ABSTRACT This work is built upon the relationship between the categories of time, law and violence. Trespass them and seeks in its developments, to interconnect them. It issues (among) his lines another two themes that are inseparable from the confection of its texture: the language and the alterity. On it is searched to establish an ongoing dialogue between these key concepts throughout the text, in a way that they are tinting, either implicitly or explicitly in the dissertation. The first part relates about time, it seeks to investigate the concepts of time in their relationship with subjectivities, language and violence, it’s realized a reflection of how this interacts with the work, the history and the narratives, among which the law is privileged. In the second part the law is examined, in his practice to produce documents about the people, such as archives and witnesses. Sequentially it is analyzed the paradoxes concerning the citizenship and the (narration of the) nation. In the third part the violence is the concept problematized, from the Walter Benjamin's text “Zur Kritik der Gewalt” (Critique of Violence), the arguments that (previously) inspired parts of this essay are shown, like Georges Sorel’s, and the (further) Derrida’s interpretation. It’s related, yet, on violence and the state of exception in the debate between Benjamin and Schmitt. In the closing remarks it’s done an interpretation of the Franz Kafka’s tale the “Silence of the Sirens”, which realizes a reference to language and alterity and, by conclusion, an outcome of the narrative. Keywords: time - law - violence - language - alterity. ix
INTRODUÇÃO Escrever sob a forma de um Aleph (א), o “Aleph” de Borges, em que um dos pontos do espaço contém todos os outros. O lugar em que se encontram, sem se confundirem, todos os lugares do globo vistos a partir de todos os ângulos. Um lugar que, ao mesmo <strong>tempo</strong>, é um sótão muito escuro, mas também o reservatório que guarda to<strong>das</strong> as luzes, to<strong>das</strong> as lâmpa<strong>das</strong>. Esta é a tarefa que enreda o presente texto. Exercer uma tensão sobre as categorias até o limite delas, mas, nesse limite – da negatividade – também encontrar outras articulações ou, ao menos, aporias 1 . Três categorias (<strong>tempo</strong>, <strong>direito</strong> e <strong>violência</strong>) foram escolhi<strong>das</strong> para construir uma narrativa que procurou, sem a pretensão de se aproximar de qualquer fechamento absoluto de um sentido, criar no espaço um pequeno ponto, em que elas se encontrassem, sem se confundirem, mas de forma não alheia a desloucações, a intervenções, paralisações. Se por um lado o ponto onde todos os pontos do mundo se tornam visíveis é um princípio, primeira letra do alfabeto, uma porta de difícil (ou impossível) acesso para outras portas, por outro lado, esse Aleph (א), que se diz, possui a forma de um homem que assinala, ao mesmo <strong>tempo</strong>, para o céu e para a terra, pode ser visto como uma profanação, uma nova disposição daquilo que foi tirado do uso habitual – por ser sagrado – e agora, reativado a partir de outra visada, fazer um uso novo <strong>das</strong> antigas separações. Esse Aleph (א) refere-se a um jogo de espelhos, caleidoscópico, em que se faz possível ver o começo no fim, inverter as ordens <strong>das</strong> estruturas, modificar o olhar, a percepção, ou a construção do texto. Pode ser visto como um cubo mágico, um palimpsesto, pois, se em um momento determinada dimensão deixa marcas profun<strong>das</strong>, seus vestígios serão perceptíveis em todo o resto da narrativa. Ainda, pode-se dizer que, enquanto o conhecimento que se produz é apresentado com lampejos, fagulhas, o texto assume a forma de trovão, que continua a ressoar pelos ares (dentro da textura) por muito <strong>tempo</strong>. Também é relevante afirmar que seria inevitável, um esforço em vão, omitir que o enredo do texto parte sob o signo de Saturno, o astro <strong>das</strong> revoluções/(re)voltas lentas, planeta 1 Sobre o conceito de aporia explica Derrida: “Eu mantenho a palavra problema por outra razão: de modo a colocar esta palavra em tensão com outra palavra grega, aporia, a qual eu escolhi há muito <strong>tempo</strong> como um título para esta ocasião, sem saber ao certo para onde eu estava indo, exceto que eu sabia o que ia estar em jogo com esta palavra seria o „não saber para onde ir‟. Tinha que ser uma questão da [y aller il devant du] nãopassagem, ou melhor, a partir da experiência da não-passagem, a experiência daquilo que acontece [se passe] e é fascinante [passionne] nesta não-passagem, paralisando-nos nesta separação, de uma forma que não é necessariamente negativa: diante de uma porta, um limite, uma fronteira, uma linha, ou simplesmente a borda ou a abordagem do outro como outro.” (DERRIDA, J. Aporias. Stanford: Stanford University Press, 1993. p. 12. Tradução livre). 1
- Page 1 and 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SET
- Page 3 and 4: TERMO DE APROVAÇÃO BRUNO MENSES L
- Page 5 and 6: AGRADECIMENTOS Agradeço a todos qu
- Page 7 and 8: vi And the mercy seat is waiting An
- Page 9: RESUMO O presente trabalho se const
- Page 13 and 14: Realiza-se, ainda, reflexões sobre
- Page 15 and 16: histórica que preconizava a luta v
- Page 17 and 18: segundo plano, a resposta que Agost
- Page 19 and 20: decorrendo o tempo, pode percebê-l
- Page 21 and 22: providência, se separa em duas cat
- Page 23 and 24: eu escolheria o gráfico de um elet
- Page 25 and 26: Segundo a interpretação de Dobror
- Page 27 and 28: que as coisas transcorrem temporalm
- Page 29 and 30: Segundo o centro de perspectiva e s
- Page 31 and 32: 2.2 - As faces de Janus do tempo Es
- Page 33 and 34: elacionado à justiça que se antep
- Page 35 and 36: cronos; outras, por kairós‟. É
- Page 37 and 38: Para possibilitar o controle das pe
- Page 39 and 40: sentido, o desenvolvimento agrícol
- Page 41 and 42: levava os trabalhadores ao temor de
- Page 43 and 44: A modernidade trouxe como uma de su
- Page 45 and 46: materializar as categorias, superar
- Page 47 and 48: expõe Agamben: “Defronte a ela o
- Page 49 and 50: um imenso canteiro de obras, mas so
- Page 51 and 52: tentativa baudelairiana de opor à
- Page 53 and 54: Vale lembrar que, para Benjamin, a
- Page 55 and 56: segundo, Benjamin não busca realiz
- Page 57 and 58: suspendem a possibilidade de transf
- Page 59 and 60: na cronologia histórica uma cisão
- Page 61 and 62:
nada senão das próprias formas cu
- Page 63 and 64:
movimentos lentos e de constante as
- Page 65 and 66:
escrita - e do não escrito guardad
- Page 67 and 68:
vive em seu corpo do mesmo modo com
- Page 69 and 70:
Este é o enredo do livro “O Cast
- Page 71 and 72:
máquinas - autômatos. Funcionári
- Page 73 and 74:
sentimento agudo de que tudo se tor
- Page 75 and 76:
Os trabalhos de Sísifo, o suplíci
- Page 77 and 78:
esboça dois horizontes: em uma ver
- Page 79 and 80:
Por meio da forma do moderno se pro
- Page 81 and 82:
de sua garantia, como pode formular
- Page 83 and 84:
loi/play the Law], repetindo-a ao m
- Page 85 and 86:
Deve haver, ainda, para o filósofo
- Page 87 and 88:
sincrônica por meio do sistema jur
- Page 89 and 90:
papel deles é, portanto, o de prod
- Page 91 and 92:
Em sequência, aduz como esse conce
- Page 93 and 94:
sem dar-se conta das conseqüência
- Page 95 and 96:
o sentido arquivável também é co
- Page 97 and 98:
Nessa manipulação da memória em
- Page 99 and 100:
Fala-se então de uma crise do test
- Page 101 and 102:
absolutamente imanente. E „o sent
- Page 103 and 104:
Essa figura teológica está direta
- Page 105 and 106:
separação, um novo uso, uma brinc
- Page 107 and 108:
“purificar” a raça e o solo da
- Page 109 and 110:
independentemente da desigualdade e
- Page 111 and 112:
estado de limbo, preso entre territ
- Page 113 and 114:
Não é sem motivos que os refugiad
- Page 115 and 116:
Quando Derrida fala de uma perspect
- Page 117 and 118:
107 Vivi aquele momento de dispers
- Page 119 and 120:
com a recordação enlutada do pass
- Page 121 and 122:
crioulos realizaram o monopólio do
- Page 123 and 124:
Ante a capacidade da violência par
- Page 125 and 126:
desenvolvimento pacífico, consider
- Page 127 and 128:
que podem ser depreendidos como inf
- Page 129 and 130:
Em continuidade de sua crítica, Be
- Page 131 and 132:
No limite, observa Benjamin, haveri
- Page 133 and 134:
garantir, através da ordem jurídi
- Page 135 and 136:
sociais, não admitindo qualquer ti
- Page 137 and 138:
seja, pelo movimento de estabelecim
- Page 139 and 140:
129 [...] de maneira alguma, o home
- Page 141 and 142:
Entre 1989 e 1990, Derrida expôs d
- Page 143 and 144:
133 Uma experiência é uma travess
- Page 145 and 146:
Isso se deve ao fato de que a justi
- Page 147 and 148:
137 A esta grande oposição (o dir
- Page 149 and 150:
essa posição que sustenta a possi
- Page 151 and 152:
Por esse não caminho derridiano se
- Page 153 and 154:
Benjamin a (in)decisão do príncip
- Page 155 and 156:
se antes o soberano decidia sobre a
- Page 157 and 158:
CONSIDERAÇÕES FINAIS (O silêncio
- Page 159 and 160:
do destino - não poderiam mais dev
- Page 161 and 162:
feita, pois, é muito provável que
- Page 163 and 164:
BIBLIOGRAFIA ADORNO, T. W. Notas de
- Page 165 and 166:
______. Origem do drama barroco ale
- Page 167 and 168:
______. Gramatologia. São Paulo: P
- Page 169 and 170:
HOBSBAWM, E. Bandidos. 2ª ed. Barc
- Page 171 and 172:
MCCORMICK, J. P. “Derrida on Law;
- Page 173:
______. Riflessioni sulla violenza.