o silêncio das sereias: tempo, direito e violência ... - Domínio Público
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Na segunda parte, inicia-se com a alegoria derridiana do phármakon para tratar dos<br />
testemunhos e dos arquivos. Disserta-se sobre os conceitos <strong>das</strong> referi<strong>das</strong> categorias, atrelando-<br />
as ao conceito de dispositivo, ou seja, o conjunto <strong>das</strong> instituições, dos processos de<br />
subjetivação e <strong>das</strong> regras em que se concretizam as relações de poder. Busca-se dissertar<br />
sobre a relação dos arquivos com o poder, e a prática sem precedentes dos regimes totalitários<br />
da destruição sistemática de vestígios dos derrotados. Além disso, questiona-se como a prática<br />
do testemunho se tornou (im)possível após Auschwitz.<br />
Prossegue-se com a análise da categoria da apocatástase histórica para Benjamin,<br />
utilizada para pensar a relação entre as categorias da política e do <strong>tempo</strong>, e para o<br />
restabelecimento de um espaço simbólico, onde se possa abrir o discurso para o terceiro.<br />
Alude-se, ainda, à profanação, um comportamento libertado, que ainda guarda certas<br />
características de seu modelo anterior, mas que confere um novo significado às coisas, realiza<br />
uma disposição para um novo uso.<br />
Em sequência, a “ideia de nação” é problematizada, por meio dos paradoxos<br />
decorrentes da definição desse conceito, como a insuficiência da abrangência formal do<br />
universalismo do conceito de nacionalidade, e do caso <strong>das</strong> pessoas que são excluí<strong>das</strong> do<br />
arcabouço de <strong>direito</strong>s e proteções que são conferi<strong>das</strong> com a noção de cidadania e<br />
pertencimento a um Estado. Também é feita referência ao tema <strong>das</strong> “comunidades políticas<br />
imagina<strong>das</strong>” e se trabalha o paradoxo subjacente à noção de communio (que ao mesmo <strong>tempo</strong><br />
é uma proteção mas também uma ameaça).<br />
Desenvolve-se, ainda, o conceito de DissemiNação, inspirado em Homi K. Bhabha,<br />
em que, a partir de uma narração, se desdobra uma reflexão marginal que expõe a<br />
ambivalência da nação como estratégia narrativa, como aparato de poder simbólico, que gesta<br />
categorias como classe, território e cultura no ato de (d)escrever a nação. Reflete-se sobre<br />
como é possível realizar a produção de narrativas que promovam uma revisão, uma nova<br />
leitura do passado.<br />
Na segunda Travessia, prossegue-se com a questão do mito fundador, relacionado à<br />
nação, que impõe uma relação com o passado como origem, com um passado que se repete no<br />
presente. Também é criticada a questão de como a gramática conferiu aos letrados a<br />
capacidade de não apenas escrever as regras gramaticais, políticas, econômicas e a<br />
constituição, mas também impor sua visão hierarquizante do poder político sobre a população.<br />
Na terceira parte, versa-se sobre a <strong>violência</strong>. Inicia-se com a perspectiva de Sorel e<br />
suas justificações para o uso da <strong>violência</strong>. São expostas as categorias que tratam de sua noção<br />
de moralidade, do mito e da greve geral. Essas são entrelaça<strong>das</strong> com sua visão da realidade<br />
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