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DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO - Ipea

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Políticas Econômicas para Superação da Crise no Brasil: a ação anticíclica em debate<br />

mês de junho daquele ano, totalizavam US$ 208 bilhões, acima do patamar registrado em<br />

setembro de 2008. Em suma, o resultado anual do balanço de pagamentos em 2009 foi um<br />

superávit de US$ 46,6 bilhões, e o estoque de reservas internacionais totalizava, em dezembro<br />

de 2009, US$ 239 bilhões. 19<br />

Portanto, o relaxamento da restrição externa propiciado pela melhoria nas condições<br />

internacionais de liquidez e pela melhora nos preços internacionais das commodities exportadas<br />

pelo país permitiu que o movimento de recomposição dos níveis de emprego e renda em<br />

curso a partir de meados de 2009 ocorresse sem deterioração das contas externas. Apesar<br />

das estimativas recordes de déficit em transações correntes da ordem de US$ 50 bilhões para<br />

2010, os investimentos diretos externos são estimados em US$ 38 bilhões, 20 e o cenário<br />

internacional não aponta, ao menos no médio prazo, qualquer possibilidade de reversão desta<br />

situação. A se confirmarem as estimativas de ingressos de capitais externos – e que poderão<br />

ser intensificadas, caso se cumpram as previsões de elevação da taxa Selic –, o Brasil não se<br />

defrontará com dificuldades para financiar o déficit em transações correntes.<br />

Em linhas gerais, pode-se afirmar que, em essência, as políticas monetária e cambial<br />

executadas durante o período da crise financeira seguiram a mesma formulação daquela<br />

existente no período pré-crise. Mesmo com a flexibilização de certos instrumentos de política<br />

monetária e cambial, como a redução da taxa de juros básica da economia, os pilares da<br />

política econômica alicerçaram-se no regime de metas de inflação e no regime de câmbio<br />

flexível com livre movimentação de capitais.<br />

No caso das finanças públicas, percebe-se que a relação entre a dívida líquida do setor<br />

público sobre o PIB (DLSP/PIB) registra uma queda expressiva ao longo do segundo<br />

semestre de 2008, pois passou de 43,4% em julho para 38,4% em dezembro. Este resultado<br />

é explicado, sobretudo, pela desvalorização cambial ocorrida durante aquele semestre, em<br />

particular entre setembro e dezembro. Conforme <strong>Ipea</strong> (2009a), a redução da parcela da dívida<br />

pública brasileira atrelada à taxa de câmbio, associada à estratégia de composição de ativos<br />

estrangeiros executada pelo Banco Central, permitiu que a dívida líquida fosse reduzida<br />

mediante a desvalorização cambial no quarto trimestre de 2008 – diferentemente do ocorrido<br />

em crises financeiras e desvalorizações cambiais anteriores.<br />

A melhora nesse indicador, no entanto, foi temporária. Ao longo de 2009, a relação<br />

DLSP/PIB voltou a crescer. A própria desaceleração econômica ocorrida durante aquele<br />

ano, resultando em um crescimento negativo do PIB, contribuiu para a elevação da relação<br />

DLSP/PIB, por mera redução do denominador. Mas esta não foi a única causa. Se é verdade<br />

que o ajuste cambial decorrente da desvalorização foi o principal elemento responsável pela<br />

redução da DLSP/PIB no final de 2008, foi também responsável pelo retorno do indicador<br />

aos patamares pré-crise: à medida que a taxa de câmbio volta a apreciar-se a partir do segundo<br />

trimestre de 2009, a dívida líquida volta a crescer.<br />

19. fonte: <strong>Ipea</strong>data.<br />

20. Ambas as estimativas foram retiradas do Relatório focus, do Banco Central do Brasil, em 01/04/2010.<br />

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