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Untitled - Novafapi

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(psiquiatria, psicologia, odontologia, terapia ocupacional, serviço social e<br />

enfermagem) com atendimento ao usuário através da marcação de consultas<br />

no horário de 06:30 às 17:00 horas.<br />

Possui laboratório próprio com atendimento diário das 07:00 às<br />

17:00 horas que oferece serviços de análises clínicas e de eletroencefalograma<br />

computadorizado.<br />

O serviço de internação e urgência conta com equipe plantonista<br />

composta por psiquiatra, enfermeira e assistente social que avaliam<br />

a necessidade de internação ou encaminham o paciente a tratamento<br />

ambulatorial. Em caso de internação, o paciente é encaminhado para a<br />

unidade de internação e será avaliado diariamente por uma equipe multiprofissional.<br />

O serviço de semi-internação (Hospital-Dia) funciona em regime<br />

ambulatorial e de semi-internação, atendendo de segunda a sexta-feira<br />

no horário de 07:00 às 17:00 horas, com uma equipe multiprofissional<br />

em psiquiatria, assistência social, psicologia, terapia ocupacional e enfermagem.<br />

O Hospital-Dia destina-se a pessoas com faixa etária a partir de 18<br />

anos de idade de ambos os sexos, com permanência de no máximo 45<br />

dias.<br />

Os sujeitos do estudo foram um grupo de 12 indivíduos, familiares<br />

de pessoas portadoras de TBH que estavam em tratamento no referido<br />

hospital durante o mês de outubro de 2010.<br />

Após a etapa de busca de diagnóstico em prontuário, um familiar<br />

de cada paciente foi convidado a participar do estudo, e como critério de<br />

escolha do sujeito, utilizou-se: possuir idade superior a dezoito anos, ser<br />

familiar de usuário cujo diagnóstico de Transtorno Bipolar do Humor estivesse<br />

confirmado pelo especialista e que se encontrasse em tratamento<br />

no hospital. Quanto aos critérios de exclusão, estes se configuraram por<br />

todos aqueles casos em que o diagnóstico de TBH ainda não estivesse<br />

confirmado, ou seja, ainda tivesse como hipótese diagnóstica. Após seu<br />

aceite os mesmos assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido,<br />

respeitando-se a Resolução 196/96.<br />

A produção dos dados foi realizada por meio da técnica da entrevista<br />

semi-estruturada que é definida como uma conversação efetuada<br />

face a face, de maneira metódica que proporciona ao entrevistador, verbalmente,<br />

a informação necessária. (MARCONI, LAKATOS, 2006).<br />

Os depoimentos foram gravados em MP4 e posteriormente transcritos<br />

na íntegra. A análise dos dados foi feita a partir das transcrições das<br />

entrevistas, até o momento em que foi observada a saturação dos dados,<br />

seguida da organização e classificação dos relatos, para tal fim, foi utilizado<br />

o método de categorias.<br />

O projeto foi submetido para avaliação pelo Comitê de Ética em<br />

Pesquisa da Faculdade de Saúde, Ciências Humanas e Tecnológicas do<br />

Piauí – NOVAFAPI, obtendo autorização para desenvolvimento, sob o processo<br />

CAAE número 2746.0.000.043-10. Vale ressaltar que o trabalho foi<br />

elaborado de acordo com a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de<br />

Saúde – CNS, garantindo assim, o direito dos sujeitos da pesquisa de se<br />

ausentarem caso desejassem.<br />

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Buscou-se por meio deste estudo compreender a percepção da<br />

família frente ao diagnóstico de Transtorno Bipolar do Humor, através de<br />

relatos fornecidos por familiares de portadores de TBH que se encontrava<br />

em tratamento em um hospital público psiquiátrico.<br />

Revista Interdisciplinar NOVAFAPI, Teresina. v.4, n.1, p.25-29, Jan-Fev-Mar. 2011.<br />

Dos 12 depoentes entrevistados, quatro tinham entre 20 a 40 anos,<br />

seis de 41 a 60 anos e dois acima de 60 anos. Destes, oito eram do sexo<br />

feminino e quatro do sexo masculino. Estes foram enumerados aleatoriamente<br />

para uma melhor identificação.<br />

Através da análise das entrevistas realizadas realizou-se a categorização<br />

dos dados, sendo construídas duas categorias: Percepção familiar<br />

frente ao diagnóstico de Transtorno Bipolar do Humor e Transtorno Bipolar<br />

do Humor e as interferências no relacionamento familiar e social do paciente.<br />

3.1 Percepção familiar frente ao diagnóstico de Transtorno Bipolar<br />

do Humor<br />

A seguinte categoria relata a compreensão da família acerca do<br />

Transtorno Bipolar do Humor, mostrando que alguns depoentes desconhecem<br />

as características da doença, demonstrando pouco ou quase nenhum<br />

conhecimento em relação à patologia de seu parente.<br />

Eu sei que ela é esquizofrênica. E assim, eu li muito sobre esquizofrenia, e eu<br />

sei que no caso dela, ela tem dois tipos de comportamento, o depressivo,<br />

não é? E geralmente também o agressivo, porque ela tem comportamento<br />

de humor (Depoente 1).<br />

Não sei de nada (Depoente 11).<br />

Transtorno bipolar de humor: percepção familiar<br />

Sei pouca coisa. Ela fica muito eufórica, chora muito e diz que não vai mais<br />

ficar boa (Depoente 10).<br />

Outros, porém, manifestaram algum conhecimento:<br />

O que eu sei é que às vezes ela fica muito agressiva, outra hora ela já está<br />

triste, depressiva. Acho que é mais ou menos isso (Depoente 9).<br />

Eu sei. Ela tem transtorno de humor, às vezes ela está triste, às vezes alegre<br />

(Depoente 12).<br />

O conhecimento da família com relação ao TBH é de grande importância,<br />

pois pode contribuir para o diagnóstico e tratamento apropriado<br />

como também colaborar melhor na administração correta da medicação<br />

(TEIXEIRA, 1997).<br />

Diante disso observa-se a necessidade do conhecimento e compreensão<br />

dos familiares com relação à doença para evitar interpretações<br />

errôneas diante das atitudes e sintomas apresentados pelo paciente.<br />

Alguns depoentes quando questionados a respeito da doença relataram<br />

desconhecer que se tratava de uma doença mental, e outros o<br />

confundiam com algum outro tipo de transtorno mental.<br />

Assim eu não considero que isso seja uma doença. Apesar de já existir outro<br />

caso na família, que pode ser hereditário. Mas eu acho que isso é da própria<br />

vivência que ela teve. Porque teve muitos filhos, muita dificuldade, o marido<br />

sempre bebeu, praticamente passaram fome mesmo, e uma situação dessas<br />

é de deixar qualquer pessoa transtornada (Depoente 8).<br />

Eu acho que ele tem uma depressão, ele tem fases agressivas, fases que ele tá<br />

chorando e ele tem medo de me perder, de eu falecer... Que não vai ter quem<br />

cuide dele porque ele é doente (Depoente 4).<br />

Acho que é depressão porque ele não esquece nada que acontece. Não deve<br />

ter problema na cabeça (Depoente 3).<br />

Os relatos evidenciaram que há muita falta de informação e de divulgações<br />

de informações acerca do transtorno mental para os familiares.<br />

Ao questionarmos como a compreensão do familiar pode interferir<br />

no tratamento e diagnóstico do portador de TBH, a maioria dos depoentes<br />

reconheceu o conhecimento como um fator contribuinte para evolução<br />

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