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Uso racional de medicamentos: temas selecionados, 2012.

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evisão para três ou seis meses. É indispensável<br />

atentar-se para a a<strong>de</strong>são continuada ao tratamento.<br />

Há inúmeras abordagens propostas para aumentar<br />

a a<strong>de</strong>são ao tratamento, mas a efetivida<strong>de</strong> não é<br />

a <strong>de</strong>sejada. Atenção farmacêutica po<strong>de</strong> ser útil. 22<br />

Antes <strong>de</strong> substituir o anti-hipertensivo que se<br />

mostra ineficaz, <strong>de</strong>ve-se garantir o uso <strong>de</strong> doses<br />

a<strong>de</strong>quadas. Ocorrência <strong>de</strong> efeitos adversos<br />

significativos ou continuada ineficácia indica a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> substituição, em vez do uso <strong>de</strong><br />

doses mais altas. Pacientes sob tratamento com<br />

três anti-hipertensivos em doses a<strong>de</strong>quadas,<br />

incluindo um diurético, com a<strong>de</strong>são conferida<br />

e sem pressão controlada, têm hipertensão<br />

resistente. Esses pacientes <strong>de</strong>vem ser referidos a<br />

serviços especializados.<br />

Efeitos Adversos<br />

Os anti-hipertensivos são geralmente bem<br />

tolerados, apresentando incidência <strong>de</strong> efeitos<br />

adversos pouco diferente da visualizada com<br />

placebo em ensaios clínicos randomizados. O<br />

efeito nocebo (evento adverso), entretanto, é<br />

comum. Cerca <strong>de</strong> 1/3 dos doentes atribuem<br />

sintomas a fármacos anti-hipertensivos quando<br />

em tratamento <strong>de</strong> longo prazo. 23 Reconhecimento<br />

<strong>de</strong>ssas queixas e a<strong>de</strong>quada orientação<br />

são necessários, pois eventos in<strong>de</strong>sejáveis são<br />

causa frequente <strong>de</strong> falta <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são a tratamento.<br />

Os efeitos adversos dos diversos<br />

grupos farmacológicos, classificados por<br />

frequência, estão apresentados no Quadro 2.<br />

Betabloqueadores po<strong>de</strong>m exacerbar doença<br />

pulmonar obstrutiva crônica, especialmente em<br />

casos <strong>de</strong> asma, distúrbios <strong>de</strong> condução atrioventricular<br />

e insuficiência circulatória periférica.<br />

Sua contraindicação relativa em diabéticos do<br />

tipo 1 <strong>de</strong>corre <strong>de</strong> mascaramento dos sinais<br />

<strong>de</strong> hipoglicemia e bloqueio da glicogenólise.<br />

Diuréticos tiazídicos po<strong>de</strong>m acentuar quadros<br />

<strong>de</strong> hiperuricemia e expoliar potássio. A<br />

hipopotassemia reduz a eficácia preventiva<br />

<strong>Uso</strong> Racional <strong>de</strong> Medicamentos: <strong>temas</strong> <strong>selecionados</strong><br />

109<br />

para os <strong>de</strong>sfechos primordiais e é o provável<br />

mecanismo <strong>de</strong> indução <strong>de</strong> hiperglicemia. 5<br />

Associação com IECAs ou diuréticos poupadores<br />

<strong>de</strong> potássio, como amilorida, 17 po<strong>de</strong> contornar<br />

aquele efeito adverso. IECA e ARA-2 po<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong>teriorar acentuadamente a função renal <strong>de</strong><br />

pacientes com obstrução <strong>de</strong> artérias renais, pois<br />

a dilatação que provocam em arteríolas eferentes<br />

não po<strong>de</strong> ser compensada por aumento <strong>de</strong> fluxo<br />

sanguíneo renal.<br />

A indução <strong>de</strong> disfunção sexual é preocupação<br />

frequente durante o tratamento anti-hipertensivo.<br />

Antagonistas do sistema adrenérgico,<br />

principalmente clonidina e metildopa, são os mais<br />

implicados, seguidos por betabloqueadores e<br />

diuréticos. Até 30% dos pacientes que os usam<br />

referem problemas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho sexual.<br />

Há tendência a atribuí-los à terapia, mesmo<br />

porque existe conhecimento leigo <strong>de</strong> que antihipertensivos<br />

po<strong>de</strong>m influenciar a potência sexual.<br />

Entretanto impotência sexual é queixa referida<br />

em questionários anônimos por muitos pacientes,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do uso <strong>de</strong> <strong>medicamentos</strong>.<br />

No estudo TOMHS 24 , 16,5% dos pacientes que<br />

receberam placebo por quatro anos referiram<br />

alguma disfunção sexual, contra somente 13,1%<br />

dos tratados com <strong>medicamentos</strong>, não havendo<br />

diferença substancial <strong>de</strong> incidência entre os<br />

fármacos dos cinco grupos testados.<br />

Os fármacos anti-hipertensivos não foram<br />

associados a efeitos adversos graves. Metaanálise<br />

<strong>de</strong> ensaios clínicos que empregaram<br />

agentes ARA2, no entanto, i<strong>de</strong>ntificou aumento<br />

na incidência <strong>de</strong> neoplasias em pacientes com<br />

eles tratados, particularmente câncer <strong>de</strong> pulmão<br />

(RR=1,25; IC95%: 1,05-1,49; P=0,01). 25 O<br />

risco absoluto foi muito baixo, mas ainda assim<br />

é preocupação relevante, pois a população<br />

potencialmente exposta a tratamento antihipertensivo<br />

po<strong>de</strong> chegar a mais da meta<strong>de</strong> dos<br />

indivíduos com mais <strong>de</strong> 50 anos. Esse achado<br />

ainda não foi consolidado por outras evidências e<br />

avaliado por agências reguladoras.

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