Untitled - Novafapi
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A tendência de permanência dessa doença justifica as constantes<br />
investigações sobre o tema. No Brasil, de acordo com Bierrenbach et al<br />
(2007), houve redução do número de casos e da mortalidade para todas<br />
as formas de TB em todas as regiões, considerando-se somente esta doença<br />
como causa básica. Porém, como já era esperada, a tendência dessa<br />
redução não foi constante de 1980 a 2004, o que os autores sugerem ser<br />
devido à influência da epidemia de AIDS.<br />
A segunda dimensão de análise refere-se aos periódicos de indexação.<br />
Os dezoito artigos foram publicados em seis periódicos diferentes. Em<br />
ordem crescente de publicação, encontram-se as seguintes frequências<br />
de artigos em um mesmo periódico: com uma publicação, dois periódicos;<br />
com três publicações, dois periódicos; com quatro publicações, um<br />
periódico; com seis publicações, um periódico. Tabela 2.<br />
Tabela 2. Distribuição das Publicações por Periódicos Indexados<br />
Periódicos f %<br />
Ciência e Saúde Coletiva 1 5,5<br />
Revista Latino-Americana de Enfermagem 1 5,5<br />
Cadernos de Saúde Pública 3 16,7<br />
Revista Brasileira de Epidemiologia 3 16,7<br />
Revista de Saúde Pública 4 22,2<br />
Jornal Brasileiro de Pneumologia 6 33,3<br />
Total 18 100<br />
A terceira dimensão de análise compreende o período dos dados<br />
utilizados nas pesquisas. Os estudos realizados incluem dados de 1980 a<br />
2004, portanto, o recorte temporal nas pesquisas recentes sobre mortalidade<br />
por TB é de vinte e quatro anos.<br />
Por longo tempo, segundo Pereira (2008), a inexistência de um sistema<br />
nacional de estatísticas vitais no País dificultou o aprofundamento<br />
de estudos sobre o tema. A importância das informações sobre a mortalidade<br />
levou as próprias secretarias estaduais de saúde, de planejamento e<br />
entidades similares a se ocuparem da coleta, tabulação e divulgação dos<br />
dados relativos aos óbitos.<br />
Assim, o Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM, principal<br />
instrumento utilizado nas pesquisas para a obtenção dos dados, foi<br />
desenvolvido e implantado no Brasil pelo Ministério da Saúde em 1975,<br />
envolvendo alguns estados que já coletavam essas informações. Assim,<br />
a partir da estipulação pelo Ministério da Saúde de um modelo único de<br />
declaração de óbito (DO) e dos avanços na Classificação Internacional de<br />
Doenças e Estatísticas de Mortalidade, a coleta dessas informações passou<br />
a ser mais criteriosa, possibilitando o desenvolvimento de pesquisas sistemáticas<br />
(BRASIL, 2001).<br />
O quarto aspecto analisado engloba a distribuição geográfica<br />
das pesquisas. Em ordem crescente de publicação, encontram-se as<br />
seguintes produções por unidade federativa: com uma produção cada,<br />
Bahia, Distrito Federal e Espírito Santo; com duas produções cada, Ceará e<br />
Rio de Janeiro; com três produções, Pernambuco; com oito produções, São<br />
Paulo. Tabela 3.<br />
Tabela 3. Distribuição dos estudos por unidade federativa,<br />
Unidade Federativa f %<br />
Bahia 1 5,5<br />
Distrito Federal 1 5,5<br />
Espírito Santo 1 5,5<br />
Ceará 2 11,1<br />
Rio de Janeiro 2 11,1<br />
Pernambuco 3 16,7<br />
São Paulo 8 44,4<br />
Total 18 100<br />
Revista Interdisciplinar NOVAFAPI, Teresina. v.4, n.1, p.45-49, Jan-Fev-Mar. 2011.<br />
Análise da produção científica brasileira sobre mortalidade por tuberculose<br />
O Rio de Janeiro, embora seja o Estado com as maiores taxas de<br />
mortalidade por tuberculose, não foi o maior produtor de pesquisas científicas<br />
sobre o tema no SciELO. Segundo Selig et al (2004), nenhum estudo<br />
sistemático sobre os óbitos por tuberculose foi conduzido no estado. Os<br />
autores afirmam ainda que, no Rio de Janeiro, a elevada porcentagem da<br />
população vivendo na zona urbana – a mais alta do país, e as deficiências<br />
do sistema de saúde são prováveis justificativas para o elevado número de<br />
casos em relação ao total do Brasil.<br />
O quinto aspecto refere-se às abordagens metodológicas utilizadas<br />
pelos pesquisadores. Sobre os delineamentos empregados pode-se<br />
constatar a preponderância dos estudos epidemiológicos descritivos de<br />
dados secundários com um total de treze artigos (72,2%) desenvolvidos a<br />
partir de investigações com esta abordagem. Das demais, três foram estudos<br />
epidemiológicos de coorte (16,7%) e dois do tipo ecológico (11,1%).<br />
Tendo em vista a redução da morbimortalidade por tuberculose,<br />
Pelaquin, Silva e Ribeiro (2007, p. 312) afirmam que “as linhas prioritárias<br />
de pesquisa nacional recomendadas pelas diretrizes para TB, na<br />
epidemiologia, são a vigilância em óbitos e estudos sobre tendência de<br />
notificação de TB (casos novos e óbitos)”.<br />
Muitos critérios são empregados para classificar os métodos utilizados<br />
na epidemiologia, dentre os quais, conforme Pereira (2008), o modo<br />
de exposição das pessoas ao fator em foco, o que pode ser constatado nos<br />
estudos observacionais e experimentais.<br />
Segundo Costa e Barreto (2003), os estudos epidemiológicos observacionais<br />
podem ser classificados em descritivos e analíticos. Os estudos<br />
experimentais, por sua vez, fogem ao propósito deste trabalho e<br />
não serão comentados. Essas autoras afirmam que no estudo descritivo<br />
o observador descreve as características de uma determinada amostra,<br />
determinando a incidência ou a prevalência de doenças ou condições relacionadas<br />
à saúde segundo o tempo, o lugar e/ou as características dos<br />
indivíduos (por exemplo, sexo, idade e escolaridade), podendo fazer uso<br />
de dados secundários ou primários.<br />
O estudo analítico testa hipóteses elaboradas geralmente durante<br />
estudos descritivos. Nele há um grupo de referência, o que permite estabelecer<br />
comparações. Assim, propõe-se a verificar a existência de associação<br />
entre uma exposição e o desenvolvimento de uma doença ou<br />
condição relacionada à saúde, sendo os seus principais delineamentos os<br />
seguintes: a) ecológico; b) seccional; c) caso-controle; e d) coorte (COSTA;<br />
BARRETO, 2003).<br />
No estudo ecológico, presente entre as pesquisas revisadas, o princípio<br />
é o de que, nas populações onde a exposição é mais frequente, a incidência<br />
das doenças ou a mortalidade serão maiores, sendo a incidência<br />
e a mortalidade as medidas mais usadas para quantificar a ocorrência de<br />
doenças. Nele a utilização de dados secundários é mais comum. Outro delineamento<br />
de estudo analítico revisado foi o de coorte, em que um grupo<br />
de pessoas com algo em comum (exposição a um agente, por exemplo)<br />
é acompanhado por um período de tempo para acompanhar-se um desfecho<br />
qualquer – coorte prospectiva. Pode, ainda, colher informações do<br />
passado, sendo o desfecho medido de determinado momento em diante<br />
– coorte retrospectiva (MENEZES, 2001).<br />
O Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM tem como documento<br />
padrão a Declaração de Óbito (DO), que é composta por nove<br />
blocos, com um total de sessenta e duas variáveis. Assim, quanto maior<br />
o número de informações de boa qualidade preenchidas, melhor será o<br />
conhecimento da história natural das doenças e maiores as possibilidades<br />
de prevenção dessas mortes (BRASIL, 2001).<br />
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