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DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO - Ipea

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O Regime de Crescimento Econômico Brasileiro: uma apreciação sobre o período 1995-2009<br />

É importante notar que o período foi marcado por pelo menos três episódios que<br />

comprometeram significativamente sua performance macroeconômica. Dois deles são de<br />

natureza exógena e referem-se, respectivamente, aos efeitos econômicos dos atentados terroristas<br />

de 11 de setembro de 2001 e à crise argentina de 2002. Ambos promoveram uma deterioração<br />

do ambiente financeiro internacional e, associados à perspectiva de eleição de um governo de<br />

esquerda no Brasil, foram responsáveis pela desvalorização cambial daquele ano. O outro evento<br />

relevante, a crise energética (“apagão”) de 2001, foi de natureza interna e refletiu a falta de<br />

investimento público no setor, provocando um choque de oferta negativo na economia brasileira.<br />

Como reflexo da maior instabilidade no cenário macroeconômico e em função da<br />

vigência de uma política macroeconômica bastante restritiva, os investimentos sofreram uma<br />

forte retração, com queda de 4,3% na formação bruta de capital fixo. Por fim, o consumo do<br />

governo, a despeito do aumento do superávit primário no período, cresceu cerca de 2,0%,<br />

contribuindo positivamente para o crescimento.<br />

A partir de meados de 2003, a retomada da demanda doméstica, impulsionada inicialmente<br />

pelo aumento das exportações, parece ter inaugurado um novo regime de crescimento. Um dos<br />

seus elementos constitutivos é o aumento recente do consumo das famílias, associado a três fatores<br />

explicativos. O primeiro refere-se à articulação entre os programas de transferência de renda,<br />

o aumento do salário mínimo e a forma de operação do sistema de seguridade social brasileiro.<br />

A unificação de diversos programas de transferência de renda em torno do Programa<br />

Bolsa Família possibilitou o crescimento do volume de recursos para este tipo de assistência,<br />

ao mesmo tempo que permitiu a ampliação de seu grau de cobertura. Além disso, os aumentos<br />

reais de salário mínimo e suas repercussões diretas sobre os benefícios do sistema de seguridade<br />

social promoveram uma grande transferência de recursos para as famílias de baixa renda e<br />

com elevada propensão a consumir. Mais do que isto, tal movimento tem repercutido sobre<br />

as disparidades regionais, posto que o volume de recursos destinado às regiões mais pobres do<br />

país tem crescido a taxas muito mais elevadas que as das demais regiões.<br />

gRáfICO 4<br />

Evolução da quantidade e do valor (preços de 2009) dos benefícios previdenciários<br />

fonte: Ministério da Previdência Social.<br />

Elaboração dos autores.<br />

(a) (b)<br />

65

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