Untitled - Novafapi
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Monteiro, M. S. S.; Santos, G. S.<br />
los pacientes es del sexo femenino (el 65,4%), con edad entre 22 y 30 anos<br />
(el 34,6%), procedentes de Teresina (el 73,1%) y casadas (el 50%). Con relación<br />
a la escolaridad, gran parte tiene nivel superior (61,5%) y una renta<br />
mensual de 01 a 10 salarios mínimos (el 69,2%). La prevalencia de obesos<br />
mórbidos con trastorno psiquiátrico fue del 34,6%, siendo que de estos,<br />
todos presentaron depresión. El índice de individuos con ansiedad fue solamente<br />
del 7,7%. Se concluye que hay una alta prevalencia de trastorno<br />
depresivo en esa población e índices más bajos de ansiedad.<br />
Descriptores: Cirugía bariátrica. Depresión. Ansiedad. Obesidad mórbida.<br />
1 INTRODUÇÃO<br />
O excesso de peso corporal e sua incidência crescente têm sido<br />
observados nos últimos anos por parte do setor da saúde devido às graves<br />
complicações presentes em um expressivo número de indivíduos. Quando<br />
o Ìndice de Massa Corporal (IMC) se encontra acima de 30 kg/m2 fala-<br />
-se em obesidade. O IMC é calculado dividindo-se o peso corporal, em<br />
quilogramas, pelo quadrado da altura, em metros quadrados (CORDÁS;<br />
LOPES FILHO; SEGAL, 2004).<br />
Na avaliação dos indivíduos com elevado sobrepeso, deve-se observar<br />
a sua gravidade. A Organização Mundial de Saúde (OMS) chama<br />
atenção para as seguintes definições: obesidade grau I quando o IMC se<br />
encontra entre 30 e 34,9 kg/m2, obesidade grau II quando entre 35 e 39,9<br />
kg/m2 e obesidade grau III (ou mórbida) quando ultrapassa 40 kg/m2<br />
(CORDÁS; LOPES FILHO; SEGAL, 2004).<br />
A obesidade vem tendo destaque e é apresentada como fenômeno<br />
de epidemia mundial em vários estudos uma vez que afeta 1,7 bilhão<br />
de pessoas em todo o mundo. Os Estados Unidos da América contam com<br />
dois terços da sua população com sobrepeso e metade é obesa, já no Brasil<br />
os dados são um pouco menos significativos, mas estima-se que haja<br />
15% de obesos. Deste total, entre 1% e 2% da população adulta apresenta<br />
obesidade grau III (GELONEZE; PAREJA, 2010).<br />
Uma importante opção de tratamento para indivíduos com obesidade<br />
mórbida é o cirúrgico. De acordo com a Resolução do Conselho<br />
Federal de Medicina nº. 1.766/05 as indicações são as seguintes:<br />
• Pacientes com Índice de Massa Corpórea (IMC) acima de 40 kg/<br />
m2; ou<br />
• Pacientes com IMC maior que 35 kg/m2 e co-morbidades (doenças<br />
causadas ou agravadas pela obesidade e que melhoram quando a<br />
mesma é tratada de forma eficaz), que ameacem a vida, tais como diabetes,<br />
apnéia do sono, hipertensão arterial, dislipidemia, doença coronariana,<br />
osteo-artrites e outras.<br />
• Idade: maiores de 18 anos. Idosos e jovens entre 16 e 18 anos<br />
podem ser operados, mas exigem precauções especiais e o custo/benefício<br />
deve ser muito bem analisado.<br />
• Obesidade estável há pelo menos cinco anos.<br />
• Pelo menos dois anos de tratamento clínico prévio, não eficaz.<br />
• Ausência de uso de drogas ilícitas ou alcoolismo.<br />
• Ausência de quadros psiquiátricos ou demenciais graves ou<br />
moderados.<br />
• Compreensão, por parte do paciente e de seus familiares, dos<br />
riscos e mudanças de hábitos inerentes a uma cirurgia de grande porte e<br />
da necessidade de acompanhamento pós-operatório com a equipe multidisciplinar<br />
por toda a vida do paciente.<br />
Entretanto deve-se dar também real importância às doenças que<br />
são associadas à obesidade, pois conforme Segal e Fandino (2010, p. 68)<br />
“ a obesidade compartilha com os transtornos psiquiátricos de pesado<br />
preconceito tanto entre a população leiga quanto entre os profissionais<br />
de Saúde”. Já para Cordas, Lopes Filho e Segal (2004) as complicações<br />
psiquiátricas são pouco conhecidas, mas se estima que a incidência de<br />
depressão está em torno de 15%, merecendo inclusive melhor avaliação<br />
metodológica para indicação desse dado.<br />
Pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde mostra que o número<br />
de brasileiros obesos aumentou nos últimos anos. Em 2006 eram 11,4% e<br />
em 2009 este número pulou para 13% da população adulta. O número de<br />
mulheres com essa morbidade ultrapassa os homens, sendo 13,6% contra<br />
12,46% (BRASIL, 2009).<br />
Os dados do Ministério da Saúde mostram que das 27 cidades pesquisadas,<br />
Porto Alegre é a que apresenta maior número de adultos com<br />
excesso de peso (49%), liderando também quando o assunto é a obesidade<br />
instalada (IMC> 30 kg/m2 ) e Teresina é a cidade com o menor número<br />
de pessoas acima do peso ( 36,6% ), porém a cidade com o menor número<br />
de obesos é São Luís com 9,5%. Quanto a idade o estudo revela que a<br />
maior incidência de obesidade ocorre na faixa etária de 45 a 54 anos, sendo<br />
3 vezes maior que pessoas entre 18 e 24 anos (BRASIL, 2009)<br />
O tratamento deve ser considerado como um trabalho a longo prazo,<br />
com várias etapas e programado de acordo com cada caso. A redução<br />
do consumo calórico é um dos mais eficientes e efetivos meios para perder<br />
peso, alguns pacientes conseguem mudar seus hábitos alimentares<br />
e de atividades por si mesmos, após receber as informações adequadas,<br />
porém outros precisam de intervenções que os ajudem, necessitando em<br />
algumas circunstâncias de farmacoterapia ou cirurgia (CECIL, 2005).<br />
O tratamento cirúrgico é indicado para pacientes com obesidade<br />
excessiva e graves complicações médicas, que poderiam melhorar com<br />
uma perda de peso rápida e eficaz. Pacientes com IMC entre 35 e 40 e<br />
portadores de complicações ameaçadoras a vida podem ser candidatos à<br />
cirurgia, porém pacientes com IMC > 40 e várias complicações são candidatos<br />
típicos, assumindo - se que todas tentativas médicas de emagrecimento<br />
tenham falhado. Contra – indicações para a cirurgia incluem abuso<br />
constante de substâncias, falta de comprometimento com tratamento<br />
anterior e certos transtornos psiquiátricos (esquizofrenia, personalidade<br />
boderline, depressão incontrolável) (CECIL, 2005).<br />
De acordo com o anexo da Resolução 1.942/2010 do Conselho Federal<br />
de Medicina, disponível no site da Sociedade Brasileira de Cirurgia<br />
Bariátrica e Metabólica são aceitos 3 tipos de procedimentos: 1) restritivos<br />
(balão intragástrico, gastroplastia vertical bandada ou cirurgia de mason,<br />
banda gástrica ajustável e gastrectomia vertical); 2) cirurgias disabsortivas;<br />
3) cirurgias mistas (com maior componente restritivo ou com maior componente<br />
disabsortivo).<br />
Choban e cols. (2002) concluíram que a intervenção cirúrgica apesar<br />
de ser invasiva é mais eficaz para a perda de peso, alcançando mais de<br />
50% de redução do excesso de peso ou 30% a 40% do peso inicial.<br />
Os pacientes candidatos à cirurgia bariátrica devem fazer uma<br />
avaliação psicológica no pré-operatório, que não deve restringir-se a<br />
um rastreamento de transtornos mentais atuais e pré-existente. No pós-<br />
-operatório este paciente também deve ser avaliado e acompanhado, em<br />
intervalos regulares, para a avaliação do seu funcionamento psicológico<br />
posterior (FANDINO et al. 2004). Esta avaliação deve ser fundamentalmente<br />
clínica e utilizando testes psicológicos e entrevistas psiquiátricas estruturadas,<br />
o tratamento prévio do transtorno psiquiátrico é de fundamental<br />
importância para o sucesso da cirurgia (PETRIBU et al, 2006).<br />
20 Revista Interdisciplinar NOVAFAPI, Teresina. v.4, n.1, p.19-24, Jan-Fev-Mar. 2011.