Alto paraopeba: finanças sem crise - Geopark Quadrilátero Ferrífero
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foto: WilSon aVelar<br />
Ricardo Machado Ruiz<br />
Na avaliação do senhor, o <strong>Alto</strong> Paraopeba vive hoje o seu<br />
melhor momento econômico? Quando foi o auge de crescimento?<br />
no período do início dos anos 80 até 2000, a região viveu<br />
uma época de baixo crescimento econômico, sendo que<br />
a década de 1980 foi marcada pela estagnação. na fase<br />
atual, a partir de 2004, o crescimento foi significativo, sendo<br />
que os últimos cinco anos foram os melhores e acreditamos<br />
que o futuro seja ainda mais promissor.<br />
Os setores de mineração e siderurgia possuem um papel<br />
significativo na economia. O senhor acredita que o minério<br />
pode acabar? O ideal seria diversificar a economia da<br />
região?<br />
o cenário mundial não melhorou muito. É fato que a demanda<br />
de produtos siderúrgicos ficou mais complicada e<br />
ainda convivemos com a concorrência chinesa dentro do<br />
mercado europeu. no caso da mineração, hoje os preços<br />
são rentáveis. assim, minas que não eram consideradas um<br />
bom negócio passaram a ser. com relação à possibilidade<br />
do minério acabar, vale ressaltar que a mineração no alto<br />
Paraopeba é de superfície e a viabilidade é de cinco a seis<br />
décadas. hoje, não é barato, mas é rentável, por exemplo,<br />
extrair petróleo, a 2 mil, 3 mil metros. a mineração de minas<br />
de profundidade ainda não ocorreu. e profundidade<br />
não é barreira desde que os preços sejam atrativos. eu não<br />
trabalho com a perspectiva imediata de que a mineração<br />
vai acabar. agora, diversificar é bom, pois reduz a vulnera-<br />
bilidade da região. Só que é preciso saber como utilizar os<br />
ativos. no caso da malha ferroviária, ela está muito utilizada<br />
e as usinas têm uso intensivo de energia. a mineração<br />
é uma atividade fechada e, por isso mesmo, diversificar a<br />
região é fundamental, mas para isso é preciso ter o mínimo<br />
de infraestrutura, o que já vem sendo proposto e divulgado<br />
pelas empresas que atuam na região.<br />
Quais as deficiências, as carências do <strong>Alto</strong> Paropeba?<br />
os municípios ainda são carentes de infraestrutura e não<br />
dá para fazer muitas apostas se não tiver o básico. a universidade<br />
federal de São João del-rei (ufSJ), conquista<br />
do codap, foi um ganho espetacular, mas é preciso ainda<br />
preservar os rios e ter uma integração da malha de transportes<br />
de São João del-rei, conselheiro lafaiete, congonhas<br />
e ouro Branco. É preciso que haja uma integração<br />
intermunicipal plena, com investimentos em água, luz e<br />
habitação. os municípios do codap têm procurado seguir<br />
este “para casa”. as cidades de ouro Branco e congonhas,<br />
por exemplo, parâmetros de desenvolvimento em Minas<br />
gerais, foram classificadas em 1 o e 2 o lugares, respectivamente,<br />
entre as 853 cidades mineiras no índice firjan de<br />
Desenvolvimento Municipal (ifDM) em 2010 – estudo da<br />
federação das indústrias do rio de Janeiro que mede indicadores<br />
nas áreas de saúde, educação, emprego e renda<br />
registrados na amostra de 2007.<br />
O senhor acredita que a formação do consórcio ajudou no<br />
desenvolvimento da região?<br />
não há dúvidas que várias conquistas foram obtidas e o<br />
codap sabe que tem um longo trabalho pela frente, pois<br />
a construção política de qualquer consórcio é lenta. agora,<br />
com os investimentos privados acontecendo a todo vapor,<br />
os impactos são grandes na região, seja no aumento da<br />
população em cidades pequenas, seja no meio ambiente.<br />
o desafio do codap é defender a atratividade, a sustentabilidade<br />
e a qualidade de vida da região. É preciso ter<br />
governança antes que os investimentos ocorram, planejar<br />
antes, pois se isto não for feito, os problemas podem ser<br />
acirrados. o governo supramunicipal, além de organizar os<br />
investimentos e evitar problemas futuros, deixa os empresários<br />
numa situação mais confortável.<br />
Que investimentos governamentais devem ser feitos para<br />
que a região possa continuar crescendo?<br />
considerando números modestos, os investimentos necessários<br />
para preparar a região chegam a r$ 2,1 bilhões, levando<br />
em consideração o estudo feito para o codap. Valor<br />
distribuído em cinco anos. Menos que isso não dá. São gastos<br />
com o básico, luz, água, esgoto, hospital, infraestrutura<br />
educacional e transporte intermunicipal.<br />
REVISTA codAp 33