Uso racional de medicamentos: temas selecionados, 2012.
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após quatro semanas <strong>de</strong> tratamento). Em adultos,<br />
9 estudos compararam IBP a placebo sem observar<br />
benefício clínico relativo à tosse. Dois estudos<br />
referiram melhora da tosse após tratamento que<br />
variou <strong>de</strong> cinco dias até duas semanas.<br />
Em outra revisão sistemática Cochrane 9 que<br />
incluiu 15 estudos para avaliar tratamento empírico<br />
<strong>de</strong> sintomas dispépticos (sem endoscopia que<br />
comprovasse DRGE), a remissão <strong>de</strong> pirose sob curto<br />
uso <strong>de</strong> IBP foi <strong>de</strong> 0,37 (dois estudos; IC95%: 0,32-<br />
0,44) em comparação ao placebo. Esse resultado<br />
superou o <strong>de</strong> antagonistas H 2 nas mesmas condições.<br />
Comparações entre IBP e<br />
Antagonistas <strong>de</strong> Receptores H 2<br />
<strong>de</strong> Histamina<br />
Em erradicação <strong>de</strong> H. pylori<br />
Administrados isoladamente, IBP<br />
apresentam <strong>de</strong>finida eficácia em diminuir<br />
sintomas e acelerar cicatrização <strong>de</strong> úlcera<br />
péptica, gástrica ou duo<strong>de</strong>nal, sendo<br />
consi<strong>de</strong>rados mais eficazes que antagonistas<br />
H . Entretanto não afetam a recorrência da<br />
2<br />
doença. Por isso se preconiza a erradicação<br />
da infecção por Helicobacter pylori quando a<br />
doença ulcerosa a ela se associa.<br />
Diretrizes internacionais para erradicação <strong>de</strong> H.<br />
pylori não incluem antagonistas H como adjuvantes<br />
2<br />
do esquema antimicrobiano, possivelmente<br />
influenciadas pelo viés corporativo. 1<br />
Em doença ulcerosa péptica associada a uso<br />
crônico <strong>de</strong> AINEs e ácido acetilsalicílico<br />
Pacientes que <strong>de</strong>senvolvem úlcera péptica<br />
durante tratamento com AINEs <strong>de</strong>vem<br />
suspen<strong>de</strong>r seu uso ou diminuir a dose, sempre<br />
que possível, e iniciar tratamento com IBP<br />
ou bloqueador H 2 . Quando for impraticável<br />
alterar o AINE, recomenda-se adicionar preferencialmente<br />
um IBP. 1<br />
Ministério da Saú<strong>de</strong><br />
116<br />
Atualmente prefere-se a associação <strong>de</strong> IBP,<br />
em dose convencional (por exemplo, omeprazol<br />
20mg, duas vezes ao dia), a claritromicina<br />
(500mg, duas vezes ao dia) e amoxicilina<br />
(1000mg, duas vezes ao dia). Esta po<strong>de</strong> ser<br />
substituída por metronidazol (400-500mg, duas<br />
vezes ao dia) em indivíduos com história <strong>de</strong><br />
alergia a penicilinas. Apesar <strong>de</strong> comumente<br />
utilizados por sete dias, meta-análise 10 mostrou<br />
que sua eficácia na erradicação é maior quando<br />
o tratamento se esten<strong>de</strong> por 14 dias (OR= 0,62;<br />
IC95%: 0,45–0,84).<br />
Em caso <strong>de</strong> falha com o primeiro tratamento,<br />
novo esquema <strong>de</strong>ve ser tentado, contendo a<br />
menor sobreposição possível <strong>de</strong> <strong>medicamentos</strong>.<br />
Constituem alternativas o esquema quádruplo por<br />
sete dias (IBP uma vez ao dia + tetraciclina +bismuto<br />
+ metronidazol, esses por quatro vezes ao dia) ou<br />
a associação <strong>de</strong> IBP + amoxicilina (ambos duas<br />
vezes ao dia) + levofloxacino (500mg, uma vez ao<br />
dia), por <strong>de</strong>z dias. 11,12<br />
A aci<strong>de</strong>z gástrica diminui a eficácia <strong>de</strong> alguns<br />
dos antimicrobianos usados, pelo que se usam<br />
antissecretores <strong>de</strong> ácido clorídrico (principalmente<br />
inibidores <strong>de</strong> bomba <strong>de</strong> prótons) como adjuvantes<br />
em todos os esquemas antimicrobianos.<br />
Meta-análise 13 mostrou comparável eficácia<br />
entre IBP e citrato <strong>de</strong> bismuto-ranitidina quando<br />
combinados a dois antibióticos (claritromicina<br />
e amoxicilina ou amoxicilina e metronidazol).<br />
Porém, maiores índices <strong>de</strong> cura foram obtidos<br />
quando citrato <strong>de</strong> bismuto-ranitidina foi combinado<br />
a claritromicina e um agente imidazólico.<br />
Não há nítida vantagem <strong>de</strong> um específico antagonista <strong>de</strong> secreção ácida como coadjuvante da<br />
terapia anti-infecciosa em pacientes com úlcera por H.pylori, mas há preferência internacional por<br />
inibidores <strong>de</strong> bomba <strong>de</strong> prótons.<br />
Em usuários <strong>de</strong> AINEs, o emprego concomitante<br />
<strong>de</strong> doses usuais <strong>de</strong> antagonistas H 2 diminui o risco<br />
<strong>de</strong> úlcera duo<strong>de</strong>nal comparativamente ao placebo,<br />
mas não o <strong>de</strong> úlcera gástrica, a mais frequentemente<br />
associada a anti-inflamatórios. Sendo assim, os<br />
antagonistas H 2 vêm sendo preteridos em relação<br />
a outras opções. A comparação entre omeprazol<br />
(20mg/dia), ranitidina, misoprostol e sucralfato no<br />
tratamento <strong>de</strong> úlceras associadas a uso <strong>de</strong> AINEs<br />
foi favorável ao primeiro. 7<br />
Para prevenção <strong>de</strong> úlceras gástricas e duo<strong>de</strong>nais em usuários crônicos <strong>de</strong> AINEs, IBP mostram<br />
eficácia semelhante às <strong>de</strong> misoprostol e <strong>de</strong> doses duplas <strong>de</strong> antagonistas H2, mas aqueles são<br />
mais utilizados para tal fim por serem mais bem tolerados.