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DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO - Ipea

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52<br />

Brasil em Desenvolvimento: Estado, Planejamento e Políticas Públicas<br />

Como pode ser verificado no gráfico 5, o papel desempenhado pelo ajuste cambial na<br />

variação da dívida é maior do que o papel do déficit nominal na maioria dos meses. Deste<br />

modo, é possível perceber que a dinâmica da DLSP no Brasil é relativamente autônoma em<br />

relação ao esforço fiscal, medido pelo superávit primário, e mais dependente da trajetória do<br />

câmbio (SANTOS, 2009).<br />

gRáfICO 5<br />

variação na dívida líquida do setor público, déficit nominal e ajuste cambial<br />

(Em R$ milhões), e DLSP/PIB (Em %)<br />

fonte: Banco Central do Brasil.<br />

Elaboração dos autores.<br />

De todo modo, se é verdade que foi o ajuste cambial – e não a redução do superávit<br />

primário – o principal responsável pela elevação da DLSP/PIB durante o ano de 2009,<br />

também é verdade que o indicador retorna aos patamares pré-crise, bem abaixo do limite de<br />

50% recomendado pelo consenso a que se refere Lara-Rezende (2009), ou seja, é importante<br />

afirmar que a piora ocorrida ao longo de 2009 é relativa, quando comparada a dezembro de<br />

2008, porém significa um retorno às confortáveis condições prevalecentes antes da chegada<br />

da crise financeira ao Brasil.<br />

Quanto ao déficit nominal, é lícito dizer que este não deve ser atribuído somente à<br />

natureza anticíclica que a política fiscal assumiu durante o ano de 2009. Se por um lado é<br />

verdade que a crise econômica induziu à queda da arrecadação das receitas administradas<br />

recolhidas pela Receita Federal21 – como já era de se esperar e foi exaustivamente apontado<br />

pelos economistas contrários à ação anticíclica –, por outro a própria ação anticíclica,<br />

ao induzir, ainda que parcialmente, a recomposição do produto e da renda, também contribuiu<br />

para evitar quedas ainda maiores na arrecadação. Um exemplo é a redução da alíquota do<br />

Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI): se por um lado a medida reduziu a arrecadação<br />

21. Segundo <strong>Ipea</strong> (2009a), o crescimento da arrecadação de receitas administradas pela Receita federal no período que vai de 2000 a 2008 concentrou-se<br />

nos setores de indústria extrativa de minerais metálicos e metalurgia, no setor financeiro e no setor petroquímico. Ou seja, o crescimento<br />

da arrecadação foi resultado do crescimento econômico e do ciclo de valorização de ativos financeiros e commodities. A desaceleração econômica<br />

decorrente da crise, bem como a desvalorização dos ativos financeiros provocaria, como era de se esperar, queda da arrecadação.

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