DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO - Ipea
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Brasil em Desenvolvimento: Estado, Planejamento e Políticas Públicas<br />
A questão central aqui é que estes setores exercem influência para além da indústria,<br />
em virtude dos encadeamentos para frente e para trás que geram, bem como por meio<br />
da formação de mão de obra e dos processos de aprendizado que repercutem em diversos<br />
segmentos da economia. Em linha com este argumento, a produção industrial por categoria<br />
de uso apresentou, senão um desempenho medíocre das empresas produtoras de bens de<br />
capital e duráveis, pelo menos uma performance muito instável, o que limitou as decisões<br />
de investimento nestes setores que são, em geral, difusores de progresso tecnológico.<br />
O segundo fenômeno que pode ser aventado como elemento condicionante da evolução<br />
da produtividade global da economia está relacionado à dinâmica do setor de serviços.<br />
Ainda que os dados sejam precários e a metodologia do IBGE tenha sido modificada,<br />
um aspecto que parece saliente na Pesquisa Anual de Serviços (PAS) (tabela 3) é que os<br />
serviços prestados às empresas, os de informática e os de telecomunicações permaneceram<br />
praticamente estagnados entre 1998 e 2001. O problema é que justamente nestas atividades<br />
se encontram os chamados serviços intensivos em conhecimento, que têm como uma de<br />
suas características a ampliação da produtividade global da economia por meio dos efeitos<br />
de transbordamento do conhecimento.<br />
TABELA 3<br />
Participação percentual do pessoal ocupado no setor de serviços, por tipo de atividade<br />
Atividades 1998 1999 2000 2001<br />
Alojamento e alimentação 23,3 22,2 19,3 22,8<br />
Transportes e serviços auxiliares dos transportes 22,1 21,8 21,1 20,8<br />
Correio e telecomunicações 3,8 3,8 3,7 3,4<br />
Atividades de informática 2,8 3,2 3,8 3,4<br />
Imobiliárias e aluguel de bens móveis e imóveis 3,3 3,2 3,4 3,2<br />
Serviços prestados às empresas 30,8 32,4 33,2 31,5<br />
Outras atividades<br />
fonte: PAS/IBgE.<br />
Elaboração dos autores.<br />
13,8 13,4 15,5 14,9<br />
No entanto, a partir de 2003 novos eventos ajudam a compreender não só a manutenção<br />
da trajetória de aumento da produtividade industrial, mas também a inversão de tendência na<br />
produtividade geral da economia.<br />
Após a eleição presidencial de 2002, passado o período inicial de muita tensão,<br />
aos poucos o ambiente macroeconômico foi permeado por uma incerteza moderada,<br />
fato que permitiu que se iniciassem, ainda que de forma tímida e ambígua, algumas<br />
modificações na agenda de políticas públicas na esfera microeconômica. Estas modificações<br />
caracterizaram-se pela utilização simultânea de políticas de desenvolvimento de naturezas<br />
distintas. De um lado, manteve-se a agenda microeconômica liberal do período anterior,<br />
com novas quedas nas tarifas de importação e com a manutenção do foco na redução