Untitled - Novafapi
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o indivíduo e um maior incômodo com o seu excesso de peso, além do<br />
apoio encontrado no parceiro para a realização da cirurgia como uma última<br />
tentativa no tratamento definitivo da obesidade.<br />
Os sujeitos deste estudo que procuraram avaliação médica e manifestaram<br />
o desejo e têm a indicação de realizar uma cirurgia bariátrica,<br />
são pessoas esclarecidas e com nível de escolaridade elevada. Os dados<br />
mostram que 61,5% da amostra encontra-se no nível de formação superior<br />
(completo, incompleto ou cursando). Quanto às profissões citadas,<br />
essas se mostraram bastante heterogêneas e se destacam professores, farmacêuticos,<br />
médicos e odontologos. Este dado remete a analise de que<br />
embora sejam pessoas esclarecidas ainda não conseguiram pelos métodos<br />
convencionais a redução de peso ou da dificuldade de modificação<br />
do hábito alimentar.<br />
Os resultam mostram que a maioria é da capital Teresina (73,1%).<br />
Este dado diz respeito a um maior conhecimento e entendimento sobre<br />
esse tipo de tratamento. Quanto à religião, embora a mostra apresente<br />
76,9% como católicos, este fato, segundo a literatura, não altera a busca<br />
por esta cirurgia.<br />
Quanto à presença de transtorno de depressão e/ou ansiedade<br />
34,6% dos pesquisados apresentam um desses dois transtornos. Este dado<br />
também é compatível com a literatura que mostra uma grande incidência<br />
de psicopatologia em pessoas com obesidade grau III (APPOLINARIO, 1998).<br />
Em estudos feitos com amostras comunitárias, os obesos em geral<br />
não apresentam um índice de psicopatologia maior que a população em<br />
geral (WADDEN; STUNKARD, 1993). Porém entre os obesos que procuram<br />
por um tratamento vários estudos encontraram índices elevados de transtorno<br />
depressivo e índices mais modestos de ansiedade e outros transtornos<br />
(DOBROW; KAMENETZ; DEVLIN, 2002).<br />
A prevalência de depressão nos obesos que possuem indicação<br />
para a cirurgia bariátrica foi de 34,6% e somente para o transtorno de ansiedade<br />
o dado levantado foi de 7,7%. O estudo também mostra que os<br />
sujeitos que apresentaram ansiedade também apresentaram depressão.<br />
Esse índice elevado de pessoas obesas com transtorno depressivo<br />
pode dever-se a um aumento cada vez maior da pressão social por um<br />
corpo esbelto, tornando-os, muitas vezes, a serem alvos de preconceitos e<br />
discriminação nos locais de trabalho e nos seus relacionamentos de uma<br />
maneira geral (PETRIBU et al, 2006).<br />
Halmi e colaboradores (1980) encontraram uma prevalência aumentada<br />
de transtorno depressivo na sua pesquisa, variando entre 29%<br />
a 51%. Para Cordas, Lopes Filho e Segal (2004) as complicações psiquiátricas<br />
são pouco conhecidas, mas se estima que a incidência de depressão<br />
Revista Interdisciplinar NOVAFAPI, Teresina. v.4, n.1, p.19-24, Jan-Fev-Mar. 2011.<br />
Prevalência de transtorno de ansiedade e depressão em pacientes candidatos a cirurgia bariátrica<br />
encontra-e em torno de 15% e a possibilidade de suicídio presente em<br />
27,28% dos casos de obesidade mórbida.<br />
Com isso observa-se que a prevalência de depressão em pacientes<br />
que são obeso grau III e ainda não realizaram a cirurgia bariátrica é elevada<br />
e o transtorno de ansiedade um pouco menos prevalente o que está de<br />
acordo com um estudo realizado por Oliveira e Yoshida (2009) feito com<br />
65 pacientes separados em dois grupos: grupo I – pacientes que ainda<br />
não realizaram a cirurgia e grupo 2 – pacientes no pós – operatório desta.<br />
Capitão e Telo (2002) encontraram resultados semelhantes em um estudo<br />
feito com mulheres obesas e tendo como resultado níveis baixos de<br />
ansiedade.<br />
Por ser a ansiedade e a depressão os transtornos psiquiátricos que<br />
mais se associam com a obesidade mórbida, os resultados deste estudo<br />
confirmam dados da literatura quanto à presença sugestiva de depressão<br />
e ansiedade na amostra pesquisada.<br />
5 CONCLUSÃO<br />
Os resultados apresentados neste estudo, realizado com pacientes<br />
obesos grau III (mórbidos) candidatos a cirurgia bariátrica, quanto à<br />
caracterização da amostra e a prevalência de transtorno de depressão e<br />
ansiedade, nos permite concluir que:<br />
• A população de estudo, em sua maioria, é constituída por mulheres,<br />
casadas, profissionais liberais, com renda mensal variando de 1 a<br />
10 salários mínimos, com instrução superior, de religião católica e<br />
procedente da capital (Teresina);<br />
• O estudo possibilitou determinar que a taxa de pacientes acometidos<br />
por transtornos do tipo depressão e/ou ansiedade foi de 34,6<br />
%, sendo que destes todos apresentaram transtorno depressivo e<br />
7,7% ansiedade generalizada;<br />
• Analisando-se a prevalência de depressão e ansiedade nestes pacientes,<br />
conclui-se que há uma alta incidência de depressão e um<br />
baixo índice de ansiedade.<br />
• Os sujeitos acometidos por ansiedade também apresentaram depressão.<br />
Diante das conclusões sugere-se que medidas preventivas para<br />
depressão e ansiedade a pessoas com obesidade mórbida sejam mais<br />
eficazes e para aquelas que buscam a cirurgia bariátrica sugere-se acompanhamento<br />
psiquiátrico e psicológico no sentido de redução do nível<br />
dessas patologias e melhoria da qualidade vida, antes, durante e após a<br />
realização da cirurgia.<br />
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