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Untitled - Novafapi

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ninho, uma coisinha de nada, tem as cortinas que separam, mas é muito apertadinho.(E-04).Conforme<br />

a demanda do serviço esta lotado, esta muita correria,<br />

a gente pede pros familiares realmente saírem, porque a gente se perde (E-12).<br />

Alguns profissionais referiram-se sobre a importância de ter uma<br />

estrutura física e organização adequada do centro obstétrico para a realização<br />

de uma assistência humanizada, mas evidenciaram que as mudanças<br />

mais importantes devem envolver os profissionais de saúde.<br />

Para o acompanhante se sentir acolhido, ele se sentir melhor aceito, respeitado...vendo<br />

que existe uma área restrita, que ele pode ficar mais a vontade,<br />

que existe uma roupa diferenciada,...a presença dele foi preparada...no entanto<br />

a reforma mais importante, fundamental, é a reforma de nós pessoas<br />

que trabalhamos neste lugar...então é uma reforma muito mais difícil do que<br />

a reforma física, que também é gritante, a reforma de nós trabalhadores do<br />

centro obstétrico ( E-06).<br />

O acompanhante que esta disposto a assistir o parto, ele não enxerga nada<br />

disto, ele não quer saber se não tem banheiro, se tem cadeira.Ele quer ta ali<br />

com o familiar dele, e na verdade é isto que importa pra ela é a presença, e<br />

pra eles é isto que eles querem é ta junto ( E-07).<br />

Percebe-se com os depoimentos, que a equipe de enfermagem<br />

muito tem contribuído para a humanização da assistência neste centro<br />

obstétrico, estimulando à presença do acompanhante durante o trabalho<br />

de parto e parto, mas a enfermeira obstétrica pode e deve ampliar sua<br />

prática profissional, como a realização de partos normais. Mas para isso,<br />

os profissionais médicos e a instituição também devem compreender que<br />

a enfermeira obstétrica é uma profissional especializada, integrante da<br />

equipe de saúde, que muito tem a contribuir no processo do nascimento.<br />

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

Participaram do estudo, 18 profissionais integrantes da equipe de<br />

enfermagem do centro obstétrico, enfermeiras, técnicas e auxiliares de enfermagem,<br />

todas com experiência na área obstétrica. Os seus depoimentos<br />

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Área Técnica<br />

de Saúde da Mulher. Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada<br />

à mulher. Brasília: Ministério da Saúde, 2003. p. 199.<br />

BRASIL. Ministério da Saúde. Lei nº 11.108, de 7 de abril de 2005. Disponível<br />

em: . Acesso em: 08/07/2010.<br />

BRÜGGEMANN, O.M.; OSIS, M.J.D.; PARPINELLI, M.A. Apoio nascimento:<br />

percepção de profissionais e acompanhantes escolhidos pela mulher no<br />

parto. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 41, n.1, p.1-9, fev. 2007.<br />

CARVALHO, M. L. M. Participação dos pais no nascimento em maternidade<br />

pública: dificuldades institucionais e motivações dos casais. Cad. Saúde<br />

Pública, Rio de Janeiro, v.19, (Sup. 2), p.389-398, 2003.<br />

CASTRO,J.C.;CLAPIS, M.J. Parto humanizado na percepção das enfermeiras<br />

obstétricas envolvidas com a assistência ao parto. Rev.Latino-Am Enfermagem,<br />

Ribeirão Preto,v.13, n.6, p.960-7, 2005.<br />

CELIA, S. Saúde mental da criança. In: VANZIN, A.S; NERY, M.E.S. Atenção<br />

integral à saúde da criança:um enfoque epidemiológico. Porto Alegre:<br />

RM&L, 1998. Cap. 8, p.103-114.<br />

Revista Interdisciplinar NOVAFAPI, Teresina. v.4, n.1, p.9-13, Jan-Fev-Mar. 2011.<br />

REFERÊNCIAS<br />

Equipe de enfermagem e o acompanhante no parto em um hospital público de Porto Alegre<br />

demonstraram que o centro obstétrico está se adequando a nova legislação.<br />

Evidenciaram também que não houve um preparo inicial da equipe<br />

de saúde à presença do acompanhante no centro obstétrico, manifestada<br />

pela angústia, medo, resistência, e desconhecimento sobre a Lei<br />

do Acompanhante. Mostraram haver atitudes contraditórias às práticas<br />

humanizadas ao parto e trabalho de parto, como por exemplo: permitir<br />

somente o acompanhante nos turnos diurnos e no caso da parturiente<br />

ser menor de 18 anos.<br />

As profissionais de enfermagem demonstraram que estão mais<br />

sensibilizadas com as propostas de humanização da assistência ao nascimento,<br />

mas ainda encontram barreiras as suas práticas devido à falta<br />

de autonomia da enfermeira, a hegemonia médica e a não adequação<br />

da instituição ao novo modelo de assistência preconizada pelas políticas<br />

públicas de saúde.<br />

A ambigüidade institucional ficou clara em algumas entrevistas,<br />

pois aderiu a política de humanização ao parto e trabalho de parto, mas<br />

não realizou as mudanças necessárias na estrutura física e organizacional,<br />

para assegurar uma assistência humanizada no nascimento. A falta de<br />

protocolos assistenciais que garantam uma prática obstétrica humanizada<br />

baseada em evidências científicas, onde a enfermeira obstetra possa realizar<br />

partos normais é um outro aspecto que envolve a instituição, e que<br />

precisa ser observado.<br />

A presença do acompanhante no processo do nascimento é uma prática<br />

que favorece a humanização da assistência, provocando mudanças positivas:<br />

na parturiente, como segurança, conforto e vínculo com o seu meio<br />

familiar; na equipe, por estimular a reflexão da sua prática obstétrica e na instituição<br />

por favorecer a revisão de seu modo de gestão da assistência de saúde.<br />

Assim sendo, espera-se que este estudo contribua para o repensar<br />

das práticas da assistência de enfermagem obstétrica, onde a parturiente<br />

e seu acompanhante sejam protagonistas no processo do nascimento.<br />

DOTTO, L. M. G.; MAMEDE. M. V. Atenção qualificada ao parto: a equipe de<br />

enfermagem em Rio Branco, Acre, Brasil. Rev. Esc. Enferm. USP, São<br />

Paulo, v. 42, n. 2, p.331-8, 2008.<br />

GOMES, R. Análise e interpretação de dados de pesquisa qualitativa. In:<br />

MINAYO, M.C.S. et al. Pesquisa Social: Teoria, método e criatividade. 29.<br />

ed. Petrópolis: Vozes, 2010. Cap. 4. p.79-108.<br />

MINAYO, M.C.S. et al. Pesquisa Social: Teoria, método e criatividade. 29.<br />

ed. Petrópolis: Vozes, 2010. p.108.<br />

RICCI, S.S. Enfermagem materno-neonatal e saúde da mulher.<br />

Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. p.712.<br />

SOARES, R. et. al; A Parturient´s companion and their relationship with the<br />

nursing team: a qualitative study. Online Brazilian Journal of Nursing.<br />

North America, 9 jun. 2010. Available at: http://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/article/view/2867.<br />

Date accessed: 15 Apr.<br />

2011.<br />

SODRE, T. M.; LACERDA, R. A. O processo de trabalho na assistência ao<br />

parto em Londrina - PR. Rev. Esc. Enferm. USP, São Paulo, v. 41, n. 1,<br />

p.82-89.2007.<br />

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