-<br />

germânicas. Contudo, <strong>de</strong> volta à Holan<strong>da</strong>, o trabalho com o qual este jovem holandês<br />

4 KAEGI, W. L’opera storica di <strong>Johan</strong> <strong>Huizinga</strong>. IN: ___. Meditazioni storiche. Bari: Editori Laterza, 1960.<br />

p.318.<br />

5 Ibid., p. 320

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!