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DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO - Ipea

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Súmário Analítico<br />

destaque vai para o fato de que, em 2009, pela primeira vez, o gasto social federal apresentou<br />

comportamento abertamente anticíclico. Discute-se como o gasto foi, em si, um componente da<br />

estratégia do governo de combate à crise, destacando-se que outra parcela deste gasto manteve tal<br />

trajetória como reflexo da rápida recuperação brasileira diante da mesma. Novamente, destaca-se<br />

que parte da expansão dos gastos está relacionada a compromissos definidos constitucionalmente,<br />

em particular os relacionados com previdência, assistência, educação e saúde.<br />

Os dois últimos capítulos da parte I tratam de duas variáveis macroeconômicas que, direta<br />

ou indiretamente, constituem-se em entraves ao modelo de crescimento delineado. O sexto<br />

capítulo problematiza a evolução da taxa de câmbio desde o Plano Real, sob a perspectiva do<br />

desalinhamento cambial: o desvio da taxa de câmbio real efetiva em relação a seus fundamentos<br />

macroeconômicos. Nota-se que, desde o final dos anos 1990 e, principalmente, após 2004,<br />

há uma tendência de apreciação da taxa de câmbio real e nominal, além de uma expressiva<br />

volatilidade cambial. A análise do desalinhamento cambial permite decompor o quanto desta<br />

apreciação é explicado pela própria tendência de longo prazo do câmbio, condicionada por<br />

seus fundamentos, e o quanto se deve a desvios conjunturais em relação a tal trajetória.<br />

Para estimar a tendência da taxa de câmbio real efetiva, utiliza-se um modelo de cointegração<br />

não linear, que permite identificar uma quebra estrutural na relação de longo prazo com os<br />

fundamentos. Toma-se como fundamentos a evolução dos termos de troca, o grau de abertura<br />

comercial, a relação de gastos governamentais sobre o PIB e a taxa de juros internacional.<br />

No capítulo, são analisados e discutidos os períodos de sobreapreciação e desvalorização<br />

da moeda brasileira, sendo postos em evidência os determinantes da tendência de apreciação<br />

do câmbio – superávits comerciais expressivos pós-2002, alto diferencial de juros, atração<br />

de investimento direto estrangeiro e capitais externos para a bolsa de valores brasileira – e os<br />

efeitos dessa sobreapreciação para a economia brasileira.<br />

Nesse ponto, explicitam-se os entraves ao regime de crescimento apresentado nos<br />

capítulos anteriores, em especial, no segundo. O câmbio apreciado no curto prazo gera uma<br />

deterioração no saldo comercial, o que, no ano de 2010, implicará um déficit de transações<br />

correntes da ordem de US$ 50 bilhões. Contudo, isto também tem efeitos a longo prazo,<br />

pois desestimula os setores mais intensivos em tecnologia, aprofundando a especialização da<br />

pauta exportadora em commodities, nas quais o país possui vantagens consolidadas. À medida<br />

que essa especialização regressiva aumente a vulnerabilidade externa, a taxa de crescimento<br />

pode ser restringida, a longo prazo, por escassez de divisas. Outra restrição é dada pela<br />

política de aquisição de reservas – pautada, em grande medida, pela necessidade de atenuar<br />

o movimento de apreciação cambial –, cujos elevados custos fiscais limitam a expansão das<br />

transferências, gastos sociais e investimentos públicos, tratados nos capítulos anteriores como<br />

motores do modelo de crescimento com distribuição de renda.<br />

Por fim, o último capítulo aborda a restrição colocada ao modelo de crescimento brasileiro<br />

pelo manejo da inflação. Já há cerca de seis anos, as metas para o Índice Nacional de Preços<br />

ao Consumidor Amplo (IPCA) são cumpridas ininterruptamente. Contudo, este resultado<br />

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