Untitled - Novafapi
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Tabela 2 – Distribuição dos pacientes acamados em domicílio, cadastrados<br />
na ESF segundo as condições clínicas associadas, Teresina-PI, 2010 ( n=30).<br />
Respostas Percentual<br />
das Respostas<br />
N %<br />
Condições Clínicas Diabetes 10 20,41 41,67<br />
Associadas Hipertensão 22 44,90 91,67<br />
Obesidade 6 12,24 25,00<br />
Outros 11 22,45 45,83<br />
Total 49 100,00 204,17<br />
Em termos de perfil clínico relacionado às doenças associadas ao<br />
motivo de estar acamado, 22 (44,90%) apresentavam hipertensão arterial<br />
sistêmica, seguidos de 10 (20,41%) diabéticos, 6(12,24%) obesos. Na variável,<br />
outros destacaram os distúrbios degenerativos como osteoporose,<br />
Doença de Alzheimer e reumatismo.<br />
Tabela 3 – Distribuição dos pacientes acamados em domicílio, cadastrados<br />
na ESF segundo o motivo de estar acamado, Teresina-PI, 2010 ( n=30).<br />
N %<br />
Osteoporose 6 20,0<br />
Acidente Vascular Encefálico – AVE 5 16,7<br />
Paralisia Cerebral 4 13,3<br />
Deficiência Visual 3 10,0<br />
Idade Avançada 3 10,0<br />
Acidente Automobilístico 2 6,7<br />
Mal de Alzheimer 2 6,7<br />
Amputação 2 6,7<br />
Outros 3 10,0<br />
Total 30 100,0<br />
A tabela 3 mostra que a osteoporose foi a principal causa de estarem<br />
acamados 6 (20%), seguida de AVE 5 (16,7) , paralisia cerebral 4<br />
(13,3%), deficiência visual 3 (10%), idade avançada 3 (10%), Acidentes<br />
automobilísticos 2 (6,7%), mal de Alzheimer 2 (6,7%) e amputação ocasionada<br />
por pé diabético 2 (6,7%). E outros foram considerados a distância<br />
até a unidade de saúde e depressão.<br />
Tabela 4 – Distribuição dos pacientes acamados quanto ao escore da<br />
escala de Braden e a prevalência de úlcera por pressão<br />
Persença de UPP Total<br />
Sim Não<br />
N % N % N %<br />
Escores da Escala Sem Risco 0 0,00 12 40,00 12 40,00<br />
de Braden<br />
Em Risco 0 0,00 10 33,33 10 33,33<br />
Risco Moderado 1 3,33 3 10,00 4 13,33<br />
Alto Risco 3 10,00 1 3,33 4 13,33<br />
Total 4 13,33 26 86,67 30 100,00<br />
A prevalência de pacientes com UPP foi de 13,33%, considerando<br />
que, dos 30 pacientes, 4 apresentavam úlceras por pressão. O menor escore<br />
encontrado pela escala de Braden foi 10 e o máximo, 22. Os resultados<br />
evidenciaram que, à medida que aumentam os escores obtidos na<br />
avaliação pela escala de Braden, menor número de pessoas tem UPP. Dos<br />
4 pacientes com risco elevado, 3 (10%) tiveram UPP, sendo 2 idosos e um<br />
adulto (59 anos). Dos 4 pacientes em risco moderado, 1 (3,33%) teve UPP.<br />
A localização anatômica de maior frequência foi na região sacro coccigea<br />
(75%), seguida da região do maléolo esquerdo (25%) e trocânter esquerdo<br />
(25%). Quanto à classificação das UPP, o maior percentual encontrado foi<br />
no estágio I (40%).<br />
Revista Interdisciplinar NOVAFAPI, Teresina. v.4, n.1, p.14-18, Jan-Fev-Mar. 2011.<br />
Prevalência de úlcera por pressão em pacientes acamados, cadastrados na Estratégia de Saúde da Família: um estudo de enfermagem<br />
4 DISCUSSÃO<br />
Na amostra em estudo, o predomínio foi de pacientes do sexo feminino,<br />
estimativa já esperada, pois segundo IBGE (2000), na população<br />
brasileira, as mulheres têm maior sobrevida que os homens (50,8%), fato<br />
atribuído ao aumento da taxa de mortalidade dos homens, bem como ao<br />
aumento da expectativa de vida das mulheres ao nascer.<br />
A idade dos pacientes participantes do estudo variou de 18 a 108<br />
anos. Constatou-se que a maior frequência (%) está na faixa que engloba 60<br />
a 79 anos, representando o total de 43,3% da população. Percentuais também<br />
esperados, levando-se em conta dados do IBGE (2006) que afirmam,<br />
por conta das transformações demográficas ocorridas nos últimos anos, uma<br />
tendência do envelhecimento da população brasileira, em que o número de<br />
pessoas de 60 anos ou mais aumentou em mais de cinco milhões entre 1995<br />
e 2005, sendo que esta população pode chegar em 34,3 milhões em 2050.<br />
Observou-se a predominância no nível de escolaridade não-analfabetizado,<br />
que corresponde a 86,7%, seguidos de 6,7% que cursaram o ensino<br />
fundamental incompleto e 6,7% que cursaram o ensino médio completo.<br />
Fatos que não correspondem à situação brasileira atual, pois IBGE<br />
(2006) mostra uma queda no índice de analfabetismo em nosso país nos<br />
últimos dez anos (1992 a 2002). Em 1992, o número de analfabetos correspondia<br />
a 16,4% da população. Esse índice caiu para 10,9% em 2002. A<br />
alta taxa de analfabetismo, observada na pesquisa pode ser explicada em<br />
decorrência da idade avançada da maioria dos entrevistados — fato relevante<br />
— visto que havia menos oportunidades em relação aos estudos.<br />
Quanto ao estado civil, observa-se que 40% eram viúvos, 33,3%<br />
eram casados/união estável, seguido de 26,7% de solteiros. Em relação<br />
à naturalidade, somente 20% dos pacientes nasceram no município de<br />
Teresina e 80% migraram de outros municípios, sendo 66,7% do interior<br />
do Piauí e 13,3% de outros estados.<br />
Considerando-se a cor da pele, 70% da população era da cor parda;<br />
16,7% era branca e 13,3% era negra. Os resultados não correspondem ao<br />
perfil nacional da população, visto que os brancos compõem cerca de 49,9%;<br />
da mesma forma, os negros 6,3% e pardos 43,2% da população nacional.<br />
Quanto à renda familiar, destaca-se que 18 pacientes (60%) recebiam<br />
2 salários mínimos, 7 (23,3%) possuíam renda de 3 salários mínimos<br />
e 5 (16,7%) recebiam 1 salário mínimo. Um resultado importante foi a<br />
identificação da existência de uma renda familiar de suporte aos pacientes<br />
para o cuidado domiciliário.<br />
De acordo com Chayamiti; Caliri (2010) um relacionamento linear<br />
entre o aumento da idade dos pacientes e o da ocorrência de UPP tem<br />
sido encontrado em vários estudos. Além da prevalência das condições<br />
crônicas, que levam à diminuição da capacidade funcional nos idosos, a<br />
própria fisiologia do envelhecimento contribui para elevar o risco. O envelhecimento<br />
também afeta todos os estágios da cicatrização, independentemente<br />
das comodidades que, por si mesmas, também interferem no<br />
processo de reparação tecidual (SOUZA; SANTOS, 2006).<br />
Considerando as características de cada paciente que apresentou a<br />
UPP, tais como idade, morbidade referida e escore da Escala de Braden, é<br />
possível compreender que esses fatores agiram sinergisticamente para o<br />
desenvolvimento da lesão, e que as medidas que poderiam diminuir o impacto<br />
do excesso de pressão, como a redução do tempo em uma mesma<br />
posição, como a dorsal ou sentado, não foram utilizadas com frequência.<br />
A articulação entre os níveis de atenção à saúde é fundamental<br />
para esta população, com vistas a possibilitar o atendimento integral e<br />
contínuo. É importante também a construção de redes de apoio entre a<br />
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